O professor entregou a prova pontualmente às oito e meia, e nos disse que teríamos uma hora para resolver as questões. Encarei a folha de papel, cheia de questões que eu não conseguiria fazer... Se não tivesse um plano.

Olhei ao redor para ver se ninguém estava olhando. Todos estavam concentrados em bater a cabeça no tampo da mesa, tentando se lembrar das fórmulas. Sorri comigo mesma.

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Essa era a forma mais eficiente de colar.

Abaixei minha cabeça até apoiá-la no braço e relaxei, deixando que o sono viesse. Eu já estava quase desmaiando por ter acordado cedo demais. Essa era uma oportunidade única.

O sonho começou com a cara do professor na minha frente, dizendo algo em alemão. O filme que assistimos recentemente sobre Hitler havia mexido com a minha imaginação. Bom, o Hitler/professor de Geometria nos entregou as nossas provas corrigidas com a cara emburrada, e quando chegou na minha mesa, deu um pequeno sorriso, sussurrando "Bom trabalho, Sparks".

Olhei a minha prova e vi as respostas certas.

Não era só a minha imaginação. Era o meu futuro. Acordei de repente, levantando a cabeça e olhando automaticamente para o relógio. Só havia cochilado por dois minutos. Sorri novamente e comecei a escrever as respostas certas na minha prova. Terminei em dois minutos, entreguei a proca e depois fiquei rabiscando alguma coisa sem sentido na mesa.

Foi quando o sono me atingiu novamente. Dessa vez, sonhei com um garoto. Alto, loiro, com profundos olhos azuis e músculos bem definidos. Ele corria na minha direção e me puxava para correr para longe. Eu estava com medo; não dele, mas de algo... alguém que estava atrás de nós. Mas ao mesmo tempo, esse alguém me puxava para si, como se fosse a força da gravidade. Eu não queria resistir, mas sabia que devia.

O garoto olhou para trás e engasgou. Depois me pegou no colo facilmente, como se eu fosse uma pluma, e algo explodiu atrás das suas costas. Alguma coisa branca e macia começou a tomar forma, e bater de forma sincronizada. Percebi com um sobressalto que eram asas brancas. E depois que estávamos voando. Olhei para baixo, para além dos músculos bronzeados do garoto ao meu redor, e vi que havíamos saído de um prédio pegando fogo. E, lá em baixo, no terraço do prédio consumido pelas chamas, havia outra pessoa.

Esse garoto era mais velho. E talvez até mais bonito.Tinha olhos negros, e cabelo escuro. E uma pele bem pálida.

As suas asas eram negras também. E ele estava sorrindo, malicioso, enquanto acenava para mim.

Acordei gritando. O professor disse para eu me retirar da sala. Felizmente, ele já havia dado a minha nota.