Vale Tudo

Você Foi Tão Corajoso


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Narrado por Rose

É, eu estava evitando a Kate ao máximo. Quando ela vinha falar comigo, era curta e grossa, não correspondendo o seu tom cuidadosamente preparado para ser amigável. Realmente, eu não conseguia mais acreditar que a nossa amizade era verdadeira e também, como poderia? Óbvio que a loira começou a desconfiar, porém, a última coisa que ela poderia pensar era que eu sabia da verdade.

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– Rose, agora eu estava me lembrando... – Scorpius dizia, alguns dias depois durante uma das rondas da noite pelos corredores do 3º andar. A nossa responsabilidade como monitores veio a calhar, pois tínhamos ainda mais tempo para ficarmos juntos.

– O quê? – caminhava ao seu lado.

– Sabe na semana passada, quando eu tive... Er... Aquele momento de... – parecia que estava prestes a mencionar uma maldição imperdoável, tamanha a sua dificuldade em falar. – Ci-ciú...

– Ah, tá falando daquele seu showzinho por causa do Enzzo? De ciúmes? – fiz questão de enfatizar, com um sorriso maldoso no meu rosto.

O garoto inspirou fundo, levemente irritado, porque sabia que eu estava de provocação.

– Enfim, você mencionou a poção Veritaserum, lembra? Então, eu pensei... Por que não põe no suco da Smeath ou sei lá? Ela vai ser obrigada a dizer a verdade.

– Bom, seria uma opção válida se não fosse estritamente proibido.

Quando dei por mim, andava sozinha. Scorpius havia parado e estava a alguns metros atrás de mim de braços cruzados e com um sorriso irônico.

– O que é? – perguntei, tendo que voltar um pouco.

– Você quer mesmo que eu acredite nessa história de “estritamente proibido”?

– Mas acontece que é proibido!

– E?

– E que se eu for pega aplicando a poção da verdade em alguém, perco meu distintivo! Por acaso não está raciocinando? É uma ideia totalmente inconsequente.

Scorpius deu uma risada e eu obviamente não entendi.

– Inconsequente? – deu um passo a frente. – Inconsequente? – perguntou novamente, desta vez perto o suficiente para que pudesse sentir o ritmo da minha respiração, agora descompassada.

– C-como? – a cada segundo eu ficava mais confusa.

Ele ficou próximo demais. Próximo demais para que eu pudesse evitar o beijo, então foi o que aconteceu. Nossos lábios se uniram e não demorou para que ele pedisse passagem para aprofundar o beijo, a qual concedi prontamente. Sendo levada pelo momento, perdi consciência do resto enquanto bagunçava seu cabelo. De repente, os beijos começaram a descer para o meu pescoço, me dando um arrepio incomum. E a sensação apenas triplicou quando senti Scorpius deslizar suavemente as mãos para dentro da minha blusa, porém, não ultrapassando a linha da cintura.

– Isso... – Scorpius dizia, não tendo ainda dado fim nas carícias. – Que é uma ideia inconsequente.

Eu tinha que admitir, não havia nada mais arriscado e imprudente que o nosso romance. E agora, sentindo seu toque, eu soube que fosse a minha decisão qual fosse nada poderia estar mais errado que aquilo. Nem mais certo.

– Tem razão. – falei num sussurro.

Scorpius interrompeu sua ação para me encarar com um sorriso convencido.

– É, às vezes eu tenho. – depositou um último beijo nos meus lábios. – Se precisar de ajuda, é só pedir. Acho melhor voltarmos a ficar de vigília, é por isso que estamos aqui, não é?

Ele bem que reparou o meu olhar desorientado e frustrado, com a certeza de eu queria mais.

–x-x-x-x-

Mais um tempo se passou e estávamos na primeira segunda-feira de fevereiro. O que isso significava? Sim, a tão aguardada reunião de ex-monitores aconteceria. Eu não me arrumaria tanto quanto havia me arrumado para o baile de natal, mas tinha que ir apresentável também. Escolhi um vestido vinho escuro que passava um pouco dos joelhos com mangas três quartos. Prendi apenas metade dos cabelos e usei uma poção alisadora que sobrara do baile, não estava a fim de fazer um penteado muito mais incrementado que aquele.

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– Você sabe que é só uma reunião besta, não um casamento, certo? – Scorpius assobiou ao me ver saindo do quarto. Ele estava realmente mais confortável que eu, trajando uma camisa e uma calça social, os sapatos pretos muito bem polidos.

Eu ri.

– Sabe quantos conhecidos meus vão estar presentes? O tio Charlie não vai poder vir, mas ainda sim o tio Bill e o tio Percy, meus pais... Eles não me veem há quase um ano.

– Bom, meu pai e meu avô também estão vindo, mas eu não faço tanta questão de ficar impecável por isso. Apesar de que o vovô Lucius vai adorar ter um motivo para me criticar.

– Eu não vejo nada de errado com você. – comentei, com intenção de elogiar.

Ele sorriu, levemente sem graça. Funcionou.

– Vamos indo. – Scorpius disse.

Como era uma noite como outra qualquer na escola, não podíamos ir de braços dados sem que ficasse estranho.

– Então, você vai falar com os seus parentes e eu com os meus, para não levantar suspeitas. – eu revisava o plano. Estávamos chegando ao nosso destino.

– Isso.

– Nossa, é muito estranho que a McGonagall tenha dito que faz todo ano esse evento se não fomos convidados para nada do tipo ano passado e retrasado.

– É, eu falei com ela sobre isso semana passada e ela disse que se enganou. Faz a cada cinco anos ou algo assim... O que faria sentido, porque meu pai esteve aqui em 2019 fazendo não sei o quê. Devia ser essa reunião... Sei lá, ela já tá bem velha, pode confundir as coisas.

– Acho que sim.

Enfim, ficamos de frente para a grande porta da sala. Por sinal, não era o Salão Principal, mas outra sala bem vasta.

– Boa sorte. – falei, já colocando a mão sobre a maçaneta.

Scorpius deu um beijo no topo da minha cabeça, me fazendo corar.

– Boa sorte.

–x-x-x-x-

Narrado por Scorpius

Ao entrar, pude perceber que haviam colocado um feitiço de expansão na sala. Afinal, todos os bruxos que já foram monitores em Hogwarts vivos estariam ali e não era um número pequeno de pessoas definitivamente. Todos usavam os antigos distintivos, alguns tão velhos que mal se via o “M” inscrito no metal.

Não demorei a encontrar meu pai e fiquei imensamente feliz em vê-lo.

– Pai! – eu disse em voz alta, fazendo-o se virar. Vi um sorriso de contentamento se formando em seu rosto.

Não contive o impulso e o abracei. Aquilo o pegou desprevenido, mas ele retribuiu.

– Scorpius, como você está?

– Muito bem. Excelente, na verdade!

– É, eu estou vendo... – tinha um olhar curioso. – E você ainda está com aquela garota, qual era o nome dela? Scott?

– Ah, não, terminamos antes da festa de natal.

– Se você me deixasse mais informado sobre as coisas... Espere, acho que você mencionou isso numa das cartas. Tinha algo a ver com você ser obrigado a acompanhar a filha do Weasley, agora me recordo... A McGonagall está ficando caduca, só pode. Que ideia absurda!

Fiquei quieto olhando para os lados. Eu não dividia a mesma opinião que ele agora, então era difícil fingir.

– E ali estão eles. – disse meu pai, olhando por cima do ombro. Identifiquei Rose na multidão falando com um homem alto e outra mulher, presumindo que fossem seus pais. Ela estava muito animada, conversando com entusiasmo. Além disso, aquele vestido ficava muito bem nela.

– Não foi tão ruim assim. – disse num tom mais baixo. Antes que ele retrucasse, perguntei: – E o vovô Lucius? Ele não veio?

– Ah, ele está logo ali. – apontou para um extremo da sala. O homem idoso solitário sentado numa cadeira era meu avô. – Carrancudo, é claro. Só veio pra marcar presença e pra te ver.

– E por que não está lá com ele?

– Eu estava conversando com uma velha... – mirava uma mulher loira a alguns metros. As feições dela lembravam um buldogue. De dar pena, sério. Vi a careta que meu pai fez pouco depois. – Amiga. Ainda bem que você chegou... – suspirou, aliviado.

O encarei, desconfiado por alguns segundos.

– E agora eu quero saber uma coisa. – meu pai iniciou, adquirindo uma expressão mais séria. – Por que trapaceou no jogo? Custou o seu título de capitão! Eu e sua mãe não ficamos nem um pouco satisfeitos, pode ter certeza.

– Bom, - eu tinha que manter a versão modificada da história. – achei que devesse fazer de tudo para vencer aquele jogo! Mas eu me arrependi depois, então assumi minha culpa.

Ele balançou negativamente a cabeça, inconformado. Me senti muito mal, pois a coisa que eu mais odiava era decepcioná-lo. Aquele olhar que ele sustentava acabava comigo mais do que tudo.

– Era tarde demais para voltar atrás.

– Acha que eu devia ter deixado as coisas como estavam?

– Você não devia ter feito nada, pra começar. Quero dizer, você ganharia daquela Weasley de olhos fechados.

– Talvez esteja enganado... Digo, ela é realmente boa. – admiti, tentando não o deixar ver o sorriso que eu dava ao dizer aquilo.

– Bom, – estranhou por alguns segundos a minha resposta. – acho melhor irmos falar com o seu avô, antes que ele fique mais irritado.

Andamos até o homem rabugento, o qual parecia mais impaciente que antes.

– Draco, até quando teremos que... Scorpius. – deu um leve sorriso.

– Oi, vô. – acenei com a cabeça educadamente. Eu não poderia esperar nenhum cumprimento mais caloroso e, além disso, ele estava confortável no seu assento, então...

– Monitor-chefe que nem seu avô. Muito bem, Scorpius. Mas agora endireite essa postura, moleque. – ele bateu com a bengala na minha cabeça.

– Ouch! – me curvei ainda mais, cobrindo o lugar dolorido.

– Como espera se sobressair se mal consegue...

O discurso do meu avô foi interrompido pelas risadas altas que vinham de um grupo. Eram novamente Rose e seus parentes.

Vovô Lucius começou a proferir uma série de insultos e eu franzi o cenho, me limitando a reprová-lo com o olhar.

– O que foi, pequeno Scorpius? – pequeno... Hunf.

Permaneci em silêncio, porém, não conseguia relaxar a expressão.

– Você está agindo de forma um tanto diferente, na verdade… – meu pai adicionou, preocupado.

– Não... Não é nada. – respondi por fim.

É, agora eu estava incomodado.

–x-x-x-x-

Narrado por Rose

Eu exalava felicidade pelos poros. Minha mãe contava as últimas, quando tio Bill se aproximou de nós e se juntou a conversa, anunciando a maior novidade.

– Eles vão se casar? Teddy e Vicky?! – levei as mãos ao rosto, surpresa demais.

– Já era hora, não? – ele riu.

– Isso é demais! Incrível! Eu faço questão de contar ao Hugo, à Lily e ao Albus...

– Contar o quê? – ouvi uma voz grave masculina atrás de mim. Virei-me e tive outra surpresa.

– Tio Charlie?! – arregalei os olhos e o abracei fortemente. Eu realmente adorava o tio Charlie! Ele contava as melhores histórias sobre dragões. – Eu pensei que não viesse. Meu Deus, que ferida horrível no seu rosto!

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– Ah, isso? – o homem robusto apontou para o corte, o qual me dava muita aflição. – Devo essa lembrança a um Dente-de-Víbora Peruano. Mas nem sinto mais, logo sara.

– Se você está dizendo... Bom, estávamos falando sobre o casamento da Victoire com o Teddy.

– Finalmente! Estava já demorando demais para isso. Afinal, quem leva mais de sete anos para pedir a namorada em casamento?

Meu pai pigarreou audivelmente. Meus tios riram e minha mãe corou. Ah é, ele demorou oito anos para pedi-la...

– Vão rindo... Eu só não sabia como fazer o pedido, não é como se eu não quisesse casar com a Mione. Er... Rose, e cadê sua prima Roxanne? Ela se tornou monitora esse ano, não foi? – ele desviou o assunto.

– Para a decepção do George. – tio Bill brincou, pois a filha de um dos maiores mestres das travessuras tornar-se monitora era realmente um choque. Claro que ele ficou orgulhoso, mas o espanto foi grande.

– Eu não sei, não a vi ainda e...

– Droga, lá vem o Percy. – meu pai suspirou. – Vai, Rose, salve sua pele... – ele me empurrou leve e discretamente.

E eu faria isso. Não é por nada, mas o tio Percy conseguia ser um mala de primeira.

Ao me distanciar disfarçadamente deles, localizei uma garota de pele morena e de cabelos castanhos médios se servindo da mesa com petiscos e salgadinhos. Era a Roxanne? Foi só falar nela que apareceu!

– Roxy? – cutuquei seu ombro e ela se voltou para mim.

– Rose, e aí? – me saldou animadamente. – Já experimentou essa tortinha de camarão? Delícia. – abocanhou a torta que estava na sua mão.

– Mas você não é alérgica a frutos do mar?

A morena parou imediatamente de mastigar. Devolveu o que sobrou ao seu prato e engoliu com arrependimento o que ainda estava na sua boca.

– Droga, eu vou inchar. Merda, cadê a minha poção? – começou a esvaziar os bolsos do casaco desesperadamente. – Ah é, claro! Accio anti-inchaço!

O frasco que estava o tempo dentro da bolsa que ela carregava voou direto para a palma de sua mão. Ela tomou um gole de seu conteúdo às pressas, suas bochechas já começavam a ficar mais rechonchudas.

Ficou de olhos fechados por uns cinco segundos, esperando que fizesse efeito e enfim, expirou longamente em alívio.

– Tudo bem? – perguntei, quando notei que ela voltava ao normal.

– Aham, ainda bem que me lembrou. Estou comendo essas coisas há uns dez minutos! Eu sou muito estabanada. – Roxanne bateu na própria testa.

De repente, o chão começou a tremer. O grande lustre que pendia no centro do teto balançava e as pessoas gritavam, assustadas. O que estava acontecendo? Vi quando a porta foi arrombada violentamente e a multidão abriu caminho para algo que vinha em alta velocidade na minha direção. Roxy se jogou para o lado bem a tempo.

O animal que se assemelhava muito a um rinoceronte emitiu um som parecido a um grunhido escandaloso. Meus olhos não conseguiam mudar o foco e meu corpo não se movia.

– P-por M-merlin! É um... Um... – minhas pernas vacilaram e eu caí sentada no piso de pedra.

–x-x-x-x-

Narrado por Scorpius

– O que uma criatura tão perigosa como um erumpente faz numa escola? – ouvi alguém dizer.

Um erumpente?! Esse é o motivo da confusão? Pensei imediatamente em Rose. Onde ela estava? Eu tinha que encontra-la. Atravessei o aglomerado de ex-monitores e finalmente a achei, na mira do animal, o que eu mais temia.

No primeiro momento, fiquei imóvel, incerto do que fazer em sequência. Não, sem chance que eu a deixaria ali! Mas o que eu poderia fazer? Pelo que sabia, aquela criatura não era apenas perigosa como também absurdamente agressiva quando provocada.

O corpo inteiro de Rose estava trêmulo. Ela gritou. O erumpente grunhiu irritado.

E então, foi tudo muito rápido. Adquiri uma coragem assombrosa não sei de onde e corri para o local de risco, me postando em frente à ruiva. Apontava a varinha para o chifre do animal, sem muita firmeza. Não havia feitiço que eu conhecesse que pudesse ser páreo para ele.

Inesperadamente, sem eu ter pronunciado uma palavra, a criatura pendeu para a esquerda e caiu desacordada, provocando um baque surdo.

Prof. Hagrid baixou a varinha e chamou alguns bruxos para que o ajudassem a carregar o erumpente para fora.

– Me desculpem, esse bichinho é realmente rebelde. – deu dois tapinhas no couro cinzento do animal. – Acabou de chegar da África.

Depois disso fiquei alheio a tudo que acontecia. A tudo, menos a ela. Agachei-me para ficar no mesmo nível que Rose e reparei nas lágrimas que escorriam pela sua face.

– Rose, olha pra mim! – segurei seu rosto, limpando aquelas lágrimas com os polegares. – Está tudo bem.

Ela me encarou, chorando cada vez mais e se lançou sobre mim, apertando seu corpo contra o meu num abraço. A acolhi, acariciando seus cabelos e tentando acalma-la.

– Eu achei que ia morrer. – Rose sussurrou, soluçando.

– Rosie! – a mulher morena que antes conversava com ela veio correndo até nós, seguida por outros ruivos.

Desfiz o abraço que nos unia meio relutantemente, vendo que ela estava em boas mãos.

Consegui me afastar, entretanto não escapei de outra bengalada do meu avô muito mais forte que a primeira. Aff, ele gosta disso, não é?

– O que deu em você? Perdeu o juízo ou é só idiota? Ia se sacrificar por uma mestiçazinha Weasley? – zangou-se comigo. – Isso tudo é uma grande piada, nunca mais venho nessas reuniões...

– Scorpius, filho, por que fez aquilo? – meu pai me analisava por inteiro, verificando se eu estava bem. – Você podia ter morrido! À troco de quê?

A ausência de resposta podia ter me denunciado, mas eu não tinha o que falar. Então, um pensamento que pareceu aborrecê-lo por alguns instantes foi ignorado e ele se dirigiu a mim de novo:

– De qualquer forma, você está bem?

– Sim.

– Nunca mais faça uma estupidez dessas! – me abraçou inesperadamente, me fazendo arquear as sobrancelhas de espanto.

–x-x-x-x-

Despedidas e bengaladas depois (“Quer mostrar sua coragem? Vá pra Grifinória!” vovô Lucius continuou indignado até o fim da festa), esperei Rose do lado de fora para retornarmos juntos a sala comunal. Pouco tempo se passou e lá estava ela. Sorriu largamente quando me viu e eu fiz o mesmo.

Num entendimento silencioso, seguimos pelos corredores lado a lado. Quando alcançamos a entrada da sala, eu destranquei a porta e entramos, mas antes que pudesse tranca-la novamente, Rose segurou meu pulso. Não entendi e me virei para perguntar.

Literalmente, Rose pulou em cima de mim. Não, sério, eu caí de costas no chão por causa daquilo. Fiquei ainda mais assustado quando ela começou a distribuir beijos por todo o meu rosto.

– Você. Foi. Tão. Corajoso. – pontuava cada palavra com um beijo num lugar diferente. – Louco, mas incrível! – deitou-se sobre mim, apoiando a cabeça logo abaixo da minha. – Minha mãe adorou você, te elogiou muito, já meu pai... Bom, ele te achou totalmente pirado, mas é melhor do que o metido e arrogante de antes.

Ainda estava meio atônito e um sorriso bobo se formou nos meus lábios.

Talvez eu finalmente estivesse me tornando um cara decente. Alguém de quem valesse a pena gostar, não o egocêntrico desprezível que ela beijou na Torre de Astronomia no ano novo.

–x-x-x-x-

Narrado por Rose

Eu não gosto mais dele. Como eu poderia gostar de um garoto que daria sua vida por mim? Não...

Eu estou completamente apaixonada por Scorpius Malfoy.

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