Amazona Yasmin
Capítulo 30 - Solidão
Chegando no santuário, sem Saga, Yasmin e Kanon são recebidos por Athena que, assim que os vê, corre até eles. Ela chega animada, mas quando nota que Saga não está com eles, exita.
- E...aí...Kanon. Onde está Saga?
Yasmin abaixa a cabeça, começa a chorar e sai correndo.
- Ele...não pode voltar. Ele é Ares. Como morreu como humano, não pode voltar. E nós não pudemos ficar lá, senão nossos corpos não aguentariam.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- E Yasmin? – pergunta Athena, preocupada.
- Não disse nada a volta toda. Eu achei que ela estivesse conformada, pelas belas palavras que disse a Saga, mas pode ser que ela esteja só muito triste.
- É, ela vai precisar de todo nosso apoio e compreensão agora.
...
Na manhã seguinte, as coisas parecem voltar ao normal no Santuário. Kanon retoma ao trabalho com sua turma.
“A solidão entre nós
Dentro de mim este silêncio
É a preocupação de ter que viver
A vida sem você
Não posso ficar sem você
Não é possível separar
As nossas histórias.”
Com esses versos em mente, Yasmin observa, da janela de seu quarto, a movimentação do santuário.
- Entra. – diz Yasmin, pois alguém bate à sua porta. É Kanon, que entra e senta-se em um sofá próximo à janela. Yasmin, percebendo que ele quer falar com ela, senta-se ao lado:
- Yasmin, eu sei que voltamos ontem de lá, então está tudo muito recente, mas eu vim aqui dizer que desta vez não vou permitir que você se feche como da outra...
Yasmin o interrompe, sorri e diz:
- Não, Kanon, não pretendo ficar deprimida. Ouviu as palavras que disse a ele. Só...não sei se consigo viver sem ele.
- Yasmin. – diz Kanon, irritado. – Olha para mim. – Yasmin não levanta a cabeça, então ele fala mais alto. – Olha para mim. – dessa vez Yasmin olha. – Quem sou eu?
- Um amigo, Kanon, um grande amigo.
Kanon se irrita muito com a resposta de Yasmin, a segura pelo braço e a sacode, como se quisesse despertá-la:
- Eu não sou um amigo, eu sou um homem. Estive ao seu lado durante todos esses anos. Fiz tudo o que pude por você. Não percebe? Não percebe? – nesse momento, Kanon começa a gritar. – Não percebe que te amo desesperadamente? – lágrimas escorrem de seu rosto, mesmo ele fazendo um notável esforço para segurar. Yasmin nada diz, só olha para ele, com olhar triste. Kanon prossegue:
- Não, você não se importa. Só se importa com Saga, só ele te interessa. Meu sofrimento? O que importa para você? Está tão ocupada, preocupada com Saga, que eu não passo de um divã que você encosta e se consola. – nesse momento, Kanon levanta-se e vira para a porta, parecendo que iria sair.
- Kanon. – Yasmin se levanta e diz, agora com lágrimas nos olhos também. – Está enganado. Claro que me importo com seu sofrimento, gosto de você...
Kanon a interrompe. Corre na direção de Yasmin, segura seus pulsos e diz, encarando-a:
- É. Então para de pensar no Saga. Para, Yasmin. Nós fizemos tudo o que podíamos. Olhe para você, prestes a completar dezoito anos. Dona da sua vida. Preste atenção a sua volta. Viva. Me dê uma chance. Mas não é a chance que a palavra possa soar. Eu digo dar uma chance de abrir seu coração para algo novo, para algo diferente, para uma felicidade realista, possível.
Yasmin solta-se de Kanon, senta-se no sofá, abaixa a cabeça e coloca a mão no rosto, pensativa. Depois levanta o rosto, olha para Kanon, sorri e diz:
- Por você. Só por você. Não prometo que conseguirei, mas prometo que tentarei, com todas as minhas forças e meu coração.
Kanon não acredita nas palavras que ouve. Ajoelha-se diante de Yasmin e lhe dá um forte abraço, sorrindo. A menina sorri também e, enquanto sorri, pensa que realmente gostaria de cumprir a promessa recém feita...
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