So Sick

Encontro no aeroporto


Pov: Autora.

O homem de cabelos grisalhos olhava para o painel desolado, o avião para San Francisco já havia partido, ele estava atrasado com ela, como sempre. Sempre fora assim, desde sempre, ela sempre estava inalcançável para ele, não literalmente, mas de alguma forma, sempre havia algo que impedia uma aproximação nítida deles. Mesmo depois de tantas indiretas reveladoras e dias que mais pareceram sonhos, afinal o simples fato de estar perto dela já era um sonho, sempre algo estava lá para atrapalhar, sendo humano ou simplesmente emocional. Mas Grissom sempre admirou a forma como Sara nunca desistia do que queria determinada a superar qualquer coisa que se opunha a seu objetivo. Mesmo que ela conseguisse se aproximar dele, sentia que ainda havia milhares de quilómetros que os separavam, nunca seria capaz de entendê-lo.

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Mas ela nunca desistia, e a única vez que sentiu que nunca alcançaria o que era preciso para estar ao lado de Grissom sem ser como sua mera subordinada, verdade seja dita, ela está cansada, e mas uma vez fazendo-se a mesma pergunta: Por quanto tempo um coração quebrado pode esperar? Ela aprendeu da pior forma que um coração partido não espera e nem cicatriza ele apenas se esconde, dentro de um punhado de tristeza e torna-se sombrio.

“Deus, cuide dela enquanto eu estou longe... Não deixe que ela se sinta triste ou solitária, enquanto este coração bater faça apenas que ela saiba que eu sempre estarei torcendo por ela e sempre vou ama-la de qualquer forma.” –Pensou ainda olhando para o quadro, ela já se fora, nunca teria uma chance com a mulher de sua vida. Mas a culpa era dele, por quanto tempo achou que ela iria esperar por algo como isso, ela merece alguém emocionalmente disponível.

Abaixou a cabeça e colocou as mãos nos bolsos do casaco que vestia, respirou fundo e implorou para a mente trazer da memória uma imagem dela sorrindo, só mais uma, para que ele nunca se esquecesse de quanto ela era linda. Estava assim á alguns segundos e não viu que uma certa morena se aproximava de vagar dele, com um toque leve no ombro ela o chamou.

-Gil?

Ele se virou de vagar para ver quem o chamava, estava com o coração disparado e não sabia se isso era normal, nunca uma mulher o fizera se sentir assim não dessa forma. Quando estava com ela o coração disparava, durante alguns segundos ele esquecia o nome e nem conseguia formar uma frase completa, digna de sua sabedoria. Ela o confundia, sabia que a amava mais nunca tivera coragem suficiente para contar a ela a razão de seus devaneios ou o único vento que odia derrubar o castelo de cartas que era a sua vida.

Ele sempre tentara, sem sucesso, esconder que para ele, Sara era bem mais do que uma ex- aluna ou simples subordinada, não podia negar que toda vez que a via lembranças de uma garota inteligente que lhe fez milhares de perguntas e lhe fascinou desde a primeira vez. A única aluna que falava com ele quase que no mesmo nível e almoçava com os professores, a menina inteligente que o conquistou também pela beleza. Principalmente os olhos, que eram de um castanho perfeito, ele ainda se lembra da forma como eles o faziam se perder.

E essa era a hora de falar tudo o que ele sempre quis, tinha de ser forte, tinha de conseguir, se teve, por milagre ou destino, uma segunda chance com ela não podia desperdiçar com seu medo ou sua insegurança, ele tinha de ter a chance de fazê-la feliz. Sempre quisera isso e está na hora de por em prática. Ele só tinha de arranjar as palavras certas, tinha que achar a coisa certa para dizer a ela, não podia decepciona-la, não agora. Com um suspiro e fazendo o celebro trabalhar a mil por hora ele sentiu um choque de adrenalina correr pelas veias e conseguiu erguer a cabeça para dizer encara-la, olhar nos seus olhos, conseguindo dizer, ainda com a voz trêmula:

-Sara...?

“O amor é algo que não podemos ver ouvir tocar, sentir o gosto ou tocar, mas precisamos estar com todos os sentidos apurados para demonstra-lo para quem amamos.”

“Esqueça os erros, as mágoas e todo o sofrimento do passado é hora de começar de novo!”

Pov: Autora.

A morena viu a surpresa dele, mal podia acreditar que era ele mesmo que estava á sua frente, mas ninguém tinha o direito de dizer a ela que tudo aquilo era uma ilusão, afinal, nada no mundo poderia trazer sensação melhor do que olhar naqueles olhos azuis profundos e perfeitos. O rosto muito bem emoldurado por cabelos grisalhos que eram extremamente cheirosos, ela gostaria muito de poder acaricia-los sem que aja alguma reprovação ou estranheza. A barba de tom meio castanho que lhe fazia o rosto aparentar mais mistério. Mas o que em Gil Grissom não é misterioso? Seu coração martelou o peito, como se alguma vez que ele a olhasse isso não acontecesse, um suspiro saio dela, queria abraça-lo, mas sabia que isso era impossível, eles nunca foram nada, não é? E nem nunca serão, então por que diabos ela saíra do avião? Não podia tentar levar uma vida... Normal? E claro que não, ele nunca deixaria sua mente. O arqueado que suas sobrancelhas fizeram, lembraram-na que deveria falar algo, não era normal encarar uma pessoa sem falar nada.

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-O que faz aqui? –A voz dela ela suave, quase um sussurro.

A voz delicada dela fez com que todos os neurônios dele dessem um salto, fazendo o cérebro emitir mensagens para que ele se mexesse ou fizesse algo, mas nada, somente aquela mulher era capaz de fazer isso com ele, um coração bateu forte, os olhos castanhos de Sara o olhavam atentamente, o que fez com que ele desejasse saber o que se passava na mente dela. Sara, ao contrário dele, sabia se expressar, com palavras e gestos, não apresentava dificuldade em dizer ou mostrar o que pensa, mas naquele momento ela estava um tanto enigmática, talvez tivesse aprendido com ele, ou simplesmente não era capaz de interpreta-la.