- Kouji, não largues a minha mão! – Takuya gritava enquanto usava todas as suas forças para que o amigo não caísse naquele buraco sem fundo.

Estavam a ser atacador novamente pelos Cavaleiros Reais, e desta vez os dois tinham sido separados dos amigos.

- Larga-me Takuya, senão vais cair também! – Minamoto gritava de volta, ele não queria que o outro morresse.

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A meio da batalha Kouji voltara a ser humano e fora atirado para aquela ravina, no entanto Takuya conseguira segurá-lo a tempo aproveitando que o Digimon que os atacava tinha ido embora por motivos desconhecidos para ambos.

- Eu não te vou deixar morrer. – O portador do espiríto digital do fogo falou não conseguindo conter as lágrimas que agora escorriam livremente pelo seu rosto. Não o largaria, nunca!

Kouji não compreendia; porque é que ele se preocupava tanto até ao ponto de sacrificar a própria vida por si? Será que ele não via que poderia morrer também? Era loucura!

- Não sejas idiota, larga-me! – Ordenou firme olhando nos olhos castanhos do outro. Aqueles olhos sempre cheios de vida e que secretamente amava.

- O único idiota aqui és tu. – Usou a outra mão para lhe segurar o pulso e esforçou-se por puxá-lo para terra firme, contudo a atitude do outro não ajudava em nada essa tarefa. – Por favor Kouji, ajuda-me a puxar-te para cima. – Implorou sentindo o seu coração galopar em pânico dentro do seu peito.

Kouji fechou os olhos com força e depois olhou para baixo. Não via nada a não ser escuridão, se caísse tinha a certeza de que era morte certa! Sentiu a sua mão escorregar e voltou a olhar o amigo.

- Porquê? Porque é que não me largas? Não vês que assim morremos os dois? – Gritou o mais alto que pôde como se tentasse assustar o outro com a sua agressividade, mas Takuya estava demasiado preocupado e angustiado para lhe dar ouvidos.

- Por favor. – Murmurou. – Faz isso pelos nossos amigos, pelo Digimundo, pelo teu irmão... por mim... – O medo dominava o seu tom de voz, e pelas últimas palavras Kouji não esperava.

- Takuya, tu... – Engoliu em seco sentindo um torbilhão de sentimentos a ocupar espaço dentro do seu peito e as tão conhecidas borboletas a voarem na sua barriga. Deixou o orgulho de lado e perguntou. – O quão importante eu sou para ti? – Viu o outro paralizar e olha-lo espantado. Não o podia censurar; aquela pergunta era um tanto estranha. A sua expressão facial era um tanto cómica e Kouji teria rido se não fosse a situação em que estavam de momento.

- Eu... – De repente um estrondo foi ouvido ao longe e a terra tremeu fazendo com que as mãos escorregacem definitivamente uma da outra. – Kouji! – Kanbara gritou em puro desespero.

Kouji sentia que caia a grande velocidade e fechou os olhos.

Pensara em digivoluir para KendoGarurumon e talvez conseguisse escalar a parede ingreme, mas estava demasiado fraco para o fazer. Será que era o seu fim? Morreria ali? Saber que morreria tendo lutado com tudo o que podia para salvar um mundo maravilhoso como aquele aquecia-lhe o coração, mas... Takuya nunca saberia que ele o amava.

Devia ter dito quando tive oportunidade”, pensou; e uma lágrima perdeu-se no ar durante a queda que parecia não ter fim.

De repente sentiu as suas costas baterem em algo sólido e gemeu de dor. Tinha chegado ao fim que parecia não existir? Não! Se assim fosse já estava morto. E a queda apesar de violenta pela velocidade em que caia tinha sido suave.

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Abriu os olhos e viu-se entre as garras de BurningGreymon, a digivolução animal de Takuya, que agora voava para terra firme novamente. No entanto sentia que o amigo também estava fraco, pois o seu voou era irregular e arfava constantemente. Kouji quis dar-lhe ânimo, mas as palavras estavam travadas na sua garganta.

Quando finalmente chegaram a terra firme o Digimon caiu sem forças, largando o amigo que rebolou para não muito longe, e voltou à sua forma humana.

Kouji arrastou-se para perto dele e viu-o olhar para si e sorrir contente.

- Estás bem? – O guardião da luz questionou preocupadamente.

- Agora sim. – Respondeu fechando os olhos e esticando uma mão na sua direcção timidamente.

Kouji também esticou a sua e eles entrelaçaram os dedos com força. Takuya aproximou-se mais um pouco e num piscar de olhos os seus lábios estavam colados.

Ambos queriam aquilo e sabiam-no; e então deixaram-se levar no beijo que começava a tomar forma. As linguas procuravam-se e tocavam-se, provando o gosto um do outro até então desconhecido e secretamente desejado, enquanto as mãos livres exploravam as costas e o cabelo de cada um.

De repente tudo à sua volta pareceu desaparecer e apenas existiam eles e aquele beijo de tirar a respiração.

Quando pararam para respirar olharam-se nos olhos mais uma vez e sorriram novamente.

- Temos de ir encontrar os outros. – Kouji murmurou levantando-se devagar e ajudando o amigo e amado a fazer o mesmo.

Apoiaram-se um no outro e foram andando devagar para o campo de batalha.

- Kouji. – O de olhos castanhos chamou suavemente.

- Sim? – Olhou-o.

- Eu te amo. – Declarou baixinho como um segredo precioso.

Kouji sorriu. – Eu também. – E apertou-lhe a cintura com força, enquanto continuavam a andar.

Obviamente tinham de ir ajudar os seus amigos na batalha. Conversariam sobre aquilo depois.

Owari!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.