Pesadelos

A Vida é como um Jogo de Pôquer


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Vagava pela cidade sem rumo. As ruas pelas quais passava estavam enfeitadas com balões e bandeirolas. Sorrisos falsos, bebida barata, trânsito, poluição, stress... Tudo tão colorido e alegre e, ao mesmo tempo, cinza, caótico e controlado pela antiga ditadura do relógio. Uma comemoração? Como podiam festejar enquanto naquele instante, naquele exato momento, a última das batalhas se desenrolava, tendo como campo o seu tão amado lar? "De fato, jamais os entenderemos..." Refletia. De súbito, parou.

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- Você me seguiu a manhã inteira, Samuel. Não vou me encontrar com Miguel. Se quer encontrá-lo, é melhor começar a procurar rápido: nem mesmo eu sei onde ele se meteu desta vez. - Disse, sem voltar-se para o mesmo.

- É, mas eu sei: ele está com a garota. - Falava com indiferença, enquanto se aproximava do mais velho - Vim lhe fazer uma proposta.

- Deixe-me adivinhar: Lucífer quer a minha Trombeta no lugar de um posto de poder na "Nova Ordem" mundial? - Riu - Lamento, não estou a venda. - E se pôs a caminhar outra vez, dando as costas para o outro arcanjo.

- Cuidado com o que diz: tem sorte de ser eu ao invés do Raphael. Sabemos o quanto ele é violento... Os meios que nosso irmão usa são um tanto persuasivos, estou certo? É o que Ezequiel o diga.

- Está bem... Eu aceito. - Assentiu. A proposta do irmão era tentadora, não podia negar. Porém, sentir a lâmina da espada tão próxima ao seu pescoço o influenciava muito em sua escolha.

- Pensei que fosse leal a Miguel. - O olhar frio o incomodava - O que houve com "aceite seu lugar"? - Falava num tom sarcástico.

- As coisas mudam. - Estampava um sorriso cínico.

- É sim: agora a situação é mais favorável a Lucífer. Vamos, eu te conheço: só joga pra vencer...

- Talvez tenha razão. - Continuava a sorrir descaradamente - Isso porque perder não é de meu feitil.

- Covarde. - Raphael rangeu os dentes - Estou cheio dessa sua cara de pau, Ezequiel! Sempre entre os dois lados, indeciso. Quer saber? Eu já estou farto!

- O que vai fazer? Me matar? - As palavras saíam debochadas.

- É. - Disse com convicção.

- Não pode. - Um misto de medo e incerteza presentes em sua voz.

- Não duvide.

Fora o próprio Jofiel que encontrara o receptáculo do irmão destruído. Indícios de que uma luta entre duas criaturas poderosas ocorrera estavam evidentes. Sua forma divina permanecia intacta, exceto por um detalhe. A Sétima Trombeta desaparecera, assim como suas asas, que haviam sido arracandas - era o que Raphael fazia sempre que vencia uma batalha. Fora assim com Azazel e tantos outros, até Ezequiel.

- Isso foi uma ameaça? - Parou mais uma vez, porém agora se virando para o outro, que o mirava a certa distância.

- Não me entenda mal, é só que... Veja, não precisamos de você. Eu poderia muito bem tentar tomar a força essa sua "vuvuzela". No entanto, ainda o queremos ao nosso lado. Isso é porque somos uma família.

- Sei... E é claro que meu vasto conhecimento a respeito dos planos e fraquezas de Miguel não é nem um pouco relevante. - Completou com um sorriso arrogante.

- De fato, eles tem razão: você é o mais sábio de nós. Pode ser muito útil. Por isso a proposta.

- Sim, sim. E você, meu irmão, sempre amoroso e muito dedicado e fiel a Deus. Estes são seus atributos, não?

- Tudo bem. - Suspirou - Já percebi que não vai ser fácil te convencer. Só... Pense no assunto. O Diabo está com uma ótima mão, e essa é a última rodada: é tudo ou nada.

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- Estou perdendo a sanidade ou você acha mesmo que isso não passa de um jogo de pôquer?

- É isso aí: estamos apostando nossas próprias almas. Quem vencer, leva o grande prêmio. E, cá entre nós, Lucífer tem boas chances de obtê-lo...

- Se continuar matando todo mundo, não duvido que o consiga... - Deu de ombros - Agora é a minha vez de lhe dar um conselho: fique. longe. dele. - Sussurrou, vagarosamente.

- O que quer dizer? - O comentário lhe deixou pouco apreensivo.

- Me considera sábio? Então escute: Lucífer é perigoso. Ele finge ser o que não é. Analisa as coisas minunciosamente. Pensa sempre muito bem antes de agir. Não é confiável.

- Está bem... - O fitou divertido - Agradeço pelas palavras tão... - Ponderou por um minuto - Em fim, nos vemos em breve. E espero que já tenha escolhido um lado até lá.- Disse, antes de partir.

- Estou do lado da Justiça, meu caro. Você não? - Ainda pode ouvir as últimas palavras de Jofiel, que ecoaram em sua mente.

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- Cass! Cass! - Dean repetia incessantemente, enquanto sacudia o amigo, que encontrara incosciente no chão - Acorda, Castiel!

- Dean? - Balbuciou, confuso. Olhou ao redor: ambos os Winchesters o fitavam, apreensivos.

- Me ajuda aqui, Sammy. - Com a ajuda do irmão, o loiro fez com que o anjo se sentasse na cama.

- O que aconteceu? Cadê a Alice? - Só então o caçula percebera a ausência da jovem.

- Ele está com a menina. Precisamos fazer alguma coisa, ele irá usá-la para vencer essa Guerra. - Disse, com um temor visível na voz. Num impulso, pôs-se de pé e, antes que pudesse desaparecer como era de seu feitil, a voz do mais velho chamou-lhe a atenção.

- 'Tá legal: a gente vai junto. - Um semblante tão preocupado quanto o seu, um olhar ainda mais determindado.

- Lamento, é muito perigoso. - Sumiu, simplesmente ignorando os outros dois.

- Anda. - O irmão cutucou-lhe - Vamos ver se descobrimos alguma coisa com o tal do Ezequiel.

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