Edward

Nasci em um dia chuvoso, no pequeno hospital de Forks. Eu era uma criança aparentemente saudável, meus pulmões funcionavam perfeitamente bem e mostrei-me ser um bebe muito calmo. Em meus primeiros meses de vida nunca dei trabalho para meus pais. Porém, conforme o tempo foi passando, meus progenitores notaram haver algo de errado comigo.

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Ao contrário de muitas crianças de minha idade, ao caminhar eu batia em tudo, não era capaz de reconhecer se havia uma mesa ou uma parede a minha frente. Quando alguém me chamava nunca olhava em seus olhos ou sequer para seu rosto. Estes foram os primeiros sintomas que apresentei, apenas por eles meus pais começaram a desconfiar de que eu não poderia ver e por isso me levaram ao hospital. Depois de realizar diversos exames finalmente suas suspeitas foram confirmadas: eu era cego.

Logo após isso meu pai abandonou minha mãe, para ele o fato de seu único filho ser diferente da maioria das pessoas era inaceitável, uma vergonha. Mamãe ficou arrasada, nunca havia pensado que o homem que tanto amou fosse capaz de fazer aquilo, e, ao contrário dele, ela cuidou de mim.

Quando Carlisle foi embora as coisas tornaram-se difíceis para nós. Minha mãe não tinha muita experiencia em nenhuma área e por isso era difícil conseguir um bom emprego. Nossa dispensa ficou vazia e por diversas vezes não tínhamos quase nada para comer, nessas horas rezávamos juntos pedindo a Deus para que ela finalmente conseguisse um bom emprego e assim pudêssemos ter uma vida melhor.

Minha mãe se chamava Esme, era doce, gentil e sempre ajudou-me a passar pelos momentos mais difíceis da minha vida - ela era tudo o que eu tinha. Trabalhava como garçonete perto da nossa casa, o salário era baixo de mais, mal dava para pagar o aluguel de nosso velha casa e comprar um pouco de comida.

Isso sempre a deixava preocupada e por vezes eu a escutei chorando baixinho em seu quarto, aquilo cortava meu coração. Sabia que não fosse por essa maldita deficiência meus pais estariam juntos e provavelmente Esme teria uma vida melhor.

Com o tempo a ideia de acabar com tudo de repente apareceu. Seria fácil afogar-me em nossa velha banheira ou tomar todos os remédios guardados no armário do banheiro, não importava o modo que fosse, tudo o que eu queria era dar um fim a todo esse sofrimento. Porém tão repentinamente quanto esses pensamentos vinham, sumiam ao lembrar da voz doce de minha mãe me dando motivos para continuar a viver.

...

Esme de repente adoeceu, parando completamente de trabalhar. A dispensa voltara a ser vazia, o aluguel estava muito atrasado e provavelmente seriamos despejados se nada fosse feito. Por isso passei a procurar um emprego, mas parecia que ninguém queria um cego trabalhando em seu estabelecimento, nos lugares que fui obtinha quase sempre as mesmas desculpas:

"A vaga já foi preenchida meu rapaz."

"Quem disse que estávamos precisando de trabalhadores? Não há nenhuma placa dizendo isso na porta de nossa loja como pode ver."

"Esse trabalho não é o tipo de serviço que poderá fazer."

No fim não fui capaz de conseguir nenhum emprego o que obrigou-me a pedir esmola nas ruas, porém o dinheiro conseguido não era capaz de suprir nossas necessidades mais básicas. Por mais difícil que toda aquela situação fosse eu não desistia de dar a mim e a minha mãe uma realidade melhor, tentava ser forte como ela sempre fora. Esperava ansiosamente por sua melhora para que voltasse a ser a Esme de sempre, saudável e, apesar de nossas dificuldades, feliz.

Em uma fria tarde de domingo entrei no quarto de mamãe. Perguntei a ela como estava, mas não obtive reposta, provavelmente estaria dormindo. Mais tarde voltei a chamá-la e novamente recebi apenas o silêncio em troca.

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Algo deve estar errado, uma pequena voz em minha mente falou.

Entrei novamente no quarto e ao toca-la percebi que sua pela esta muito gelada, o desespero tomou conta de mim quando notei que o pior poderia ter acontecido. Como não tínhamos telefone a única coisa que pude fazer foi correr até a rua e gritar desesperadamente por socorro torcendo para que alguém me ouvisse.

Infelizmente parecia que aquele horário nenhum transeunte passava por ali e nossos vizinhos não estavam em casa. Sem saber mais o que fazer voltei para seu quarto tentando despertar minha mãe de diversas formas, mas para o meu total desespero ela nunca mais acordou...