Abraços de Bill, Beijos de Tom.

-Alo?

-Bill, aqui é a Gabi.

-Oi Gabi. Que saudades.

-Que? Dá pra falar mais alto? É que a gente precisa conversar.

-Eu sei, é que... Gabi, acho que estou apaixonado por você.

-Bill, a ligação está ruim, não consigo te ouvir direito. O que foi que disse?

-Nada, deixa pra lá – disse num tom mais alto pra que ela entendesse.

-Bill, o Tom disse que você não anda muito bem. Isso tem haver com aquela garota?

-Tem – suspirei – mas não precisa se preocupar com isso não.

-Mas é claro que eu me preocupo. Você é uma das pessoas mais legais que já conheci. Não vou te deixar na mão.

-Valeu, mas acho que nesse caso você não pode me ajudar.

-Por que não? – boa pergunta. O que eu vou dizer pra ela agora?

-Deixa pra lá, Gabi. Ela gosta de outro cara. – que por acaso é o meu irmão.

-Mas você já tentou falar com ela sobre isso?

-Já. E infelizmente não deu muito certo não.

-Que pena, Bill.

-É... Gabi, o Tom quer falar com você. Espere um pouco que vou passar o telefone pra ele.

-Ok.

-Oi gata.

-Oi Tom. Tudo bem?

-Está bem melhor agora que eu estou falando com você – quando ele disse isso eu quis muito bater nele. Estava com muita raiva. Mas o Tom é forte e eu pareço um palito. Estava em desvantagem e claro que quem ia sair perdendo era eu. Nem queria dar o telefone para ele pra começar, e ele fica falando assim com a Gabi? Com a MINHA garota que EU conheci, que Eu convidei pra ir para o camarim? – Valeu por ter ligado.

-De nada. Ele conheceu uma garota e ela gosta de outro cara. Foi por isso que o Bill ficou assim.

-Hum, entendi. Mudando de assunto, como estão as coisas ai?

-Ah, mais ou menos. Eu vou ter que passar o Natal sozinha.

-Por que?

-Minha prima e minha tia vão pra casa de uma amiga e eu não vou muito com a cara dela. Prefiro ficar em casa mesmo.

-Quer passar o Natal com a gente?

-Tom, vocês moram em Los Angeles e eu no Brasil.

-Pra sua informação, vamos passar o Natal esse ano com uns parentes que moram ai. Se quiser, eu ou Bill te buscamos ai na sua casa e trazemos para a nossa. Quando você quiser ir embora, a gente te leva.

-É melhor não, Tom. Vai estar toda a sua família lá e não quero dar uma de intrometida.

-Que bom que você vai.

-Mas eu não disse que...

-Vou te pegar às sete, ok?

-Tom, você nem sabe onde eu moro.

-É só olhar o endereço nas cartas que você mandou para o Bill. Aliás, ele me mandou dizer que adorou as fotos que você deu.

-Que bom que gostou. Revelei especialmente pra ele.

-Gabi, eu vou ter que desligar. Os G’s estão me chamando.

-Ok, não quero te atrapalhar no seu trabalho.

-Você nunca atrapalha. Beijos.

-Beijos. Tchau.

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14 de dezembro de 2010

Querida Gabriele

Você não sabe o quanto eu fiquei feliz quando você me ligou. Estava muito estressado, nem dei bola para o Tom que estava tão preocupado comigo tanto quando você. Obrigado.

Ele deve ter falado que eu fico falando comigo mesmo, acertei? Quando eu quero desabafar faço isso, é uma mania que eu tenho. Acho que varias pessoas devem ter. Estava tão irritado que até me esqueci de responder a sua carta, desculpa.

Enfim, que bom que você vai passar o Natal conosco. É bem melhor do que ficar sozinha em casa isso pode ter certeza. Nós só escrevemos essa carta pra você não esquecer: dia 24 às sete horas da noite a gente passa ai pra te buscar, ok?

Não sei se você gosta de carne, mas a gente não vai ter esse tipo de alimento. Você que é fã deve saber por que.

Abraços de Bill.

1000000000000000000000000 beijos de Tom.

PS : foi o Tom que escreveu isso!