The Sound Of 2 Hearts

34 ~ Parte 1


- Miranda

- Por que estamos aqui mesmo? – Ele perguntou de novo, quando descemos do carro, na garagem.

- Porque você concordou em vir comigo, para dar uma opinião masculina. – Argumentei, pegando a minha bolsa e a pendurando no braço.

- Por que eu concordei mesmo?

- Porque você é o primo mais lindo que alguém pode ter. – Sorri, bajulando.

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- Certas coisas a gente não fala para não parecer convencido, mas já que você disse. – Ele deu uma risadinha curta, ajeitando a gola da jaqueta.

Entramos no shopping. Eu sinceramente não fazia ideia do que comprar para o Justin. Vi uma loja de artigos esportivos, mas eu não ia entender bulhufas se entrasse ali.

- O que está pensando em comprar para ele? – Perguntou, meio entediado.

- Não sei, estava pensando em algo... Inusitado. Algo que ninguém nunca deu a ele. – Falei, olhando a vitrine de uma loja.

- Talvez... Uma boa educação? – Ele arqueou uma sobrancelha e sorriu, debochado.

- Ah... Ty... Isso não foi legal. Jus é um garoto muito educado, se você quer saber. – Defendi. O que deu nele para falar daquele jeito?

- Sei... – Falou como se discordasse e bufou.

- Ok, eu quero sugestões. E não críticas. Vem, vamos entrar nessa loja. – Falei, entrando na loja de CDs. Nunca entendi porque lojas de música são um tanto vazias. Ali é tão agradável... Ah, sim, eu havia me esquecido. Havia o iTunes para facilitar a vida de muita gente.

- Por que não leva esse aqui? – Tyler apontou pra um CD De heavy metal.

- Acho que ele não gosta muito de rock, Ty. Estava pensando em algo... Eu hein, quem escolhe o nome artístico de Tupac? – Brinquei quando vi o CD.

- Tupac? O rapper? Aposto que se você levasse esse CD, o seu namoradinho ia gostar. Afinal...Quem não gosta do Tupac? Ele é o maior rapper de todos os tempos! – Tyler falou, de repente parecendo animado.

- Ah, você acha? Hm, então eu vou levar esse. Obrigada Ty. – Dei um beijinho na bochecha dele.

- De nada, Miranda. – Ele falou piscando pra mim e sorriu de um modo estranho.

- Não vai querer levar nada? Escolhe alguma coisa. Quero te dar um presente. – Sorri de volta, olhando mais alguns CDs antes de ir para o caixa.

- Hm, não precisa, Miranda. – Ele sorriu sem graça.

- Qual é Ty, eu insisto. Eu não te dei presente de natal. – Insisti. Ele revirou os olhos. – Ok, então eu vou te dar o que eu quiser. Não reclame quando eu te der o boneco do Justin.

- Ok, aí já é demais não acha? Quer dizer, um boneco? Do Bieber? E depois, você vai me dar a casinha de bonecas da Katy Perry? – Ele zombou.

- Ty! O que deu em você hoje? Meu Deus, está implicando com tudo o que eu falo! Se não queria me ajudar a escolher o presente do Jus, não tinha vindo! – Quase gritei.

- Desculpe, Miranda. É só que a ideia de você namorar o Justin ainda não é muito aceitável pra mim. – Ele abaixou a cabeça e colocou as mãos nos bolsos da calça.

- Eu... Ahn, por quê?... Esquece, vamos para casa. – Falei e fui para o caixa.

- Miranda, espera. – Tyler puxou meu braço, me fazendo virar e encarar seus belos olhos castanho-escuros, mas nada comparados aos olhos cor de mel de Justin. Eu não estava entendendo mais nada.

- Por que o escolheu? Por que ele é famoso e pode te dar tudo o que você quiser? Eu não consigo me conformar com isso. Aquele garoto não sabe como tratar uma mulher de verdade, ele mal sabe agir como um homem de verdade e não pode te fazer feliz como eu posso. – Hein? – Talvez você possa me odiar pelo resto da vida, mas eu iria me odiar se não fizesse isso. – Ele mal terminou de falar e senti seus lábios junto aos meus. Seus lábios eram quentes, mas não tinham paixão, eram urgentes e eu ainda estava meio que em choque. Aconteceu tão rápido que nem tive tempo de entender do que ele falava, mas não podia retribuir àquilo de jeito nenhum.

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- Ty! – Pedi, mas ele não me soltou, ainda tentando pressionar seus lábios contra os meus. – Tyler! – Consegui me soltar. – O que... Meu Deus, o que... Desculpe, Ty, a gente não pode fazer isso.

- Por que não? Nós conhecemos tudo um do outro... Crescemos juntos. Eu sei o que te faz feliz. – Argumentou ele, segurando meus braços.

- Vamos para casa, Tyler. Por favor. – Pedi, olhando para o chão. Eu estava um tanto confusa de repente. Me senti uma completa idiota. Como eu não havia notado aquilo? Ele estava tão quieto e estranho. Paguei o CD e saí da loja, indo em direção à saída.

- Miranda. - Senti alguém segurar meus braços. Parei, fechei os olhos e respirei fundo.

- Ty, isso nem faz sentido, por favor.

- Você sabe que faz. - Ele sussurrou no meu ouvido.

- Não, não faz. – Virei-me e encarei um carro amarelo fluorescente que havia na garagem.

- Só... Sente, ok? – Pediu, puxando meu rosto e grudou nossos lábios. Puxou meus braços e os pousou em seu pescoço. Por um segundo, eu respondi. Por um mísero segundo, eu estraguei tudo.

- Ty! Não! Me solta. - Falei, me soltando dele, que tinha um brilho nos olhos que eu nunca vi antes.

- Miranda? - Gelei ao ouvir isso. Não era o Tyler falando meu nome.

- Chris? - Virei-me, relutante. Não, aquilo tinha que ser um pesadelo. E eu ia acordar ali, naquele momento. Não acordei e Chris continuava meu olhando daquele jeito.

- Ah, fala sério! - Tyler reclamou.

- Uau. O que... O que eu devo dizer? Ele... Ele não é aquele seu primo? - Perguntou ele, com um olhar espantado e ao mesmo tempo triste. Não suportei ver aquilo e não suportaria ver Justin do mesmo jeito. Desejei desaparecer dali, para sempre.

- Chris... Por favor...

- O que eu vou dizer ao Justin? “E aí, dude. Sabia que eu vi a Miranda beijando o primo dela? Surpreendente não é?”. É isso o que quer que eu diga? – Ele me encarou, esperando uma resposta. Abri a boca para falar, mas um carro prateado parou ao nosso lado e Chris entrou nele, me olhando com pesar. Pude ver Caitlin no banco do motorista, ela acenou para mim e eu forcei um sorriso.

Olhei o carro sumir depois das cancelas da saída do shopping. Respirei fundo e olhei em volta. Tyler estava encostado em um carro, como se nada tivesse acontecido. Dei meia volta e caminhei até o ponto de táxi.

- Ei! Aonde você vai? – Ouvi Tyler perguntar.

- Para casa. – Resmunguei.

- Mas... O carro está para lá...

- Só que eu não vou com você, Tyler.

- E por que não? – Perguntou com uma cara de inocente. Bufei e continuei andando.

- Miranda... Isso não vai dar em nada. O pirralho...

- Chris. – Corrigi.

- Que seja. O Chris não vai contar nada. – Disse, revirando os olhos.

- É, Tyler. Mas eu vou saber o que aconteceu. E isso vai me matar por dentro. – Respondi. Um táxi parou para mim. Abri a porta.

- Vamos conversar! – Ele pediu.

- Tchau, Tyler. – Falei e entrei no táxi.

Dei o endereço para o taxista e tombei a cabeça no encosto do banco, sentindo a pulsação em meus ouvidos. Me xinguei internamente e suspirei. O taxista olhou para mim pelo retrovisor.

- Dia difícil?

- Um pouco. – Admiti.

- Mesmo um dia depois do natal? – Ele sorriu para mim, pelo espelho. – Segunda-feira nunca é fácil. Mas sabe de uma coisa? É um dia bom... É um dia para recomeçar.

- Recomeçar o que? Se você já acabou com tudo? – Perguntei, desolada, e meus olhos se encheram de lágrimas.

- Ora, então por que não dá a volta por cima?

- Estou me sentindo a pior pessoa do mundo. – Aquilo não foi bem uma resposta, saiu sem querer.

- Por cometer um erro?

- É...

- Imagina se todo mundo fosse desistir por cometer um erro? O mundo seria bem pior. Acredite, quem nunca errou, que atire a primeira pedra.

- Ele não vai me desculpar. – Suspirei, tentando conter a vontade de chorar.

- E por que não? Ele nunca errou? – Sua voz tinha um tom divertido, como se estivesse gostando daquela conversa.

- Sim, claro... Mas...

- Ah, entendi. Você não pode errar, não é?

- Não sei se é isso...

- Então, de qualquer forma, por que ele teria o direito de não te perdoar?

- Porque...

- Ele não tem. – Cortou ele. – São 67 dólares. – Falou e eu olhei pela janela, a minha casa, impressionada como foi rápido.

- Ahn... Obrigada. – Falei, pagando a corrida a ele e sai do carro.

Entrei em casa devagar demais. Subi um degrau de cada vez e desabei na cama. Peguei o CD e fiquei analisando a capa. Era um especial, com músicas não gravadas do rapper. Parecia antigo.

Meu celular tocou, me dando um susto. Olhei o visor, e, com alívio, vi que era a minha mãe.

- Oi mãe.

- Tenho ótimas notícias! Norah vai voltar amanhã! – Ela parecia bastante empolgada.

- Jura? – Sentei na cama, colocando a mão na boca. Aquilo havia feito o meu dia.

- Sim. Quando eu chegar em casa, que tal combinarmos alguma surpresa?

- Acho demais!

- Ok. Vou desligar, o trabalho me chama. – Ela deu uma risadinha. – Te amo. – E desligou.

Sorri para as paredes. Norah vai saber como me ajudar.

~x~