She Is Amazing

Capítulo Treze


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Capítulo Treze

Quando o despertador de Sasuke tocou naquela manhã de sexta-feira, ele já estava acordado. Havia algo o incomodando profundamente, e isso estava acontecendo desde o momento em que se deitou e fechou os olhos na última noite. O beijo que trocara com Sakura continuava em sua mente, insistindo em atormentá-lo.

Chutando as cobertas amassadas e enroladas em seus pés, Sasuke sentou e colocou as pernas para fora da cama, em seguida esfregou os olhos e passou a mão pelos cabelos rebeldes. Com um, grunhido, lembrou-se da enrascada que se metera em usar seu carro sem consultar seu pai. Quando chegou em casa naquela noite, Sasuke fez o menor barulho possível e com sorte conseguiu ir até seu quarto sem encontrar ninguém no caminho, mas ele sabia que não poderia mais escapar.

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Batidas na porta o sobressaltaram ligeiramente.

‒ Sasuke, querido, você está acordado? ‒ Miya perguntou do outro lado.

‒ Pode entrar ‒ disse o garoto. Miya entrou no quarto do mesmo jeito de sempre, pronta para o trabalho.

‒ Bom dia ‒ disse ela enquanto fechava a porta.

‒ Péssimo ‒ resmungou Sasuke, apoiando os cotovelos nos joelhos.

‒ Você chegou tarde ontem, não é mesmo? ‒ perguntou e Sasuke ficou em silêncio. Miya entendeu que aquilo significava um “sim”. ‒ Então, encontraram Luka?

‒ Sim ‒ respondeu, pensando o quanto estranho era Miya só saber disso tão tarde, ele acreditava, quando tinha chegado, que ela estaria a espera dele, mas para sua surpresa, Miya já tinha ido se deitar. ‒ Ele estava longe, encolhido contra a porta de uma loja ‒ explicou, ganhando um olhar horrorizado da empregada ‒, mas ele está bem, dormiu antes de chegarmos ‒ completou rapidamente antes que presenciasse algum ataque de preocupação vindo da mulher.

‒ Isso é... bom de saber, eu estava muito preocupada ‒ disse ela após suspirar. ‒ E Sakura? ‒ indagou calmamente. Sasuke estreitou os olhos.

‒ O que tem Sakura? ‒ respondeu com outra pergunta e não pode deixar de notar o quão esquisito parecia pronunciar o nome dela, não que fosse ruim, mas de repetente, era esquisito.

‒ Bem, ela estava tão angustiada ontem ‒ disse a mulher com olhos vagos, lembrando do estado fragilizado em que Sakura se encontrava no dia anterior. ‒ Era de partir o coração ‒ murmurou para si mesma.

‒ Ela ficou bem também. ‒ Enquanto falava, mais uma vez a lembrança vívida dos lábios da rosada contra os seus lhe atormentou e era interessante, pois estava atormentando-o, e não havia motivos para isso.

‒ É? ‒ Sasuke assentiu. ‒ Ótimo.

‒ Sim, é ótimo ‒ rezingou.

‒ Seu pai e seu irmão estão tomando café ‒ Miya disse cautelosamente. ‒ Estão esperando por você.

Sasuke revirou os olhos e ficou em silêncio.

‒ Sr. Uchiha ficou furioso quando soube que você tinha pego o carro sem permissão e mais ainda por saber que mexeu em suas coisas ‒ continuou a empregada ‒, mas eu expliquei o porque de você ter feito o que fez e acho que consegui amenizar os nervos dele. ‒ O Uchiha mais novo quase sorriu ao imaginar seu pai orgulhosos por ter ajudado a filha de seu sócio.

‒ Obrigado ‒ agradeceu, mas seu tom era um tanto zombeteiro.

‒ Então se apresse, querido ‒ aconselhou, ignorando o deboche na voz do garoto. ‒ Seu pai está de bom humor o suficiente para não vir aqui e lhe dar uma bronca. Então, não vamos abusar, sim? ‒ disse sorrindo e foi na direção da porta. ‒ Vamos estar esperando por você.

‒ Sim, claro, fiquem esperando ‒ resmungou o moreno depois que Miya saiu. Levantou e foi até seu armário, de onde tirou uma camiseta azul marinho, uma calça jeans e uma cueca limpa, em seguida colocou as roupas debaixo do braço e foi tomar banho.

Depois de estar pronto, Sasuke jogou a calça de moletom que usava para dormir em cima de sua cama e pegou a mochila que estava largada no chão próxima ao seu violão, jogando-a em seu ombro, se dirigiu até a porta, mas voltou ao lembrar-se da chave do seu carro em cima da mesa, sabia que Fugaku iria querê-la de volta.

Assim que desceu para o primeiro andar, colocou a mochila no sofá e foi até a cozinha. Fukagu estava na ponta da mesa, mas Sasuke não podia vê-lo, pois segurava o jornal em frente ao rosto. Itachi sorriu para o irmão mais novo, divertido por algum motivo e Sasuke quase revirou os olhos por isso. Ao se aproximar da mesa, o Uchiha mais velho desviou os olhos brevemente para o filho, mas logo voltou-se para o jornal. Sasuke puxou uma cadeira e sentou, ia estender a mão para pegar um pedaço do bolo salgado, mas foi surpreendido pela mão que Fukagu estendeu para ele, ainda lendo. Itachi deixou escapar um curta risada enquanto o garoto olhava para a palma da mão do pai.

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‒ A chave do carro ‒ Itachi moveu os lábios silenciosamente quando Sasuke olhou para o irmão curiosamente. O garoto quase deixou escapar uma exclamação quando compreendeu e rapidamente tirou a chave do bolso e colocou na mão de Fugaku, que a colocou no bolso do paletó. ‒ Então, irmãozinho, Miya me contou sobre o que aconteceu ontem, com o irmão da sua peguete ‒ disse, desta vez alta e claramente.

Sasuke instantaneamente ficou tenso, pensando nas possibilidades de seu irmão saber de algo sobre o que tinha acontecido entre ele e Sakura. Fugaku baixou um pouco o jornal para olhar para Sasuke, desconfiado.

‒ Ela não é minha peguete, Itachi ‒ rosnou o Uchiha mais novo, mesmo que não fosse completamente verdade. Itachi inclinou a cabeça um pouco para o lado e franziu as sobrancelhas.

‒ Então é o que? Namorada?

‒ Namorada? ‒ Fugaku fez eco das palavras do filho, surpreendendo Sasuke, sou tom era seco.

‒ Não ‒ rosnou, olhando furiosamente para Itachi. ‒ Eu só ajudei a encontrar o irmão dela. Só isso.

‒ Hn ‒ resmungou antes de voltar-se mais uma vez para seu jornal.

‒ Ah, o que isso, Sasuke! ‒ exclamou o Uchiha do meio. ‒ Eu sei que você e a vizinha tem alguma coisa, o que custa contar pra gente? ‒ provocou. Sasuke grunhiu baixo e arrastou a cadeira no chão ao levantar-se. ‒ Aonde você vai?

‒ Perdi a fome ‒ disse, e voltou para a sala, onde estava sua mochila.

Sasuke saiu de casa sem pressa, seu despertador continuava programado para despertar um pouco mais cedo, por causa de Sakura, então não precisava correr. Evitou olhar para seu carro quando passou por ele, Sasuke era pegado àquele veículo, por mais estranho que fosse. Ele suspirou quando olhou para a casa amarela, havia certo receio de encontrar com Sakura Haruno, aquela noite inquietante era o que o fizera ficar assim.

Pensar muito sobre o beijo que compartilhara com a Haruno só tinha servido para colocar dúvidas em sua cabeça. Por que Sakura o tinha beijado, em primeiro lugar? Foi um modo de agradecer por ajudar a encontrar Luka? Aquilo estava realmente incomodando o Uchiha, ele queria saber o que se passava na cabeça daquela garota quando tinha colocado as mãos em seu rosto.

A caminhada até a escola foi um tanto longa, diferente dos outros dias, não havia com quem conversar. Naruto surpreendentemente estava parado em frente aos portões, conversando com Hinata, o que já não era tão surpreendente, já que a queda do loiro pela Hyuuga estava cada vez mais evidente.

‒ E aí, bastardo! ‒ cumprimentou Naruto quando Sasuke se aproximou dos amigos.

‒ Bom dia ‒ Hinata disse em seu tom baixo. O moreno se limitou em acenar com a cabeça para os dois e passar por eles, indisposto a ficar servindo de vela ou até mesmo atrapalhar a conquista de seu melhor amigo.

Aquela manhã se arrastou diante do Uchiha e ele sentiu-se aliviado quando o sinal anunciou o almoço, o professor Orochimaru era insuportável e conseguiu acabar com o humor de qualquer um. Enquanto andava por um dos corredores da escola, indo para a cantina, duas mãos femininas se postaram sobre seus olhos e por um segundo o coração do garoto bateu mais forte, pensado que as mãos eram de Sakura.

‒ Adivinhe quem é! ‒ A voz rouca de Karin disse próxima a seu ouvido. Sasuke teve vontade de revirar os olhos, mas se limitou a pegar as mãos da ruiva e afastá-las de seus olhos, depois se virou para encarar a garota.

‒ Então você voltou ‒ afirmou ele sem ânimo, observando o rosto de Karin. A ruiva tinha faltado as aulas desde o dia em que Sakura almoçou com Sasuke e seus amigos e olhando para ela, ele sabia que Karin esteve realmente doente, parecia que ainda estava curando-se de uma gripe infernal.

‒ Sim, eu estava morrendo de saudades ‒ disse ela, sorrindo para o moreno.

‒ Hn ‒ resmungou e Karin entrelaçou os dedos de suas mãos.

‒ Você está bem? ‒ perguntou ela casualmente, enquanto Sasuke a puxava na direção da cantina. O moreno lançou um breve olhar para a menina ruiva.

‒ Sim ‒ respondeu simplesmente, mas sentia-se desconfortável perto de Karin. De repente, Sasuke estava muito consciente de que tinha uma namorada e seus pensamentos voaram mais uma vez para o beijo da noite anterior, atormentando-o.

Balançando a cabeça ligeiramente, Sasuke praguejou em silêncio, afugentando a lembrança como se pudesse queimá-lo. Os dois entraram na cantina em silêncio e foram direta para sua habitual mesa, onde já estavam seus amigos, exceto Hinata, Temari e Sakura. Karin foi recebido por um abraço caloroso de Ino e outro de Tenten, Naruto revirou os olhos e Sasuke pode perceber que ele resmungava algo, os outros apenas cumprimentaram.

‒ Garota, você está pálida ‒ comentou Ino em tom preocupado. ‒ Você está realmente bem?

‒ Sim ‒ disse a ruiva enquanto sentava ao lado de Sasuke.

Ino começou a contar o que havia acontecido nos últimos dias para Karin e Sasuke aproveitou para olhar em volta. Seu olhar se fixou em Temari, que atravessava a cantina com uma bandeja com alguns alimentos. A loira foi até uma mesa onde Hinata estava sozinha e a testa de Sasuke franziu. Onde estava Sakura?

O Uchiha voltou o olhar para seus amigos, encontrando o olhar de Naruto, que mastigava silenciosamente um pedaço de um sanduíche e ao mesmo tempo lhe direcionava um olhar curioso. Revirando os olhos, o moreno desviou o olhar do amigo e olhou para a entrada da cantina, esperando que pudesse ver Sakura passar pelas portas, mas a primeira garota que apareceu não era nem um pouco parecida com a Haruno e a segunda muito menos.

‒ E você nem sabe quem almoçou com agente há alguns dias atrás! ‒ Exclamou Tenten e a cabeça de Sasuke virou rapidamente na direção da morena, prevendo suas palavras. Karin franziu as sobrancelhas enquanto Ino lançava um olhar reprovador para Tenten.

‒ Quem? ‒ perguntou com interesse.

‒ Sakura Haruno ‒ disse.

‒ O que?! ‒ A voz de Karin saiu um tanto sufocada, mas ainda sim era raivosa.

‒ Não havia mais lugares e Temari veio até aqui junto com ela. ‒ Deu de ombros a Mitsashi. ‒ Ela é legal ‒ completou com um sorriso. Sasuke percebeu que as mãos de Karin fecharam-se em punhos em seu colo, e apesar de estreitar os olhos com raiva, seu rosto continuou pálido.

‒ Legal? ‒ murmurou e Tenten assentiu antes de dar uma mordida em uma pêra que estava na bandeja de Neji.

Todos ficaram em silêncio por alguns instantes, esperando os gritos indignados de Karin, mas surpreendentemente, a ruiva se limitou a respirara fundo e continuar calada.

‒ Então, será que alguém pode me emprestar o caderno de história? Eu preciso completar o meu antes da prova ‒ disse Kiba, conseguindo dissipar a leve tensão que se instalara sobre eles.

Enquanto seus amigos conversavam, Sasuke se viu olhando constante mente entre o relógio em seu pulso e as portas do lugar, e só parou quando o sinal do fim do almoço soou. Sakura, aparentemente, não tinha vindo para a escola naquele dia, ou então resolvera não comer com suas amigas. O estranho era que as duas opções o incomodavam, Sasuke queria vê-la, ele realmente queria.

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Pensava ligeiramente que poderia ser sua culpa a ausência dela, mas preferia não se prender àquilo, já que ela tinha algumas coisas para resolver com Luka e Akemi. O problema era que havia uma enorme frustração que insistia em deixá-lo desconfortável e Sasuke não pretendia saber o que aquilo significava.

O resto da aula foi entediante na opinião de Sasuke, tudo o que ele mais queria era sair de lá. A volta para casa foi pior do que a ida, dúvidas inundavam sua mente o tempo inteiro, dúvidas que ele não deveria ter, dúvidas sobre Sakura. O que tinha acontecido com ela depois que fechara a porta na noite anterior? Será que tinha se arrependido de tê-lo beijado? Sasuke esperava que não.

Quando entrou em casa, Sasuke se deparou com Sai deitado no sofá, o garoto pálido sorriu falsamente quando pousou os olhos sobre o primo.

‒ Boa tarde, priminho! ‒ exclamou, irritando Sasuke, que revirou os olhos. ‒ Ei, eu disse “boa tarde”.

Sasuke se limitou a lançar um olhar fulminante na direção de Sai, que riu sem humor.

‒ Acho que alguém não conseguiu comer direito a Feia hoje ‒ disse com um sorriso de escárnio nos lábios.

Sasuke estacou ligeiramente ao ouvir as palavras de Sai e teve de pensar em todas as consequências para não ir até Sai e lhe dar o soco tão merecido.

‒ Vá se foder ‒ rosnou e foi para seu quarto.

Sasuke se atirou em sua cama depois de jogar a mochila em um canto qualquer do quarto. A janela estava fechada, Miya não tinha passado ali depois que Sasuke fora para a escola, e o garoto agradecia por isso. No escuro, Sasuke se permitiu tirara um cochilo e afastar certas coisas de sua mente.


Sábado chegou rápido e Sasuke dormiu até a hora do almoço, não querendo rever sua família tão cedo, mas as batidas de Miya em sua porta o obrigaram a sair da cama.

‒ Não fiz nada de mais para o almoço, só estão você, Sai e Itachi em casa ‒ disse a mulher quando Sasuke apareceu na cozinha. Ele esfregou os olhos e forçou um sorriso sem motivos para Miya. ‒ Sabe, querido, eu fiquei um pouco curiosa com o seu comportamento ontem.

Sasuke respirou fundo e foi até a geladeira para pegar a jarra com água gelada.

‒ Hn ‒ resmungou. A empregada estreitou os olhos.

‒ Você estava muito quieto ‒ disse ela e Sasuke ficou tentado a bufar, ele era quieto.

‒ Impressão sua, eu estava ótimo. Continuo ótimo, se quer saber ‒ Sasuke não conseguiu evitar o leve sarcasmo que apareceu em seu tom. Era verdade, o que disse, ele estava ótimo, apesar de não ver Sakura, se aquilo poderia ser considerado um problema.

‒ Tem certeza? ‒ indagou.

‒ Sim ‒ respondeu enquanto pegava um copo limpo. Ele ficaram em silêncio por alguns momentos e quando Miya abriu a boca para falar novamente, Sai entrou na cozinha.

‒ Oh, você está aí ‒ disse sem emoção a Sasuke, que nada disse. ‒ Itachi disse que já vai descer ‒ comunicou a empregada, que assentiu.

‒ Tudo bem. Você dois já podem comer, se quiserem.

Sasuke se encostou na bancada, e observou o primo ir almoçar, mas não teve intenção se seguir seus passos.

‒ Vi Sakura hoje cedo ‒ comentou Miya enquanto passava um pano na pia, secando-a. Sasuke ficou apreensivo, esperando que a mulher continuasse. ‒ Ela me disse que Luka está bem, eles enfrentaram a vizinha mãe, mas parece que as coisas se acalmaram. Isso é bom. ‒ Então ela olhou por cima do ombro para ele. ‒ Ela também perguntou por você. ‒ Sasuke quase se engasgou ao ouvir e Miya se virou para ele, preocupada. ‒ Você está bem?

‒ Sim, estou ‒ disse e passou as costas da mão sobre a boca. ‒ Então, ela perguntou por mim, é?

Miya sorriu rapidamente antes de responder.

‒ Sim ‒ foi só o que disse.

‒ Ei, vocês não iam comer sem mim, não é? ‒ Itachi sobressaltou o irmão.

‒ Acho que sei irmão estava esperando por você ‒ disse a empregada e o rosto de Sasuke se contorceu em uma careta de reprovação.

Mais tarde naquele dia, a casa estava silenciosa e Sasuke aproveitou para procurar os tomates cereja que tinha visto mais cedo. Estava colocando o segundo na boca quando a campainha tocou. Franzindo a testa, Sasuke colocou os tomates em cima da bancada e foi até a porta da frente.

Assim que a porta se abriu, o Uchiha ficou olhando para a figura que o encarava estranhamente.

‒ Quem é você? ‒ perguntou ele com certa rudez.

Parada a sua frente, estava uma garota com cabelos azuis, presos com um enfeite no formato de flor. Usava uma jaqueta jeans enorme sobre um vestido bege que ia até os joelhos e nos pés calçava botas pretas que Sasuke só tinha visto soldados usando. Havia um piercing abaixo de seu lábio inferior.

Ela estreitou os olhos cinzentos para ele.

‒ Olhando para você e ouvindo a arrogância na sua voz ‒ disse ela, sua voz era suave ‒, eu diria que estou frente a frente com Sasuke Uchiha, mas posso estar enganada. ‒ O garoto ficou em silêncio por alguns segundos, olhando para ela.

Quem é você? ‒ tornou a perguntar, irritado.

‒ Se acalme, garotão! Nossa, vocês Uchihas são todos iguais quando a gente conhece. ‒ Fez uma careta. ‒ Eu sou Konan, muito prazer ‒ disse ela estendendo a mão. Sasuke olhou para a mão dela, mas não apertou-a.

‒ Ok, Konan, o que você quer? ‒ Ela puxou a mão de volta e colocou no bolso da jaqueta.

‒ Itachi. ‒ Sasuke percebeu o sorriso que apareceu rapidamente em seus lábios. ‒ É sério ‒ disse, vendo a expressão descrente do garoto.

‒ Tenho certeza de que meu irmão tem mais o que fazer, Konan.

‒ Sim, ele vai sair comigo ‒ disse, presunçosa. Sasuke ficou tentado a revirar os olhos. ‒ Eu sou a namorada dele, não sei se você sabe.

Sasuke continuou a olhar para Konan, lembrando que a namorada de Itachi se chamava Kohana.

‒ Você pode chamar Itachi? Nós estamos um pouco atrasados ‒ pediu ela, mudando o peso para outra perna impacientemente.

‒ Não precisa! ‒ a voz de Itachi veio de dentro da casa e Sasuke olhou por cima do ombro o irmão. ‒ Sasuke está incomodando você? ‒ perguntou a Konan, que emitiu uma risada.

‒ Eu sabia que era ele! ‒ Itachi sorriu para ela e se inclinou para beijar-lhe os lábios rapidamente. Sasuke fez uma careta. ‒ Estressadinho, esse menino, hein.

‒ Um pouco ‒ disse Itachi e depois se virou para Sasuke. ‒ Essa é Konan, minha namorada. ‒ O garoto olhou brevemente para Konan com indiferença.

‒ Percebi ‒ rezingou. Konan cruzou os braços e o Uchiha do meio laçou-lhe um olhar sem graça.

‒ Ele é um bebezão.

Sasuke grunhiu e deu as costas para os dois, praguejando em silêncio, e voltou para a cozinha. Kohana, ou melhor, Konan, era pior do que ele imaginava, tanto na aparência quanto na personalidade. Itachi estava perdido.

O Uchiha mais novo ouviu a porta da frente fechar, então pegou seus tomatinhos e voltou para o quarto, mas parou no corredor ao ouvir a voz de Sai, será que seu primo estava falando sozinho?

...Então você está bem? ‒ Sasuke se aproximou da porta do quarto de Sai, mesmo que se sentisse um enxerido. ‒ E o que o médico disse?... Hum... Isso é bom, mas você não... ‒ Sasuke aproximou a orelha da porta quando não ouviu a voz do primo. ‒ Espere um pouco, acho que tem alguém na porta.

Sasuke apressou o passo até seu quarto para que Sai não o visse, e ao mesmo tempo percebia o quão estúpida era a situação. Ele devia parar de ser tão curioso, xeretar a vida dos outros era um tanto ridículo, principalmente quando não havia nada interessante para saber.

Sem nada para fazer, Sasuke se enfurnou em seu quarto durante o resto do dia e fez o mesmo no domingo. Fugaku não se importou com sua ausência e Sasuke duvidava que os outros fossem diferentes. Segunda chegou trazendo o frio, o que dificultou a hora de acordar, o Uchiha mais novo quase jogou o celular na parede quando o som irritante do alarme lhe arrancou do sono.

Aquele era o dia em que Sai começaria a frequentar as aulas e não havia nada de divertido nisso. Sasuke fez a mesma coisa de sempre, pegou suas roupas e foi tomar banho antes de descer para comer alguma coisa. Fugaku estava conversando com Sai quando Sasuke entrou na cozinha.

‒ Vá até a secretaria, eles vão lhe mostrar os horários das suas aulas ‒ dizia o mais velho dos Uchiha. Sai assentiu.

‒ Sim.

‒ E Sasuke vai estar lá também, então ele vai lhe ajudar. ‒ Sasuke ficou tentado a retrucar e dizer que não faria absolutamente nada, mas um olhar de seu pai o fez continuar calado. ‒ Pegue algo para comer, eu vou levar você e seu primo para a escola.

Sasuke não se preocupou em comer nada e seguiu seu pai até o carro. Fugaku deixou os dois garotos quase em frente a escola e não se preocupou em desejar boa sorte ao sobrinho.

‒ Não preciso da sua ajuda ‒ disse Sai assim que o carro partiu.

‒ Hn ‒ resmungou e se afastou do garoto pálido, indo para sua sala.

Assim que Sasuke passou pelas portas da entrada, seus olhos dispararam na direção de uma cabeleira rosa no fundo do saguão. Por algum motivo, o coração de Sasuke falhou uma batida ao saber quem era. Ele não a tinha visto desde o beijo e por mais que estivesse ansioso para vê-la novamente, sentia-se nervoso só em avistar seus cabelos rosados.

Sasuke fez menção se alcançá-la, mas resolveu não fazer isso. Algo o impediu. O que ele ia dizer? O que ela ia dizer? Sasuke nem sabia o que estava acontecendo entre eles. Um beijo tinha sido trocado, um único beijo e Sasuke nem sabia o que aquilo tinha significado.

Ele passou a mão furiosamente pelo cabelo escuro e continuou seu caminho para sua primeira aula. Até o almoço, Sasuke trocou três vezes de sala, mas somente uma coisa passou pela sua cabeça durante aquele tempo: Sakura. O moreno já estava ficando irritado por não conseguir prestar atenção na aula, mas aquela garota continuava presa em seus pensamentos.

Caminhando pelo corredor, a procura de Naruto, no horário do almoço, Sasuke se deparou com Ino e Sai conversando.

‒ Sasuke! ‒ chamou a loira, sorrindo. Relutante, Sasuke se aproximou. ‒ Eu encontrei seu primo!

‒ Hn ‒ resmungou.

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‒ Nós tivemos todas as aulas juntos até agora ‒ disse Ino, animada, e Sasuke se lembrou de Gaara por alguma razão.

‒ Acho que depois do almoço também ‒ disse Sai, sorrindo para a Yamanka. ‒ Ei, Sasuke, você viu Sakura por aí? ‒ indagou casualmente, fazendo a mandíbula de Sasuke apertar imediatamente.

‒ Sakura Haruno? ‒ Ino perguntou curiosamente. Sai olhou para ela.

‒ Sim.

‒ Como você a conhece? ‒ A loira entortou a cabeça.

‒ Sakura mora na casa ao lado da de Sasuke ‒ disse Sai e Ino olhou para Sasuke, que continuava quieto, pensando se era bom ou não Ino saber onde Sakura morava.

‒ Sério? Então vocês são vizinhos? ‒ perguntou, as sobrancelhas arqueadas. Sasuke se limitou a assentir levemente. ‒ Nossa! Eu não sabia! Na verdade, acho que ninguém sabia. ‒ Sasuke sentiu desconforto quando Ino lhe direcionou um olhar um tanto acusador.

‒ Então, priminho, você a viu? ‒ Sai pressionou, mas a loira colocou a mão no braço do garoto pálido, chamando sua atenção.

‒ Sai, ele nem vai precisar responder. Ela vem vindo ali. ‒ Ino apontou para um ponto além de Sasuke e os dois Uchiha se viraram para observar Sakura, que vinha andando pelo corredor de cabeça baixa. ‒ Sakura!!

A rosada olhou para cima, e sorriu um pouco quando avistou Ino acenando freneticamente para que ela se aproximasse, mas seu sorriso desapareceu no momento em que seus olhos encontraram os de Sasuke. O moreno havia prendido a respiração sem perceber quando a Haruno encarou-o e assistiu nervoso ela caminhar na direção deles.

‒ Olá ‒ cumprimentou ela timidamente quando parou ao lado de Ino e Sasuke. O garoto olhou para ela, que não se atreveu a encará-lo novamente, e não pôde deixar de lembrar quando suas mãos estavam sobre o corpo dela. Era bom.

‒ Eu estava procurando você. Achei que poderia me ajudar no primeiro dia ‒ disse Sai, fazendo a rosada sorrir.

‒ Ah, é mesmo, você está começando hoje ‒ seu tom era de surpresa. ‒ Eu tinha esquecido ‒ disse, fazendo Sasuke se perguntar quando ela tinha conversado com Sai sobre a escola. ‒ Está conseguindo se adaptar?

‒ Sim, Ino está sendo muito legal, me ajudou a encontrar as salas de aula ‒ comentou Sai e Sasuke revirou os olhos, sabendo que o primo não era nem um pouco amigável.

‒ Ah, não custa nada ‒ disse Ino, as bochechas assumindo um tom rosado.

Sasuke revirou os olhos.

‒ Eu estou indo para a cantina ‒ disse ele, indiferente. Sakura olhou para ele, mas desviou o olhar quando Sasuke encarou-a e o moreno observou que as bochechas dela ficaram parecidas com as de Ino. O canto dos lábios de Sasuke curvou-se minimamente.

‒ Daqui a pouco vamos para lá ‒ Ino falou. Ele se limitou a lançar um olhar para a garota e depois se afastou.

Enquanto andava, o Uchiha não pode deixar de pensar nas reações de Sakura. Ele realmente, realmente, não queria que eles ficassem desse jeito. Não queria que ela ficasse envergonhada ou coisa parecida, por que significava que eles iriam se afastar. Sasuke gostava de ficar perto de Sakura, não fazia muito tempo que tinha admitido a Haruno como uma pessoa importante e ele não estava disposto a perdê-la por um momento.

‒ Sasuke! Espere! ‒ O Uchiha se virou para ver Naruto caminhando em sua direção, tinha se esquecido completamente do amigo. ‒ Bastardo, você anda muito rápido!

‒ Hn. O que foi? ‒ perguntou e continuou a caminhar.

‒ Eu vi o seu primo hoje, na segunda aula com a Ino ‒ disse o loiro com uma careta de desgosto, Naruto também não gostava de Sai. ‒ O foguinho que se cuide ‒ comentou, falando de Gaara. Sasuke bufou.

‒ Que cuide da Ino. ‒ Naruto sorriu.

O moreno suspirou e ficou escutando seu melhor amigo falar sobre uma menina que tentara arrancar seus tênis no fim de semana. Os dois se encontraram com os outros no lugar de sempre, Karin estava lá também, com a aparência bem melhor, seu rosto já tinha cor e sua voz tinha voltado a ser alta como antes. Alguns minutos mais tarde, Sasuke foi obrigado a ver Sai sentar à mesa e conversar com seus amigos como velhos conhecidos. Isso fez com que o Uchiha terminasse seu almoço e saísse de lá mais cedo que os outros.

E dali em diante os dias passaram como um borrão para Sasuke. Nada muito interessante acontecera além de sua constante frustração de ver Sakura ignorando-o. Ele a encontrara várias vezes nos corredores, mas a garota se recusava a falar com ele e eram raras as vezes que ela lhe direcionava um olhar, e quando acontecia, era rápido e carregado de timidez e vergonha.

Sasuke já estava ficando irritado. Ele também não tomava a iniciativa de acabar com aquela bobagem, mas já estava ficando completamente aborrecido com toda aquela rejeição, se assim podia chamar.

‒ Podem guardar suas coisas, amanha nós corrigiremos esses exercícios ‒ disse a professora Kurenai.

Sasuke fechava sua mochila quando o sinal anunciou o fim da aula, ele jogou-a em seu ombro e se dirigiu para fora da sala. O corredor estava cheio de alunos loucos para irem para casa, mas Sasuke conseguiu avistar sua vizinha, que não estava muito longe dele. A garganta de Sasuke fez um barulho enquanto ele pensava no quão fácil era se aproximar de Sakura e foi isso que ele decidiu fazer, mas antes que pudesse apressar o passo até ela, Sakura olhou para trás e viu Sasuke. Ele pensou na possibilidade de sorrir para ela, mesmo que lhe custasse, mas seu rosto se fechou em uma carranca quando ela voltou a olhar para frente e se desviou de alguns alunos, tentando sair de lá rapidamente.

Com uma súbita onde de raiva, Sasuke andou mais rápido e quase derrubou uma menina quando passava por ela. Sua mão encontrou o pulso de Sakura e puxou-a para perto de si. Sakura se voltou para ele com os olhos assustados.

‒ Sasuke! ‒ exclamou em reconhecimento. O moreno escutou o barulho que ela fez quando engoliu em seco. Sakura estava com medo? ‒ O que voc...

De repente, Sasuke percebeu que várias pessoas estavam olhando para eles, curiosas. Então, ele a puxou na direção contrária da saída, para um lugar muito conhecido por Sasuke. Ele ia dar um fim naquela situação ridícula.

‒ Sasuke, o que você está fazendo? ‒ perguntava ela freneticamente, mas não fazia esforça para se libertar do aperto do moreno em seu pulso. ‒ Para onde está me levando?

Eles pararam em frente a uma porta, Sasuke abriu-a e puxou a menina junto. Sakura pressionou as costas na parede quando o moreno soltou seu pulso e fechou a porta. Sasuke tateou a parede até encontrar o interruptor e acendeu a luz para em seguida focar seus olhos na garota que olhava para as vassouras próximas deles. Eles estavam no armário da limpeza.

Sasuke deixou sua mochila escorregar do ombro e cair no chão. Sakura, então, olhou para ele, seus olhos verdes confusos e tímidos fizeram a mandíbula do garoto apertar. Lhe direcionando o mais intenso dos olhares, Sasuke disse:

‒ Chega dessa palhaçada.