- Você vai fazer um buraco em meu carpete novo, Charles! – Serena reclamou, logo depois de passar a folha da revista de decoração, que ela olhava sentada no sofá branco do seu apartamento.

- Desculpe! – murmurei, olhando para o meu relógio de pulso – Eles estão atrasados! – comentei e a minha irmã bufou, fechando a revista de decoração entediada.

- Eles já estão chegando, Chuck! Fique calmo! – Serena falou calmamente – Só acho que você deveria ter falado com o papai e a mamãe, antes de chama-los aqui! Quando a Dona Lily, por os olhos na Valentina vai ser estourada a Terceira Guerra Mundial!

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- Se você está tentando me ajudar – comecei – Saiba que não está funcionando, muito! – falei irônico.

- Eu só estava sendo sincera! – deu de ombros – Agora é sério Chuck! – pontuou - Fique calmo nós vamos enfrentar isso juntos! – assegurou – Só tente não perder a cabeça, a Val é só uma criança – falou pausadamente, colocando as mãos sobre a sua barriga - Ela não vai entender que tudo que está acontecendo, não é a sua culpa! – explicou – Não saia gritando, que tudo é culpa da Blair, porque querendo ou não, Valentina é filha de Blair e nenhum filho gosta que falem mal de sua mãe!

- Vou tentar! – prometi – Será que eles vão demorar mais? Por que eu já estou começando a ficar com dor na barriga! – exclamei e Serena explodiu em gargalhadas.

Eu adorava o senso de humor da minha irmã mais velha, às vezes eu tinha vontade de sufoca-la. Será que o Dan, ficaria muito irritado? Só ela para achar graça num momento trágico como aquele.

- Lembra quando você tinha doze anos – comentou nostálgica – Você estava apaixonada, pela filha de nossa vizinha, e ela tinha três anos a mais do que você – falou pausadamente – Quando você foi falar com ela, você fez xixi nas calças de tanto medo! – falou se rompendo em gargalhadas.

Revirei os olhos. Definitivamente, Dan não sentiria a sua falta.

- Me poupe Serena! – resmunguei e ela retomou a rir.

- Fique calmo, Sr. Rabugento! – falou entre risos - Vai dá tudo certo! – garantiu séria – Pode confiar, eu sinto isso!

- Você também tem uma bola de cristal? – perguntei irônico.

- Meu sexto sentido anda apurado, com a gravidez! – falou ignorando o meu tom irônico, acariciando a sua barriga, enorme.

Por um momento, me peguei pensando em como havia sido a gravidez da Blair. Como seria a sensação de vê a minha pequena crescendo em sua barriga. Queria ter estado com ela na hora do parto, segurando em sua mão e acariciado os seus cabelos. Ter pegado a Valentina em meus braços, ter passado as noites em claro e visto os seus primeiros passos e palavras.

- Como está Sophia? – perguntei curioso, pousando as mãos em sua barriga.

- Eu estou ansiosa para vê-la! – comentou sonhadoramente – É a mesma sensação inexplicável de quando eu estava gravida dos gêmeos! É como se eles fossem o meu tudo! – divagou.

- É da mesma forma que eu me sinto com a Val! – admiti.

Nunca pensei que algum dia, alguém ocuparia um lugar tão importante na minha vida. Valentina havia me transformado por completo.

- Isso é ser pai e mãe, Chuck! Seja bem-vindo ao meu mundo! – falou com um sorriso no rosto.

Foi neste momento, que a campainha soou.

- São eles! – anunciei nervoso, como criança que acabará de ser pega em flagrante.

- Se acalme! – Serena falou se levantando – Vai dá tudo certo! – ela caminhou até a porta – Vou abrir a porta agora! – anunciou – Tente respirar!

Serena destravou a porta, girando a maçaneta em seguida. Lá estavam eles, meus pais que não os viam há mais de três meses. Minha mãe – Dona Lily Bass - era uma senhora pequena, com enormes cabelos loiros levemente ondulados, que combinavam perfeitamente com a sua pele branca e os seus belíssimos olhos azuis. Ela vestia uma saia de cintura alta preta e uma blusa branca de botões.

Já o papai, era um senhor alto com a pele extremamente clara. Seus cabelos eram em tom de castanho escuro e os seus olhos, eram castanhos claros – dos quais eu havia herdado. Senhor Robert, estava repleto por sacolas de marcas, provavelmente minha mãe resolverá fazer as suas compras e fizera o meu pai de seu empregado exclusivo.

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- Vocês já chegaram, pensei que demorariam mais! – Serena falou sorridente, mas no fundo sabia que ela estava temerosa com toda a situação.

- Seu pai cansou! – mamãe falou dando de ombros–O Meu Deus! – exclamou – Já estava ficando preocupado, Charles Bass! Pensei que teria que marcar hora com a sua secretaria, filho ingrato! – falou me abraçando com os seus bracinhos finos.

- Me desculpe! – murmurei incerta.

- Está perdoado! – mamãe falou se separando de mim – Contanto que você prometa que não vai fazer isso de novo...

- Claro! – sorrir antes de cumprimentar o papai, que já havia largado as sacolas de compras da mamãe em algum lugar da sala – Senti a sua falta! – admitir para o meu pai, que deu duas tapinhas nas minhas costas, coisa dos homens da família Bass.

- Então, Serena me disse que você tem algo para nos dizer! – mamãe começou – Se você for anunciar o seu casamento com a Jenny, saiba que faço muito grado – divagou – Ela é uma boa moça, às vezes fútil de mais, mas mesmo assim é uma boa garota!

- Não é nada disso mãe! – neguei a cortando, senão daqui a pouco ela estaria planejando todos os detalhes da decoração da minha nova casa, onde eu seria muito feliz com a Jenny. Pura ilusão.

- Então o que é filho? – papai questionou se sentando ao lado de Serena, no sofá.

- Não vai me dizer que a Jenny está grávida? – mamãe perguntou alarmada.

- Fique calma, mamãe! – Serena a censurou – Deixe que Chuck, conte-nos a sua grande notícia do ano! – encarei os olhos azuis da minha irmã, em sinal de agradecimento e ela me deu um meio sorriso me incentivando.

- Nós estamos esperando, Chuck! – papai chamou a minha atenção.

- Vocês se lembram da Blair? – questionei sem saber por onde começar e pela careta de desagrado da minha mãe, me dizia que eu havia escolhido a forma errada.

- O que tem essa vadia? – mamãe me interrompeu.

Oh mania triste que ela e a Serena tinham. Porque elas não aprendiam a ouvir mais, do que falar.

Todos os três pares de olhos me encararam, esperando impacientemente pela minha fala. Respirei fundo, eu sabia que eu tinha que dizer isso o mais rápido possível. Não adiantava mais adiar, qualquer dia desses, minha mãe saberia a verdade sobre a Valentina.

- Ela é a mãe da minha filha! – declarei rapidamente.

Os olhos azuis da minha mãe estavam arregalados, por sua incredulidade.

- Filha? Blair? – mamãe questionou incerta – Essa é alguma espécie de brincadeira, Charles Bass? – o tom da mamãe me diria que ela estava extrapolando o seu próprio termômetro de estresse.

- Não é brincadeira, mamãe! – garanti e ela se sentou rapidamente no sofá.

- Quando você descobriu isso? – questionou me encarando.

- Há alguns meses! – admiti.

-Quando você iria me contar essa loucura? Eu estava certa! – declarou – Eu sempre soube que estava certa – pontuou - Essa garota só fez acabar com a sua vida!

- Mãe! – Serena começou – Deixe Chuck falar!

- Você também sabia? – questionou irritada para Serena – Isso é um complô contra mim! – exclamou dramática, a academia de artes estava perdendo uma atriz entanto. Mamãe adorava dramas.

- A Valentina é a minha filha! – declarei segura.

- Valentina? – falou incrédula – Quem garante que essa menina é sua filha? Blair pode está planejando um golpe! Aquela garota era uma vadia! – mamãe exclamou indignada.

- Se acalme Lily! – papai pediu segurando seus ombros – Vamos agir racionalmente! A família Bass sempre foi racional...

- Me poupe Robert! – mamãe o interrompeu – Os Bass são sempre sentimentalistas, quando o assunto são mulheres! –exclamou – Essa garota destruiu a vida de nosso filho! Ela está aqui, em New York? – mamãe falou me encarando.

- Não! – neguei – Ela está trabalhando fora do país!

- Não estou entendendo! – mamãe falou balançando a cabeça.

- A Blair deixou a minha filha comigo! – tentei explicar – Na porta do meu apartamento há alguns meses, com uma carta e...

- Uma carta? – mamãe parecia perplexa, ando de um lado para outro da sala de está.

- Vamos ser práticos, Charles! – papai falou – Você fez um enxame de DNA?

- Não é necessário! – falei – Ela é minha filha! – garanti, encarando os olhos de meu pai que assentiu. Ele acreditava em mim, e eu tinha pela certeza que aquela garotinha pequeninha era a minha filha.

- Meu Deus! – mamãe exclamou – Você é louco, Chuck? Como é que você abriga sem sua casa uma garota, que não tem certeza se é sua filha! Ela pode ser parte de um golpe!

- Mãe é uma criança! – exclamei irritado, aumentando o meu tom de voz – Uma menina, que não tem a menor culpa do que a mãe dela me fez passar!

- Ela é a filha da Blair! – falou como se fosse o pior crime do mundo.

- Mas ela também é minha filha, mãe! – gritei irritado. Porque a mamãe não podia simplesmente aceitar, que a Valentina era a minha filha?

Eu sempre soube que ela e a Blair nunca se deram bem. Mamãe sempre vivia criticando tudo o que a Blair fazia e não concordava em nada com o meu envolvimento, com uma garota recém-saída do colegial, que queria vigar o mundo sem nenhuma perspectiva de vida profissional. Mas rejeitar a neta, eu nunca pensei que isso fosse acontecer?

- Pessoal, as crianças estão lá encima! – Serena lembrou calmamente – Vamos acalmar nossos ânimos! Sei que o assunto é delicado, mas vamos trata-lo como adultos civilizados!

- Serena! – mamãe virou a sua atenção para a sua primogênita, me fazendo respirar aliviado – Quer dizer, que você também concorda com essa loucura? Essa menina pode não ser filha de Chuck, a vadia da mãe dela só estava à procura de um idiota e encontrou o seu irmão!

- Valentina é filha do Chuck, sua neta, mamãe! – Serena falou segura – Tenho a absoluta certeza disso e a senhora também vai ter, assim que por os seus olhos nela! A Val pode ser fisicamente parecida com a sua mãe, mas ela tem os genes de um Bass!

- Não fale besteira, Serena! – mamãe falou – Essa menina é filha de uma vadia...

- Chega Lily! – papai a interrompeu irritado – Chega ok? Se Chuck está dizendo que tem certeza, que a garotinha é a sua filha – pontuou – É porque é!

- Robert...

- Eu não terminei Lily! – papai a interrompeu, fazendo-a bufar, mamãe odiava ser contrariada – Chuck, acolhendo a menina, que é a nossa neta – ele frisou bem as palavras: nossa e neta – Não significa que ele vai voltar para os braços da Blair, e se isso por ventura um dia acontecer, cabe a nós apoia-lo! Nós somos uma família, mesmo que às vezes você se esqueça!

- Eu só estou pensando no bem está do meu filho! – mamãe explodiu – Se essa garota não for filha dele, ou pior, se essa menina for mesmo uma de nós e a mãe dela fizer questão de leva-la para o mais longe possível, como vai ficar? Eu não aguento mais vê o meu filho sofrer, Robert! – mamãe exclamou – Porque é isso o que vai acontecer! De uma forma ou de outra!

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- Eu não sou mais criança, mãe! – tentei manter a minha voz calma.

Mamãe só estava preocupada comigo, como toda boa mãe também estaria. Mas eu tinha absoluta certeza que a Valentina era a minha filha e nada nesse mundo iria me separar dela. Nunca.

- Mas é ingênuo, como se fosse! – mamãe rebateu – Pense racionalmente, Charles – pontuou – Porque ninguém consegue vê? Essa garota, só pode está querendo lhe dá um golpe! – exclamou irritada.

- Se for um golpe, mãe, ela não vai consegui! – assegurei – O que importa é a Valentina! Ela é a minha filha, isso eu posso lhe garanti com toda convicção! A menina é a minha filha! – mamãe passou as mãos em seus cabelos, tentando clarear a sua mente.

- Seja racional, meu filho! – mamãe implorou – Faça um exame de DNA, chame a polícia! Não se pode abandonar uma criança na porta de outra pessoa! – exclamou indignada – Se essa menina for verdadeiramente a minha neta, quando eu por as minhas mãos não Blair ela vai se arrepender de ter nascido! – ela exclamou indignada – Eu vou mata-la!

- Papai! – a voz melodiosa de Valentina surgiu ao pé da escada – Não deixa a vovó fazer mal a mamãe! – Valentina correu em minha direção, abraçando firmemente as minhas pernas – Ninguém pode machucar a mamãe!

- E ninguém vai querida! – falei calmamente passando as mãos em seus cabelos, enforma de consolo.

- Me desculpe Chuck! – Dan pediu – Essa pestinha estava assustada, com a gritaria e resolveu descer no minuto no qual eu havia ido ao banheiro! – Dan explicou corado.

Ele havia se prontificado em ficar com as crianças, no primeiro do andar do duplex, enquanto eu conversaria com os meus pais.

- Está tudo bem! – garanti ao meu cunhado – Mãe e pai, essa é a Valentina sua neta – pontuei virando a Valentina em direção aos meus pais – Val, esse são seus avôs, meus pais e da tia Serena! – expliquei.

- É claro que eu sei que eles são meus avôs, papai! – Valentina me respondeu – Se eles são meus avôs é claro que são seus pais! – falou num tom mais natural possível e Serena prendeu o riso atrás da mamãe.

-Claro bonequinha! Você sempre sabe de tudo! – falei – Agora dê um olá para eles! – sugeri a empurrando delicadamente em direção aos meus pais. Mamãe parecia que estava em estado de choque e eu a entendia bem. Valentina era uma mini cópia da Blair, exceto pelo seu nariz fino e arrebitado que fora herdado por toda a nossa família.

- Ela não vai fazer mal a minha mãe, não é? – Val perguntou em tom de segredo para mim, mas toda a sala havia escutado. Repetindo o seu gesto lhe garanti que não, mesmo que eu tenha no fundo uma vontade de deixa-la dá umas boas tapas na Blair, por ter mentido todos esses anos.

- A vovó Lily é uma pessoa legal! – assegurei a pequena que sorriu confiante e virou para os meus pais.

- Olá, eu sou a Valentina! – a voz doce de Val fez com que todos sorrissem abertamente, minha filha tinha esse poder de conquistar as pessoas.

- Meu Deus! – mamãe exclamou perplexa – Ela é uma Bass! – sussurrou entre lágrimas.

- Foi o que nós estávamos tentando dizer esse tempo inteiro, mamãe! – Serena comentou divertida.

- Ela tem o nosso sangue correndo nas veias! – mamãe falou emocionada, ignorando a brincadeira de Serena – Uma princesinha, que deve ser educada nos melhores colégios do mundo, com os professores mais capacitados e...

- Lily! – Robert falou – A menina é ainda uma criança é bom você ter isso em mente, antes que comece a traçar uma lista de futuros pretendentes para a garota!

- Valentina não vai namorar! – neguei rapidamente e papai sorriu irônico.

- É a lei da vida, Chuck! – papai falou em tom prático de advogado – Se você come as filhas de outros pais, a sua também passará por isso! – papai falou divertido, provavelmente da minha palidez.

- Como é que se come as filhas, papai? – Val perguntou inocentemente e eu revirei os olhos.

- Obrigado, pai! –falei irônico – É coisa de adulto, Val, quando você for maior vai entender! – ela resmungou algo, mas voltou a sua atenção para a minha mãe.

- Seus cabelos são loiros, iguais aos da tia Serena! – ela falou.

- Eu sou a mãe dela, anjinho! – mamãe explicou e Val sorriu amavelmente se virando para o papai.

- O senhor é bonito, que nem o meu pai! – falou e papai se derreteu totalmente.

- Você é linda! – papai falou se abaixando em sua frente, para ficarem da mesma altura – Eu posso lhe abraçar? – questionou o meu velho inseguro.

- Claro! – Val falou se jogando nos braços de meu pai, que a acolheu docemente.