12 anos em 12

Capítulo 48


Paula volta pro quarto já chorando. Observa Vitória enquanto Vitor ainda está no closet... Uma das coisas que menos gostava era brigar com ele. Se desentender daquela forma e principalmente nesse momento. Sentia um medo enorme desde que a filha nasceu, perder Vitor ou pensar que ele já não mais a veria como antes. Quando Vitor retorna pro quarto, já não está mais. Vai até a área externa pegar as flores pra trocar os arranjos dos quartos. Passa primeiro no de Vitória e depois retorna pro seu. Entra e se depara com Vitor de roupão, sentado perto do berço da bebê.

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– Pensei que não ia voltar...

– Ela te deu algum trabalho? Porque pelo que estou vendo ela está dormindo e não demorei muito lá fora.

– Não... Sua engraçadinha! Pare com isso...

– Eu parar!? Você fala daquela maneira comi...

– Você deveria também prestar atenção nas coisas que você fala! - a interrompe se aproximando dela. Me sinto um alvo seu toda vez que você começa com suas besteiras. Não fiz nada de errado... E você vive desconfiando de mim!

– Já falei que não é desconfiança!

– Gente, está tudo bem...? - Marisa aparece na porta, entreaberta.

– Sim, mãe...

– Por que você está assim? De roupão ainda, descabelado...

– Sai agora do banho, vou me aprontar...

– Entendi... Qualquer coisa é só chamar.

– Certo, Marisa...

– Tchau...

– Tchau...-respondem.

– Te coloquei uma camiseta... Você tirou. Não pode ficar assim, se pega um resfriado piora tudo. - vai até o closet e traz roupas pra ele.

– Não precisa, eu me arrumo...

– Tira esse roupão...

– Você vai ficar reclamando?

– Não...- respira fundo.

– Se estiver sem paciência...- Paula vai até ele e tira o roupão.

– Vai... Se apoia em mim! - se abaixa e o veste.

– Nunca vou entender suas atitudes. Você vai ser sempre uma caixinha de surpresas pra mim!

– E não é por isso que você me ama? - se levanta. Vai ter que se sentar pra mim colocar a camiseta...

– Já não sei porque te amo. Melhor nem saber, também...- se senta e ela coloca.

– A recíproca é a mesma... - começa a pentear o cabelo dele.

– Pro outro lado... - indica pra ela.

– Não, vai pra esse mesmo!

– Me dá a escova...

– Para... Vou pentear do jeito que você quer! Estava só brincando...

– Não sei mais seu estado de humor! Essas mudanças constantes...

– Vitor... - vai até sua frente e o encara. Você vai passar o resto dia reclamando de mim?

– Não estou reclamando de você. Você quem está com os nervos à flor da pele... O que eu posso fazer? Não posso dizer nada...

– Então passaremos o resto do dia discutindo?

– Você quem sabe...- se levanta e vai até o berço.

– Ok... - guarda as coisas dele. Vou tomar um banho de sol, se a Vitória chorar é só me chamar. - vai até o banheiro se trocar.

– Você dispensou a Lucy, eu não vou saber como cuidar...

– Se vira. - grita do banheiro.

– Quer parar com isso? Ela é uma criança, não um objeto!

– Você também tem o poder da distorção das coisas... Ou melhor, de tudo que eu falo!

– Vai começar, de novo... - diz pra si mesmo.

– É só ir na varanda e me gritar... - vai até ele.

– Onde você vai assim?

– Pra piscina.

– Paula... - a encara. Está cheio de seguranças lá fora... E você me coloca o menor biquíni que você tem enquanto eu estou aqui dentro...

– O que? - o interrompe. Você disse que está bem... - sorri ironicamente.

– Entendi seu jogo...- vai até a porta e tranca, pegando a chave. Quer ir pra algum lugar?

– Deixa de palhaçada!

– Não vai sair daqui.

– Vitor... Isso é brincadeira de mau gosto!

– Vai trocar o biquíni? - a olha.

– NÃO!

– Então não sai... Fica aqui comigo e com Vitória que logo vai acordar.

– Vitor...

– Ah... - interrompe indo pra cama. Não quero saber! Quero que fique aqui... Mais tarde vamos os dois pra piscina. Mas, sozinha e com esse biquíni você não vai!

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– Você nunca agiu assim...

– Porque você nunca me provocou assim! Está fazendo isso só porque te contrariei, já entendi seu jogo. Mas, esquece que te conheço muito bem pra não cair nele...

– Está bem... - respira fundo. Não quero ficar aqui agindo com infantilidade pra te mostrar o que você deve fazer e sabe porque já é um homem! Vamos fazer um combinado...

– Não faça combinado com você.

– Ótimo! - se enfurece. Você não fará mais nada comigo... E quando digo nada, é nada mesmo! - vai banheiro se trocar.

– Paula, deixa de agir feito uma criança!

– Eu quem estou agindo? - retorna ao quarto.

– CHEGA! Já deu por hoje... Deveria ter ficado no hospital, porque vir pra casa está sendo um tormento... Nós não paramos de brigar ainda! Estou cansado dessas discussões bestas.

– Tudo porque você é teimoso... Vitor, se você levasse a sério a preocupação que estamos com você, nada disso estaria acontecendo. Não estamos exagerando quando queremos fazer as coisas por você! Pensa que é fácil pra nós também? Te ver assim e não poder fazer nada é terrível.

– Mas, eu estou bem...

– Vitor você está sob o efeito dos medicamentos... Se não seguir o repouso absoluto vai sofrer todas as dores daqui uns dias! É tão difícil você entender isso?

– Você precisava agir assim também?

– Não...- vai até ele. Não precisava agir assim, mas não sei o que fazer quando você me contraria em tudo! Não percebe que só estou tentando fazer o melhor pra você? Já me sinto tão em falta com as minhas responsabilidades e você me faz agir assim, feito uma idiota pra ficar te provocando! Só pra você ver como é ruim...

– Você não está em falta...

– Estou...- interrompe. Queria poder dar conta de tudo, mas sou só uma que quando tenta fazer algo, você age assim. Você precisa de mim... Da minha ajuda, não há mal em reconhecer isso. Só te pedi pra me deixar te ajudar... E o que você faz? Se irrita comigo, com a sua mãe por simplesmente querermos que você se recupe logo. Não é pra me sentir mal com uma situação assim?

– Tudo bem...- respira fundo. Me desculpa...

– Você vai deixar cuidarmos de você? Vai parar de ser tão irredutível...?

– Sim...

– Certo... - segura a mão dele. Você ainda está muito machucado e esse é o único caminho pra tudo isso passar logo...

Ele concorda com a cabeça e permanece em silêncio. Paula se levanta para se trocar, voltando ao quarto minutos depois.

– Estou na varanda... - o olha e sai.

– Paula... - a chama.

– Sim?

– Não quero ficar mal com você...

– Nem eu. Me dói muito ter que ficar discutindo coisas que nem precisariam ser discutidas... Sei que nos dispusemos a aprender um com o outro a ter uma convivência saudável, a ter paciência em situações como essa, mas estamos desgastando nossa vida assim.

– Te ofereço pouco amor?

– Não Vitor... Claro que não. Você me oferece o que eu preciso...

– Então porque se sente tão insegura?

– Porque durante todo esse tempo que lutamos, que estivemos longe um do outro, era difícil compreender porque eu ainda pensava em você. Existia muito em mim, mas não estávamos juntos... Tenho medo de errar, de acabar cometendo coisas como as de hoje que afaste a gente. Que dê motivos pra você querer ir embora...

– Nunca faria isso. Não mais.

– Eu sei... Mas, eu preciso me sustentar nisso com o tempo e espero que compreenda. Porque o problema nunca será o amor, mas sim nossa maneira de conviver um com o outro...

– Vou me esforçar pra não brigarmos tanto...

– Farei o mesmo... - se deita junto dele.

– Meu melhor lugar vai ser sempre aqui... - a aconchega em si.

– Gosto das tempestades pra saber o valor que tem uma calmaria do teu lado. Mas, não quero mais tantos trovões, raios... - segura a mão dele.

Vitor aproveita todos os segundos que tem junto dela. Sente-se culpado por ter feito o que fez, e agora observa como em apenas um espaço pequeno, o quarto, a cama, eles podem fazer um mundo só deles. Com as brigas, as discussões, as reconciliações... Porque ali ele tinha a única coisa que precisava na vida, a Paula e a filha.

– Você falou sério?

– Sobre...?

– Não fazer mais nada comigo...

– Eu aqui preocupada e você pensando nisso...- ri.

– Não estava pensando nisso, só fiz a pergunta agora.

– Sei...

– Falou ou não falou sério?

– Ainda vou pensar sobre isso...

– Paula...

– Claro que não, Vitor...

– Menos mal.

– Mas, poderia fazer isso mesmo... Pra ver se você aprende.

– É muita maldade isso.

– Maldade? - riem. É um benefício pra você nesse estado!

– A surra foi da cintura pra cima.

– Quer parar de falar nisso? - ri.

– Já parei... - pega o telefone que está tocando. Alô?

– Victor Chaves?

– Ele mesmo...

– Sou o delegado responsável pelo acidente que ocorreu.

– Delegado...? - olha pra Paula que se levanta assustada.

– Sim... Estou ligando pra avisar que precisamos recolher o depoimento de vocês o quanto antes.

– Ainda estou em recuperação...

– O carro que foi roubado, foi encontrado na saída de Uberlândia, capotado.

– Não iremos fazer questão do carro...

– Os três que estavam nele, faleceram.

– O que? Eles baterem o carro? O que houve?

– Vitor... - Paula se levanta e pede o telefone. Por favor, você não pode se exaltar. - ele entrega.

– Sr. Delegado...

– Paula Fernandes Chaves?

– Ela mesma...

– Desculpe o incomodo, mas fiz questão de ligar porque temos que dar entrada no processo. A denúncia está em aberto e precisamos do depoimento de vocês, não sabia que seu esposo saiu a pouco tempo do hospital.

– Ele saiu hoje. Pedi que esperassem até nos recuperarmos, mas irei acionar nosso advogado e ele se dirige até sua delegacia...

– Ok... Mas, lembro que precisamos que vocês deponham. Se preferirem podemos recolher o depoimento na própria casa de vocês.

– Não... Aqui não, por conta da nossa filha. Lhe asseguro que o mais breve estaremos aí.

– Peça ao seu advogado que venha hoje mesmo à delegacia, pra tratarmos sobre a questão do carro.

– Tudo bem...

– Quanto a vocês, aguardaremos a recuperação de seu esposo dentro dos atestados médicos aprensentados.

– Enviarei junto ao advogado.

– Ótimo, estamos no aguardo. Tenham uma boa tarde, Sra. Chaves.

– O Sr. também. - desliga e se volta pra Vitor. Está tudo bem, meu amor... Vou telefonar para o nosso advogado e ele irá resolver. - sorri. Já volto... Me dê a chave pra sair... - Vitor a entrega.

Paula sai do quarto, tentando manter a calma, jamais imaginaria o que ocorreu com os assaltantes. Um medo lhe toma, pensando onde poderiam estar o restante deles, mas logo tenta afastar o mau pensamento, por Vitor. Ela tinha que, ao menos uma vez, ser mais forte pra controlar a situação do que ele.

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– Diva!? - vai até a cozinha.

– Sim...

– Sabe onde estão Monteiro, Marisa, mamãe...?

– O Monteiro já saiu do escritório com a Cintia. Sua mãe, Marisa e Bia retornaram a pouco do orquidário e estão na piscina... Monteiro deve ter se juntado a elas, porque Cintia saiu com Lucy e as filhas dele.

– Chame Monteiro pra mim, por favor... - sai aflita até o escritório.

– Sim... - a acompanha. Paula, só uma coisa antes...

– O que!? - se vira pra ouvi-la.

– Leo telefonou e disse que amanhã virão pra cá...

– Sem problemas, Diva... Pode preparar tudo pra mim?

– Claro. Era sobre isso que eu ia falar com você...

– Certo...- sorri. Agora, chame o Monteiro com urgência...

Ela sai e Paula entra no escritório, separando a documentação médica do Vitor e marcando com o advogado um local pra pegar essa documentação e ir até a delegacia. Monteiro chega e ela ainda está no telefone...

– Tudo bem, Dr. André... Passarei tudo para Vitor. Tem certeza que isso não vai dar problema demais? - "ele responde". Ok... Se acha o mais correto, continuaremos. Obrigado e até mais... - desliga.

– Algum problema Paulinha?

– Quero te pedir um favor...- vai até ele com os documentos. Que acompanhe meu advogado até a delegacia... O delegado ligou pra falar sobre o assalto, o nosso carro capotou e três dos assaltantes faleceram.

– Meu Deus, Paula...

– Sim, o delegado quer ver o advogado ainda hoje e precisa dessa documentação pra deixar que façamos os depoimentos só após a recuperação do Vitor. Você poderia levar até esse endereço e acompanhar o advogado...? - entrega o endereço anotado.

– Claro que sim... Só não sei se saberei chegar até lá...

– Não se preocupe, peça ao Elias pra te levar.

– Tudo bem... Me dê então que vou agora mesmo. - pega os documentos. Quando chegar lá te telefono.

– Ok... Estou no aguardo. Muito obrigado... - o abraça. Nem sei como faria se você não estivesse aqui...

– Imagina... Vitor está bem?

– Está assustado com o que houve, vou agora mesmo voltar ao quarto e ver se ele se acalmou. Não esquece de telefonar...

– Não esquecerei. - saem.

Ele sai e Paula volta para o quarto. Ao chegar, ouve Vitor conversar com Vitória e resolve entrar em silêncio para não atrapalhar. Observa ele sentado em uma das poltronas do quarto com a filha no colo, fazendo caretas enquanto muda a tonalidade de voz pra falar histórias. Ela sorri, como se entendesse cada palavra do pai. Paula se emociona por poder presenciar uma cena assim, que agora jamais sairia da sua mente e do seu coração.

– Que lindo... - se aproxima sorrindo.

– Ela acordou... - a observa. Tive que pegar... Fica se mexendo e resmungando...- sorri.

– Sim... Ela está ficando esperta! - se senta no "braço" da poltrona.

– Amo tanto ela, nunca pensei que era assim...

– Eu entendo... - passa a mão nas costas dele. É um amor além do que imaginamos, o mais bonito e puro do mundo.

– O mais verdadeiro...

– Quero outro filho...

– Quer? - olha pra ela.

– Sim, você não falou que teríamos dois?

– Estava brincando com você, mas é claro que se você quiser, eu estou aqui...- ri.

– Eu quero... A Vivi não pode ficar sozinha. E eu não tenho medo de enfrentar tudo de novo! Mas, é claro... Vamos esperar um pouco. - ri.

– Sim... Só não podemos esperar muito, eu não posso.

– Uai, por que não pode?

– Já não tenho meus vinte anos...

– Ah não... - se levanta. Lá vem você com isso de novo!

– Paula, sabemos que não sou...

– Por hoje já deu, né!? - o interrompe. Você está muito bem, você exerce muito bem as suas funções, tanto como profissional admirável como também como esposo. E quando digo como esposo, é em todos os sentidos...-ri. Você é ótimo... Em tudo que faz!

– Sei...

– Vitor... Tudo que eu já vivi com você, foi único. Você tem que parar com essas crises de existencialismo! Está em forma... Tá... Em forma não está, né? Mas, vai ficar. É um galã! - ri. E é tão... - se aproxima do ouvido dele. Ativo!

– Hei, olha a Vitória aqui! - ri.

– Você é um besta, mesmo! - ri. A Vitória vai ver tanta coisa sua! Suas fotos, seus prêmios, seu nome nas listas do Ecad, vou mostrar tudo pra ela e sei que desde agora ela já sente orgulho do pai que tem!

– É... Mas, não precisa saber sobre essas outras coisas.

– Que outras coisas? Que o pai dela é um homem ativo, forte, gostoso?

– A mãe dela também... Muito sexy sem ser vulgar!

– Você fica rindo de tudo que digo...- ri.

– Mas, você é sexy sem ser vulgar! - riem. Também é gostosa, mas só eu posso dizer isso! Isso e outras coisas a mais... Mais deixa isso pra outro momento...

– Você é atrevido demais, Vitor Chaves...

– Pra quem tem Paula Fernandes como esposa, precisa ser!... Amor, mudando de assunto... O que resolveu?

– André foi até delegacia com Monteiro.

– Monteiro!?

– Sim, pedi pra ele acompanhar...

– Entendi...

– Pode entrar... - batem na porta.

– Oi...- sorri.

– Oi Marisa... - sorri. Entre...

– Vivi esta acordada!? - entra.

– Está sapeca aqui... - sorri e olha pra filha.

– E você filho, como está?

– Bem, mãe...

– Eu vim levar essa mocinha um pouco lá pra fora... Posso?

– Pode sim...

– E você precisa dar uma volta também, Vitor...

– Mais tarde... Vou me deitar um pouco.

– Certo... Deixa eu pegá-la. - Vitor entrega Vitória. Ela vai mamar por agora?

– Não... Só mais tarde.

– Então não devolvo... Coisa rica da vovó. - sorri pra neta. Vamos passear? Vamos...?

– Vai acostumar mal...

– É pra isso que servem as avós...- riem. Agora já vamos, qualquer coisa busquem ela lá conosco... Beijos... - sai.

– Já estou com saudade do meu pedacinho...

– Somos dois... - olha pra ela. Vem aqui...

– O que foi?

– Senta aqui...- indica seu colo.

– Não Vitor, você está machucado...

– Por favor, Paula... Vem!

– Já que você quer... Não vou recusar...- senta-se.

– Isso... - passa a mão no rosto dela.

– Está sentindo algo?

– Estou...

– O que? Vou ligar pro Ricardo... - se preocupa.

– O que sinto não é o Ricardo que vai resolver... É você. - a acaricia, abaixando a alça do vestido.

– Vitor... Não é momento pra isso!

– Toda hora é momento, basta a gente se amar e querer.

– Não Vi... Você está todo ferido!

– Por que está fugindo de mim? Desde que cheguei...

– Não estou fugindo... É que você sempre quer nos momentos menos propícios e eu não resisto a você nunca! - se contorce quando ele leva a mão para a sua perna.

– Pulinha... Existem inúmeras maneiras disso acontecer! - coloca a mão por debaixo do vestido, o levantando.

– Eu sei... - respira fundo. Mas, agora não é um bom momento!

– E qual o melhor momento pra você? - puxa a roupa íntima dela, devagar.

– Ai Vitor... - fecha os olhos e se deita sobre o ombro dele. Me deixa ao menos fechar a porta?

– Não... - sussurra enquanto beija seu pescoço.

– Eu não vou conseguir relaxar assim... Se encontra alguém. - remexe-se.

– É melhor que não relaxe antes... - retira as alças do vestido, beijando seu colo e puxando a parte de cima da lingerie. Quero que relaxe durante, depois...

– Devagar... - se entrelaça no pescoço dele. Isso... - respira fundo. Sinto todos os meus nervos se aflorarem quando você me toca desse jeito... - retira o vestido de si e senta-se de costas pra ele.

Vitor coloca o cabelo de Paula de lado e distribui beijos por toda parte, a fazendo se contorcer. Dança com as mãos entre as pernas, subindo e descendo conforme a necessidade que ela emanava. A pele esquentava cada vez mais, e Paula se remexia tentando se livrar da tortura ao mesmo tempo que o impulsionado a ir além. Vitor sabia o momento exato para onde as mãos deveriam percorrer e seu beijo deveria constratar com a pele macia que ele amava misturar a sua.

– Vitor, não faz assim comigo... - implora.

– Você precisa se acalmar... - aperta suas coxas na parte interna, a fazendo reclamar. Precisa aprender a controlar sua tensão, sua respiração e manter o equilíbrio.

– Vitor, isso não é justo... - se contorce ofegante.

– Preciso que você se entregue, que você esqueça tudo...

– Eu... Est...ou esquecendo... - se segura nos "braços" da poltrona.

– Controla sua respiração... Senão fica difícil, meu amor... - a beija, tocando-a mais fortemente.

– Vitor, por favor...

– Não estou te fazendo um favor, Paula... Eu estou te amando! Estou tentando te ensinar a relaxar de verdade. Se acalme, senão isso não acaba...

– Eu... VITOR! - grita. Como eu faço isso?

– Eu já falei... Controla... sua... - vai até a orelha dela com os lábios. Respiração.

– Estou tentando... Eu... ju... ro. - diz ofegante.

– Você está tensa demais, preocupada demais... Não consegue se amar e deixar que eu te ame... - sobe a mão pela cintura, beijando suas costas.

Paula se impulsiona no colo dele, apertando as mãos fortemente na poltrona, tentando controlar a respiração que cada vez mais acelerava com os toques dele. Seus pulmões pareciam ter se reduzido a um, faltava-lhe ar a todo momento, fazendo-a implorar para Vitor por fim aquilo. As ondas de prazer que a tomava eram cada vez mais fortes, mas ele as segurava impedindo o fim da sensação, prolongando-as mais ainda, deixando-as mais intensas e insuportáveis a cada vez que retornavam. As mãos dele eram ágeis e macias, apertavam com destreza os lugares mais sensíveis que ela tinha... Lhe sugava o ar pelas caricias, deixando a boca seca e gritante pra que ele encostasse seus lábios ali. Pra que desse um pouco do ar dele pra si. As lágrimas começavam a brotar inevitavelmente, sentia seu corpo inteiro lutar consigo mesma, como se todos os tecidos quisessem pular pra fora de si.

– E...u não aguento... mais...

– Paula... - desce a mão. Pensa na gente... - beija seus ombros. Nos melhores momentos. Se concentra em tudo o que você ama...

– Vi...tor...- chora.

– Meu nome é muito mais bonito saindo de você! - aperta as pernas. Tudo o que quero é seu bem... Você precisa esvaziar um pouco... Precisa relaxar...

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– Vitor... Me deixa...

– Você pode fazer o que quiser... - impulsa as mãos internamente. Você está chegando lá... Você está conseguindo.

– Por favor...- sente-se cair aos poucos...

Paula remexe-se sobre o colo de Vitor, sobre a necessidade que saltava dele também. Suas forças pareciam estar esgotando, os ossos pareciam ter virado pó, precisava se esforçar mais um pouco e tudo acabaria. Ela precisava só que ele fosse um pouco mais além... E ele foi, sobre os suspiros dela que aceleravam junto as ondas que retornavam, antes uma a uma e agora todas juntas.

– Vitor... Mais... Rápido... Eu não estou aguentando! - implorava entre lágrimas.

– Tudo no seu tempo... Quero que sinta você... - sente ela por dentro.

Ele sabia o quão sensível cada parte do corpo dela já estava, com muita cuidado ia horas vagarosamente, outras com extrema agilidade abrindo caminho pela calor que ela emanava internamenta. Sentia a pele dela se aquecer a cada minuto, não mais quente que as chamas que ela estava por dentro. Cada vez mais profundamente, na medida em que conseguia, suas mãos faziam Paula mais ofegante, mais gritante pelo alívio que aquilo traria após o fim, precisava de descansar e ele sentia isso adentrando o íntimo dela.

– Chega... - encosta a cabeça nele. Por favor...

Sentia Vitor a invadir cada vez mais, as ondas irem e voltarem como se estivessem quebrando as margens do mar. Quando pensou que já não voltariam mais fortes do que já estava as sentindo, elas deixaram de ser apenas ondas e se transformaram no mar em si que a tomou de uma vez...

– VITOR! - grita, impulsionando fortemente os pés no chão, ao ponto de movimentar a poltrona.

– Estou aqui... - beija o rosto dela, tirando as mãos de seu interior e trazendo pro corpo, pra melhor a aconchegar. Estou aqui... Eu te amo... - sussurra.

– Eu... - encosta-se nele. Preciso de você! Mais dentro de mim, mais parte de mim...

Ela se arruma e senta-se agora de frente pra Vitor, tomando os lábios dele como se encontrasse por água após uma longa seca. Retira-o as roupas com rapidez e se posiciona a melhor acolher toda a necessidade e o calor que vinha dele agora.

– Paula... - a beija freneticamente, controlando a respiração.

Ele se movimenta profundamente a sentí-la cada vez mais parte de seu corpo, parte integral dele que se completava com ela. Com a extensão dele que ela carregava.

– Isso é loucura... - procura pela pele dele, arrastando as mãos por toda parte, fincando as unhas pra suportar as sensações.

As ondas retornavam, o mar retornava e se tornava mais insuportável controlar, perdendo o sentido, querendo, por desespero, que se fizessem um só o quanto antes.

– VI...TOR...- se segura nele, cerrando os lábios sobre seu ombro, se encaixando mais fortemente sobre ele.

– Pulinha.. - inspira fortemente, a impulsiona pra si.

Vitor sentia seus corpos implorar por descanso, a intimidade de ambos não suportavam a cada sensação que se fortificava a cada vez que mais profundamente ele buscava sentir o calor interno dela. Paula estava sobre si, ofegante e o apertando como se pudesse entrar em sua pele. Sentia seu sentido se despedir cada vez mais, quando de uma vez todo o corpo se preparou pra que pudesse se despedir de toda a tensão que se acumulava. Gritou pelo nome dela, encostando-se pesadamente sobre a poltrona que se afastou pelo impacto. Busca o ar, a trazendo pra seu peito...

– Paula...- passa a mão sobre o cabelo dela, fechando os olhos pra se despedir das sensações que brotavam deles.

– Vitor, eu te amo tanto... - segura-se em seus braços, se libertando de parte dele, agarrando a seus lábios.

– A cama... - fala entre os lábios, empurrando Paula pra que se levante.

Ela se levanta, sem se desprender dos beijos dele e vão até a cama. Deitam-se sem se separarem, como se não houvesse espaço algum entres seus corpos...

– Vitor, eu te quero tanto... Mas, meu corpo já não suporta mais... - segura os braços dele, apertando-os.

– Tá tudo bem... - beija seu corpo, deitando-se sobre seus seios.

– Você é maluco! - puxa-os cabelos levemente.

– Por você, sim! - ergue a cabeça, voltando-se com beijos.

– Vitor...- agarra-se ao lençol. Tá tudo tão sensível...

– Eu te amo... - se levanta até os lábios dela.

– Eu também... - entrelaça as mãos sobre ele, apertando seu corpo.

– Paula!... - se joga do outro lado.

– O que foi? - se assusta, levantando.

– Nada... É que você apertou e doeu um pouco... - coloca a mão sobre o ferimento.

– Meu amor, perdão... Está doendo ainda? - passa a mão sobre ele.

– Não... - sorri. Foi só uma pontada...

– Que susto... - se deita novamente sobre o peito dele. Dói aqui?

– Não... - beija a cabeça dela.

– Há minutos atrás você não sentia dor alguma... - ri.

– A tensão era muito grande! - riem. Vai doer tudo agora...

– Você é o culpado!

– Estava sentindo você muito tensa com toda essa situação... Só quis te deixar mais relaxada. Matar a saudade...

– Eu adorei... - o beija. Na verdade eu amei... - ri.

– Dois... - respira fundo. Sinto que precisamos de um tempo, pra gente...

– Sim... Mas, agora é inviável!

– Ainda não ficamos a sós em nossa casa desde que nos casamos.

– Você acha isso ruim? - se entristece.

– Não, claro que não! Mas, precisamos de momentos assim...

– Eu sei... Acredito que depois que tudo isso passar, que as coisas se acalmarem, ficaremos sozinhos.

– Sim... - a puxa mais pra si. Queria comer pizza com vinho, como aquele dia em meu apartamento...

– Nossos tempos de namorados... - riem. Eram tão bons, só nós dois...

– Mas...- a beija. Como casados também estamos bem!

– Estamos ótimos...- sorri. Com nossa filha... Vitor! - olha pra ele. Se sua mãe retorna aqui e estamos assim...- tenta se levantar e ele a segura.

– Pare de ser tão insegura, medrosa... Se qualquer um aparecer aí, o que estaremos fazendo de errado?

– Não é isso... Mas, não quero ninguém me pegando nua com você assim aqui. Sem contar que você não poderia estar fazendo nada disso...

– Você também não podia assim que ganhou Vitória, e quebramos a regra. Nada aconteceu... Como agora não irá acontecer!

– Mas, é melhor não abusar da sorte... - o beija e se levanta.

– Não... - a puxa novamente. Pulinha... Estou com saudade de você, do seu cheiro...

– Mais tarde, Vitor... - o acaricia. Mais tarde a gente fica juntinho, de novo... - sorri.

– Tudo bem... Mas, preciso que você me ajude a se trocar.

– Ajudarei... - prende o cabelo. Mas, antes eu vou me vestir! - se levanta pegando as roupas íntimas e o vestido. Você acaba com minhas lingeries...

– É o meu prazer fazer isso...

– E por falar nisso, estou aguardando você me presentear com outra daquela... - ri.

– Presente a gente não pede... - ri.

– Eu peço! Porque quem usufrui é você...

– Isso é verdade... - ri. Vou providenciar mais modelos pra você...

– Por falar em modelos... Você vai posar pra Patrícia?

– Estou aguardando você me dar resposta...

– Depois falo com ela pra ver tudo certinho e confirmar. - veste as roupas íntimas.

– Ótimo...

– Você está com fome?

– Sim, você vai buscar algo?

– Acho que é bom você sair um pouco daqui... Pegar um ar fresco. - veste o vestido.

– Tudo bem... - se senta. Pulinha, depois preciso daqueles remédios que estão no banheiro.

– Tá... - vai até ele. Levanta... - coloca a roupa íntima dele, o ajudando.

– Obrigado... - termina de se trocar. Precisávamos é de um banho...

– É, mas não vai dar tempo! Daqui a pouco é hora de dar banho em Vitória e você não pode tomar banho sozinho. Se bem que... - olha pra ele. Você está muito bem! - ri.

– Já te falei sobre isso... - riem.

– Tá certo... Vamos? Estou com fome...

– Estou muito vermelho?

– Um pouco... - admite.

– Minhas costas estão queimando...

– Espera... - vai até ele e levanta a camiseta. Ah... Então Vi, é... Não é nada demais! - beija-o.

– Foi você, né? - se vira pra ela. Foi você que fez isso...

– É pouco perto do que você fez...

– E o que eu fiz?

– Eu cheguei chorar...

– Mas, eu só estava te amando... - se aproxima dela, a abraçando. Se você não quiser, não faço nunca mais!

– Só quero saber onde você aprendeu certas coisas...

– Vamos comer? - a beija na cabeça e se solta indo até a porta. Não aprendi em lugar nenhum, foi ali com você mesmo! Vem... - a espera.

– Calma... Vou passar uma água em meu rosto.

Paula retorna do banheiro e seguem juntos para a área externa da casa. Monteiro não telefona e ela se preocupa, mas tenta não transparecer nada para VIgor, logo ele estaria aí. Diva prepara um café da tarde pros dois e leva até o jardim, onde observam Marisa, Dulce e Beatriz se divertirem com Vitória na piscina.