Uma semana havia se passado desde a festa, e muitas coisas haviam mudado. Tom passava a maior parte do tempo com o avô, aprendendo alguns negócios da família e conhecendo pessoas novas. Alegrava Hermione vê-lo tão entrosado nos assuntos dos Riddle’s, e com certeza ele estava feliz ali.

Descobriu que Cecília, a primeira namorada do Senhor Riddle, vivia mais na casa dele do que na sua própria. Passava horas conversando com Mary e Maggie, que era considerada parte da família e cuidava de todos os caprichos da sua senhora. A menina amava passar seu tempo com Mary, pois esta sempre lhe contava boas histórias e tinha um bom gosto impecável... típico de um Riddle.

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- Você precisa ser mais delicada, ou acabará picando o dedo. – disse a jovem loira, quando estavam bordando no jardim.

Hermione deu um muxoxo baixo. Em sua época compravam-se as toalhas já bordadas.

- Não tenho talento para isso. – reclamou a menina, vendo a outra terminar o “L” de seu nome. Não havia chego no “R”.

- Seu nome é maior que o meu, não se recrimine. E outra, – adicionou. – eu aprendi isso há muito tempo, e era muito ruim, aliás. – Cecília sorriu.

- Tem conversado com Tom a respeito do filho? – perguntou Hermione, passando a linha na agulha.

- Sim, e ele está bem triste. – comentou. – Disse que o jovenzinho mal troca palavras com ele.

E isso era verdade. Tirando a hora de comer, Tom Junior e Tom Sênior evitavam traçar o caminho alheio.

- Acredito que a conversa que eles tiveram no jardim, no dia da festa, não foi nada boa.

- Conte-me criança! Quem lhe disse isso? – Cecília inclinou-se como se ouvisse um segredo.

- Meu Tom me contou – começou a castanha. – que o pai praticamente tentou comprá-lo com palavras bonitas. Tentou se desculpar por todos esses anos. Ele fez errado, talvez não soubesse como era a ira do filho, mas mesmo assim continuou.

- Eu imagino o que o jovem Riddle deve ter sentido. – disse Cecília. – Todo esse tempo, sofrendo em um orfanato, tratado com pouco... imagino a dor que deve ter crescido dentro do coraçãozinho dele. – completou delicadamente.

- Não só a dor, mas a raiva. – disse Hermione, brigando com o fio de ponto cruz.

- Você e o Tomzinho se conhecem a muito tempo? – perguntou a loira, com interesses ocultos.

- Sim, um ano, praticamente.

- E ele já a pediu em casamento?! – alegrou-se. – Deve ser muito apaixonado, mas, sinceramente, ele não demonstra muito isto. – adicionou com veneno em sua voz.

Hermione sorriu. Se Cecília achava que poderia ser má, sentiria o gosto do próprio veneno.

- Creio que isso seja herança genética, se me perdoa a opinião.

A outra empalideceu.

- Ora vamos, menina, eu conheço Tom Riddle ao dobro da sua idade. – disse ela, dando um nó na linha com raiva. – Sei muito bem o que ele sente somente olhando pra ele.

- Não sou de julgar ninguém, claro. – Hermione sorriu maldosamente, olhando para o punhado de cores. – Conheço o pai de Tom há uma semana, mas ele não parece demonstrar seus sentimentos pelo olhar. É uma coisa que aprendi tendo contato com o filho dele e, se já reparou os dois são bem parecidos.

Cecília deu de ombros e continuou seu bordado.

- Estudam juntos, então?

- Sim, estudamos. – respondeu Hermione com simplicidade.

- Ele vai cursar o que? – Cecília olhou a menina. – Direito?

Hermione riu alto. Imaginou Tom como um juiz. Com certeza contaria essa história para ele depois.

- Não sei o que ele quer fazer. Acho que nem ele sabe. É jovem de mais.

- Você tem que aprender a bordar toalhas, minha querida, e cozinhar! – disse a loira, tirando os fiapos de linha do seu trabalho. – Uma boa esposa sabe fazer, e muito bem feito, trabalhos domésticos. – e adicionou, de má índole. – Não é por que será uma Riddle que Maggie fará tudo por você.

- Na realidade, - respondeu grossa. – Maggie não faria nada por mim nem se eu implorasse. E com certeza não precisarei de ninguém. Sei me virar sozinha.

Hermione estava ficando vermelha, e não conseguia manter a coordenação para bordar. Cecília riu suavemente e passou a renda pela toalha.

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Se pudesse, tiraria agora mesmo a varinha de seu bolso e mostraria para aquela criatura tudo o que era capaz de fazer.

“Engraçado o que a raiva muda na gente”, pensou. Virou-se para o lado e tirou a varinha do bolso. Acenou para a toalha, que ficou pronta num segundo, com a renda e tudo. Mostrou para a mais velha.

- Adequado? – perguntou, levantando-se.

O queixo de Cecília caiu levemente.

- Como conseguiu fazer tão rápido? – perguntou surpresa.

- Trabalho melhor sobre pressão. – respondeu a menina, gabando-se por dentro. – Vou mostrar para Tom.

E saiu.

A vontade de vingança crescia dentro de Cecília e esquentava seu sangue.

- Maggie...MAGGIE! – gritou brava para a criada. – Venha aqui, precisamos tirar esses fedelhos da minha casa.

* * *

Apesar de estar se acostumando com a casa onde estava, Tom Jr. não deixava de se perder entre um grande cômodo e outro. As salas eram tão grandes e tão cheias de portas que seus olhos se confundiam em qual deveria sair, em qual deveria entrar.

Por fim, optou pela porta dupla de madeira entalhada, levemente entreaberta.

- Precisa de alguma coisa? – disse o homem de costas sentado na cadeira, ao ouvir o barulho de passos.

- Errei a porta. – disse para o pai e se virou rapidamente para sair dali.

- Espere! – pediu Tom Sr., indo até o filho. – Precisamos conversar.

- Será que não deixei claro que não quero falar sobre nada, com você? – disse rudemente, olhando nos olhos azuis idênticos aos seus.

- Quero propor um trato. – disse rapidamente, com medo de interrupção. – Não nos conhecemos bem, Tom, e isso é algo que realmente quero mudar. Se depois deste trato você ainda me odiar, eu aceito que nunca mais fale comigo, ou que me odeie para o resto de sua vida.

- E como esse trato vai funcionar? – perguntou o mais novo.

- Você aceita, então? – animou-se Tom Sr.

- Depende. Quero saber como funciona.

- Vamos conversar mais. Quero saber sobre sua vida, as coisas que você gosta, o que você planeja no futuro...

Tom Jr. estremeceu. O futuro que ele planejara estava ruindo nas mãos da amante.

- enfim, - continuou. – Quero conhecer mais meu filho. Dessa forma, você pode me perguntar qualquer coisa.

A mente do mais jovem tiquetaqueou. Qualquer coisa, mesmo?

- Está feito. – disse por fim, estendendo a mão para o pai. – Vamos ver no que isso vai dar.

Tom Riddle Sr. pegou a mão do filho e balançou-a levemente, até ele livrar-se do aperto e dar-lhe as costas.

- Tom, querido! – ouviu a mãe conversar com seu filho na antessala. – Vamos dar uma volta?! Preciso que me conte várias coisas!

Tom Sr. deu uma risadinha baixa. A família toda estava rodeando a vida de seu filho... inclusive ele mesmo.

- Aonde vamos, vovó? – perguntou Tom, vendo a velha senhora sair da casa e andar pela estrada batida. Já tinha se acostumado com a ideia de chamar Mary de avó.

- Só caminhar, o tempo está frio. Nada como uma boa caminhada para aquecer as juntas. – sorriu, apoiando-se no braço dele. – Queria conversar com você.

- Sim, como quiser.

- Bem, meu amor, sabe que eu nunca estive tão contente em ter alguém a mais aqui, principalmente sendo você como é. – Tom sorriu envergonhado. Sabia que uma sequência de elogios estava por vir. – É educado como um príncipe, e age como um, também. Nunca pensei que ficaria tão encantada em ter um neto, mesmo esse sendo três palmos mais alto que eu. – a velha gargalhou suavemente.

Tom imaginou-se pequeno, no colo de Mary, embalado numa cantiga de dormir.

- Pode dizer, vovó, sabe que não lhe negarei a resposta. – disse sorrindo para a avó.

Em tão pouco tempo Mary já soube conquista-lo. Ela estava sendo para ele a mãe que nunca tivera, e dessa forma não podia dizer não.

- Você faz coisas, não faz? – perguntou temerosa. – Você e aquela adorável menina.

- Que tipos de coisa? – retrucou com uma pergunta.

- Mágica, meu neto. Vocês são capazes de fazer magia. – afirmou cabisbaixa.

- Do mesmo jeito que não nego uma pergunta, não negarei a verdade. – disse Tom, sacando a varinha e apontando para o céu. Um passarinho pousou em sua mão e ele entregou-o a avó.

Mary não disse nada nem pensou nada. Ela já sabia.

- Não vou contar a ninguém, se isso te preocupa. – disse, acariciando o bichinho em suas mãos.

- Não é isso que me preocupa. – reverteu Tom. – O que realmente me deixa afito é o que a senhora pensará de mim depois dessa revelação.

- Eu? – Mary levou uma mão ao peito teatralmente. – Eu não pensarei nada, querido, eu o amo e não faz diferença nenhuma se você é magico ou não. A magia vem do coração, meu bem, e enquanto usá-la para isso – levantou o passarinho para que ele voasse. – estará fazendo a coisa certa.

Tom acariciou de leve o braço da avó.

- Não te importa que eu seja assim? Uma aberração?

Mary suspirou.

- Você não é, e jamais será uma aberração. Você é meu neto, sangue do meu sangue, e eu o amo mais do que você pode imaginar. Aberração é a criatura que um dia lhe disse isso.

- Eu herdei essa parte da minha mãe. – acrescentou Tom, temeroso.

Mary deu meia volta em seu caminho.

- Eu sei. – disse por fim. – Eu sempre soube, ela usou isso para seu pai se apaixonar por ela. Perguntei à uma velha senhora que vendia umas poções estranhas debaixo do toldo do circo. Tempos difíceis, aqueles, Tom.

O rapaz não disse nada, deixou-se guiar pela avó.

- Ela usou uma poção do amor, então. – concluiu num sussurro.

- Não sei o que ela fez, mas desistiu. Talvez pensou que seu pai realmente a amava, pobrezinha. – Mary olhou para Tom pacificamente. – Não a julgo mais, meu querido, pois amar alguém incondicionalmente e não ser correspondido é algo capaz de matar uma pessoa.

Tom apenas assentiu, vendo Hermione se aproximar.

- Boa tarde, quase noite. – disse a menina com um lindo sorriso nos lábios. Mary soltou-se do neto para este ir de encontro com Hermione. – Veja o que eu fiz essa tarde. – mostrou a toalhinha ricamente bordada.

- Ora! Isto é um verdadeiro talento! – disse Mary, observando a toalhinha. – Muito bem, minha querida. Aposto que não usou magia para fazer isso. – piscou a mais velha, vendo Tom abrir um enorme sorriso.

- Na realidade, - começou Hermione, entendendo tudo de cara. – Eu usei magia sim. – e riu.

- Oras... – disse Tom. – Não creio! Já estava ficando conquistado com esta bela representação de... egocentrismo. – indicou o “Hermione” bordado na toalha. – Se me amasse, bordaria Tom, e não seu nome. – balançou a cabeça num ato de incredulidade.

Mary riu mais alto, ao ver a menina dar um pequeno tapa no noivo.

- Cecília pode bordar duas escrito “Tom Riddle”. – acusou. – Não mudará nada. – e cruzou os braços no peito.

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- O que adiantaria a Cecília fazer, não é, vovó, quando queria mesmo que minha toalhinha fosse completamente forjada por suas delicadas mãos, Hermione? – disse Tom, pegando nas mãos da outra e puxando-a para si.

- Não teria graça alguma, meu querido. – disse a senhora. – Graça alguma.

- Vamos entrar, sim? – pediu Hermione. – Está ficando tarde, e frio! Não pode deixar sua avó na friagem, Tom Riddle. – censurou.

- Madames? – disse Tom, entregando um braço para a avó e passando o outro pela cintura de Hermione. – Permitam acompanha-las até a mesa de jantar?

- Claro, cavalheiro. – disse Mary, risonha.

- Mais uma vez que dizer isso e eu deixo você vencer. – sussurrou Hermione no ouvido de Tom.

Claro, o julgamento. Tom sorriu abertamente, um sorriso que estava se tornando comum em seu rosto.

- Eu já venci, meu bem. – sussurrou de volta no caminho para a casa.

Maggie já havia preparado a mesa do jantar e estava servindo os pratos. Tom e Hermione foram colocados um de frente para o outro, enquanto o rapaz estava no meio do pai e da avó. Aquele lhe deu um sorriso terno quando se levantou da mesa.

- Posso servi-la, vovó? – perguntou Tom cordialmente, vendo a avó cansada ao seu lado.

- Por favor, querido. – respondeu a senhora.

Tom pegou o prato e serviu-a de uma pequena porção da sopa que havia pedido. Nos dias que passara ali percebeu que a avó não comia muito.

- Obrigada. – disse Mary, quando Tom colocou o prato na sua frente.

Na primeira colherada, Mary engasgou. A princípio nenhum dos Riddle e nem Cecília deu importância, até que Mary levantou-se e começou a sufocar.

- Mary, querida! – gritou Thomas, tentando acalmar a mulher.

- Tente respirar, tente respirar! – pediu Tom Sr., segurando-a pelo braço.

- Tom Jr., - gritou o avô. – vá buscar um médico, e rápido! – pediu.

Tom correu para a porta, mas Hermione o parou.

- Se ela sufocar, vai morrer! – disse exasperada. – Vá até seu quarto e pegue uma poção, rápido! Não temos muito tempo! – disse ela, vendo o corpo da senhora perder as ações.

Tom subiu no quarto com passos mais apressados que podia suportar, abriu a mala e pegou uma poção. “Diatmenio”, estava escrito no frasco. “Poção contra envenenamento alimentar”.

Desceu de três em três degraus e foi até a avó estirada no chão. Seu pai bagunçava os cabelos enquanto o avô tentava chama-la.

- Tome isto. – disse para a avó. – Thomas pegou o frasquinho e ajudou Mary a beber.

No segundo seguinte, ela estava feito nova.

- Foi envenenada. – disse Hermione, olhando diretamente para Maggie e Cecília, que estavam paradas na porta, assistindo a tortura de camarote. – Quem fez a sopa?

- Por que acha que foi a sopa, menina? – perguntou Cecília, olhando-a raivosamente.

- Só pode ter sido isso que a envenenou. – disse Hermione. – Ninguém mais relou na sopa.

- A não ser que alguém tenha posto algo nela antes de ser servida. – disse Maggie, se intrometendo.

Cecília olhou acusatoriamente para Tom Jr.

- Não foi nada, já passou. – disse Thomas, levantando a esposa. – Filho, me ajude a colocar sua mãe na cama. Não voltarei a mesa.

- Claro, papai. – respondeu Tom Sr., olhando de esguia para Cecília, que deu as costas e foi embora.

- Eu disse que você só romperia a paz e a harmonia dessa casa. – disse Maggie para Tom Jr. – Devia ir embora, aberração.

Hermione empurrou-o levemente em direção ao quarto. Aquela noite havia terminado ali.

* * *

Hermione entrou no quarto de Tom com passos leves, pois talvez ele estivesse dormindo. Mary separou-os logo no primeiro dia, com a desculpa de que os queria “sóbrios” enquanto estivessem aqui.

Infelizmente teria que descumprir as normas da boa etiqueta.

- Tom? – chamou pesarosa.

- Tem alguma ideia do que aconteceu ali? – perguntou Tom, sentando na janela.

Hermione foi até ele e virou-o para si, enquanto se sentava em seu colo. Tom passou os braços por ela, abraçando-a ternamente.

- Eu sinceramente acho que foi um plano muito bem bolado. – disse, acariciando os cabelos do outro. – Isso me cheira a loira.

Tom sorriu dolorosamente.

- Hoje eu e meu pai conversamos. Nós fizemos um trato. – contou.

- Que tipo de trato?

- Vamos conhecer um ao outro, antes de jogar as cartas no fogo. – ele tirou uma das mãos da cintura de Hermione e apertou a mão da menina na sua. – Contei para minha avó sobre nossos...hm...talentos.

- Eu sei disso. Fico feliz e tranquila que tinha contado. – ela acariciou a mão de Tom sensualmente. – Agora não temos que esconder nada.

- Ninguém mais ficará sabendo, Hermione. Ela prometeu.

- Eu sei...eu sei... – sussurrou. – Mas mesmo assim não precisamos mais ficar tão temerosos quanto a isto.

- Que coisa mais ridícula para ter medo, meu amor.

Hermione estremeceu. Era a primeira vez que Tom a chamava de meu amor com todas as palavras. Isso a alegrou profundamente.

- Eu te amo. – disse sem pensar. Por um instante, se arrependeu, lembrando-se de quem era aquele rapaz. Mas quando os lábios de Tom procuraram os seus, deixou esse pensamento flutuar para longe da mente, dando espaço a todas as sensações que sentia.

- Tom... – chamou-o quando seus lábios desceram para o pescoço. – preciso te contar uma coisa.

Riddle parou contra a vontade.

- Sim? – disse, virando-a para si. Cada perna da menina estava em um lado de seu corpo.

- Mary me disse sobre a família de sua mãe, os Gaunt. – esclareceu. – Parece que você tem um tio nas redondezas de Little Hangleton.

O olhar de Tom gelou abruptamente.

- Um tio? – perguntou incrédulo.

- Sim, Morfino é seu nome. Tom, ele tem precedentes mágicos. – disse.

- Eu sei, também é herdeiro de Salazar. – a conversa estava ficando interessante. – Ele poderia me contar sobre tudo!

- Tudo o que? – questionou confusa.

- O que aconteceu com a minha mãe, como era a vida dele, tudo, Hermione, tudo o que eu não sei! – disse altivo.

- E se ele se recusar a contar? – ditou a possibilidade mais clara de ser verdadeira.

- Ele não irá se recusar. – disse com a voz lasciva.

- Está pensando em ir vê-lo? – perguntou a menina, saindo do colo de Tom.

- Sim, estou. – respondeu simplesmente, mau e frio.

- Quando? – Hermione sentia a tensão crescer dentro de si.

- Em breve. Eu irei avisá-la, não se preocupe.

Por incrível que parecesse, Hermione sabia que Tom estava mentindo.

- Vou voltar pro meu quarto. – declarou.

Tom se levantou e foi até ela.

- Sabe que, se quiser, pode ficar aqui. – disse, abraçando-a novamente.

- Sei, mas as regras que vigoram aqui são da sua avó. É claro que desejo estar a cada momento com você, mas seria bom se demonstrássemos pelo menos respeito onde estamos.

- Um lugar muito melhor, e com uma comida muito mais agradável que um albergue barato. – disse Tom, repousando sua cabeça no ombro da garota. – Aposto que todos estão pensando que tentei envenenar minha avó.

- Aposto que seu pai é muito inteligente e, assim como você, buscará a verdadeira origem dos fatos. – disse beijando-lhe docemente.

Tom retribuiu o beijo sem intensão de aprofundá-lo.

- Vou indo, vejo você amanhã. – disse beijando seu rosto com delicadeza. – Boa noite.

- Boa noite, mennya liublie. – disse Tom, fechando a porta do quarto.

Então ele ainda tinha um tio pela parte dos Gaunt. Informação interessante, esta, uma vez que poderia ser muito útil a mente do tio, e todos os poderes que ela continha.

Pareceria inútil dormir agora, e foi exatamente o que Tom fez. Quanto mais planejasse, mais se decepcionaria. Era hora de deixar suas contas ao revés do destino.