Se o Destino Permitir

Adeus presente... olá passado


Era hoje. Sim este seria o ultimo dia em que eu a veria. A ultima. Depois disso, a terra a sucumbiria. E tudo iria acabar. Ouvia soluços, e uma respiração difícil, sabia de quem era. Scorpio, meu filho. Ele chorava pela perda. E tinha motivos afinal ela era a ‘mãe’ dele, ou deveria representar isso. E eu apesar de tudo, posso dizer que chorei, em meu rosto as lagrimas ainda tinham seus rastros marcados, eu estava acabado e como ela morreu, uma maneira tão ridícula, morta pelo próprio orgulho de dizer que precisava de ajuda, mas ela foi forte até o fim, eu me arrependo de um dia ter-la deixado só, como poderia eu me livrar desse peso? Eu agora estava só e nunca mais séria parcialmente feliz. Sim, um dia eu fui totalmente feliz, mas esse dia tempo acabou, quando Scorpio nasceu, eu fiz a minha escolha, por mais que fosse dolorosa era a mais sensata. Ou parecia.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Sr. Malfoy?

- Sim? – me levantei da cadeira do meu grande escritório. Olhei de repentino pela janela, o céu estava azul e o sol brilhava como uma típica manhã de primavera.

- esta na hora. – disse Maria, nossa governanta.

- Scorpio já esta pronto?

- sim, esta o esperando na sala.

- obrigado eu já desço – olhei uma ultima vez pela janela, era possível ver a cidade e seus habilitantes, sim eu tive que me sujeitar a morar no meio de trouxas, mas para mim isso não era tão... difícil.

Desço e encontro Scorpio sentado no sofá, a observar a lareira, como se ele esperasse alguém, mas esse ‘alguém’ não viria nunca mais.

- Scorpio?

- Já está na hora? – ele olhou para mim como se implorasse pelo não.

- já, vamos? – perguntei, pude ver as longas marcas deixadas pelas lagrimas do pequeno, para uma criança não é bom perder os pais, em especial quando eles são tudo para você, e Astoria era tudo para ele. ‘se ele soubesse’ mas ele nunca saberia, jamais, se dependesse de mim isso aconteceria, ele jamais saberia!

Chegamos ao cemitério, Scorpio havia recomeçado a chorar, eu não o culpava para ele a mãe fora a única que realmente o entendera, não que fosse um péssimo pai, mas era ela que o ajudava, eu sempre o amaria, porque era a minha única lembrança ‘dela’. Fomos até o tumulo, meus pais já estavam lá, assim como os pais de Astoria e alguns outros familiares. O ultimo adeus foi dado, a ultima lembrança registrada, a ultima vez, o ultimo olhar, o ultimo.

Por volta das 11:30 da manhã a cerimônia terminou. Scorpio estava pálido e com uma aparecia sofredora. Eu havia conseguido me controlar e não chorar, mas velo naquela situação me trouxe tudo à tona como um tsunami. Peguei-o no colo, ele passou os braços por trás da minha cabeça e afundou o rosto em meu pescoço e chorou, sussurrei algumas palavras em seu ouvido, mas as mesmas que deveriam o acalmar o trouxeram mais tristeza.

- Draco? – com relutância me virei, não queria ver mais ninguém que viesse dizer que sentia muito pelo que aconteceu e todo o blá blá de sempre.

- Hermione? – o espanto me correu dos pés a cabeça, era Hermione, nos não nos víamos desde que Scorpio nascerá desde o fim da guerra – quanto tempo – Scorpio havia parado de chorar e olhou para Hermione

- então esse e o no... seu filho? Scorpio? Se parece bastante com você. – eu sabia que por trás daquelas palavras outras queriam ser ditas, outras que não poderiam ser pronunciadas, palavras proibidas. – prazer em conhecê-lo Scorpio

- Prazer foi meu. – disse Scorpio com uma voz arrastada.

- Então fiquei sabendo do que aconteceu, lamento por sua perda.

- grandes perdas tivemos na ultima batalha, mas e você o que faz aqui? – pude perceber que ela usava preto, como se estivesse de luto.

- bom foram grandes as perdas... Rony fora atacado na mesma noite – acabara de perceber que em seu rosto grossos rastros de lagrimas haviam se formado, e eu soube.

Ronald Weasley havia morrido.