Despedi-me de Uruha e Aoi na esquina de casa, vendo-os sumir de minha vista na esquina seguinte.

Uruha e Aoi moravam perto de mim e sempre voltávamos juntos da escola.

Graças a Aoi, Uruha não mencionou uma palavra sobre Matsumi. Mas em compensação, só falava do novo aluno da sala. O loiro baixinho com os olhos mais brilhantes e a boca mais linda que já havia visto.

Balancei a cabeça, espantando aqueles tipos de pensamentos da mente.

Entrei em casa. Estava vazia como sempre.

Subi para o quarto, jogando minha mala sobre a cama, apanhando o telefone.

Estava na hora de resolver o problema Matsumi.

Disquei os números rapidamente, ouvindo os toques. Três toques depois, ouvi sua voz responder do outro lado da linha.

- Precisamos conversar. – Foi tudo que disse, antes dela começar a gritar no telefone.

XxX

Bati o telefone de volta na base, irritado, porém aliviado.

Era como se o peso em minhas costas sumisse, me deixando respirar.

Passei duas horas naquele maldito telefone, ouvindo minha ex-namorada reclamar de tudo, me xingar de diversos nomes, mas finalmente estava terminado.

Ouvi barulhos no primeiro andar. Meus pais haviam chegado. E eu já podia ouvir as reclamações que viriam deles, assim que soubessem do fim do namoro.

- Filho, que bom que já está em casa. – Mamãe falava docemente, revirando sacolas de compras sobre a bancada da cozinha. – Como foi a aula?

- Mãe...terminei com a Matsumi. – Falei diretamente, vendo-a derrubar uma lata no chão.

Passei mais uma hora levando sermão de minha mãe. Que dizia como Matsumi era bonita, inteligente, educada e blá blá blá.

Para minha sorte, papai não quis se meter na conversa, me livrando de mais um sermão.

Voltei ao quarto, deitando-me na cama, observando distraidamente o teto.

Estranhamente as palavras de Uruha me voltaram à cabeça.

“Você nem gosta de garotas”

E ao mesmo tempo, o rostinho redondo e marcado por lágrimas do loirinho me veio à mente. Ele havia chorado...mas por quê?

A única coisa que sabia é que não havia gostado de vê-lo chorando. Sabia que tinha sido um perfeito idiota mais cedo, mal falando com ele.

Mas eu havia ficado tão encantado com o baixinho que fiquei nervoso quando vi seu sorriso. E fiz a besteira de virar o rosto.

Será que eu o havia magoado? Por isso estava chorando?

Virei para o lado, agora fitando a parede. Amanhã iria me desculpar e tentar ser um pouco mais amigável.

Eu não sabia o porquê, mas aquele baixinho estava mexendo comigo.