12 anos em 12

Capítulo 89


Quando está se aproximando do cavalo, Paula se desprende do estribo.

– PAULA! - corre ao vê-la cair. Meu Deus! - se desespera. Pulinha...- se joga no chão ao lado dela. Pulinha, acorda...- coloca a cabeça dela em seu colo. Meu Deus Paula! - começa chorar.

Vitor pega o celular no bolso e disca para Elias, que aparece correndo.

– Seu Vitor! - abaixa-se.
– Elias, você chamou uma ambulância? - pergunta tentando acorda-la.
– VITOR O QUE ACONTECEU? - Dulce aparece correndo.
– Eu não sei...- chora. Ela começou a se mexer estranhamente encima do Sereno e eu corri para parar ele, mas não deu tempo!
– Meu Deus! Minha filha...- coloca a mão nela.
– Tirem a blusa dela! - Elias retira o chapéu que Paula estava.
– O que? - olha para ele. A blusa?
– Sim! Precisamos tirar a blusa dela! Rápido.
– Não...- Vitor o olha incrédulo.
– VITOR! PELO AMOR DE DEUS! - Dulce retira a blusa de Paula, desesperada.
– Vou massagear os pulmões dela!
– Elias você sabe o que está fazendo?
– Claro que sei! - começa e Paula não desperta.
– Não está dando certo! - chora.
– Calma Vitor... Calma! - Dulce se abraça nele. Ela nunca caiu do cavalo!
– Não adianta esperarmos uma ambulância! - se levanta. Vou buscar o carro e vamos para o hospital.

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Vitor busca o automóvel, entrando na pista com rapidez. Elias o ajuda colocar Paula ainda desacordada dentro e saem em disparado para o hospital mais próximo. No caminho...

– Por favor! Ela caiu do cavalo e está desacordada! - chora.
– Acalme-se senhor! Confira se ela ainda tem pulsações.
– Sim, sim! Ela tem, mas não acorda...- olha para trás.
– Ok... Vou acionar Ricardo e já estamos os aguardando.

Um caminho de vinte minutos, Vitor consegue reduzir à metade. Uma equipe aguarda Paula na entrada do hospital... A ajeitam na maca e correm para uma sala que Vitor é impedido de entrar. Na fazenda Dulce conta o que houve, apreensiva.

– Meu senhor! - Diva começa rezar.
– Ela estava tão bem! - chora. Ela nunca caiu do cavalo!
– Por favor... Precisamos ter fé! Vai ficar tudo bem!

No hospital Vitor telefona para a mãe.

– Como isso ocorreu?
– Mãe...- chora. Não faço ideia! Por favor... Tem como vir aqui?
– Claro! Já estou saindo do prédio, chego em minutos.

Ele senta-se na sala de espera e começa rezar. Quinze minutos depois Marisa o encontra, abraçando-o.

– Não estávamos bem! Não posso perder ela assim...- chora.
– Vitor! Quem falou que você perderá ela? Paula estará bem. Se acalme...- o acaricia.

Aguardam duas horas, com Vitor avisando a fazenda sobre as informações que simplesmente não chegavam. Ricardo surge na sala e ele se levanta apreensivo.

– O que houve? Ela está bem? Por favor Ricardo...
– Ela está no quarto!
– O que aconteceu?
– Acalme-se... Vamos até ela! - o leva até o quarto enquanto Marisa aguarda na sala.

Ao entrar ele vai em direção a ela, que está com os punhos enfaixados.

– Pulinha! - a acaricia.
– Vitor... Ela está um pouco tonta ainda pela medicação.
– O que aconteceu?
– Ela deslocou os dois punhos e está com uma fratura em uma costela.
– Meu Deus! - a olha.
– Ela deve ter tido uma queda de pressão e se desequilibrou! Poderia ser grave... Mas graças a Deus a queda não foi tão brusca e esse ato de tirar a blusa e aliviar a respiração foi correto.
– Vou agradecer Elias... E Sereno!
– Sereno?
– É o cavalo dela... Quando vi que ela estava se movimentando estranhamente eu gritei que ele parasse e ele diminuiu a velocidade.
– Por Deus! Foi a melhor coisa que aconteceu...
– Ela vai demorar sair daqui?
– Não... Amanhã de manhã a libero para que fique confortável em casa. Mas terá inúmeras restrições....
– Quando ela desperta?
– Logo! - sorri. Vou deixar vocês a sós...- se retira. Qualquer coisa me chame... Tente não cansá-la. - se retira.
– Pulinha...- sussurra. Fiquei tão apavorado... O que está te acontecendo? - acaricia as mãos dela. Eu te amo, fique bem...

Vitor a observa por um bom tempo. Envia mensagem para Dulce, explica detalhadamente a situação e quando Paula terá alta. Ela se comprometeu a vir buscar a filha pela manhã, pois passaria a noite com Vitória.

– Vitor? - sussurra, abrindo a porta.
– Oi mãe... Entra! Me desculpa não ter retornado na sala.
– Imagina...- coloca a bolsa no sofá do quarto. Ela ainda não acordou? - observa Paula.
– Não...- se junta a mãe. Estou me preocupando...
– Não se preocupe! - passa a mão nele. Vai ficar tudo bem...
– Ela fraturou uma costela... Ricardo quer dar alta a ela amanhã, não sei se em casa ela ficará melhor!
– Vitor! Até com o médico você vai querer discutir? Por favor... Se ele disse que em casa é melhor, é melhor ela ir para casa.
– Mas uma fratura na coluna...
– Meu filho... Por favor!
– Não falo mais nada...
– É melhor... - o encara. Hei...- ouve Paula resmungar. Acho que ela está acordando...- se aproxima. Paulinha?
– Pulinha...- vai até elas. Amor...- passa a mão sobre os curativos nos punhos.
– O que foi? - olha para ele, apertando os olhos para ver melhor. Que dor...
– Calma... Não se esforce! Vai passar...- sorri. Essa dor vai passar logo, logo.
– E Sereno? Não faça nada com ele...
– Claro que não farei, Paula! Não se preocupe... Ele te salvou. Parou de correr quando pedi...
– Escorreguei...- olha para ele.
– Sim... Ricardo disse que sua pressão pode ter baixado.
– Que saco... Não posso ficar aqui muito tempo! - olha os pulsos. Preciso ir para casa, preciso ver Vitória... Amanhã tenho show! - tenta levantar.
– Paula...- a deite novamente. Sua mãe está com Vitória e já cancelamos o show de amanhã... Fique tranquila.
– Nunca cai de um cavalo!
– Nós vamos cuidar da sua pressão agora... O que fez ontem Paula? - senta-se ao lado dela na cama. Sua pressão tem baixado demais...
– Já adianto que grávida não estou! - tenta se sentar novamente.
– Nem pensei nisso! - a deita novamente. Só quero saber porque sua pressão baixou tanto hoje...
– Quero me sentar! Mas está tão dolorido...
– Pulinha, você está com uma costela fraturada...
– O que? - se assusta. Por isso dói tanto? Quando vou ficar boa novamente?
– Não sei... Ele não falou! Mas amanhã você vai para casa...
– Meu Deus! Amanhã? - olha para ele. E Vitória? E suas coisas?
– Está tudo bem... Já disse. Se acalme Paula, por favor. Ficar assim não te ajuda!
– Ficar nessa cama não me ajuda, Vitor! - se entristece.
– Foi um acidente... Queria entender porque sua pressão tem baixado tanto! - se afasta dela.
– Bebi muito ontem à noite... Acho que foi isso. Não estou acostumada a beber tanto...
– Tenho culpa nisso, não é?
– Não... Bebi porque quis, Vitor.
– Já volto...- sai da sala.
– Vitor! - o chama, mas ele sai.
– Paulinha...- Marisa se aproxima dela. Deixe ele...
– Está tão difícil Marisa!
– Você sabia que ele não era fácil... Só te peço para não desistir dele! Não deixa o meu filho Paula...
– Por que está dizendo isso? Não vou deixa-lo... Não faria isso.
– Porque ele precisa de você... Ele tem um porto seguro em você. Vitor é uma pessoa complexa desde criança... É complicado lidar com ele.

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Paula pensa no quanto ele já deve ter sofrido por ser assim. Não diz nada a sogra e aguardam em silêncio ele retornar.

– Onde foi? - pergunta assim que ele entra.
– Conversar com sua mãe...
– Vitória está bem?
– Está! Sua mãe logo vem te ver...
– Ok... Vem aqui.
– Que?
– Vem aqui do meu lado...

Ele vai até a cama dela e senta-se na lateral com cuidado.

– Desculpa ter sido rude com você...
– Está tudo bem!

Ela segura na mão dele e fecha os olhos, buscando descansar. Quando Vitor percebe que ela adormeceu, sai lentamente da cama e chama a mãe que está lendo uma revista na poltrona para saírem do quarto.

– O que foi filho?
– Vitória está com febre!
– O que? Meu Deus...
– Já pedi que Dulce a trouxesse! Quando liguei lá para avisar a Cintia me contou que a temperatura dela estava elevada. Ela estava bem! - se preocupa.
– É normal crianças terem febre! Não fique colocando besteiras na cabeça...
– Já marquei uma consulta com Carolina, é só Dulce chegar que eu a levarei. Se puder ficar com Paula no quarto, eu agradeço.
– O que direi a ela quando perguntar se você?
– Não sei... Não quero mentir.
– Depois que consultar Vitória, leve-a para ver a mãe.
– Eu não acho uma boa...
– Leve-a para ver a mãe! Me obedeça ao menos uma vez.
– Tudo bem...

Dulce chega com a neta algum tempo depois. Vitor a pega e com Cintia vão consulta-la.

– Oi...- entram no consultório.
– Olá pequena! - Carolina se levanta indo até eles. O que houve? - cumprimenta eles.
– Está com febre... Ela estava bem, não entendo o que houve!
– Sentam-se, por favor! - fecha a porta. Fiquei sabendo sobre Paula...
– Sim...
– Mas ela já está bem? - pega Vitória no colo para avaliar.
– Está... Amanhã irá para casa.
– Que bom! Sente aqui princesa...- coloca Vitória em uma maca. Ela estava brincando normal, comendo bem?
– Sim! Depois que coloquei ela para dormir percebi que estava quentinha além do normal.
– Quando mediu em quanto estava?
– 39!
– Já está em 37...- confere. Abre o bocão para a titia ver...- abre a boca dela. Ah...- observa melhor. Ela está com uma pequena irritação na garganta... Ela não tem resmungado?
– Não... Por isso achei estranho!
– Está no início ainda... Começando a inflamar!
– Ôh meu bebe...- Vitor vai até ela.
– Vamos entrar com antibióticos...- confere os ouvidos e os olhos de Vitória. Não gosto de ministrar esses medicamentos, mas nesse caso é o único jeito... Evitem muito vento, piscina, coisas muito geladas.
– Ok...
– Pode pegar...- entrega para Vitor.
– Carolina, seria muito prejudicial se eu a levasse para Paula ver? - arruma a roupinha da filha.
– Não... Pode levar. Bom não é, mas acredito que esteja com saudades da mamãe também! - senta-se.

Carolina prescreve os medicamentos e eles saem do consultório rumo ao quarto de Paula. Ao entrarem ela se surpreende com a filha ali, se animando com a presença dela.

– Pequena da mamãe! - a beija. Coloque ela aqui Vitor...
– Vai filha...- coloca com cuidado.
– O que veio fazer meu bebê? Não pode ficar aqui meu amor... Você está vermelha, Vitória...- coloca a mão sobre a filha. Com febre...- estranha, olhando diretamente para Vitor.
– Pulinha...- senta-se ao lado delas. Acabei de vir do consultório de Carolina... Quando liguei para sua mãe vir, ela contou que Vitória estava com febre. Já a consultamos, é uma pequena irritação na garganta...
– Vitória...- a beija. Vai ficar tudo bem, meu amor...
– Vai sim, né filha? - passa a mão nos cabelos dela.

Ficam algum tempo juntos, mas Dulce resolve levar a neta embora por conta do ambiente hospitalar. Vitor passa a noite sozinho com Paula, sem pregar os olhos. Logo de manhã Ricardo aparece a avaliando, passando as precauções que deverá tomar e os cuidados que precisam ter para que ela se recupere logo, o que demorará no mínimo três semanas. Ao chegarem na fazenda, Vitor a leva até a sala, onde ela pede para ficar.

– Tem certeza que não quer ir pro quarto?
– Tenho... Quero ficar aqui um pouco...
– Tudo bem...
– Oi! - aparece sorridente.
– Oi Sol! - cumprimentam.
– Querem alguma coisa?
– Vou querer um suco bem gelado!
– Ok.. E você Vitor?
– Nada por enquanto! Obrigada...
– Já volto então! - sai.
– Vá tomar um banho...
– Vou esperar sua mãe acordar para ficar aqui com você...- arruma os pés dela sobre o sofá.
– Pode ir...
– Assim está bom?
– Está... Obrigada!
– Não tem que agradecer...- senta-se na poltrona à frente, pegando um dos seus livros inacabados.
– Bom dia...
– Bom dia Lucy! - respondem.
– Chegaram cedo...
– Sim! - sorri. Você já sabe de Vitória?
– Já sim... Já estou indo buscar os medicamentos Paula.
– Ok... Quando ela acordar me traga ela.
– Está bem... Licença! - se retira.

Paula pega seu celular para ver o movimento nas redes sociais e começa ouvir Vitor roncar com o livro em mãos.

– Bom dia! - observa Vitor. Que isso? Meu Deus...- fala do ronco.
– Falei para ele ir tomar um banho, não quis...
– Acorde ele...
– Vitor...- chama. Vitor...
– Hum...- deixa o livro cair, se assustando.
– Vá se deitar um pouco...
– Já tomou seus remédios?
– Vou tomar...
– Vou buscar...
– Não precisa... Vá se deitar! Tome um banho e descanse... Eu estou bem.
– Já volto...- deixa o livro.

Vitor vai até a bolsa e pega os medicamentos de Paula. Na cozinha separa todos e leva até ela com um copo de água.

– Aqui...
– Obrigada! - toma os remédios. Agora vá descansar, por favor...
– Irei... Dulce, você fica com ela enquanto tomo banho?
– Estarei aqui...
– Vitor... Durma! Mamãe estará aqui... Não se preocupe.
– Vou tomar banho e já volto...- coloca a bandeja na mesa de centro e se retira.
– Ele quer cuidar de você... Deixe...- começa ver uma revista.
– Não sei se quer cuidar ou é culpa!
– Paula! - fecha a revista. Você não viu o desespero dele quando você caiu do cavalo! Deixe de tanta dureza Paula...
– Estou sendo dura? É incrível como vocês só veem o lado dele!
– Ah... Me poupe dona Paula Fernandes Chaves! Pare com drama.
– Drama... tá! - respira fundo.
– Tente aproveitar quando ele está aqui!
– Quando ele está aqui... Bem lembrado!
– Já falei sobre isso! - se levanta. Se pergunte uma coisa... Você quer ficar mal com ele? Você precisa se perguntar isso. É perca de tempo minha filha essas brigas e etc... Vocês se amam. - sai.
– E eu fico aqui sozinha? Aí...- se levanta com cuidado. Meu Deus, que dor! - vai para o quarto.

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Ao chegar no quarto, Vitor está deitado na cama.

– Não foi tomar banho?
– Veio sozinha? - senta-se.
– Sim...
– Está doendo muito? - vai ajudá-la.
– Um pouco...
– Quer tomar um banho?
– Quero sim Vitor, estou cheirando hospital.
– Vai precisar de ajuda?
– Vou... Me dói muito me virar.
– Então vamos...- vão ao banheiro.

Vitor a ajuda a retirar a roupa e a coloca embaixo da ducha enquanto retira a sua, entrando logo em seguida junto dela.

– Os cabelos primeiro?
– Sim...
– Ok... Deixa eu pegar aqui...- pega os cremes.

Massageia o cabelo de Paula, ajudando-o a enxaguar.

– Vou te ajudar a se trocar e depois termino meu banho.
– Pode tomar banho... Estou bem, fico aqui enquanto você termina...- olha para ele. Aqui debaixo da água... Quentinha!
– Só sinto em te dizer que precisarei da água para tomar banho...- se lava.
– Hum... Pode entrar aqui debaixo comigo se quiser...
– Ah... Sei...- sorri.

Vitor a abraça, deixando a água cair sobre eles por algum tempo, sem falarem nada, sem reclamarem de nada, sem ouvirem nada além das próprias respirações, da sensação de estarem tão perto, pele com pele, cheiro com cheiro.

– Me desculpa...- encosta a cabeça no peito dele.
– Vamos parar com isso...- beija a cabeça dela.
– Na boca, Vitor...
– Tudo bem...- sorri, se aproximando dos lábios dela.

Paula sorri entre os beijos delicados dele, até ser surpreendida por um beijo caloroso que a envolvesse por completo, como somente ele sabia fazer.

– Eu te amo...- beija-o novamente.
– Não sei se você me ama... Tem me tratado mal o dia todo!
– Não é para menos, não!?
– Não! Tenho feito o que posso por você...
– Mas eu...
– E sei...- coloca a mão na boca dela. Que você tem se esforçado para compreender muita coisa e tem direito de se estressar. Só peço que não me maltrate...
– Tudo bem... Me perdoa por ter te...-pensa. Maltratado?
– Sim! Maltratado...
– Aí Vitor! - ri. Só você mesmo...
– O que?
– Maltratando...- ri.
– Começou!
– Desculpa! É que às vezes você dramatiza demais... Muito dengo...
– Hum... Tá bom então! - desliga a ducha. Vem... - a ajuda. Se enrola na toalha que é melhor...
– Tá...- observa ele enxuga-la.
– Prontinho... Molhei todo o banheiro! - puxa o roupão, o vestindo. Vamos...- caminham até o closet.

Batem na porta e Vitor permite entrar, Cintia traz Vitória que corre até a mãe.

– Oi amor! - sorri.
– Aí Vitor! - tapa os olhos. Você fala para mim entrar estando assim?
– O que tem? - olha para si. É roupão...
– Mas embaixo...
– Ah embaixo tem muita coisa!
– Vitor...- riem. Me ajude a me trocar logo...
– Qual roupa você quer? - entram no closet com Vitória atrás.
– Quem arrumou seus cabelos, Vivi?
– Fui eu...- grita do quarto.
– Ficaram lindos... Pega esse vestido aí... É melhor para mim.
– Esse? - pega.
– Sim...
– A calcinha pode ser essa? - pega uma na gaveta e mostra.
– Pode...
– E o sutiã?
– Não precisa...
– Tá...- vai até ela.

Ele tira a toalha de Paula, ajudando-a a se secar mais. Coloca a roupa e íntima e o vestido e logo em seguida.

– Filha... Papai vai se trocar agora! Não será uma boa imagem, meu amor... Não quero que você veja essas coisas tão cedo!
– Que besteira Vitor! - ri. Eu me trocar ela pode ver?
– Você é igual ela! Eu sou menino...
– Ah... Um menininho!
– Não quero Vitória vendo certas coisas!
– Ela vai ver um dia...
– Quando fizer 30 anos eu até concordo...
– Me poupe! Podia ter visto isso só aos 30 também...
– Aham...- retira o roupão. Sei...
– Está emagrecendo...
– Não tenho comido direito...- coloca a roupa íntima.
– É... Mas é bom esse peso!
– Uhum...- coloca a roupa.
– Quero me deitar um pouco...
– Estou terminando e te ajudo...
– Tá...- passa a mão nos cabelos da filha.
– Você realmente está com dor... Para aceitar que eu te ajude! - se preocupe.
– Um pouco...
– Vou trocar os curativos do pulso também...- vai até ela. Vamos...- segura ela, levando até a cama no quarto. Vivi vem aqui...
– Pega ela Vitor... Ela vai se machucar naquela gaveta! - olha a filha abrindo a gaveta.
– Deixa eu te deitar e já a pego...- arruma Paula na cama.

Enquanto ele coloca os travesseiros atrás de Paula, Vitória começa chorar desesperadamente no closet. Vitor corre ver a filha que prendeu o dedinho na gaveta.

– Vitória, Vitória! - pega a filha. Meu amor...- pega a mãozinha dela.
– "Mamã..."
– Quer ir com a mamãe... Papai vai levar... Não pode mexer lá minha filha.
– Eu falei, eu falei! Vem com a mamãe, minha vida...- estende os braços.
– Não se esforce, Paula! - coloca ela no colo de Paula. Papai vai fazer seu mamá... Já volto! - se retira do quarto.

Paula acaricia a filha, beijando o dedinho dela, tentando acalma-la. Vitor prepara a mamadeira da filha na cozinha, conversando com Diva que já chegou e está preparando um chá para Paula.

– Preciso fazer os curativos dela nos pulsos...
– Quer ajuda?
– Está tudo bem... Qualquer coisa te chamo. Já está pronto o chá? Preciso levar o mamá daquela dengosa...
– Já sim! - entrega a ele.
– Vou lá...

Ao retornar ao quarto, Vitória está quietinha no colo de Paula. Entrega a mamadeira para a filha que pega e joga a chupeta para mamar.

– Coloque ela deitada ali, amor...
– Vem filha...- Vitor pega Vitória e coloca ao lado da Paula. Beba o chá Pulinha enquanto termino de me arrumar...

Vai ao banheiro e termina de se ajeitar. Pega álcool e curativos na bancada do quarto, retornando para Paula.