O Cisne Negro
Capítulo 41
P.O.V – Hellena
Chegamos ao mundo humano em uma rua deserta e fria.
Parecia mais um bairro do subúrbio de classe media, tirando uma mansão de fachada branca com pilastras gregas ao lado de uma floresta de pinheiros e arvores com uma cobertura de folhas cerradas.
Blake arrombou a porta e juntas nos alojamos na bela casa. Parecia que já estava tudo nos esperando, havia bolsas de sangue em uma geladeira e comida em outra.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!-Hellena. – Blake me chamou. Voltei minha atenção para ela. – Soubemos que a imortais fazendo reuniões em um galpão aqui perto. Achamos que pode ser bom ter uma... “Cavalaria de reforço”.
Concordamos em descansar e nos alimentar antes de ir, pelo que me informaram a reunião seria no dia seguinte.
-Os vampiros fizeram acordos com as bruxas e os lobos. – elas diziam deitadas sobre um grande mapa do estado onde estávamos.
Bebi sangue suficiente para que eu pudesse agüentar e andar, mas ainda assim precisava de energia, não falei nada as meninas, mas elas pareciam perceber minha fraqueza.
Não conversamos muito sobre as súcubos, agora éramos fugitivas traidoras, e deviam estar oferecendo uma recompensa bem alta por nossas belas cabeças, isso nos deixava melancólicas.
Na noite seguinte nos preparamos para uma viagem longa, o lugar não era tão perto quando imaginávamos. Nos retemos o máximo possível de alimentos e Blake me concedera um pouco de sua energia em segredo das outras. Partimos com o pôr do sol.
Já estava noite escura quando indicaram uma antiga fabrica abandonada e gigantesca como o local onde eles se reuniam. E tinham razão, havia cheiro de imortal para todo o canto.
Ficamos um tempo paradas na frente ate que Georgina e Blake arrombassem a porta fazendo-a abrir com estrondo.
-Ops... – Blake murmurou rindo sem humor.
Todos se levantaram assustados, e entre os olhares surpresos, havia os olhos verdes de Alec.
-Peço desculpas por interrompemos a reunião. – Georgina começou. – Já sabíamos a algum tempo que vocês estavam se reunindo aqui. – disse como se resumisse tudo.
-Sabem? Como eu não sabia? – reclamei.
-Bom, tínhamos suspeitas suas. – Blake disse.
-Esperem, fugiram? – alguém perguntou.
-Acho melhor começarem a se encontrar em outro local, esse está marcado como próximo lugar de atentado. – Hoppe disse rindo amarelo. – Estávamos planejando.
-Vocês fugiram por quê? – reconheci Carlisle.
-Porque a rainha desapareceu, Hellena foi acusada como culpada e a irmã louca dela esta fingindo ser uma súcubo do espírito, e coroaram-na como rainha. – Hoppe revirou os olhos e balançou a mão.
-Katherine é a líder das corrompidas e agora é líder das súcubos. – falei breve. – Estamos todos correndo risco agora.
-Todos? Ou vocês estão correndo risco? – uma mulher disse.
-Não. Elas querem escravizar todos, e matar quem tem a inimizade, que posso garantir são muitos de vocês. Se não se rebelarem, e se não tiverem nossa ajuda, morrerão! – as falas eram tão abreviadas por causa da pressa que ninguém entendia nada.
-E a primeira coisa a fazer, é trocar de lugar de reuniões. – Blake disse.
-Para onde sugerem? – virei meu rosto na direção daquela voz e vi...
-Nate? – arregalei os olhos.
-Já sabemos dos planos das corrompidas para com os íncubos. Antonie esta ao lado delas, muitos de nos não concordaram e fugiram. – falou brevemente, como a maioria de nos.
-Temos um abrigo a alguns quilômetros daqui. – Quenn começou a dar as coordenadas do lugar para onde havíamos nos hospedado. – Quem quiser pode vir conosco estamos do mesmo lado dessa vez.
Não havia muitos imortais, apenas os clãs vampiros principais, algumas bruxas, o clã dos tranformos de La Push e três lobisomens, muito menos do que a primeira reunião.
Os Volturi tinham a guarda quase completa e nos observavam com cuidado e curiosidade, inclusive Jane.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!-Como podemos ter certeza de que não é uma emboscada?
-Não tem como. – dei de ombros. – Só peço que confiem em mim.
Fizeram sons de desprezo.
-Sei que vocês não têm razão para confiar em nós, mas... A nossa única chance de fazer tudo voltar ao normal é se ficarmos unidos, ou elas acabam com todos nos.
Continuaram sem parecer confiar muito em nos, mas se arriscarem a ficar por lá não era algo que um vampiro faria.
Eu e as meninas saímos daquele galpão abandonado, eu já podia imaginar mil jeitos de matar todos aqui facilmente. As mentes súcubos são doentiamente calculistas.
Começaram a me puxar na direção contraria a do vento. Podia escutar e sentir os outros imortais nos seguindo de longe, com o cuidado requerido ao achar estarem em uma emboscada.
Em menos de três horas estávamos na mansão branca.
-Porque aqui? – arqueei as sobrancelhas.
-Essa cidade tem uma espécie de atração imortal. Tudo aqui se tem uma barreira protetora, mas como uma área de paz momentânea. Pelo menos lhes da à impressão.
Entramos na casa deixando a porta escancarada, como um sinal de respeito e paz. Em pouco tempo, todos os imortais já estavam alojados dentro da casa, inclusive Radamante.
Fui em sua direção e pisquei com cuidado.
-Você sabia?
-Das reuniões? Sim, por isso escolhi esse dia para que fugisse. Sabia que teria apoio. – ela não sumiu, apenas flutuou ate estar em um canto onde nem eu conseguia ver-la.
Blake subiu em cima de uma cadeira e gritou.
-Sei que pode estar parecendo um absurdo, mas nesse momento vem vindo um exercito atrás de nos, e esse é o único lugar seguro para ficar. – ergueu as mãos.
-Esta mentindo, isso tudo é uma emboscada.
-Acredite no que quiser bruxa, você tem escolha?
Ela se calou.
-Sabemos que devem possuir seus próprios esconderijos, mas seria melhor se todos fossem por perto, quando a guerra começar, temos que estar unidos.
Negociações entraram em pauta e todos começaram a gritar loucamente enquanto eu tapava os ouvidos assustada e fingia não querer “não escutar” tudo aquilo.
No fim das contas foi decidido que todos ficaram cada um em seus esconderijos, bruxas com bruxas, os Cullen ficaram com os Denali e os transformos, os lobos ficariam na floresta que havia ao lado, e os Volturi consigo mesmos.
As reuniões seriam feitas todos os dias para se decidir o que fariam, e as coisas foram decidas tão rápido, que me surpreendi. Eles até podiam demorar a fazer uma guerra, mas quando já estavam feitas, eram bem rápidos nos preparativos.
Os esconderijos eram todos próximos na medida do possível, mas nenhum lugar foi revelado, e todos já haviam assumido suas formas mais velozes e voavam ou corriam em direção a sua própria segurança.
Os últimos a restarem foram os Volturi.
Eles ficaram parados em um canto opinando pouco e no devido silêncio, os reis estavam juntos o que me surpreendeu. No livro eles pareciam mais neuróticos com segurança.
Aro se aproximou de nos.
-Vim aqui dizer que confio em vocês. – arqueou as sobrancelhas.
-Esse lugar cheira a prostitutas. – Jane se aproximou. Virou o rosto para mim e fez uma cara de falsa surpresa. – E veja Hellena, vem de você!
-Muito educado de sua parte Jane. – sorri delicadamente. – Pois você é a verdadeira filha da... – Quenn tapou minha boca com sua mão e me puxou com cuidado. – Estou bem. – rosnei.
Virei meus olhos para Aro.
-Preciso conversar as sós com o senhor. – indiquei o jardim.
Fez que sim e juntos saímos.
-Os vidros são corta-som. – expliquei parando e cruzando os braços. – Não sei como dizer isso, então vou direto ao ponto. – suspirei. – Você é o pai de Alec?
Não ouve mudança em suas feições límpidas.
-Vampiros não têm pais. – falou suavemente.
-Íncubos tem.
-Não Hellena. Íncubos tem mães.
-O que quer dizer? – franzi o cenho.
-Enquanto viveu por lá, teve alguma súcubo que falou de seu pai, ou fez qualquer referencia a um progenitor? – neguei. – Pois bem, um íncubo não pode gerar íncubos, mas uma súcubo pode. A única coisa que Trianna fez foi me usar para ter as crianças dela. Se me da licença.
-Não. Não acabei.
Parou me olhando.
-Ela se importa com você, se afastou para não corrompe-lo. E ela amou muito os filhos, ainda ama.
-Acredite no que quiser princesa, pois as piores mentiras são aquelas que se acreditam ser a verdade. – ok. Eu não entendi a frase dele, mas vai entender alguém meio corrompido com três mil anos de vida!
-E as piores verdades são aquelas que nos recusamos a enxergar. – talvez a frase não fosse bem assim, mas surtiu efeito nele, ele ficou com uma cara mexida. – Alec tem direito de saber a verdade.
-Ela esta em suas mãos, você as usa da maneira que preferir. – ele deu de ombros e partiu de vez.
Então quer dizer que Alec Volturi, na verdade é o príncipe Volturi? Não é que nos combinávamos mais do que pensava? Ri intimamente vendo-os se prepararem para partir. Foram para o jardim e se metamorfaram em aves, deixando Alec para trás.
-Precisamos conversar. – murmurei correndo ate ele.
Não respondeu, apenas fez um gesto para que eu continuasse.
-Eu sei quem é seu pai. – instintivamente levei minha mão ate meu pescoço, encontrando o colar de diamante que ele havia me dado quando eu ainda era princesa.
Suspirou fundo seguindo o caminho de minha mão com os olhos.
-Sempre a uma jóia marcando as etapas de sua vida não? – sua voz estava rouca. – O anel de safira – olhou para meu dedo. – Para quando era humana. O colar de diamante para quando era princesa, o que devo te dar para a etapa “súcubo traidora e rebelde”?
-Isso foi um pouco grosseiro. – disse sem orgulho.
-Não quero saber quem é meu pai. – deu-me as costas.
-Pois vai saber, nem que eu tenha que gritar em seu ouvido. – segurei seu braço e o fiz virar-se para mim.
-Sempre teimosa. – gracejou.
-Sempre cabeça-dura e orgulhoso. – fitei-o seriamente.
Dando-se por vencido ele revirou os olhos.
-Tente me convencer.
-Aro é seu pai. – isso pareceu chocar-lo um pouco, mas logo depois seus lábios explodiram em um risada sem humor.
-Não me convenceu. – virou-se de novo.
-Não estou mentindo Alec, você é um príncipe. – ele me olhou incrédulo. – Ok. Falando em voz alta soa meio absurdo, mas é a verdade! Você é o Volturi mais Volturi daquele castelo, e Jane.
Seu olhar cético me feria, e ele olhou fundo em meus olhos.
-Nos vemos amanha na reunião. – se transformou em um falcão e sumiu no negro da madrugada.
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