Devaneios
Palavra de Amor
Não importa quando
Não importa como
Sempre cantaremos o amor
Inerente da humanidade
Não importa o quão clichê seja
Não importa o quão ridículo seja
Não importa
Nada importa
Se vem do coração
O amor que será cantado
Por mais miserável
Fraco e raso
Continua sendo amor
Amor que se desprende
E implora
Pra se fazer palavra
Se fazer verso
Porque não pode virar verbo
Tolo é aquele
Que diz que é errado cantar o amor
Porque este está sempre em foco
Mas fazer o quê?
Escrever só com o cérebro não tem graça
A razão não alcança o coração
Não toca a alma
Não traz lágrimas
E ainda digo
Não é possível escrever sem amar
Amar as palavras
Amar os versos
Amar o conteúdo
Amar o oposto do conteúdo
Amar o leitor
Amar
Mesmo as mais duras palavras
Mesmo as mais sombrias e escabrosas
Mesmo as amargas estrofes
Têm um toque de amor por trás
Porque cada um ama de modo diferente
E o sente por coisas diferentes
Tenho pena daqueles que juram
Que o amor estraga a escrita
Que amolece o verso
Quando na verdade o autor e o leitor
É que são moles
Tenho pena dos que pensam
Que tudo sabem da arte
Porque arte por mais que se saiba
Não é nada sem um coração
Esses que tanto teorizam
Só conhecem arte vazia
Que se olha e se esquece
Que não marca
Que não toca a alma
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