Youre The Only One Who Can Save Me

Dica de segurança: Sempre bata na porta.


"Lentamente a abri e me deparei com a perfeição"

-Ah, Meu Deus! - Falei cobrindo os olhos com a mão livre e puxando a porta novamente com toda a força.

Escutei um barulho vindo de dentro daquele banheiro e me virei, ofegante.

Comecei a andar de um lado pro outro, nervosa. Eu estava tremendo, mas ao mesmo tempo morrendo de vontade de rir.

Ouvi a porta do banheiro abrir, parei de andar, respirei fundo e olhei para Justin, que parecia estar no mesmo estado que eu.

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-Desculpa, eu... - Tentei falar, bastante constrangida, mas então comecei a rir.

O motivo? Eu vi Justin só de cueca. Isso pode ter sido bobo, mas não pra mim, que nunca nem tinha falado com algum garoto. Que não fosse da família, claro.

Justin começou a rir junto, eu estava tão envergonhada por isso ter acontecido.

-Tudo bem, não precisa falar nada. - Ou é melhor não falar nada? Completei em minha mente o que Justin falou, ainda recuperando o fôlego.

Parei de rir, e com certeza estava corada, eu odiava isso, ainda mais na frente das pessoas, ou de um certo Justin, que pra mim ainda era um estranho.

-Você fica bonita corada. - Justin comentou, sorrindo e fechando a porta do banheiro. Agora ele estava vestido, Graças a Deus.

Corei mais ainda, mas dessa vez, olhei para baixo e fiquei fitando meus pés, para não deixar ele ver.

-Ah, vem aqui, vou mostrar aonde você vai dormir. - Ele falou pegando minhas mãos, me fazendo sentir um arrepio. Ele foi até o outro lado do corredor e virou, revelando três portas, uma de cada lado do corredor e a outra no fim.

Ele me levou até a porta do fim do corredor e abriu a porta, entrando primeiro e acendendo a luz.

Aquele quarto era no mesmo padrão do outro, bem bonito e organizado.

Tinha uma cama king size, com lençóis brancos e vermelhos e alguns travesseiros na mesma estampa. Um criado-mudo a cada lado da cama, uma televisão do lado esquerdo do quarto e uma escrivaninha no lado direito. Aquele lugar, assim como toda a casa, tinha várias fotos do Justin.

-Aqui tem roupas secas. Bom, acho que agora você já sabe o que fazer, então, boa noite Kristin. - Ele falou me entregando uma calça larga dele e uma blusa de algum time de basquete e depois me deu um beijo na bochecha e saiu do quarto.

Pendurei minha bolsa encharcada no closet e voltei para o quarto. Olhei em volta, procurando uma porta que fosse o banheiro, não achei, então tranquei a porta do quarto e me troquei. Coloquei a roupa que eu estava vestindo até então dentro da minha bolsa, que só carregava minha carteira.

Fui até a cama, tirei alguns dos travesseiros e me deitei. Puxei um dos lençóis para mim e deitei.

Fechei os olhos, mas não consegui dormir, então tive que ficar olhando para o teto até dormir.

xxx

Acordei com alguém abrindo a porta do quarto, eu estava morrendo de sono e estava me sentindo cansada, apesar de ter ficado um mês em uma cama até ontem.

Abri os olhos e dei de encontro com o rosto do Justin ajoelhado no chão, ao meu lado, me olhando fixamente.

-Bom dia. - Falei baixo, ele sorriu e depois se levantou.

-Bom dia, Kris. - Ele falou animado e ainda sorrindo, me fazendo derreter por dentro.

-Hm... Que horas são? - Perguntei apontando para o enorme relógio preto e branco no seu braço.

-São exatamente... 11:08. - Ele falou e em um instante eu estava de pé, odiava acordar tarde.

-Nossa, porque você não me acordou antes? - Perguntei levando as mãos a cabeça, desorientada.

-Você estava tão bonita dormindo que eu tive pena de acordar você. - Ele deu um sorriso fraco, mas feliz, ao mesmo tempo.

Eu tinha que ir pra casa, voltar pra minha realidade triste.

-Justin... Eu tenho que ir pra casa. - Falei de cabeça baixa.

-Por quê? - Ele perguntou, desfazendo seu sorriso.

Não respondi.

-Você não precisa ir agora, precisa? - Ele perguntou baixinho, encolhendo os ombros, tímido e pondo as mãos nos bolsos da bermuda que usava.

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-Acho que sim. - Falei me sentando na cama.

-Não pode esperar até depois do almoço? - Ele perguntou sentando ao meu lado, fazendo seu perfume me invadir por completo.

-E-eu não sei Justin. - Falei balançando a cabeça.

Ele olhou pra mim triste e depois baixou a cabeça novamente.

-Mas... Você pode voltar amanhã? - Ele perguntou levantando a cabeça rápido e olhando para mim novamente, dessa vez sorrindo, como se tivesse tido uma ideia incrível.

Suspirei pesadamente, eu não queria realmente ir. Mas eu tinha que ir.

-Eu acho melhor não, eu não acho que seja uma boa ideia. - Falei e ele fez uma careta, me fazendo rir.

-Por quê? Você não quer me ver né? - Ele perguntou cruzando os braços, me fazendo rir ainda mais.

-Mas que ideia absurda, Justin! - Falei parando de rir.

-Então o que é? - Ele perguntou de novo, descruzando os braços e se jogando para trás.

Olhei para ele, que parecia mais um menino pequeno triste por não ganhar um brinquedo novo.

-Justin... - Comecei. Ele me olhou prestando atenção.

Suspirei e então continuei.

-... Não é que eu não queira te ver, porque na verdade, eu quero. E só que, eu não posso. - Falei desanimada.

Ele fechou os olhos. Parecia mais um anjo, seu rosto estava calmo e tinha uma expressão pensativa, mas indecifrável ao mesmo tempo.

-Tudo bem então. Onde é sua casa? - Ele perguntou de repente, depois de minutos de silêncio, me assustando.

-É aqui perto, eu vou andando. - Falei levantando e indo até o closet, onde minhas coisas estavam, peguei minha bolsa e voltei para o quarto.

-Não, eu te levo lá. - Ele falou e em seguida se levantou.

-Então tá, se você quer... Aonde tem um banheiro? - Perguntei mudando de assunto, eu tinha que trocar de roupa, além de querer acabar logo com aquilo tudo.

-A porta do lado esquerdo. - Ele falou apontando para fora do quarto, ainda de olhos fechados.

Saí do quarto e entrei na porta que ele tinha mandado. Era um banheiro de luxo, como toda a casa, e não deixava a desejar.

Tirei minha roupa da bolsa, ainda estava encharcada, igualmente a minha bolsa.

Troquei de roupa rapidamente, escovei meus dentes com o dedo, arrumei meu cabelo e saí.

Justin estava sentado ao lado da porta, com a cabeça encostada no joelho, mas assim que ouviu o barulho da porta fechando, levantou.

-Você vai com essa roupa? - Ele perguntou apontando para minha roupa e fazendo uma cara estranha. Somente assenti.

-Vai acabar pegando uma pneumonia desse jeito. - Ele falou indo em direção da escada pela qual subimos na noite passada.

Revirei os olhos e ele riu.

Descemos a escada e passamos pela cozinha, Justin cumprimentou uma moça jovem e ela sorriu para mim. Sorri de volta.

-Ah, mãe, essa é a Kristin. A garota que eu falei. - Ele sorriu ao falar meu nome.

-Oi. - Falei sem graça.

-Olá querida. - Ela sorriu delicadamente.

-Mãe, vou deixar ela na casa dela e volto. - Justin falou e piscou pra sua mãe.

Passamos pela sala, Justin cumprimentou mais algumas pessoas e então chegamos à porta da frente.

Ele destravou o carro e abriu a porta para mim, deu a volta no carro, e depois entrou.

Ligou o rádio e por coincidência estava tocando a música que eu mais gostava, More than Alive, The Ready Set.

Comecei a cantar, Justin me olhava sorrindo, enquanto ligava o carro e dava partida.

-Que foi? - Perguntei quando a música acabou e ele ainda me olhava com cara de bobo sorridente.

-Nada. - Ele respondeu piscando várias vezes e virando para frente.

-Ah, agora me fala. - Falei rindo.

-É só que você canta bem. - Ele sorriu ainda olhando para frente.

-Obrigada. - Falei virando para a janela, só para acompanhar o caminho, afinal, eu não tinha dito onde morava. - Justin, nós já passamos. - Falei olhando para ele.

-Eu sei. - Ele sorriu, agora dando uma piscadinha para mim.

-E pra onde estamos indo? - Falei sem entender mais nada.

-Você não comeu nada, deve estar com fome. - Ele falou e eu lembrei que realmente não comia nada desde o almoço do dia anterior.

-Então, tudo bem. - Falei, começando a cantar uma música qualquer que tocava no rádio.

Depois de não muito tempo, paramos no drive-through do Mcdonalds.

Pedi um Milk Shake de Morango e um Big Mac, Justin pediu o mesmo.

Comemos durante o caminho, enquanto dançávamos e cantávamos algumas músicas idiotas de propagandas.

Eu me diverti muito com ele, mas infelizmente chegamos na minha casa.

-Adeus, Justin. - Falei com desânimo, abrindo a porta do carro e saindo, nem mesmo deixando ele responder.

Abri a porta da casa, e entrei.

Tudo continuava igual, até mesmo os pratos que eu tinha sujado naquele dia.

Me joguei no sofá e fiquei olhando as fotos na mesinha ao lado.

Tinham milhares de fotos minhas com meus pais. Isso me fez chorar.

Me encolhi no cantinho e agarrei minhas pernas, apoiando minha cabeça nos joelhos.

Todas as lembranças vieram a minha mente, todas de uma vez. Eu estava desabando por dentro.

Passei alguns minutos daquele jeito, até escutar a campainha tocar.

Pensei em quem podia ser, mas realmente não me lembrava de ninguém que pudesse me visitar.

Levantei, e me olhei no espelho perto da porta, eu estava horrível.

Meus olhos estavam vermelhos, assim como meu nariz, estavam sem o brilho que costumava ter e meu rosto estava extremamente inchado.

Tentei me acalmar, e assim fiz.

Limpei meu rosto e abri a porta.

Justin estava lá. Sem nem mesmo pensar, o abracei.

O abracei forte, e ele retribuiu. Eu precisava mais do que nunca de alguém, e aquele alguém, parecia ser ele.