Inovando
Capítulo Único
Até agora não tinha entendido porquê havia feito aquilo. Foi simplesmente uma vontade que veio do nada... E acabou cumprindo o desejo repentino.
Na hora estranhou muito, demais, e depois ficou feliz com aquilo. Mas naquele momento, na porta da sala onde teria a reunião do G8+5, estava um tanto hesitante.
O que os outros falariam? Constrangeu-se totalmente, soltando um suspiro e dizendo baixo para si mesmo uma frase de incentivo – mas que por culpa do nervosismo, não ajudou muito.
Não aguentou e acabou pegando o casaco com capuz que havia trazido consigo caso não tivesse coragem, colocando-o rapidamente e cobrindo a cabeça.
Colocou a mão sobre a maçaneta, apertando-a um pouco, e suspirando novamente. Girou devagar, respirando fundo, e depois abriu a porta de uma vez.
- Nihao, aru! - Cumprimentou todos, sorrindo naturalmente, como se não tivesse nada diferente em si.
Yao não lhe espantou de aquilo acontecer, mas ficou nervoso. Um silêncio incômodo pairou a sala, fazendo-lhe engolir seco e seu sangue subir um pouco para as bochechas.
- Desculpem o atraso, aru... - Tentou ainda agir de modo natural, mas todos continuavam com o mesmo olhar e em silêncio.
Os outros países, obviamente, estranhavam-no – usando um casaco, cobrindo a cabeça, em um dia que estava até meio quente. E, mesmo que estivesse frio, era preciso mesmo usar capuz em um lugar fechado?
- CHINA! Por que o capuz? - Quebrando o silêncio exclamou o americano, apontando constantemente para o chinês.
Ficou mais constrangido, e antes que pudesse bolar uma resposta boa, outra pergunta lhe foi dirigida: - Vee, mas hoje está calor! Não está doente, Cina?
Gaguejou, e não conseguiu responder novamente, sob o olhar preocupado de Yuvaraj ao dizerem que estava doente. Ivan logo ameaçou se aproximar, curioso pelo capuz, e também lhe perguntando se se sentia bem. Recuou.
- N-não, estou bem aru! - E desviou de direção por ter se aproximado do francês que lhe oferecia uma massagem, com claras segundas intenções.
Recebeu uma advertência de preocupados japonês e alemão, tomando cuidado para não sentir calor com aquele casaco. Luciano e Eduardo lhe ofereceram um pouco de comida, e sugerindo para tirar o casaco – sabiam como era sentir calor, apesar de já mais acostumados.
- Por que o capuz, então? - Perguntou o africano, de modo curioso mas gentil.
- É que-! - Continuava a pensar em uma boa desculpa, mas foi surpreendido pela mão de Arthur em suas costas, lhe impedido de fugir.
O inglês e o russo lhe cercaram e Alfred se aproximou, esticando a mão para alcançar o capuz de seu casaco. Tentou segurar o tecido no lugar, mas suas mãos foram seguradas pelos outros dois.
- Deixe a gente ver, China! - Disse o americano, animado.
- Deixa, deixa~ - Torceram os latinos, batendo palmas.
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Os outros assistiam, rindo um pouco alguns, outros dizendo para deixarem Yao em paz – mas só os incentivos foram ouvidos pelo estadunidense.
Alfred agarrou o capuz, afastando-o rapidamente antes que o chinês pudesse fazer qualquer coisa para impedí-lo de fazer aquilo. E depois, um silêncio constrangedor ocupou a sala novamente.
Yao abaixou a cabeça, tentando não olhar para os outros, corando violentamente.
Uma característica do chinês era o cabelo comprido, a maioria das vezes preso em um rabo-de-cavalo baixo – desde bastante tempo, afirmam os que o conhecem desde anos atrás. Mas agora os fios estavam cortados, curtos em relação ao penteado anterior.
Continuava com seu ar feminino, mas o novo corte tirava um pouco daquilo – só um pouco, mas Yao continuava adorável como sempre.
- C-Chuugoku-san... Está tão... - Murmurou Kiku, levando as pontas dos dedos aos lábios, ruborizando-se de leve.
- ESTÁ TÃO FOFO! - Alfred gritou completando, olhando Yao de todos os ângulos.
- Está realmente bonitinho, vee! - O italiano aplaudiu, de modo infantil, acompanhando o brasileiro e o mexicano.
O sul-africano e o alemão aprovaram. Yuvaraj se remexia em sua cadeira, resistindo a tentação de abraçar seu irmão, chamando-o de fofo também diversas vezes em sua língua.
Ivan e Francis também gostaram, mas pareciam que iriam lhe estuprar a qualquer segundo.
Recebeu um “How cute...” de Arthur, e de outra pessoa que não identificou quem era (Matthew). O inglês sorriu, tocando de leve as madeixas agora curtas.
- A-aiyah... - Coçou a nuca, ainda com as bochechas vermelhas. Olhou para todos, confirmando a aprovação dos outros países.
Riu de leve, retirando o casaco. Se eles haviam gostado, estava tudo bem. Ficaria com aquele penteado então.
Inovar daquele jeito não havia sido uma má idéia, disse para si mesmo, sorrindo alegremente.
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