A Babá

Capítulo 5


Capítulo 5

-Eu nunca pensei que você pudesse ser tão idiota e sem coração Cullen – ela disse, de olhos fechados e com a voz embargada, por causa do choro e saiu dali, empurrando a todos e adentrou a escola.

Eu fiquei olhando ela se afastar, por alguns segundos, até que, suas palavras, fizeram sentido e a fixa caiu. Eu não acredito, não acredito que eu acabei de falar isso. Como eu sou idiota, burro, burro, ESTUPIDO!

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Sem pensar duas vezes, tentei ir atrás dela, mas, Brad me impediu.

-Ei, cara, você não acha que já humilhou a Swan o suficiente por hoje? Deixa um pouco para amanha –disse, fazendo todos rirem. Então, ele se colocou em minha frente, e colocou uma mão em meu ombro.

-Você tem razão Brad, ela já foi humilhada de mais por hoje –“E, como eu me sinto um completo idiota, e estou me odiando mais do que tudo agora” completei, mentalmente, e o tirei do caminho, começando a andar novamente. Ela não fora humilhada de mais, só por hoje, ela fora humilhada para o equivalente a toda sua vida!

-Ei, cara, onde você vai? –perguntou, enquanto me seguia, assim como os outros.

-Pra casa, humilhar a Swan, acabou comigo –respondi, frio. Eu sentia uma vontade imensa de me chutar por ter dito tudo aqui para ela.

-Cara, a gente tem aula agora –insistiu.

-Que se dane, não é a primeira vez que eu mato aula –respondi, e eles pararam de me seguir, e eu, praticamente, corri para dentro da escola, na esperança de encontra-la nos corredores, para pedir desculpas por tudo o que eu havia dito.

Assim que eu cheguei em um dos corredores, no meio da escola, eu vi Bella, abraçada a alguém. Eles estavam no chão, e Bella chorava muito. Vê-la assim, fez meu coração se apertar, pois ela estava assim, por minha causa.

Bella, com a ajuda do homem, se levantou, e eles começaram a andar pelo corredor, ainda abraçados. Um ódio imenso e avassalado percorreu todo meu corpo. Mas, eu não sabia se esse ódio era por que, havia sido eu que a fizera chorar, ou, por que não era eu, ali, abraçado a ela, consolando-a. Eu então decidi segui-los, para ver onde eles iam. Andei atrás deles, em uma distancia segura, distancia essa que, nenhum deles iria conseguir me ver.

Eles foram em direção ao estacionamento, e o homem desceu uma mão pelas costas de Bella e retirou uma chave de seu bolso. O homem, a guiou até a caminhonete dela, e abriu a porta do carona e a ajudou a entrar, depois que ela já estava dentro da caminhonete, ele fora para o lado do motorista. Quando ele abriu a porta do carro, me esforcei ao máximo para poder ver quem era, e, assim que consegui, quase cai para trás, ao ver que era Jacob.

Mas, afinal, o que ele estava fazendo? Será que ele era amigo dela? Não, se ele tivesse algum envolvimento com ela, qualquer que seja, ele falaria para mim... não falaria? É claro que ele falaria, ele é meu melhor amigo, e, nós sempre contávamos tudo um para o outro, e, quando eu digo tudo... eu quero dizer TUDO! Ele deve estar ajudando-a por pena... isso mesmo, ele está sentindo pena dela. O que é normal, pois, qualquer um sentiria.

Fui tirado de meus devaneios, pelo ronco da caminhonete de Bella, que começou a andar. Rapidamente, fui para meu carro. Eu não agüentava ficar ali, nem mais um segundo.

Eu fiquei o caminho todo, pensando em como eu havia sido um idiota, sem coração, frio, insensível, burro, bruto, sem escrúpulos, sem sentimentos, irresponsável... e todos outros xingamentos que você possa imaginar. Ela não merecia isso, ela não merecia que eu dissesse aquilo em frente a todos. Ela não merecia ouvir aquilo, nem se nós estivéssemos sozinhos. Ela não merecia ouvir aquilo de ninguém. Eu fui um ignorante... “ARGH! Como eu sou idiota!” pensei.

Assim que cheguei, estacionei o carro e entrei dentro de casa. Alice me perguntou alguma coisa, que eu não havia entendido, e nem faria esforço algum para entender. Sem dar atenção a ela, subi rapidamente as escadas, e fui direto para meu quarto. Eu precisava pensar, apesar de que eu já havia pensado tudo o que eu já tinha que pensar sobre o assunto de hoje mais cedo. Eu já havia pensado, e já havia chegado em uma conclusão: Eu sou um completo idiota!

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Assim que cheguei em meu quarto, eu me joguei em minha cama. Eu não tinha coração como ela mesma disse. E, ela esta certa, se eu tivesse um coração, eu nunca falaria, o que eu falei, para ela.

Mas, eu estava com muita, muita raiva, dela e da minha mãe. Da minha mãe, por ter proposto algo do tipo, e, dela, por não ter negado logo de cara. Eu sei que, o fato de eu estava com raiva, não me dava o direito, de ter dito tudo aquilo para ela, mas, eu falei sem pensar.

Hoje de manha, eu havia escutado minha mãe, comentando com meu pai, dentro do escritório, que pediu para Bella trabalhar de babá aqui em casa. Na hora, eu não havia percebido quais eram as verdadeiras intenções de minha mãe, só depois, quando eu já estava na escola, e comecei a refletir sobre o assunto, fora que eu entendi o que ela queria realmente. Ela queria que Bella trabalhasse de babá, para que ela me vigiasse, e, agir como se fosse minha babá também. Isso não tinha cabimento! Eu não tinha mais idade para ter uma babá. Daqui a alguns meses, eu faria 18 ano oras!

Alem do mais, minha mãe não devia ter chamado, logo ela, para fazer isso. Logo ela, a pessoa que... éér... que... deixa pra lá. Minha mãe não tinha o direito de fazer isso comigo.

Não sei por quanto tempo mais fiquei pensando sobre a burrada que eu havia feito, e logo cai no sono.

-Edward, Edward, acorda meu filho –minha mãe dizia, enquanto me balançava.

-Só mais cinco minutos, daí eu prometo descer para tomar o café –respondi, virando para o lado. Ela riu, mas, continuou a me balançar.

-Que café Edward, agora, levante, pois Emmett já está chegando –disse, seria.

-Não importa que ele esteja chegando, eu quero dormir –cobri minha cabeça com o cobertor.

-Edward Antony Cullen, se você não se levantar agora... –começou a ameaçar

-Tudo bem, tudo bem, já levantei droga –resmunguei.

-Olha a boca rapaz, não foi essa a educação que eu te dei –me repreendeu.

-Desculpa. –me espreguicei –Que horas são? –perguntei, tentando olhar para o criado mudo, onde havia um relógio.

-São 20:30. –respondeu –Agora, lemvante-se e se arrume, pois, já vamos no aeroporto buscar seu irmão –se levantou, e sai do meu quarto.

Ótimo, agora mais essa! Já não bastava a discussão de hoje de manha, agora tem a chegada de Emmett. Ele vai atrapalhar tudo. Se ela aceitar a proposta da minha mãe, vai estar tudo perdido... apesar de que, eu já perdi, muito antes dele chegar, eu perdi, assim que eu disse tudo aquilo para ela, na escola, em frente a todos!

A contra gosto, me levantei, e fui escovar meus dentes, eu não estava com animo, nem com cabeça, para estar “apresentável” para a chegada de Emmett. Quando eu acabei de escovar meus dentes, desci as escadas, bem lentamente.

-Para de lerdeza Edward, se não nós vamos nos atrasar. –disse Alice, no final da escada.

-Eu não entendo, eu tenho carro, vocês poderiam ter ido na frente, ou ter me deixado dormir –disse, emburrado, assim que terminei de descer as escadas.

-Não, nós temos que chegar juntos. Como uma família unida. E, alem do mais, Emmett merece que todos nós estejamos lá, quando ele chegar. Quanto tempo faz que nós não o vemos? Cinco anos?

-Na verdade mãe, nós o vimos no natal e, ele passou o ano novo aqui também.

-Não importa, já tem muito tempo. Agora, vamos –se virou, e saiu de casa.

-E já vai começar, mais algumas semanas infernais –murmurei e sai também, e fui, com meu carro, para o aeroporto de Seattle.

[...]

No dia seguinte, acordei cedo, eu estava disposto a passar na casa de Bella, e esperar ela sair para ir para a escola, e, ai, eu iria pedir desculpas para ela, por causa do que eu havia dito. Então, me arrumei rápido e sai, sem tomar café. Eu apenas peguei uma maçã e sai.

Eu fiquei o caminho todo pensando no que dizer para ela. Eu não poderia pedir, apenas, meras desculpas. Eu sei que ela nunca iria me perdoar, mas, eu devia isso a ela, e, há mim mesmo também.

Assim que eu cheguei, em frente à casa de Bella, eu fiquei ansioso. Eu estava tão ansioso, que eu não sabia se saia do carro e ia bater na porta ou, ficava esperando ela sair. Resolvi por ficar no carro e esperar.

Enquanto eu esperava, eu fiquei observando a casa de Bella, prestando atenção nos detalhes.

A casa dela era de madeira, tinha dois andares, e era totalmente amarela. Tinha algumas trepadeiras nas laterais, que subiam até perto da janela, da direita. As janelas, assim como a porta e o telhado, eram de um tom marrom escuro, que contrastava com o amarelo, já quase totalmente desbotado. Atrás da casa, parecia ter um jardim, que dava para a floresta. Engraçado, ela, tecnicamente, também vivia em uma floresta.

Deixei os pensamentos de lado, e, fiquei encarando a porta, para ver se ela saia. Então eu esperei, esperei, esperei e esperei, mas, nada dela aparecer. Olhei no relógio, para ver que horas eram, e, me espantei, já eram quase oito horas, e, se eu não me apressasse, chegaria atrasado. Então, eu liguei o carro, mas, antes de partir, dei uma ultima olhada na casa de Bella.

É, parece que ela não vai para a escola, mas, será que é por minha culpa? Espero que não... Deixei os pensamentos de lado, mais uma vez, e fui para a escola, talvez ela resolvesse aparecer por lá mais tarde.

Eu fiquei o caminho todo até a escola, pensando nela, coisa que já havia se tornado uma habito. Como será que ela estava? Será que ela já havia melhorado? Será que ela havia esquecido o que eu falei, e, ou, me perdoado?

Não, provavelmente não, nem eu me perdoaria, quem dirá ela. Eu sou um idiota... Um idiota que tem que aprender a pensar, uma... duas... três... QUATRO vezes antes de fazer ou falar alguma coisa!

Quando eu, finalmente, cheguei a escola, estacionei meu carro, e entrei no prédio.

-E ai cara... –Brad começou, mas eu o interrompi.

-Eu não quero papo hoje valeu? –disse, e me afastei, deixando ele para trás, com um enorme ponto de interrogação estampado em seu rosto, o que deixava com cara de idiota.

Hoje, com certeza, o dia será um inferno.

E eu estava certo, alem de eu não prestar atenção em nenhuma aula, Bella não aparecera.

Que ótimo!

[...]

No dia seguinte, eu, novamente, havia acordado cedo, pois, eu iria fazer exatamente o que havia feito no dia anterior, eu passaria na casa de Bella, e, tentaria pedir desculpas, mas, eu não desistiria dessa vez, eu iria aproveitar que hoje era sábado, e ficaria o tempo que fosse.

Então, me arrumei, desci, peguei uma maça, e sai. Quando eu cheguei em frente à casa de Bella, eu, novamente, esperei, esperei e esperei. Fique, sei lá quantas horas esperando, mas, eu não iria desistir, não agora, não hoje, nunca mais!

“ARGH! Será que ela não vai sair de dentro de casa não? Quantas horas eu já estou aqui esperando? Uma?... Duas?... Três?” pensei, mas, quando olhei no relógio, vi que não havia passado nem dez minutos. “Se concentre Edward, lembre-se de que você não vai desistir!” isso, eu não vou desistir, nem que eu morra de tédio aqui!

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Uma hora depois...

Já haviam se passado uma hora, e, nada dela aparecer. Eu já estava começando a me preocupar. Será que havia acontecido algo com ela?

Bom, com a desculpa da preocupação, eu decidi ir bater em sua porta. Então, eu desci do carro, e fui, caminhando lentamente, até sua porta.

Eu estava muito nervoso. Eu acho que essa é a primeira vez que eu não sei o que falar e como agir em frente a uma garota.

Quando eu cheguei em frente à porta congelei. O que eu faria agora?

Várias hipóteses começaram a inundar minha mente.

E se eu batesse e ela abrisse a porta? Será que ela a fecharia em minha cara? Ou será que me deixaria falar? E, se ela me deixasse falar? O que eu diria?

E se eu batesse e ela não abrisse a porta? O que eu faria? Continuaria esperando? Ou desistiria?

Eu fiquei refletindo sobre as hipóteses, que não eram nada agradáveis, pra mim. Como eu vi que iria demorar alguns minutos até decidir o que faria, eu me sentei, encostando meu corpo a porta. Não se passaram nem cinco minutos que eu havia me sentado, e a porta fora bruscamente aberta. Resultado: minhas costas e minha cabeça foram de encontro ao chão. Quando isso acontecera, o baque fora tão forte, que, garanto, que até ela ouviu. Então eu olhei para ela, que me olhava com os olhos arregalados, e acenei sorrindo amarelo.

-O que você está fazendo aqui Cullen? –perguntou ela, em um misto de espanto e de raiva. “Ok, a idéia dela ter esquecido e me perdoado, foi esquartejada e virou cinzas”

-É, eu vim pedir, desculpas? –“Isso não foi uma resposta, foi uma pergunta seu idiota”

-Pelo que? –arqueou uma sobrancelha.

-Pelo que eu te falei na escola quinta-feira –respondi. Ela pareceu refletir por alguns segundos, e suspirou.

-Levanta dai Cullen –fechou os olhos, e suspirou mais uma vez. Então, eu fiz o que ela mandou, e me levantei rapidamente.

-Bom... –eu comecei, mas, ela me cortou.

-Entra, eu não quero que os vizinhos vejam... –ela disse, mas, o final ela sussurrou, e eu não consegui ouvir. Ela me deu passagem para entrar, e fechou a porta –Pode se sentar –comentou, indicando um sofá preto, de couro, de três lugares. Eu, então, me sentei onde ela havia indicado, e ela se sentou em uma poltrona, que também era de couro preto. A poltrona ficava de frente para o sofá, onde eu estava.

A casa de Bella, por dentro, não chegava nem perto do que eu imaginava. Ela era pequena, mas, aconchegante. O piso era de madeira marrom e as paredes eram pintadas de cor salmão, eu acho... Não me recriminei, eu não entendo dessas coisas, quem entende disso é a minha mãe, e, provavelmente, Alice também.

No teto, havia um lustre, que parecia ser de cristal.

Perto da poltrona onde ela estava, havia uma mesa, com alguns livros e um abajur. Havia, também, uma lareira e, em cima dela, havia vários porta-retratos. Tinham várias fotos ali, de diferentes tamanhos e com pessoas diferentes, mas, só uma me chamou a atenção. Uma que havia uma garotinha, que aparentava ter 6 anos, sorridente, e com uma janelinha. Ela usava um vestido rosa claro, e, seus cabelos, de cor chocolate, que batiam no meio de suas costas, estavam soltos. De um lado da garota, havia uma mulher de pele clara, loira, com os cabelos na altura dos ombros. Ela tinha olhos azuis, e era bastante bonita. Do outro lado da garota, havia um homem de aparência séria. Ele tinas os olhos e os cabelos, iguais aos da garota. Na foto, os três sorriam, e pareciam bastante felizes.

Constatei que a menina fosse Bella e, o casal que estava com ela, eram seus pais.

Bella pigarreou, me tirando de meus devaneios, para chamar minha atenção para si. Como ela viu que eu não fazia menção em falar, ela começou.

-O que você veio fazer aqui, exatamente, Cullen? –perguntou, fria.

-Eu já disse, eu vim te pedir desculpas pelo que eu disse e... –eu comecei, mas, ela me cortou.

-Você sabe que, o que você disse, não tem desculpas.

-Eu sei mas...

-Nada de “mas” Cullen, o que você me falou naquele dia, me magoou muito, e, não tem perdão.

-Eu sei, mas....

-Você só abe falar isso? –perguntou, sorrindo irônica.

-Se você me deixar terminar, nem que seja, uma frase se quer, pelo menos, eu consigo falar mais do que isso –respondi. Depois ela diz que eu que sou o grosso.

-Se for para ficar com grosserias, é melhor você ir embora.

-Eu só vou embora se você aceitar minhas desculpas –eu disse, cruzando meus braços.

-É assim? –assenti –Então, pode ficar, pois eu vou indo –se levantou, e fora em direção à porta –Quando você decidir ir embora, bate a porta –terminou, e, saiu, me deixando de boca aberta.

Eu, realmente, não esperava que ela fizesse isso.