Férias Frustradas

46 - tudo realmente daria certo


Se alguém ousasse passar pelo corredor principal no palácio de Atlântida seria atropelado por um rei apressado sem restrições. Claro que, com aquele coração mole, o deus voltaria e tentaria ajudar a pessoa azarada que entrou no seu caminho, mas isso não vem ao caso.

O caso era que já eram quase sete horas da noite, sim, o dia havia passado rápido. E isso era ao mesmo tempo bom e ruim. Bom porque o motivo da rapidez era a ausência da guerra por algumas horas e também porque o jantar com sua amada estava cada vez mais perto. E ruim porque, apesar do que poderia acontecer naquela noite, no dia seguinte ele teria de voltar para a batalha, sem saber se sobreviveria.

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E era por esse motivo que Poseidon havia decidido contar a verdade à Athena naquela noite.

Depois do que ela dissera mesmo que sem saber, de todas as conversas civilizadas que conseguiram manter, da ajuda que um promoveu ao outro e, principalmente, depois dos beijos que se sucederam, junto com o medo de não vencer a guerra, estava mais do que na hora. Ele contaria, independentemente da resposta que teria.

Mas, naquele momento, o deus estava disparando em direção à Kate. Queria que ela arrumasse tudo para sua noite ser perfeita.

- Katherine – ele diminuiu o ritmo assim que a avistou, respirou fundo e se apoiou nos joelhos.

- O senhor parece não ter mais aquele pique de antigamente – disse ela, sorrindo.

- Seguindo a lógica, eu não deveria nem estar vivo, certo? O que é isso comparado a uma coisa tão mínima quando correr para alguém que carrega mais de mil anos nas costas? – Poseidon piscou.

- É, está certo – Kate revirou os olhos. – Posso ajudar em algo?

- Claro. Você sempre pode Kate – ele sorriu travesso.

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- Faz isso pra mim?

Kate sorriu, com as mãos na cintura.

- É claro que sim. Eu já estava esperando por isso.

Poseidon passou a mão pelos cabelos. As pessoas daquele palácio percebiam as coisas mais rápido do que ele imaginara.

- Hum. Ok então. Eu vou tomar banho. Obrigado pela ajuda.

Enquanto via o deus entrando desconcertado no banheiro, Kate balançou a cabeça, sorrindo. Quando queria ele podia ser tão bobo e ingênuo. Se fosse assim sempre, todos acreditariam em sua inocência. Que grande erro.

A mulher começou a ajeitar os preparativos. Estava se sentindo tão alegre naquele dia, mais do que o normal, talvez porque estivesse pressentindo o que viria a seguir. Ela, apenas uma entre inúmeras pessoas que trabalhavam naquele lugar há tanto tempo, fora designada para uma missão de extrema importância para o rei: providenciar o mais cuidadosamente possível o jantar e o ambiente em que provavelmente Poseidon faria de Athena sua rainha oficialmente.

Bem, não bem oficialmente... Ela sabia que ele iria se declarar – finalmente! – e esperava com todas as suas forças que Athena retribuísse aquele sentimento tão forte que nunca vira seu rei demonstrar.

Amor.

Uma coisa linda de se ver, mas que podia causar um mal terrível se a pessoa não tomasse os devidos cuidados. Devia ser por isso que Afrodite, apesar de todo o seu jeito amável e sua delicadeza sem limites, era tão temida.

Cantarolando, Kate encheu o quarto com pétalas de rosa vermelhas.

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A deusa encarou o relógio de pulso preguiçosa. Mas, quando viu que horas eram, ela saltou do sofá.

- Relaxa – ela ouviu uma voz conhecida seguida por notas produzidas pelo piano presente na sala de estar. – Você não vai se atrasar.

Athena apertou os olhos, tentando enxergar melhor. Ela sabia que devia ter acendido a luz, mas a preguiça ainda era maior. E junto com o escuro, havia a névoa que embaçava sua vista cansada por estar tanto tempo sentada pensando e encarando a janela.

Assim que sua visão melhorou, a deusa conseguiu distinguir duas pessoas, um homem e uma mulher. O homem estava sentado naquele banquinho defronte o piano, tocando-o. A mulher – de vestido e cabelos compridos, óbvio – escorada no instrumento, com um braço de apoio e a outra mão na cintura.

- Afrodite? – disse Athena, incrédula. – Mas o que você está fazendo aqui, sua doida?

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A mulher se aproximou, balançando a mão como se dispensasse o assunto.

- Eu estava fazendo companhia a Hera, mas Zeus chegou e se apossou dela. Estão até agora trancados no quarto. E não, por incrível que pareça, eles estão só conversando.

Afrodite suspirou e se deixou cair no sofá onde minutos antes estava a outra deusa.

- Não seja modesta Afrodite, aqueles dois estão gritando. Essa noite vai ser mais uma das inúmeras que os deuses já passaram acordados escutando a briga, ah.

- Apolo?! – sussurrou Athena. – Que isso agora? Uma festa? Fala sério, o que vocês estão fazendo aqui?

Apolo deu de ombros e voltou a tocar uma melodia suave.

- Fala sério digo eu Athena, deuses, até parece que você nunca morou no Olimpo! – exclamou Afrodite, pegando um bombom em cima da mesinha. – Ficar escutando briga de marido e mulher, ou melhor, daqueles dois, é a coisa mais tediosa possível. Além disso, quem meteu você nessa fui eu e Apolo, lembra-se? Não precisamos de motivo para estar aqui.

- Você fala isso porque é a deusa do amor, Afrodite – riu Apolo. – Os outros deuses morrem de rir. Zeus sofre tanto, bem feito.

Athena suspirou, acalmando-se.

- Bem feito mesmo – disse. – Mas, ele não estava em Atlântida?

Afrodite suspirou, engolindo um pedaço de seu bombom recheado. Apolo se sentou ao seu lado.

- Parece que Zeus caiu na real, não é mesmo? – murmurou Apolo. – Justo quando Hera estava decidida que ele não voltaria e ela iria continuar sua vida.

O deus franziu os lábios, balançando a cabeça.

- E Anfitrite? Como ela fica nisso tudo? – perguntou Athena, levemente curiosa.

- Aquela vadia? – riu Afrodite. – Ficou sem aliados. Sem Zeus e sem a mãe ela não tem chance. Vamos dar tempo ao tempo. Logo, logo ela vai perder a imortalidade e você poderá vencê-la.

Athena franziu o cenho, sentando-se novamente.

- Como assim eu poderei vencê-la? Afrodite, essa guerra não é minha, eu...

- Athena, você pode esconder dos outros deuses, não de mim. Eu sei que você está dando uma de esposa e rainha perfeita aqui, ok? Sei quem é Ariana, sei que Valentino está ajudando Poseidon e sei que você está apaixonada.

Naquele momento, o mundo de Athena parou. Aquelas eram as palavras que a parte afroditiana da sua mente estava repetindo e ela estava ignorando há dias. Mas ouvi-las da boca da própria deusa pessoalmente era outra coisa, outra visão.

Mas, o que ela poderia fazer? Negar àquela altura do campeonato não adiantaria nada, certo? E se ela aceitasse o que estava acontecendo, o que faria a seguir? Poseidon mostrara-se uma ótima pessoa, adoravelmente perfeito aos seus olhos. Mas ele não estava apaixonado? E por uma deusa olimpiana? Não era por isso que ela estava ali? Por que ele pedira sua ajuda em nome de seu amor? Sim, porque o fato de ela ter sido expulsa do Olimpo um tempo depois só contribuiu para Athena vir parar em Atlântida.

- Mas...? – sussurrou Athena.

- Oh querida, isso é normal. E já era de se esperar, não é mesmo? – disse Afrodite, amavelmente. – Ele foi a pessoa a qual você mais se apegou, foi o pai do seu filho, quem te acolheu no seu pior momento. Oh Athena, não se engane. Você sabia que isso provavelmente aconteceria.

A deusa engoliu em seco, sentindo seus olhos repentinamente marejados, encarou as mãos e em seguida olhou para Apolo, desconcertada. Incomodada pelo fato de ele estar ouvindo tudo aquilo.

- Não existe segredo entre nós – disse ele, prevendo sua pergunta. – Não se preocupe, eu não sou o fofoqueiro que todos pintam, sabe?

- Ares que se cuide então, não é mesmo? – sussurrou a deusa, quebrando a tensão e os fazendo rir.

- Bem, agora, você tem que ir. Não vou me perdoar se Poseidon perder a fé em você. Vá, tome seu banho e use o que eu deixei no seu guarda-roupa.

Athena já parara há muito de se importar com o fato de Afrodite teimar em mexer nas suas coisas.

- Ok...

- Aah, e você não se importa de ficarmos por mais um tempo, né? – disse Apolo. – Tipo, nós vamos ter que agüentar os berros no Olimpo a noite toda, sabe, eles brigam demais. Vai ser muito melhor ouvir gritos de prazer.

- Apolo! - gritou Athena, vermelha.

- Oh-oh, eu não deveria ter consultado o oráculo mais cedo, não é?

- Não – Afrodite sorriu. – Mas do que isso importa agora? Se ouvirmos isso vamos saber que você está em boas mãos, querida. Não se incomode, estamos acostumados.

- Eu imagino – disse a outra, balançando a cabeça e se levantando.

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A deusa entrou no quarto de Poseidon, no fim do corredor, e não se importou em acender a luz, novamente. Ela suspirou e tateou, chegando à sua parte do guarda-roupa. Não foi preciso procurar muito pelo presente de Afrodite, já que ele estava em uma caixa com um laço enorme, que escondia todo o resto das coisas.

Athena sorriu. Afrodite, apesar de toda a sua personalidade e tal, era uma ótima pessoa e uma amiga perfeita. Ela não se deu ao trabalho de pegar sua toalha, nem nenhum outro objeto seu, apenas encaixou seu presente debaixo do braço e foi para o banheiro.

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- Ela já foi? – sussurrou ele.

- Já – sussurrou Kate de volta.

- Ótimo.

O deus fechou os olhos por alguns segundos, deixando a adrenalina esvair. Sabe aqueles momentos em que algo acontece, seu coração dispara, suas mãos transpiram e sua respiração fica acelerada? Quando você tem um surto de adrenalina e só depois, quando tudo volta ao normal, você consegue ficar calmo novamente? Bem, era exatamente por isso que ele estava passando.

- O senhor realmente tem muita sorte – disse Kate, suspirando enquanto uma brisa suave invadia a sacada do quarto e afastava seus cabelos. – Imagine se ela acendesse a luz e visse tudo aquilo?

- Imagine se as velas já estivessem acesas... – murmurou Poseidon, respirando fundo e passando as mãos pelos cabelos. – Ia ser um desastre total.

Kate assentiu.

- Está na minha hora.

- Certo – Poseidon sorriu, colocando as mãos nos bolsos. – Obrigado Kate.

A mulher sorriu sem jeito e caminhou rigorosamente até a porta, saindo. O deus estava, mais uma vez, sozinho e temeroso.

- Oh santa Afrodite – sussurrou ele, fechando os olhos. – O que vai ser?

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Athena suspirou antes de colocar a mão na maçaneta. Estava na hora e ela teria de fazer isso. Em outra época, a deusa se recusaria a fazer qualquer coisa parecida, ela não se deixaria rebaixar a ponto de se declarar a um homem que lhe odiara por toda a vida.

Mas, agora, naquele momento, com todas aquelas mudanças, querendo ou não, era diferente. Para os deuses e até para os mortais. Mas, principalmente, para Athena. Sua vida dera uma volta de cento e oitenta graus e, por incrível que pareça, ela tinha gostado de seu novo estilo, baseado em alegrias, ela só fazia o que gostava, não precisava escutar as brigas diárias de seu pai, nem ninfas suspirando quando um deus passava. Perfeito.

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E, apesar disso, ela ainda se sentia incompleta. Faltava algo para deixá-la completamente feliz. E ela sabia o que era.

Criando coragem com uma vozinha no fundo da sua mente que sussurrava “vai dar tudo certo” e que era curiosamente parecida com a voz de Afrodite, Athena girou a maçaneta e abriu a porta.

E a deusa nunca poderia expressar o que sentiu ao ver tudo aquilo. A luz continuava apagada, mas as coisas eram iluminadas precariamente por velas amareladas, que junto com pétalas vermelhas espalhadas por todo o chão e pela cama principalmente, dava um ar romântico ao ambiente.

As portas de vidro que davam para a sacada estavam abertas e, apoiado no batente, Poseidon a encarava sorrindo calorosamente. Athena ficou desconcertada. Ela franziu o cenho e tentou sorrir a altura, com medo de que ele a achasse indiferente. Mas, quando tinha dado apenas o primeiro passo, ele veio ao seu encontro e segurou suas mãos, beijando-as.

Naquele momento, ela suspirou e conseguiu seu melhor sorriso. Naquele momento, ela soube que tudo realmente daria certo.

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Do mesmo jeito como Athena ficara sem palavras quando viu tudo aquilo, o deus também não poderia dizer com clareza o que sentiu quando a viu. Foi algo como perder o ar e sentir sua cabeça rodar, as mãos tremerem e as pernas formigarem.

Ela já era linda, ficava ainda mais aos seus olhos, mas naquela noite ela estava perfeita.

Claro que ela vai estar muito mais bonita no nosso casamento, mas ela é maravilhosa, e nem isso chega perto do que ela realmente é.

Athena estava usando saltos prateados com detalhes pretos com fitas que se enrolavam em sua perna, da mesma cor. Seu vestido era vermelho sangue e frente única, com um decote no tamanho certo; a saia ia até um palmo acima do joelho. Outra fita preta de cetim, mais grosa, estava amarrada logo abaixo dos seios. Apenas algumas mechas suas, do lado esquerdo, estavam presas, por um tipo de enfeite de fios de prata contorcido e florzinhas adornadas com pequenas pérolas – presente de Ártemis, apesar de a deusa nem saber para quem seria. A maquiagem era simples: batom vermelho e sombra e lápis de olho pretos.

Tão linda... Como pude ficar tantos anos discutindo com essa mulher? E depois de tudo o que passamos juntos?

Ele, que tinha passado a mão em volta da cintura da deusa, puxou sua cadeira, onde ela se sentou, sorrindo.

- Você está bem? – perguntou ele, sorrindo.

Athena sorriu ainda mais.

- É claro. E você?

Poseidon se sentou, olhando-a, antes de responder.

- Estou, sim.

Ela inclinou a cabeça, observando-o encher as taças com vinho tinto, e depois servir seus pratos com qualquer coisa que Kate havia preparado, sim, porque apesar de ter feito isso com o máximo de cuidado, estar com ele ainda era a melhor parte, sempre seria.

- Como passou o dia? – perguntou ele, nervoso.

- Aah, foi uma chatice. Toquei piano por algumas horas, mas depois me deitei no sofá e pensei. Acho que acabei perdendo a noção do tempo porque quando me dei conta estava conversando com Afrodite e Apolo.

Athena riu, dando de ombros.

- Afrodite e Apolo?

- Ah, sim. Eles estão aqui – ela franziu os lábios. – Bem, não sei se ainda estão. Só sei que vieram tentando fugir das brigas de Zeus e Hera. Pelo jeito, ele voltou para o Olimpo definitivamente. Hera vai ocupá-lo.

- Isso é ótimo – Poseidon tomou um gole do líquido. – Ah, você sabe que Zeus e eu não nos damos bem, a culpa é dele por Hera ser assim. Além do mais, olhe pelo lado bom, menos um inimigo para nos atrasar.

- Foi exatamente o que pensei depois da conversa.

Então, o que não era para acontecer aconteceu e o silêncio se instalou. Mas, graças a Afrodite, não era algo constrangedor. Era bom. Calmo. Sereno. Como se quisessem aproveitar todo o tempo que teriam ali.

Alguns sorrisos. Olhares cheios de significados. Uma mão roçando na outra. Pensamentos positivos, mas ainda assim incertos.

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Satisfeitos, eles colocaram os talheres no prato educadamente e tomaram mais alguns goles do vinho, deixando o organismo absorver todo o álcool.

- Athena – sussurrou ele, segurando a mão da deusa por cima da mesa. Ela o olhou impassível. – Eu preciso te falar uma coisa. Uma coisa muito importante. Se algo de ruim acontecer e eu perder a oportunidade, eu nunca vou me perdoar por não ter contado enquanto havia tempo.

Os dois se olhavam intensamente, verde no cinza, sem conseguirem desviar. Era algo mais, uma força maior que os puxava, um para o outro, como um ímã.

Ainda segurando a mão de Athena, Poseidon se levantou lentamente, induzindo-a a fazer o mesmo. Eles se aproximaram assim que puderam. Ele colocou as mãos em sua cintura, colando-a a ele. A respiração da deusa acelerou. Adrenalina percorreu sua veia. Uma vontade incessante de beijá-la.

Decidido a falar tudo de uma vez, sem baixar o olhar, ele finalmente disse aquelas palavras que há tanto guardava:

- Athena, eu amo você – o deus fechou os olhos por alguns segundos, mas logo os abriu novamente. – Eu sei que esse não é o momento certo, numa guerra, mas eu precisava falar isso antes que explodisse. É por isso que eu não poderia perder a guerra, porque aí não daria para mostrar o quanto eu mudei. Mudei por você, Athena, só por você, e quando você veio para cá me deixou feliz, mas ainda assim triste, porque eu sabia que você não retribuía o sentimento. Mas essa era a minha chance de consertar as coisas. Eu sei que poucos dias não são suficientes para compensar milênios, mas eu prometo que vou me esforçar. Athena, se eu sair dessa, eu prometo você vai se orgulhar de mim.

A deusa engoliu em seco. Seus olhos estavam marejados. Ele não sabia que ela o amava? Não, ele não sabia. Não sabia que ela retribuía o sentimento e estava com medo de dizer tudo aquilo porque ela sempre fora boa demais em esconder o que sentia. Mas um dia aquilo ainda iria colocá-la em desvantagem; o dia chegara. E agora era a hora de a deusa da sabedoria consertar seu único erro cometido.

- Poseidon – ela franziu os lábios. O deus apertou-a mais fortemente, com medo de que saísse correndo. – Eu também amo você. Provavelmente sempre amei. Desde... Você sabe. Você vai vencer aquela mulher e eu vou ajudá-lo nisso. Vou ajudá-lo a reconstruir sua vida. Poseidon, eu quero passar o resto da minha eternidade com você e não vai ser uma simples ex-esposa que vai me impedir de fazer isso.

Ele sorriu aliviado. Finalmente. Oh Afrodite, obrigado. Obrigado mesmo por isso. Finalmente minha vida está começando a dar certo de novo.

Athena sorriu timidamente, suspirando. Não seria preciso palavras para expressar tudo aquilo. Ele a amava. Ela o amava. Eles venceriam a guerra e passariam por qualquer coisa se no fim fosse para ficarem juntos.

O deus deslizou suas mãos pelas costas da deusa. Ela massageou seus fios negros.

Seus lábios se encaixaram perfeitamente. Gosto de menta misturando-se com cereja. Uma língua quente, mais picante e ansiosa. Outra apenas deliciando-se com a sensação. Dois sabores que se entrelaçavam e os deixavam mais excitados.

Respirações entrecortadas. Corações acelerados. Línguas sedentas por prazer. Peles sensíveis ao mais simples toque.

Ele desceu as mãos, apertando-a e, segurando suas coxas por baixo do vestido, levantou-a e prendeu-a contra a parede.

Os dedos da deusa percorreram os botões da camisa, abrindo-a totalmente. Havia lábios em seu pescoço, deixando marcas, mordendo, sugando e lambendo. Ela sentiu seu corpo tombar pesadamente na cama.

Poseidon colocou uma perna de cada lado do corpo da deusa e tirou a camisa. Depois se inclinou e começou a descer se vestido, sem nenhum pingo de paciência. Athena não parecia se importar com isso, não com aquele sorriso malicioso nos lábios.

Ele se inclinou novamente, agora impedido somente pelo sutiã de renda transparente. O deus mordiscou sua orelha e sussurrou:

- Você é safada – ele riu, percorrendo o corpo da deusa com os dedos.

Ela soltou um risinho e mordeu seu pescoço.

- Aprendi com o melhor – disse, roucamente.

Athena fechou os olhos quando sentiu a mão do deus se direcionando para o meio de suas pernas.

- Você é perfeita querida – sussurrou ele, antes de beijá-la ardentemente. Para a completa felicidade de Poseidon, o fecho do sutiã era frontal, e o deus não precisou se afastar para abri-lo.

O que Athena sentiu pelo resto da noite foi o prazer que um homem pode dar quando está apaixonado e excitado, louco e sedento. Oh sim, as mulheres realmente sabem mexer com a cabeça deles. Poseidon nunca se sentiu mais realizado na vida, vê-la naquela situação - descabelada e possuída, chamando seu nome, com aquele corpo todo à mostra e um sorriso malicioso no rosto – fez com que o deus de milênios de experiência perdesse a sanidade.