Friends By Fate

Quem é seu pai?


Atena olhou para o Sr. D pelo vidro da cabine e ele retribuiu o olhar. O clima estava tenso. O teto ainda rangia. Com certeza tinha algo ali.

- Acelere. – Ordenou Atena.

Ele revirou os olhos e afundou o pé no acelerador. O ônibus passou dos 120 km/h. Todos foram comprimidos contra os assentos por causa da velocidade.

Flávia perdeu o equilíbrio e caiu no chão, deixando sua flauta escapar de seus dedos.

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Algo que estava teto pareceu cambalear, mas por fim conseguiu manter o equilíbrio. Sons de passos eram ouvidos por todos, e isso não era um bom sinal.

- O que é isso?! – Perguntou Rhamon assustado.

Rodrigo franzia o cenho. Ele dividia a sua atenção entre o teto, Atena e o Sr. D.

- Atena... – Murmurou pensativo.

A “algo” abriu um buraco e entrou por ele, caindo na parte da frente do ônibus diante dos olhos da guia.

- Di immortales... – Murmurou ela encarando o monstro.

Sim, monstro. Tinha cerca de 2 metros, dentes pontiagudos e ferozes, e olhava para cada um no ônibus com um rosnado agressivo.

- Que porra é essa?! – Disse Nina em um grito abafado.

- É um cachorro demoníaco?! – Exclamou Amanda para Bruna nervosa.

- É um cão infernal. – Corrigiu Bruna encarando o monstro.

- O-O que?! – Perguntou incrédula – Você... Sabe o que isso é?!

O cão olhou para Amanda quando ouviu seu nome pronunciado. Soltou uns latidos e pulou na direção dela. Todos prenderam o fôlego. Amanda soltou um grito e se encolheu, esperando pelo ataque.

- Cuidado! – Exclamou Bruna.

Todos esperaram horrorizados que o cão matasse as duas, mas houve uma surpresa. Bruna levantou-se e pegou um arco e uma flecha que pareciam ter surgido do nada. Ela mirou e acertou a flecha no meio dos olhos do cão, e ele desapareceu em uma nuvem de pó dourado.

- Foi por pouco. – Ela sentou-se novamente como se nada tivesse acontecido e cutucou sua amiga. – Está tudo bem agora.

Amanda arregalou os olhos.

- Bem?! Você disse que está tudo “bem”?! Eu quase morri! – Ela se pôs de pé com um pulo e apontou para Atena – Você não fez nada! Ia deixar aquilo nos matar! Chama isso de segurança?!

Bruna lançou-lhe um olhar repreensivo que dizia que falar com ela daquele jeito era um erro.

- Calma. – Disse Atena – Estava tudo sobre controle.

- Controle?! – Exclamou Amanda e depois olhou para Bruna – O que... O que foi aquilo? O que você fez?

- Quem é você de verdade? – Perguntou Mariana.

Bruna, antes de responder, olhou para Atena que assentiu com a cabeça.

- Sou uma das caçadoras de Ártemis. – Respondeu por fim.

Praticamente todos franziram o cenho e olharam para Bruna. Ninguém sabia o que aquilo significava, por isso houve um momento de silêncio.

- Você! – Exclamou Rodrigo quebrando o silêncio. Ele ficou de pé e apontou para a guia – Atena, Deusa da sabedoria, certo? Eu sabia!

Atena sorriu.

- Então você sabe quem eu sou. Interessante.

- Você existe?! Aquilo existe?! Os Deuses e tudo mais...!

- Tá, e como é que você sabe disso?! – Interrompeu Rhamon.

- Sou uma pessoa culta. Diferente de você, seu merda! – Exclamou Rodrigo.

- Ah claro, seu anormal! – Retrucou Rhamon.

-Silêncio! – Disse Atena – Eu sou a instrutora de vocês, e vou explicar isso.

Todos se calaram para poder ouvir o que ela ia falar. Amanda sentou-se novamente.

- Prestem atenção. – Falou ela endireitando a sua postura - Eu sou Atena, Deusa da sabedoria. Vocês, todos vocês aqui... São meio-sangues.

- Meio-sangues? – Repetiu Mateus largando os parafusos.

- São... Filhos de Deuses com mortais. – Disse Rodrigo franzindo o cenho.

- Exato. – Confirmou ela – Você é inteligente.

- Eu sou seu filho? – Perguntou ele admirado.

- Inteligente, mas nem tanto. – Falou.

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Atena parou para procurar alguém no ônibus, e quando achou abriu um largo sorriso orgulhoso.

- É você. – Disse olhando para Bia.

- E-Eu? – Perguntou – Ei! O que vocês estão olhando?

Encima da cabeça dela brilhava um símbolo azul, parecido com luz de neon. Era o desenho de uma coruja. Todos arregalaram os olhos.

- Wow! – Exclamou Bia quase deixando seu livro cair.

- Sim. Você é minha filha. – Afirmou Atena – Cada um de vocês tem um pai ou uma mãe olimpiano. Esse símbolo da coruja é o meu símbolo. Isso quer dizer que eu reconheci Bia como minha filha. Isso vai acontecer com todos vocês.

- Pois é... – Murmurou Sr. D da cabine do motorista.

Ele olhou pelo retrovisor e encontrou os olhos de Vinícius. Em questão de segundos o mesmo aconteceu com ele.

Uma figura de neon roxa começou a brilhar sobre sua cabeça. O desenho dessa vez era de uma videira. Um cacho de uvas.

- Ele é o meu pai?! – Perguntou Vinícius espantado.

- Sr. D... É o Dionísio? – Adivinhou Rodrigo.

- Não. É D de Afrodite. – Resmungou ele sem tirar os olhos da estrada.

- Mas... Dionísio é o Deus do que? Da uva? – Perguntou Vinícius olhando símbolo que ainda brilhava encima dele.

- Do vinho, idiota! Todo mundo sabe disso. – Falou Rodrigo – Do vinho e das festas.

- Ah que legal. Então... Eu entro nas boates como um VIP, né? – Brincou ele.

Ninguém riu.

- Vinícius... Cala a boca. – Falou Rita.

- Por que ninguém nunca ri das minhas piadas? – Disse ele.

- Considera isso uma piada?! – Perguntou Mariana. – Estamos tendo o dia mais louco de nossas vidas, e você quer fazer graça disso, seu otário?

- Ei! Não fale comigo desse jeito. Eu sou um filho de Dionísio! – Ameaçou ele.

- Grande coisa. Vai fazer o que? Jogar vinho em mim? – Zombou ela – Atena disse que todos nós somos semideuses. Você não assusta ninguém.

Vinícius se virou um pouco na sua cadeira para poder mirar na Mariana. Ele esticou as mãos na direção dela.

- Há! – Exclamou – Ataque de vinho! Vai!

Mariana tentou não rir.

- Você é um mané! – Não conseguiu segurar o riso. – Achou mesmo que ia...!

Ela não terminou a frase. Ela sentiu alguma coisa se mexer no seu banco, e quando olhou descobriu que o seu sinto de segurança tinha virado uma pequena videira. Ela estava crescendo e envolvendo a cintura da Mariana.

- Ah! – Exclamou ela. Seu grito era sempre alto demais para os ouvidos humanos suportarem. – O que é isso?! Como você...?!

- Semideuses têm alguns poderes herdados de seus pais. Cada um de vocês é bom em uma coisa. Procurem notar isso e será mais fácil de descobrirem quem é o pai ou a mãe de vocês. – Explicou Atena tirando as mãos dos ouvidos.

Mariana continuou olhando para a planta, que por sorte parou de crescer. Vinícius fitava aquilo admirado.

- Eu fiz isso! Eu arraso! Há há! Não se metam comigo! – Comemorou ele.

- Espera só até eu descobrir no que eu sou boa! – Exclamou Mariana. – Pensando bem... Acho que eu já sei.

Todos olharam para ela.

- Sabe... Vocês lembram que eu disse que quero ser bióloga marinha quando crescer, não é mesmo? Logo... O meu pai é Poseidon.

- Ahm... – Fez Amanda e todos viraram para ela – Eu vou ser médica. O que isso quer dizer?

- Apolo é o Deus da medicina. – Falou Rodrigo. – Mas isso não quer dizer nada, quer?

Atena encolheu os ombros.

- Eu não tenho como saber. Só os seus pais sabem. – Ela contou. – Mas não se preocupem. Eles irão reclamá-lo como filhos o mais breve possível.

- Uhm... Bia, quais são as minhas habilidades? – Perguntou Nina pensativa.

- Além de irritar as pessoas até a morte? Não sei. – Respondeu ela.

Nina riu.

- Ah... Eu sei que no fundo você gosta de mim. – Falou Nina.

- Claro... – Murmurou Bia em sarcasmo. – Será que existe o Deus das pessoas irritantes?

- E eu? – Perguntou Rita. – De quem eu devo ser filha?

- Uhm... Você tem cara de... Ninguém. – Falou Rodrigo sem saber.

- Ninguém?! – Repetiu Rita – Seu grosso!

Rodrigo encolheu os ombros.

- Eu sei de quem eu quero ser filho. – Falou ele. – Se pudesse escolher, gostaria de ser filho de Ares.

Bruna olhou para Amanda e fez uma careta.

- Sinto pena dele – Murmurou ela para sua amiga.

Amanda riu baixinho.

- Ele é tão ruim assim? – Quis saber.

- É o Deus da guerra. Só sabe arrumar briga. – Respondeu Bruna.

Amanda olhou para Rodrigo.

- Por que você gostaria de ser filho dele? – Perguntou.

Rodrigo se virou para trás e olhou para ela.

- Por que ele é demais. – Respondeu. – Ares acaba com qualquer um.

- Isso não é verdade. – Respondeu Atena – Ter força não é tudo. Você precisa ter cérebro também.

Bruna riu. Foi a única que entendeu a piada.

- Ártemis... Não é? – Falou Amanda olhando para ela. – É a Deusa do que?

- Ela é a Deusa da caça e da Lua. – Respondeu Bruna – Ártemis não tem filhas, mas reúne semideusas para se juntar á equipe dela.

- Sério? Parece legal. – Falou Amanda.

- É sim. – Concordou Bruna sorrindo. – Nós caçamos todos os tipos de monstros por aí. E quando juramos nos juntar a Ártemis nós viramos imortais.

Os olhos de Amanda se arregalaram. Os outros não pareciam ter ouvido aquilo, pois continuavam debatendo quem podia ser filho de quem.

- Imortal?! – Repetiu ela – Quer dizer que você nunca morre?!

- Bem... Eu posso morrer sim. Em batalha ou se quebrar meu juramento. Mas eu nunca envelheço.

- Quantos anos você tem?! – Perguntou Amanda.

- Ah... Eu tenho... – As bochechas de Bruna ficaram vermelhas – Não sou muito velha. Tenho só... 69.

- 69 anos?! – Exclamou ela. – Mas... Você...!

- Não pareço ter? É parte da imortalidade. – Falou Bruna. – Você poderia se juntar á equipe depois.

- E... Nunca envelhecer... Ahm... Eu não sei. Parece legal, mas... – Ela olhou para os outros, curiosos para saberem quem eram – Acho que quero primeiro saber quem é o meu pai, ou mãe.

- Tem razão. – Concordou – Deixe isso para depois.

Ela assentiu e voltou a olhar os outros.

- Ei! Eu podia ser filho de Zeus! – Comemorou Mateus.

- Claro que não! Você não tem nada a ver com ele! – Protestou Natália. – Eu... Eu podia ser filha de Afrodite.

- Mas... Filhas de Afrodite não precisam ser bonitas? – Perguntou ele.

Ela deu-lhe um tapa no braço.

- O que você quer dizer com isso?! – Reclamou ela.

- Ai! Nada não! Esquece. – Falou ele.

- Mas então... Eu acho que Mariana poderia ser filha de Zeus. – Pensou Rhamon.

- Não! Imagina ela com um raio na mão? Estaríamos todos mortos! – Exclamou Flávia sentada agora no último banco do ônibus.

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- Eu não sou assim irritada, tá bom?! – Berrou ela. – E além do mais, eu já sou filha de Poseidon!

- Você quer ser filha de Poseidon! Não quer dizer que seja! – Falou Flávia.

- E você seria filha de quem? – Perguntou Mariana pronta para um revanche.

- E-Eu ainda não sei... – Admitiu ela.

- Ela podia ser filha de Afrodite... – Falou Rodrigo – Ou de Hermes, o Deus dos mensageiros. Ele está sempre animado.

- Ele é bonito? – Perguntou Flávia com os olhos brilhando.

- E como é que eu vou saber?! – Exclamou ele – Nunca vi!

- Ei! – Exclamou Atena que tinha ficado quieta o tempo todo. – Nós já chegamos.