Meu Amado Monitor
Capítulo 10 - Acidente
Já é hora do jantar. Não sinto fome, só sinto uma necessidade absurda de continuar sentada neste sofá e encarando o fogo da lareira enquando estou envolta nos braços de Draco. Pode parecer estranho, mas sinto-me segura ao lado dele. O.k., há um ano atrás eu me mataria se pensasse assim. Mas hoje não. Hoje sinto-me bem ao receber tais pensamentos.
- Eu te amo. - Seus lábios estão em meu ouvido. - Amo muito.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Apenas sorrio. Não sei se já posso dizer o mesmo a ele.
- Vamos jantar?
- Não estou com fome.
- Mas você não pode ficar sem comer. - Ele se levanta e estende a mão para mim. - Vamos?
- Não.
- Não, é? Então eu terei que fazer algo não muito agradável.
Antes que eu tenha tempo para pensar, ele me pega em seus braços.
- Ei! Me põe no chão!
- De jeito nenhum.
Seus lábios tocam meu queixo delicadamente, depois descem para o pescoço, até que chegam ao tórax. Sinto meus lábios tremerem ao segurarem um baixo gemido e meu coração dispara.
- Para, Draco.
- Vai dizer que não está gostando? - Fala, com os dentes cravados na alça de meu sutiã.
- Estou, mas não é a hora. - Obrigo-o a olhar em meus olhos. - Vamos jantar.
Um suspiro pesado escapa de seu íntimo e ele me põe no chão.
- Ei, não fica chateado comigo. Por favor. - Beijo-o.
- Tudo bem, não estou chateado. Sou muito paciente.
- Você já me provou que tem paciência.
Ele me puxa para si e diz:
- Só tenho paciência com você, para ser sincero. E isso porque tenho muito medo de te perder, porque te amo.
Meu rosto fica em brasas. Ainda não posso dizer que o amo, mas também não posso dizer que não gosto de ouvi-lo dizer isso. Ele beija a ponta de meu nariz, depois me puxa porta afora.
Chegamos ao Salão Principal de mãos dadas. Os olhares de todos, literalmente todos os alunos se voltam para nós. Sinto-me obrigada a abaixar a cabeça. Draco coloca-se em minha frente, levanta meu rosto e diz:
- Quero que olhe para frente. Você é minha namorada... ou algo parecido... Então quero que sinta-se honrada por estar ao meu lado.
Por algum motivo desconhecido, meus olhos saltitam de felicidade por ouvi-lo dizer "minha namorada". Sorrio - sei que meu sorriso é a confirmação de que ele precisa. Seus lábios tocam minha bochecha, depois as costas de minha mão.
- Bom jantar.
- Grata. Pra você também.
E nos dirigimos até nossas mesas. Quando me sento ao lado de Harry, Ron esbraveja:
- O que foi aquilo que eu vi?
- Se você viu, não preciso explicar. - Curta e grossa.
- Mi, nem eu tô acreditando. - Harry diz.
- Poxa, gente. Eu e Draco estamos nos entendendo.
- Entendendo até demais. - Neville comenta.
Solto um suspiro pesado. Olho para Gina como quem clama por socorro. E ela me entende.
- Gente, se Snape saiu do lado das trevas porque amava Lilian Potter para ajudar Dumbledore a destruir o mal, então Draco Malfoy e Hermione Granger podem se entender perfeitamente!
Dou um sorriso para Gina em forma de agradecimento. No entanto, percebo que meu agradecimento foi precipitado quando Ron diz:
- Num dia você chora porque eu termino com você, no outro já está com aquela Barbie falsificada?!
- Ronald Weasley, será que você só pensa em si mesmo? Hoje mesmo dissemos um ao outro que não voltaríamos!
- Hermione, eu acreditaria se te visse com qualquer outra pessoa e, acredite você ou não, não me importaria. Mas ele? Logo ele? Com tantos garotos em Hogwarts...
- Ron, por favor, não dê palpites desnecessários em minhas relações amorosas. Não estamos mais juntos, logo não lhe devo satisfações.
- Receba... - Harry murmurou ao meu lado.
- Hermione, me entenda! Eu não consigo te ver com Malfoy.
- Ciúmes? - Desafio-o.
Suas orelhas ficam vermelhas de raiva, depois esbraveja:
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Não tenho ciúmes daquela doninha saltitante!
- Não é o que parece. - Yes, Gina pôs mais lenha na fogueira.
Ron dá golpes furiosos num pedaço de frango, depois sussurra:
- Não quero mais falar sobre isso.
- Ótimo! - Digo.
- Ótimo! - Ele repete.
Não posso dizer que jantamos num clima agradável, mas também não foi um cão de três cabeças. Ao terminer, despeço de meus amigos e vou para o corredor esperar Draco. Enquanto observo o movimento de alunos, ouço uma voz amigãvel me chamar:
- Hermione!
Procuro pela dona da voz.
- Oi, Luna. Como está? - A primeira coisa que reparo são os óculos para enxergar zonzóbulos ao topo de sua cabeça.
- Estou bem. - Seus olhos parecem tomados por algo de outro mundo enquanto me observa. - Você e Malfoy estão namorando?
Engasgo com meu próprio ar.
- Ah... É... Bem... É algo parecido com isso...
- Ah... Não me pergunte o porquê, mas sempre achei que combinam.
- Por que?
- Acredito naquele ditado trouxa que diz "os opostos se atraem".
- Huuum... Já falou com Ron?
- Ainda não... Tenho vergonha. - Morde o lábio inferior.
Sorrio. Sei que Luna é muito tímida em relação a esses assuntos.
- Te ajudo, se quiser.
- Faria isso por mim?
- Claro, você é minha amiga!
- Fico muito agradecida, Hermione. Agora preciso ir. Tenho que verificar se têm muitos zonzóbulos na Sala Comunal da Corvinal.
Coloco a mão sobre a boca, segurando uma risada. Ela abaixa os óculos coloridos e sai saltitante pelo corredor.
- Oi. - Draco sussurra em meu ouvido, fazendo com que eu me arrepie.
- Oi... Temos que nos preparar para a ronda. - Digo olhando em seus olhos.
- Sei disso. Vamos?
- Claro.
Começamos a caminhar em direção ao nosso "apartamento", mas Minerva McGonagoll chama:
- Sr. Malfoy, Sr. Malfoy!
- Sim? - Ele responde de prontidão.
- Preciso de um favor do Sr.
- Pode pedir, diretora.
- Prefiro conversar com o Sr. na minha sala.
- Tudo bem.
Ele deposita um beijo em minha testa e diz:
- Me espere para a ronda, o.k.?
- Espero.
Percebo o choque nos olhos de Minerva ao perceber o quanto estamos próximos. Ela sacode a cabeça disfarçadamente, depois vira-se e diz:
- Acompanhe-me, por favor.
Vejo-o se afastar e um aperto toma conta de meu coração, como se algo estivesse prestes a acontecer. Começo a andar na tentativa de desvencilhar-me desse sentimento.
- Hermione!
Viro-me.
- O que quer, Ron?
Ele respira fundo e diz:
- Preciso conversar com você.
- Sobre o quê?
- Bom, prefiro que seja em um lugar mais reservado.
- Vamos até meu quarto.
- O.k.
Quando chegamos ao quarto, pronuncio a senha:
- A Serpente e o Leão: unidos em um só coração. - E sinto-me bem ao dizer tais palavras.
- Unidos em um só coração?
- Claro! Não vê que até a senha diz que eu e Draco podemos nos entender?
A porta se fecha. Sento-me no sofá e sinalizo para que ele se sente também.
- Diga.
- Bom... É... Hermione, eu estive pensando... Não vivo sem você, Hermione.
- Pra dizer "não vivo sem você", você deveria namorar o oxigênio.
E lembro do "receba" que Harry disse. Meu interior ri.
- Você não facilita, Hermione.
- Por que facilitarei as coisas para alguém que, nas últimas 48 horas, só dificultou minha vida?
Ele se aproxima, segura minhas mãos e diz:
- Mi, vamos passar uma borracha no passado. Vamos voltar a ser amigos. Vamos voltar a namorar. Por favor... Eu amo você.
- Se me amasse teria acreditado em mim a respeito da fotografia!
- Hermione, por favor, acredite em mim: EU TE AMO!
- Que pena, porque eu amo Draco Malfoy. - E sinto-me muito bem ao dizer isso.
Percebo a ira se formar violentamente em seus olhos.
- Você não pode amá-lo. VOCÊ É MINHA, SÓ MINHA!
Ron me joga violentamente no sofá, ficando sobre mim.
- Ron, você está maluco!
- NÃO, NÃO ESTOU. QUEM ESTÁ FORA DO JUÍZO É VOCÊ! VOCÊ SEMPRE ME AMOU, SEMPRE! FOI COMIGO QUE VOCÊ QUASE TRANSOU, FUI EU QUEM TE BEIJOI MAIS, FUI EU!
- QUEM GARANTE? QUEM GARANTE QUE TUDO ISSO FOI SÓ COM VOCÊ?
E percebo que eu poderia ter ficado calada quando ele me beija com voracidade, uma voracidade desconhecida por mim. Mordo seu lábio com força e sinto um pouco de sangue pingar em minha língua.
- Eu vou te mostrar que a pessoa certa para você não é Draco Malfoy, e sim Ronald Weasley!
- O que quer dizer com isso? - Sei que meus olhos demonstram puro medo.
- Tire a blusa.
- Não vou ti...
- TIRE A BLUSA! - Ele grita. - Se você não fizer isso, eu faço por você.
Ron fica apoiado nos joelhos, ainda com meu corpo sob o seu, dando um mínimo espaço para que eu desabotoe minha blusa. Começo a fazê-lo enquanto digo:
- Ron, por favor, pare com isso.
Ele dá um sorriso malicioso ao ver meus seios sob o sutiã.
- Não vou parar agora que estou começando a me divertir.
Percebendo que estou retardando sua diversão, Ron arranca a blusa de meu corpo, rasgando-a.
- Nossa, parando pra te observar melhor, não sei porque atrasei tanto esse momento.
- Você não vai conseguir amor de mim, apenas raiva! - Falo em meio a pranto.
- Não tem problema. Você é gostosa o suficiente pra amenizar a falta de amor.
E, de repente, vejo que não é mais Ron quem está falando, é um desconhecido.
- O que houve com você, Ron?
Ele não responde, apenas toca a parte superior de meus seios. E eu não consigo sentir prazer, apenas desprezo. Choro ainda mais.
- Acho que é hora de tirar esse sutiã.
Amaldiçou-o mentalmente por abrir meu sutiã e tirá-lo bruscamente. Seus lábios começam a correr por meu busto e tudo o que consigo fazer é tentar empurrá-lo, mas não consigo.
- Você só está tornando as coisas mais divertidas para mim.
- Por favor, Ron, pare com isso. Você não faria isso se me amasse de verdade.
E ele me olha nos olhos ao dizer:
- Eu te amo, Hermione. Por isso estou fazendo as coisas dessa forma. Você precisa ver, de qualquer jeito, que você é minha, não dele.
- Eu não tenho dono.
Uma risada maquiavélica sobe por sua garganta, o que faz meu medo aumentar ainda mais.
- Agora, desabotoe minha camisa.
- Não vou fazer isso.
- DESABOTOE AGORA!
- NÃO! EU NÃO FAREI ISSO!
- Então faço eu. De qualquer forma, eu ganharei no final.
- Eu não quero isso, Ron. Por favor... - Sussurro.
- Sinto muito, Hermione, mas tudo seria fácil se fizesse as coisas do meu jeito.
E só consigo sentir nojo dele.
- Nunca farei algo contra minha vontade e você sabe disso!
- Bom, vejo que continuará sendo do meu jeito.
No exato momento em que ele coloca as mãos em minha saia, grito:
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- PARE COM ISSO!
Seus olhos fixam-se nos meus: ele está prestando atenção no que digo e sinto.
- Ron, não quero fazer isso. Se você realmente me ama, então me deixe em paz. Me deixe amar Draco. Me deixe ser dele.
Por um instante, ele fica sem ação. E é o instante suficiente para que eu consiga empurrá-lo. Subo as escadas aos tropeços e quando chego à porta de meu quarto ele me segura.
- Achou mesmo que seria fácil escapar de mim?
O terror toma conta de meu ser. De repente, não sou mais eu quem está aqui, é o medo em pessoa.
- Você não pode ser dele. Você é minha. Seu olhar é meu, seus lábios macios são meus, sua pele delicada é minha, seu cheiro inesquecível é meu, seus sorrisos são meus, seus seios arredondados são meus - e os toca levemente -, suas coxas fartas são minhas. Você é minha!
Seus lábios esmagam os meus com uma fúria absurda. Ele me obriga a andar para traz, e logo caio na cama com seu corpo sobre o meu. Sinto uma leve distância entre nós, mas essa mínima distância não o impede de rasgar minha saia. Um grito agudo de desespero foge de minha garganta.
- PARE COM ISSO, RON! PARE!
- Não. Você tem que entender que pertence a mim.
- Hermione Granger não pertence a ninguém! Sou livre para fazer minhas escolhas. E eu escolho Draco Malfoy!
- DESGRAÇADO! NÓS ÉRAMOS MUITO FELIZES ANTES DE VOCÊS PASSAREM A DORMIR SOB O MESMO TETO!
- Éramos, Ron, éramos. Não podemos voltar atrás. Não amo você, amo Draco.
- Que bom ouvir isso de você.
Meus olhos correm para porta e eu o vejo: os olhos cinza-azulados esbanjando felicidade e ira ao mesmo tempo.
- Saia de cima dela. - Sua voz não passa de um sussurro, mas é ameaçadora o suficiente.
- E se eu não sair? - Ron permanece de costas para ele, com os olhos fixos em mim.
A aproximação de Draco é rápida. De forma simples, com os próprios braços, ele atira Ron no chão e me puxa para si.
- Vá para o meu quarto e pegue uma blusa na primeira gaveta da cômoda. Vou fazer com que ele saia.
Com o canto dos olhos, vejo Ron se levantar cambaleante.
- Amo você. - Seus lábios tocam os meus rapidamente.
- Também amo você.
Corro para seu quarto. Ao entrar, fecho a porta. Abro a gaveta e pego uma blusa cinza. Mesmo preocupada ocm o que está acontecendo no cômodo ao lado, um segundo de paz me toma quando o cheiro de sua roupa invade minhas narinas. Algo bate contra a parede, aumentando meu grau de preocupação. Ouço que um objeto se quebra - imagino ser um vidro de perfume. E então, quando penso que nada mais pode me assustar, ouço Ron dizer...
- Estupefaça!
Abro a porta com brutalidade, principalmente porque um barulho muito forte é seguido do feitiço.
- NÃÃÃÃO!
Vejo o corpo de Draco caído no chão do primeiro andar após entrar em colisão com a sacada, que se quebrou. Alguns pedaços de madeira rodeiam seu corpo, e meu desespero aumenta ao ver um pouco de sangue. Desço as escadas aos tropeços e ponho-me ao seu lado.
- Draco, Draco, fala comigo... Por favor... Fala comigo!
Checo o pulso: respiração lenta. Procuro saber que parte de seu corpo a madeira perfurou, e constato que foi na região lombar.
Olho para cima e vejo Ron com os olhos petrificados em nós.
- SEU MONSTRO! OLHA SÓ O QUE VOCÊ FEZ!
Ele desce as escadas e, olhando em meus olhos, começa a dizer:
- Hermione... Eu... Desculpe...
- NÃO! Isso que você fez não tem perdão. Se você tivesse me respeitado, nada disso teria acontecido. MONSTRO!
Percebo o arrependimento em seus olhos, mas isso não é o suficiente para compensar a dor que estou sentindo.
- Saia daqui antes que eu faça uma besteira.
Sem pestanejar, Ron sai correndo.
Toco o rosto de Draco e não consigo impedir as lágrimas que teimam em fugir. Liberto-as e permito que elas caiam sobre o rosto pálido de meu amado.
- Vou te ajudar, meu amor. Não sei como, mas vou te ajudar.
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