POV Percy

Meu despertador tocou. Sabia que se demorasse mais, estaria atrasado. Levantei e fui fazer minha higiene matinal. Nem tomei café, nunca sinto fome nessa hora. Tomei banho, botei a primeira roupa que encontrei pela frente. Baguncei o cabelo. Sabia que essa hora, meu irmão já estaria na creche, meus pais já tinham saído e a empregada estaria no mercado. Meu iPhone vibrou na minha cama desarrumada, anunciando a chegada de uma nova sms. Era uma mensagem de Nico, dizia:“Luke irá te encontrar, nos vemos no estacionamento”. Calcei meu All Star. A campainha tocou. Luke. Toda semana é isso. Eu acordo, Nico me manda uma mensagem, Luke passa na minha casa, vamos juntos a escola e ficamos conversando no estacionamento. Quando o sinal toca, esperamos três minutos e vamos à aula. Fui descendo as escadas, peguei a chave do carro e abri a porta. Dei de cara com Luke, soltei um “Bom dia”.

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A propósito, meu nome é Percy Jackson, tenho 16 anos. Minha mãe se chama Jéssica — australiana, de 35 anos —, e meu pai, David — alemão, 33. Possuo um irmãozinho mais novo, de dois anos.

Nasci na Austrália, morei lá até os quatro anos. Aos cinco anos, me mudei para Paris — tivemos que nos mudar pelo motivo de emprego do meu pai. E depois, aos onze, me mudei para Nova York, onde estou até hoje. Por causa do emprego da minha mãe em uma empresa bastante famosa, mantida por ela mesma, e meu pai... bom, ele é sub-gerente da empresa da minha mãe.

Nunca tive muitos namoros, sou bastante popular na escola. Faço parte do time de basquete. Sou moreno, cabelos pretos e olhos verdes. Meço 1,75.

Dentro do carro, estávamos no meio do caminho e conversávamos sobre coisas banais. Até que me deu uma infeliz ideia.

— Vou ligar o rádio.

— Certo — Luke concordou. Liguei o rádio e estava tocando, justamente, o que eu mais amo na vida: “Baby, baby, baby...” Desliguei na hora. Bufei.

— Eu odeio esse cara. — Luke anunciou.

— E eu, não sei o que as meninas vêem nele. — falei. Decidi não ligar mais o rádio. Porque se não, da próxima vez estaria cantando: “Amo você, você me ama...”. Como eu sei dessa música infeliz? Simples, quando meu irmão estálá em casa, ele vê esse merda o dia inteiro. Agora, a minha cabeça está muito bem. Avistei Nico na estrada e mandei ele me seguir. Entramos pelo portão da escola. Estacionei em uma vaga qualquer e Nico fez o mesmo ao meu lado esquerdo.

(...)

— Fala sério — Nico disse.

— Tô falando — Eu falei rindo.

— Tá bom... — Luke comentou, indignado — Eu vou acreditar que você tava andando na rua aí uma velha começou a te seguir e... — um carro prata chegou e estacionou do lado direito ao meu. De lá, pelo vidro traseiro pude ver que eram três garotas. Parecia que elas estavam rindo. Até que uma loira saiu do carro — pelo lado do carona —, era muito bonita, devia ter 1,60. Seus olhos eram azuis, tinha cabelos lisos e loiros, um belo corpo e usava uma blusa roxa, colete preto, jeans skinny preto e All Star roxo, usava vários acessórios — entre eles, um bracelete xadrez roxo e preto. Logo em seguida saiu uma outra, devia estar para 1,70. Olhos castanhos, cabelos pretos, também tinha um lindo corpo, usava uma blusa larga preta com uma caveira, jeans skinny e All Star preto com branco. Uns dois segundos depois, o carro desligou e de lá saiu a mais bonita de todas. Era loira de cabelos cacheados, tinha os olhos também azuis, mas esses estavam mais pra... cinzas. Usava uma blusa tomara-que-caia rosa, jeans e All Star rosa.

— Mas... — Luke tentou falar completamente abobalhado.

— Nossa...

— Vocês... Vocês estão pensando o mesmo que eu? — perguntei, nervoso. Nico sacudiu a cabeça como se estivesse tomando sentido. Luke ainda olhava as garotas.

— Luke — chamei. – Luke. LUKE!

— Hã? O quê? Quando? Onde?

Bufei e falei:

— Olha, se vocês não estão vendo, tem três garotas muito lindas bem ali. — olhei novamente e elas estavam rindo. Uma nos olhou e comentou com a outra. Logo em seguida, estavam todas olhando para nós. Até que a loira — a mais bonita de toda — corou e elas voltaram a conversar.

— Eu vou indo — falei.

— Pra onde? — Nico perguntou.

— Falar com elas, ué. — respondi como se fosse óbvio. E era, de fato.

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— Tô com você, cara — Luke disse.

— E eu também.

Fomos andando até elas. Cheguei perto o bastante para ouvir a risada das garotas. Eram... doces. Sabia que nenhum dos dois iam falar nada. Então tomei a iniciativa quando chegamos perto:

— Oi.

— Oi. — disse, alegremente, a loira dos olhos... Cinzas.

— São alunas novas? — perguntei, tentando não parecer envergonhado. Elas negaram.

— Como a gente nunca... esquece. — Nico tentou perguntar. A loira de olhos azuis assentiu. Não parecia nem um pouco interessada. Parecia que alguém tinha uma pequena quedinha por ela.

— Bom... então temos que apresentar, certo? — Luke nos perguntou. Assenti, estava torcendo para que Nico tivesse me acompanhado. — Sou Luke Castellan.

— Nico Di Ângelo.

— Percy Jackson — me apresentei.

— Thalia Grace — a da camisa de caveira falou.

— Silena Beauregard — a de olhos azuis disse.

— Annabeth Chase. — a última disse.

— Espera — Nico disse — Annabeth Chase, filha de Natalie Chase e Danniel Chase? — ela assentiu, um pouquinho vermelha — Que legal. — Ele parecia impressionado.

— Obrigada. — foi só o que ela disse. Se instalou um silêncio desagradável entre nós. As três pareciam bastante envergonhadas. Nico olhava Silena e Luke, Thalia. Já eu... bom, digamos que eu achei a Annabeth bastante... bonita. Olhava ela de vez em quando. Ela foi a primeira a quebrar o silêncio:

— É... — parecia nervosa. — O sinal já tocou, estou certa? — eu assenti. — Vejo vocês mais tarde. — Ela passou a mão no cabelo e botou alguns fios para trás da orelha. — Venham, meninas. — Ela chamou. Saíram de lá e nos deixaram com cara de “Acabei de sair do hospício, vem me matar?”.

(...)

Estávamos no caminho da aula de Geometria quando me veio à cabeça:

— Nico, como assim, conhecer a Annabeth é “muito legal”?

— Nossa, quer dizer que você nunca ouviu falar da empresa dos pais dela? — ele me perguntou assustado.

— Não...

— Credo — Luke interveio —, fala sério. É simplesmente a empresa mais famosa de toda Nova York. — Nico assentiu. — Empresa Chase's, cara.

— Certo... Vamos matar aula? – indaguei.

— Qualquer coisa é melhor do que aturar o professor de Geometria. —Nico falou. Ele odiava o Sr. Evans, ninguém nunca descobriu o porque. Se um dia você me perguntar alguma coisa do Nico, eu não sei. Ele me dá arrepios. Acredite, um dia estávamos andando pelo colégio. Até que alguém esbarrou nele. A pessoa amanheceu doente. Ficou internada por duas semanas.

— Concordo — Luke falou. Ficamos andando pelo colégio.

POV Nico

Estávamos passando pelo corredor dos dormitórios masculinos. Os inspetores iam de um lado para o outro em busca de alunos que fazem... digamos assim, “horrores” pra não dizer pior. Tentávamos ficar o mais longe possível dos inspetores para eles não nos pegarem. Íamos andar pelo colégio. Passar pelo corredor da sala de Biologia e perambular até o sinal tocar. Decidi ir ao banheiro. Nem sei o porque de eu ter feito isso, mas eu fiz:

— Vou ao banheiro — dito isso, Luke e Percy me encararam com as sobrancelhas arqueadas. — Será que as pessoas não podem ir no banheiro em paz aqui? Credo. — saí andando, passei pelos corredores. Notei que uma cabeleira loira saía do banheiro feminino. Era Silena, ela falava ao celular.

— "O.K., eu falo com elas... Até mais” — Decidi pegá-la de surpresa.

— BÚ! — ela gritou e ia começar a correr. Segurei-a pelo braço. Estava ofegante. Comecei a rir loucamente.

— Não... não tem graça. — ela disse recuperando o fôlego, mas também estava rindo.

— Tem, sim. — rebati. Ela tinha um sorriso deslumbrante. Até que eu percebi que estávamos colados. E eu tinha colocado ela contra a parede. Acho que ela também percebeu isso, porque... bem, ela estava extremamente corada. Me distanciei.

— É... Bom... — ela parecia tentar encontrar as palavras certas.

— Hmm... Desculpe.

— Não... Não se desculpe. Isso sempre acontece comigo. — arqueei as sobrancelhas. — Não... Não esse tipo de coisa, quero dizer... é... eu... — parecia irritada consigo mesma. — Eu me assusto fácil.

— Bom... Com quem você estava falando? — ela me olhou interrogativa — No telefone. Eu ouvi você falando com alguém.

— Ah... — fez uma pausa. — Meu irmão.

— Hm. — não sabia o que falar. — Eu... eu tenho que ir.

— Claro... É... Tchau.

— Tchau. — saí de lá aos passos rápidos. “Com quem você estava falando?” Que pergunta idiota. Pensei.