Palavras de Heagle

O fiasco do jantar. E a decisão.


Na tarde que antecedia meu encontro com Johnny Depp, eu estava uma pilha de nervos (também, não era pra estar?). Trombava com Mel e Anne a cada cinco minutos, perguntando o que eu devia vestir. A resposta da primeira, era simples: “Vá poderosa!”, e da segunda, mais ainda: “Vá gostosa!”.

Tá, vamos lá, vamos lá. Respira, respira GAROTA!

Por estar tão ansiosa, eu não pude perceber a agitação de Matt, no intervalo das gravações. Misturava-se à multidão de atores, esguio, como se não quisesse que o encontrassem. Que eu não o encontrasse. Mais tarde, por Anne, soube que ele veio questioná-la, como se estivesse bravo com o tal encontro. Ele sabia de tudo! Droga.

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- Anne... a Marie vai ficar com aquele Marinheiro? - resmungou, arrastando-a para um canto mais calmo. Nesse momento, eu estava gravando com Jared e Simone.

- Não sabemos, mas torço que sim! – vibrou, animadamente. – Está na hora dela desencanar do Hugo, né?

- Não dessa forma. Não com ele. – voltou a resmungar, cada vez mais bravo. Parecia um irmão mais velho... ou um namorado, sei lá. Pelo que Anne disse... ele estava um pouco suado e corado. Vai entender.

- Oxe, e você, que tem a ver com isso? – questionou Anne, curiosa.

- Sou amigo dela, posso querer o bem, não? – defendeu-se, como se... Anne estivesse insinuando algo que não o agradasse. Mas, na verdade, ela não insinuava nada. Falava na cara mesmo.

- Isso me cheira a ciúmes. – sorriu, com um pouco de audácia. Disse-me ela que Matt corou um pouco mais, mexendo nos botões da blusa para disfarçar seu nervosismo.

- CIÚMES? Da Marietta? Não, não... falo isso por causa de Syn.

- Ué... então... é o Syn que tem que tomar uma atitude, não você.

Anne Wins, Fatality! AAAH como eu amo essas patadas (quando não é comigo, lógico!), sempre certeira e direta. O que ela pensava, dizia, sendo, por vezes, grosseira. E percebendo que passara essa imagem, naquela ocasião, sorriu, dando em Matt um tapinha amigável:

- É só um jantar no Pure Amour. Nada demais.

- ANNE BLAKE, VOCÊ CONTOU ONDE EU IA JANTAR? – berrei, enquanto ela me contava o ocorrido, no fim da tarde. Ela riu, afastando os cabelos do pescoço.

- O que ele vai fazer? Hein? Mandar um atirador de elite matar vocês... ou melhor, o Depp? Tá, o ciúmes do Matt é suspeito, mas nem tanto.

- Nããão, Matt não está com ciúmes de mim! – neguei veemente, balançando a cabeça.

- Ah sei lá... ele agiu muito sinistro. E eu não entendo esse homem que olha pro meu decote, tá de rolo com a puta da Mel e fica com ciúmes de você. Manda ele se decidir, okay?

- Deixe de ser tola. Ele tenta me defender como amigo, é cheio de me tratar como se eu fosse irmã mais nova. E tem mais: se ele estiver mesmo com ciúmes, acredito que é por causa do Syn, que é super amigo dele. Dos tempos que ele tenta juntar...

- E não junta porque você é uma tonta.

- Valeu pelo elogio, sua vaca. Bien... vou indo então. Preciso me arrumar. – avisei, acenando para Mel, que se aproximava. – Vamos Mel, você tem que me ajudar.

- Ah que legal, eu sou a estilista e você pede ajuda pra ela? Senti-me ofendida. – retrucou Anne, encostando-se à parede.

- Boba. O horário da Mel já deu, e sempre vamos...

- Ow sua coisinha... não esqueça que eu sou a melhor amiga da Marie, okay? Então se ela tem que pedir ajuda, vai ser pra mim. – provocou Mel, afastando-se. – Vamos Marie.

- Odeio essa... essa... – mas antes de completar, a beijei no rosto, saindo correndo. Se deixasse, aquela história ia longe.

No carro, contei à Mel o que Anne havia dito. Pra variar, achava que ela havia mentido em tudo, só pra deixar aquele climinha de suspense na ocasião. Bem a cara de Anne, mas duvido que tenha apelado tanto, ainda mais comigo, sua grande amiga.

Pra resumir, implorei para que ela vigiasse os Avengers, e se fosse necessário, mentisse (falando que eu e Depp estaríamos em outro lugar). Usei minha melhor roupa, meu melhor sapato e meu melhor perfume. Tá, minha melhor lingerie, vai saber o que aconteceria?

De uma coisa eu tinha certeza: se ele me chamasse para algo mais íntimo... eu iria pro telefone mais próximo e terminava tudo com Hugo, sem pestanejar. GENTE, NÃO É QUALQUER UM... É JOHNNY DEPP, MEU AMOR DE ADOLESCÊNCIA!

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- Boa sorte, e arrasa garota! – gritou Mel, despedindo-se de mim.

Entrei no carro em que Johnny estava. Pra variar, (e pra fazer inveja a vocês), ele estava AINDA MAIS SEDUTOR... com uma blusa e um casaco por cima. Pra ajudar, dois botões estavam abertos... deixando aquele ar “vem cá e tira o resto”.

- Você está belíssima. – disse-me, logo que entrei. Cumprimentei-o com um beijo e fomos para o restaurante. Aquele prometia ser a melhor noite... de minha vida! Gente, digo e repito: não me acordem... mesmo!

No Restaurante.

Fomos ao tal de Pure Amour... um restaurante totalmente familiar, fino e aconchegante. Fiquei surpresa, até, porque não sabia que na Inglaterra havia restaurantes franceses.

Não preciso nem dizer o quanto ele é cavalheiro, e faz uma mulher amolecer só de vê-lo. Isso, Johnny Depp era o homem que qualquer mulher pediria a Deus. Abriu a porta do carro, para que eu saísse. Beijou minha mão, entrelaçou nossos braços... disse-me elogios, um pouco perto da orelha.

AI SENHOR DO CÉU! ME ABANA QUE TÁ FICANDO TUDO QUENTE. Arrepia só de lembrar!

- O que desejam. – perguntou o garçom, impecavelmente trajado. Anotava em um Ipad (isso, Ipad mesmo) o pedido dos clientes, com um sorrisão enorme no rosto. Só na Inglaterra mesmo pra turma trabalhar de noite e feliz.

- Hum... quer que eu escolha a comida, querida? Lembro-me que disse que nunca havia provado comida francesa. – disse Johnny, com educação. Assenti, sorrindo (mesmo porque, eu não sabia nada daquela comida, e aqueles nomes estranhos, ein? Não queria soltar uma gafe de falar “ménage a troi” achando que era um bolo de carne. Aliás, confiava no bom gosto daquele homem lindo. Tá, agora parei.)

Ele disse algumas coisas lá que não entendi bosta nenhuma... e tempinho depois, surgiu na mesa, um banquete visualmente apetitoso, acompanhado de um bom vinho.

- Não sei se a senhorita bebe... mas...

- Não tem problema. Um copo não faz mal a ninguém.

Isso, um copo não faria mal a ninguém. A menos que eu me embebedasse, transasse com aquela loucura de homem, e no dia seguinte não lembrasse nada. Essa história parece um dejavu, sei lá... mas eu sei que ficaria PUTA DE ÓDIO SE DESCOBRISSE.

- Hum... eu sei que posso estar... indo rápido demais... e que você é casada... mas podíamos ir a um lugar diferente, se você quiser. – disse-me a certa altura do jantar, bebericando um pouco do vinho. – Somos dois adultos...

DEUS DA SANTA BATATINHA! ELE QUERIA MEU CORPO! ELE-QUERIA-POSSUIR-MEU-CORPINHO! VEM QUENTE QUE ESTOU FERVENDO, SEU LINDO!

- Agrada-me muito a ideia. Somos, realmente, dois adultos. Sabemos que... temos que aproveitar. – concordei, pegando minha bolsa do encosto da cadeira. Eu ligaria para o Hugo, terminaria tudo, e curtiria minha primeira noite de divorciada... com o Depp, em algum lugar que eu desconhecia.

Estava agindo como uma puta? Sei lá, mas eu estava “animadinha” só por estar com Depp, e a ideia de passar a noite com ele AGRADAVA MUITO! Foda-se Hugo, não perderia aquela chance por ninguém!

Levantei-me com o celular na mão, e quando estava a ponto de apertar o botãozinho verde para completar a ligação... eis que vejo algo que, pelo baque, fez com que eu voltasse a mesa novamente, abrindo um guardanapo diante de meu rosto.

Eu não podia acreditar no que estava vendo. Era justamente M. Shadows, Syn e Zacky entrando no restaurante, todos com roupa bem largadas de show, falando alto e rindo. Acenaram para nossa mesa, quando nos viram. E vieram em nossa direção, trombando em tudo que tinha pela frente. Até o pobre garçom das batidinhas não escapou do trombão, que levou tudo ao chão.

- E aí Marieeetta! – gritou Shadows, roubando de uma mesa vizinha um copo de suco. – Porra, esse suco tá amargo. Que porra de restaurante é esse que serve suco amargo para os clientes? TSI TSI!

- E aí marujo, beleza? – disse Zacky à Depp, pegando o pãozinho do prato. Mordeu, com uma expressão de satisfação. – AAAAH, man, to com uma fome do cão. Comeria até a Marietta, se bobeasse.

- ZACKY! – gritei, tapando a cara de vergonha, ainda com o guardanapo.

Outro que me trincou a cara, foi o Syn, que sentou NO MEU COLO, para ficar lado a lado com o Depp. Deus, por que você faz isso comigo? Só porque eu não tenho religião? Ah mew, não se faz isso com ninguém, caralho!

- Willy Wonka, tu descola alguns chocolates pra gente? – perguntou, dando uma piscadela marota. Já Depp, todo educado, e levando no humor o que estava acontecendo, riu:

- Lógico que sim, posso arranjar o que você quiser.

- Olha que carinha camarada, Zacky. – sorriu Matt, sentando-se à mesa, olhando pra mim. – E vocês dois, estão se conhecendo melhor?

- Ao menos pretendíamos, antes de vocês chegarem, seus idiotas. – resmunguei, afastando o pano do rosto. – No Hotel, farei questão de castrar cada um de vocês, vão se preparando. – ameacei, tentando disfarçar a vergonha que estava sentindo.

Todos pareciam rir da minha cara, inclusive o Johnny, que gargalhava. Devia estar constrangido, mas reagia amigavelmente. Diferente daquele bando de MULA que... aaaaaaaaaaaaaaargh!

- Formidável brincadeira.

- Depp... antes de você querer investir na nossa amiguinha, quero que você saiba de algo. – interrompeu Matt, afastando tudo que o impedia de ver, com clareza, o rosto de Johnny. - Primeiro: magoe ela, que te socamos. Segundo: sexo só depois do casamento. Terceiro: Marietta... na verdade, é um travesti.

- Morra queimado, Shadows. MORRA! – gritei, sentindo meu rosto queimar. E Syn, AINDA NO MEU COLO, ria, dando palmadinhas no meu ombro.

- Porra gatinha... só queremos fazer com que você se liberte. Até eu gamei no seu pênis.

- Eu... não... tenho... pênis. – gaguejei, agora trêmula. Alguém me acorda, que só pode ser pesadelo. SÉRIO!

- Isso depois da cirurgia.

- Cirurgia? – repetiu Johnny, assustado. SERÁ QUE AQUELE TONTO ESTAVA ACREDITANDO NA HISTÓRIA MESMO? PAU NO SEU CU TAMBÉM!

- É cara, a remoção do amiguinho. – confirmou Zacky, abaixando a cabeça, como se sentisse uma repentina tristeza. – Deve ter doído... coitadinho.

- Johnny, ignore o que esses ESCROTOS estão falando. – murmurei, empurrando Syn para longe de mim.

- Poxa Marietinha...

- Sumam daqui! – ordenei, levantando-me. – SUMAM MESMO.

- Ér... sabe o que eu acho? Que podíamos jantar todos juntos, concordam? - sugeriu Depp, aquele corno manso! TRAÍDA... PELA RETAGUARDA! ATÉ TU DEPP, ÍDOLO MEU!

Bem, para resumir... vou contar o que sobrou do projeto do “melhor noite da minha vida”, que incluía jantar com Depp. Noite com Depp. Café da manhã com Depp. Agora, o que restava: a lembrança do pior jantar da minha vida. Syn fez questão de sentar entre eu e Depp. Matt só falava meus podres, Zacky comia de boca aberta... e o filho da puta do Johnny, se divertia... até que aderiu a onda de brincadeiras...e se uniu a eles.

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MALDITOS! QUE PUTARIA ERA AQUELA? EU não acredito. Uma única vez na vida que um homem que preste me chamou pra jantar... e aquele trio de filhos da puta estragavam tudo. POR QUE, EIN?

Na hora de sairmos, bem que Depp tentou me levar... mas não teve como. Syn e Zacky me escoltaram, como uma bandida, para dentro do carro deles. Alegavam que, no dia seguinte, teríamos que acordar muito cedo, para fazer o ritual do agradecimento a um Deus Pagão.

“Vou enfiar o Deus Pagão logo logo no rabo de cada um”, pensei... vendo meu DEPP IR... sem ganhar beijinho... nem uma mordidinha... nem nada.

- O cara é foda... – disse Matt, no volante, quando já estávamos em movimento. – Devemos nos reunir assim mais vezes.

- EU-ODEIO-VOCÊS. – berrei, batendo (com força) no banco do carro. – EU VOU ESFAQUEAR VOCÊS. DURMAM DE OLHOS ABERTOS! EU VOU ARRANCAR O PINTO DE CADA UM COM OS DENTES! MELHOR, COM UM ALICATE.

- Não estresse, SUA LINDA! – gritou em resposta, enquanto os outros dois APERTAVAM MINHA BOCHECHA. Tá, calma Marietta... espera chegar até o Hotel pra poder soltar o capeta de dentro de você.

Não demorou tanto para chegarmos. Mel estava no saguão, sentada, aparentemente preocupada.

- Ai meu Deus, que vocês fizeram! – perguntou, olhando para todos nós. Minha cara vermelha denunciava que eu estava a ponto de matar alguém. E esse alguém se chama: MATTHEW SANDERS!

- ELES ESTRAGARAM A MELHOR NOITE DA MINHA VIDA! AH CARALHO... EU VOU MATAR VOCÊ, SEU FILHO DA PUTA. – berrei, avançando em Shadows. Precisou que Syn me segurasse para que eu não o enforcasse. Já Mel e Zacky... caíram na gargalhada. Deve ter sido minha cara de tonta. AI QUE ÓDIO.

- Calma Mariettinha... – provocada Matt, mandando beijinhos com a mão. – Eu estava te protegendo. Ele queria possuir seu corpo. E eu sou seu melhor amigo, meu dever é...

- CALMA SEU ÂNUS! JOOOHNNY DEPP, JOOOOOOOOHNNY... AAAAAAAH SYNYSTER, ME LARGA, VOCÊ TÁ ME ENCOXANDO.

- Tá tão bom. – respondeu, maliciosamente.

- LAAAAAAAAAAAARGA! – berrei, me chacoalhando no ar. Só nessa hora que percebi o quanto eu era baixinha e leviana... e Syn era forte e alto, para me segurar no alto, ao ponto que eu não podia tocar os pés no chão. Mas minha boca estava a todo o vapor. – VOCÊS ESTRAGARAM TUDO, SEUS MISERÁVEIS! EU ESTAVA A PONTO DE LIGAR PRO HUGO PRA PEDIR O DIVÓRCIO!

- Você ia largar do Hugo só pra ficar com o Johnny? - perguntou Matt, deixando que o sorriso morresse pouco a pouco. Tá... soou estranho, mas foda-se.

- EU ESTAVA LOUCA, COMO AGORA. NOSSA SHADOWS, SOME DAQUI QUE EU VOU TE MATAR! E VOCÊ SYNYSTER GATES, ME SOLTAAAAAAAAA!

- Syn, larga a Marietta. – pediu Mel, tentando me ajudar. – Gente, mas por que tudo isso...? A Marie sabe o que faz da vida dela.

- Ela é louca... ia largar do marido pra ficar com o Depp. – resmungou Matt, puxando-me pelo braço. ALELUIA, EU ESTAVA SOLTA. MAS NÃO MENOS ENCAPETADA. Pra variar, avancei novamente naquele ogro maldito, socando cada parte do corpo dele.

- DA MINHA VIDA CUIDO EU, SEU FILHO DE UMA PUTA, MORFÉTICO, PAU NO SEU CU!

- Marie, pelo amor, se acalma. – pediu Mel novamente, aproximando-se de mim. Agarrou-me pelo braço e me “escoltou”, ainda praguejando a existência de Matthew, até meu apartamento. Mas cadê que eles iam me deixar em paz? Que nada. Menos de um minuto, lá estava os três na porta.

- Porra Marietta, a gente estava preocupado contigo. – começou Shadows, sentando ao meu lado no sofá. Ele estava PEDINDO pra morrer.

É, eu não queria conversa mesmo. Saí da sala sem cerimônia alguma, batendo a porta do meu quarto com força.

E ficou por um tempo aquele silêncio, até que Mel voltou a falar, desta vez com Syn. Bem... como sou curiosa (isso, sou mesmo), abri a porta do quarto bem sorrateiramente, deixando a brecha suficiente para ouvir o diálogo. Talvez eles dissessem a verdade... porque aquela baboseira de proteção de irmão mais velho... não colou.

- Geente, porque fizeram isso. Que vergonha da Marie, coitada. – começou Mel. – Vai Shadows... explica aí que quero entender.

- Eu não sou a melhor pessoa para explicar isso. – respondeu. – Só fiz isso por causa do Syn.

- Ótimo, temos um culpado. Senhor Brian, diz, porque você fez isso?

- Eu gosto dela, não percebeu ainda? E quando digo gostar, não é gostar só por gostar. É gostar de querer... algo... entendeu? Fiquei louco! Ela e aquele velhote dos sete mares... argh!

- Mas não ia rolar nada. Não precisava tanto. Ela também gosta de você, seu tonto.

- Atá que não ia rolar. Ela ia terminar com o marido só pra passar a noite com cara. Se ela gostasse de mim, já teria feito isso dos tempos.

- Conheço a Marietta muito bem. Na hora da pressão, talvez tenha pensado nisso... mas quando ouvisse a voz de Hugo, e percebesse o que estava fazendo... teria fugido! Gente, ela é tradicional demais, nunca faria sexo casual.

Que ódio da Mel, ela tinha total razão!

- Não sei, eu perdi o controle quando o Matt contou o que ia acontecer. Eu... argh! Estou agindo como idiota. A Marie nunca vai me ver como homem... porque ela só me vê como um galinha!

- Também, cara, que imagem você quer passar, agindo como um idiota? - questionou Zacky.

- Foda-se. Eu gosto dela... mas não sei demonstrar. O que querem que eu faça? Sou dessa forma, não sei ser diferente.

- Marietta gosta sim do senhor, eu tenho certeza disso. – confirmou Mel, batendo o pé (porque ouvi o som do salto bater no piso). – Mas tem medo de sair da acomodação com Hugo... pra uma relação cheia de turbulência, com você.

- Era por isso que eu estava agindo estranho, Mel. Sou os ouvidos e os olhos de Syn naqueles bastidores. Ele é meu amigo... o que mais quero é que ele e Marie fiquem juntos. – cochichou Matt, talvez na suspeita que alguém estivesse ouvindo tudo. No caso, eu.

Calmamente, fechei a porta, sem fazer barulho. Caí na cama com a cabeça a mil... pensando em tudo que havia acontecido. Meu Deus... o que eu estava esperando para seguir minha vida, ein? Não por Johnny Depp, nem por Matt, nem por Syn... e sim por mim... para que eu fosse mais feliz. Mais solta. E não sentisse o puta remorso só de desejar estar com outra pessoa.

Acabei tomando uma decisão. Precipitada? Talvez, mas correta COM CERTEZA.

- Oi Hugo. – comecei, antes mesmo que ele perguntasse por quê eu estava ligando. – Tem como você vir a Londres?

- Talvez daqui duas semanas eu esteja aí. Ou menos. Por quê?

- Precisamos conversar. Sério. Definir qual vai ser o rumo da nossa vida.

- E o que você sugere.

- Sugiro que acabamos com isso logo... para que possamos ser felizes. Separados.