Ready, Steady, Love

Capítulo 14


Como Tratar Uma Garota

Era sexta – feira, e Sirius se vestia com esmero para um dos primeiros encontros com Marlene. Enquanto ajeitava a gola da camisa, lamentava - se por não ser exatamente um encontro romântico, mas sim para ajuda-la a se arranjar com outro, mas o maroto prometia a si mesmo a cada botão que iria conquistá-la.

- Aonde você vai? – perguntou James, que passara a semana especialmente bem – humorado. Sirius sorriu discretamente, e enquanto fechava a porta murmurou, sem ligar se o amigo estava escutando:

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- Ajudar uma amiga.

A sala em que haviam combinado de se encontrar não era muito longe dali, e quando Sirius chegou, Marlene já estava lá, sentada no batente fundo da janela e encarando o lado de fora. Havia poucas velas acesas, criando uma penumbra na sala que só era quebrada pela luz da lua que batia no rosto da morena, iluminando os olhos azuis.

- Hey. – chamou, despertando-a de seus pensamentos. Marlene sorriu, e Sirius retribuiu com uma piscadela.

- Então, podemos começar? – propôs, e a garota assentiu enquanto aumentava a luz das velas com a varinha. Sirius puxou duas cadeiras para o centro do ambiente, e quando Marlene se sentou, ela sorriu e colocou uma mecha atrás da orelha.

- Me ensine a conquistar Michael. – Marlene sorriu animada, e Sirius sentiu um peso no coração.

- Bom, primeiro de tudo, pare com esse jeito irritante. – sugeriu o maroto, expressando um pouco do aborrecimento e frustração que sentia. Quando percebeu a expressão triste da garota, no entanto, corrigiu-se: - Homens gostam de garotas confiantes em si mesmas, se você fizer essa cara de extrema empolgação toda vez que falar nele, fica chato.

- Tudo bem, desculpe. – Marlene tirou do rosto o sorriso, e passou a olhar Sirius com seriedade. O garoto desejou que não tivesse a repreendido. A expressão autoconfiante de Marlene era irresistível.

- Outra coisa, agora que você é uma mulher que confia no seu taco. Precisa saber se ele merece você.

- Ah, Sirius, claro que sim.

- Não se deixe enganar. – alertou-a. – Muitas vezes o cara é muito simpático até conseguir a garota. Depois, vira um cafajeste.

- Tipo você? – sugeriu ela, rindo. A expressão de Sirius tornou-se subitamente séria.

- Eu nunca fiz isso. Uma de cada vez, esse é o meu lema. Um homem precisa saber como tratar uma garota.

- E como vou saber disso, Sirius? – perguntou Marlene, exasperada. Sirius se inclinou para frente, expressando seu rosto mais sedutor. Os olhos acinzentados estreitaram, e Marlene se viu subitamente presa por eles.

- Para um cara saber tratar uma garota, precisa conquistá-la sem palavras. – Sirius disse numa voz baixa, estendendo a mão para Marlene, que pegou sem precisar de pedido. De repente, se via em pé na frente de Sirius, encarando os orbes dele como há poucos minutos encarava a lua lá fora. Uma das mãos do maroto envolveu lentamente a curva de sua cintura, e Marlene sentiu-se atraída na direção do peito dele, a distância separando seus rostos não mais do que centímetros.

- Sirius...

- Para um cara saber tratar uma garota, precisa deixá-la sem palavras. Precisa ser gentil, cavalheiro e educado. – um dos dedos dele contornou seu maxilar, fazendo seus olhos fecharem. Marlene sentia como se alguém tivesse injetado uma poção para animar em suas veias, que fazia seu coração acelerar até a boca.

- Para um cara saber tratar uma garota, precisa falar baixo com ela. – sussurrou no ouvido de Marlene, fazendo um arrepio percorrer sua espinha. A garota podia ter feito qualquer coisa que ele lhe pedisse, e isso era perigoso quando se tratava de Sirius Black. – Entendeu?

Silêncio. Marlene se sentia dividida entre o sim, que terminaria aquele momento, e o não, que a deixaria para sempre nos braços dele. Pensou em Michael, e não conseguira se imaginar naquela posição com ele, uma das mãos na cintura dela e a outra em seu rosto, atraindo-a para perto como um imã. Não conseguia imaginar seu coração batendo tão forte por Michael, ou sentindo um suspiro contido ficar preso em sua garganta enquanto tentava manter a postura autoconfiante.

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- Lene? – Sirius sussurrou aparentemente despreocupado, mas Marlene conseguia sentir sua expectativa, e a súbita descoberta de toda a razão pela qual ele estava ali fez com que a garota ficasse mais feliz do que esperava.

- Ah? Oi, desculpa, me distraí. – Marlene se desvencilhou de Sirius, seus sentidos reclamando da ausência do perfume dele perto de si. Para sua surpresa, as bochechas de Sirius estavam coradas, fato que ela buscou ignorar.

- Entendeu? Seja uma mulher confiante.

- Pareço confiante? – Marlene olhou preocupada para ele, e Sirius balançou a cabeça, rindo.

- Não, parece cheia de coisas na cabeça. Merlin, você não tem jeito. É uma garotinha mesmo.

Marlene ficou subitamente eriçada de raiva, e Sirius sorriu para si quando percebeu que conseguira o que pretendia.

- Olha aqui, eu não sou uma garotinha. Aliás, sou melhor do que muito garoto. Sou melhor do que você. – Marlene se ergueu da cadeira em indignação. Não suportava o tipo que ela e suas amigas apelidaram de "garotinha". Para ela, era o pior tipo possível. Garota frágil, dependente. Isso a irritava profundamente.

- Agora sim. – Sirius sorriu sedutor. – Uau.

Marlene parou de chofre, surpresa. Sirius sorria.

- Essa é a cara de autoconfiante que eu queria. Você é melhor do que ele, e não nego, melhor do que eu em muita coisa.

- Sirius Black admitido que não é perfeito, já ganhei minha noite. – Marlene riu, sentando-se.

- Só confesso para um grupo bem restrito de pessoas. – Sirius a encarava insistentemente.

- Lisonjeada. Entendi o que você quis dizer como autoconfiante.

- Ótimo, parte de ser sexy é ser autoconfiante.

- Só falta a parte do sexy, então. – Marlene gargalhou.

- Você que pensa. - O maroto retrucou, e Marlene sentiu o olhar dele percorrer seu corpo, sentindo-se mal por ter se esquecido de colocar a meia calça debaixo da saia do uniforme.

- Mais alguma coisa? – perguntou, tentando acabar com o clima que surgira ali. Sirius pareceu pensar por um instante.

- Não o chame pra sair, por favor.

- Como assim?

- Sugira que quer, Marlene. – Sirius revirou os olhos. – Você é autoconfiante, não se esqueça.

Marlene sorriu e assentiu, agradecida.

- Você é especial, Sirius. – disse enquanto ele apagava as velas para saírem. Sirius parou de costas para ela, sorrindo para a escuridão.

- Obrigado. Ninguém nunca me disse isso.

Quando se virou, Marlene sorria simpática. Sabia muito bem que ninguém nunca dissera.