A Bruxa-olimpiana.

Capítulo 10


Fiquei curiosa.

Meu pé moveu-se quase que automaticamente em direção aquela figura que atraía-me profundamente.

Só que então, quando meu pé tocou o chão, uma flecha passou zunindo e cravou na terra a centímetros do meu pé.

Meus olhos foram atraídos para o outro lado da montanha.

Três figuras poderiam ser muito bem distinguidas e, quase que infelizmente, eu poderia saber quem eram.

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Percy, Grover e Júniper resolveram fazer uma visitinha.

Transformei-me novamente em fumaça preta e quando parei, estava frente a frente com Percy.

Júniper e Grover seguravam arcos e flechas.

-O que vocês fazem aqui? – perguntei encarando Percy, tentando ter um olhar meio mortal. Não sei se consegui.

-O que você está fazendo?! –Júniper perguntou desesperada.

Revirei os olhos.

-O meu trabalho – respondi.

-Desde quando você trabalha para alguém? – Júniper perguntou.

Observei que ela havia chorado.

-Desde quando eles trataram-me melhor do que qualquer outro – respondi.

-Trataram melhor? – Percy perguntou fazendo minha atenção voltar para ele. – Eles tratam-te assim, pois você é especial! Nenhum outro tem o poder que você tem! Nem Nico! Você não pensa?!

-Claro que não! – Gritei esquivando-me. – Eu fui acolhida aqui! O mundo bruxo é muito melhor do que o mundo Olimpiano! Sabe por quê? Porque todos aqui veneram-me e vêem o quanto eu sou especial por ser filha de Hades e de uma bruxa! Aqui eu sou reconhecida, Percy! – eu gritava o mais alto que eu podia.

-Não! – Percy gritou segurando meus braços e fazendo-me aproximar.

Percy estava vermelho. Muito nervoso. Por um momento fiquei com medo, mas não podia deixar-me abalar.

-Eles querem-me, eu faço o que eu quero – eu disse fuzilando Percy que pareceu hesitar.

-Não – Percy sussurrou e abraçou-me.

Tempos depois senti algo molhado em meus ombros.

Percy estava chorando.

-Por favor, Hadia – Percy pediu ainda abraçando-me.

Então veio um flashback na minha cabeça: os abraços em grupo, as brincadeiras, Caça a Bandeira que só perdia pro Quadribol, Quíron, o lago, Percy e eu dentro da bolha d’água onde podíamos respirar, Percy mostrando-me todo seu reino.

Aquilo enfraqueceu-me.

-Percy eu... – tentei falar algo.

No meu bolso senti algo balançar pesado. Lembrei o que era.

Desde que eu havia entrado para os Comensais, o frasco com água que Percy deu-me não saía do meu bolso.

Retirei o frasco e mostrei para Percy.

Vi seus olhos brilharem, mas então, estiquei o frasco para Percy e obriguei-o a pegar.

-Mas o que...? – ele tentou perguntar. Eu cortei-o.

-Eu matei, Percy, matei muitos e cheguei até aqui – respondi. – Isso é só pra pessoas leais como você, incapazes de machucar alguém e eu machuquei, isso não é para mim.

Dei as costas e olhei para o outro lado da montanha.

A figura ainda permanecia lá e ainda olhava-me.

Aparatei.

Eu estava em cima de uma pedra que estava a poucos metros do local onde o homem misterioso estava.

Escalei desengonçadamente a quando subi, enxerguei os pés do homem. Meus olhos subiram devagar, observando tudo, mas então, quando olho o rosto, minhas mãos soltaram-se de onde seguravam. Não fosse pelo garoto que ali estava em pé, eu havia despencado e rolado talvez até a morte.

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-Pensou que nunca fosse mais ver-me, não é princesa?

Ele estava ali, ele estava ali.

Percebi que era o que eu mais queria.

E o que eu mais queria era: Logan ali, humano para que pudesse ser meu amigo.

Mas então, da mesma forma que ele segurou-me ele jogou-me para longe.

Bati minha cabeça no chão. Tudo girou.

-Você quebrou o meu espelho – ele vociferou.

Não consegui distinguir o jeito que Logan movia-se. Minha vista estava embaçada por causa da pancada.

-Você quebrou o espelho para nunca mais ver-me! – Logan gritou. – Você torturou-me esse tempo todo, todos esses anos! Hadia você merece morrer! Eu tenho ódio de você!

Mesmo com a vista embaçada, eu sabia que Logan atacaria-me.

Ouvi o barulho de ferro e alguém caiu.

-Não encoste-se a ela! – Percy gritou alto para que todos pudessem ouvir. – Se você machucar Hadia estará morto em segundos, playboy!

-O mesmo serve para você, Jackson – agora era a voz de Malfoy.

Ouvi o barulho de apenas uma lâmina, mas depois duas chocaram-se.

-ES-TU-po-re! – Malfoy gritou, mas pareceu que não acertou o alvo.

-Parem! – era só o que eu conseguia dizer.

-Deixe Hadia em paz, Logan! – Gritava Malfoy.

-Você não percebe que eu a amo? É comigo que ela deve ficar! – Logan gritava e, já que minha vista havia melhorado, eu podia vê-lo defendendo golpes de Percy e Malfoy.

-Eu a amo desde que a vi chegar a Hogwarts! – Malfoy gritou. – Nós crescemos juntos! Ela sempre preferiu a mim a você, seu idiota!

Minha vista estava boa o bastante para enxergar o que eu vi.

Logan desceu um golpe com sua espada no rosto de Malfoy. Um corte formatou-lhe o rosto. Pegava da pálpebra e descia na diagonal até a boca.

-Ah! – Malfoy gritou caindo no chão com as mãos no rosto. Draco estava ensangüentado.

Percy aproveitou e então, com Contracorrente, cortou o ombro de Logan que ficou com um corte maior do que o de Draco.

Eu concentrava-me para não chorar.

Arrastei-me até Draco e rasguei parte da minha capa estancando o sangue que escorria do rosto de Draco do jeito que eu consegui.

Deitei-me ao lado de Draco enquanto Percy e Logan travavam uma batalha.

-Arde tanto! – reclamou Draco com suas lágrimas misturando-se ao sangue.

-É bronze celestial, Draco – eu estava à beira das lágrimas, mas eu não podia chorar. – Pensei que não pudesse ferir bruxos, mas pode.

Draco chorava e mais sangue escorria.

Fiquei com tanto medo.

-Hadia, Hadia – Draco sussurrou. – Eu te amo tanto, sabia?

Os olhos de Draco estavam fechados.

Mesmo com o pano tampando, pude perceber Draco sorrir.

Não respondi.

-Meu pai não queria que eu virasse um Comensal, nem eu – Draco soltou. – Mas quando Voldemort disse que era para eu proteger-te, foi mais forte do que eu, Hadia. – Draco sorriu fraco. – Foi muito mais forte, foi um impulso para que eu aceitasse e Voldemort sabia disso.

-Você está sangrando por minha causa – segurei-me mais para não chorar. – Você está quase morrendo por minha causa.

-Não – Draco sorriu novamente. – Lembra quando você me ensinou sobre os deuses? Até que tinha aquela deusa chamada Afrodite? Sabe? A deusa do amor? A culpa é dela! Ela não deixa nem os primos em paz – Draco soltou uma risada mais animada, mas eu não consegui sorrir. – Ela tem que aprender que primos são parentes e que não é pra fazer um primo apaixonar-se loucamente pela própria prima. É bem estranho. – Draco estava ofegante. – Eu não ligo. Eu não ligo, sabia? Não ligo para o que vão falar se ficarmos juntos um dia. Não ligo se eles irão debochar, mas a única coisa que eu vou ligar é para o nosso amor e para o jeito de como ele parece ser infinito.

Draco respirava com dificuldade.

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, mas eu a sequei.

-Hadia – Draco falou entre soluços de um choro que descia por causa da dor que o corte fazia surgir. – Hadia, eu te amei desde o primeiro momento, desde a primeira vez que coloquei os olhos em você. Eu ainda te amo. Se for possível quero que ainda haja tempo de eu amar-te devidamente. Se eu sobreviver, promete que fica junto de mim? Se você prometer eu vou ter mais forças pra vencer esse maldito corte.

-Draco... Draco... – eu tentava montar a frase, mas quando consegui na minha mente, os olhos de Draco estavam fechados.

A pior das iras subiu dos meus pés a cabeça.

Senti-me uma filha de Ares.

Levantei-me e peguei a varinha de Draco.

Eu tinha duas armas poderosas.

Caminhei até Logan que havia parado de lutar.

-Hadia eu tenho que te pedir... – Logan tentou.

-Cale a boca! – Gritei muito alto.

Eu assustei-me com minha voz.

Percebi o medo em Logan.

-Por favor, princesa... – Logan tentou novamente.

-Calado! – Ordenei. – Eu vou matar você. Eu vou matar você, Logan! – Gritei.

-Calma, Hadia... – Percy pediu, mas não adiantava.

-Cala a boca, Percy! – Gritei sem desviar os olhos de Logan que dava passos para traz conforme eu dava passos em sua direção.

-Hadia, desculpe-me – Logan pediu sem interferência minha. – Desculpe-me. Eu esperei tanto por tocar-te e quando posso eu machuco-te. Por favor, perdoe-me...

-Eu não preocupo-me comigo! – Gritei. – Você machucou o Draco! Você machucou o garoto que eu amo!

-O que?! – Percy quase gritou. – Como você pode amá-lo? Eu convivo com você há mais tempo!

-Você ama a Annabeth, Percy – eu controlei-me para não gritar. – Quem contestar isso é cego, você olha diferente para ela, só que cisma em dizer que ama-me. Enxerga-te, Percy!

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Percy baixou a cabeça, concordando.

-E você, Logan – eu gritei. – Por que acha que quebrei o espelho?! Porque você é infantil! Além disso, como você está na forma humana?

-Pansy Parkinson ajudou-me, era ela quem ia visitar-me. Eu disse que era para eu ficar com ela, por isso ela transformou-me, mas eu vim atrás de você. – Logan confessou.

Uma raiva repentina de Pansy surgiu. Ciúmes talvez.

-Para machucar quem visse em sua frente? – perguntei.

Logan baixou a cabeça.

Guardei as varinhas e caminhei até Logan e encostei minha mão na sua como fazíamos quando ele estava dentro do espelho.