Sempre me irritei com o barulho. Mas a falta dele também me irrita.
Para que me irritar?
Estou absolutamente sozinha aqui, com quem ou com o que eu poderia me irritar? Não vale a pena cuspir palavras estúpidas ao único travesseiro impecável e inocente.
Ao mesmo tempo tudo é único e tudo é apenas mais uma coisa. Ainda não encontrei o sentido. Como encontrarei o sentido para o nada?
A cada dia, pelo menos, aprendo coisas. Aprendi o valor das palavras pela ausência delas. Elas vivem apenas na minha mente, ecoando tão rápido que às vezes sou obrigada a gritar “Calma! Eu não te acompanho”. E elas não me obedecem, simplesmente continuam a festejar sem dó, criando ideias impossíveis de serem executas, sendo que eu apenas tenho o nada.

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