E se Fosse Real?

Capítulo 21: A culpa é da Touya!


[pov. Naruto]

Bem, desde o acontecido de ontem à noite, meu pai me deu uma folguinha pra que eu relaxasse. Ele é esperto, sacou que eu não estou bem. Esperto até demais, -ttebayo.

Mamãe também não é nenhuma porta. Ela tinha que fazer compras e praticamente me intimou a ir com ela. Eu tenho a leve suspeita de que os dois tenham medo de que eu fique sozinho e tenha uma recaída. Pra falar a verdade, eu também.

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Estou andando pelas ruas de Konoha carregando as bolsas da minha mãe. Ela ia à frente, sorrindo.

CLARO!!! ELA QUE NÃO TEM QUE CARREGAR ESSE PESO TODO, DATTEBAYO!!!

Eu a seguia e ao mesmo tempo ia lançando olhares preocupados à mini-coisa de nove caudas que andava atrás de mim. Kyuubi me olhou preguiçosamente e perguntou com sua voz de trovão costumeira:

-Algum problema, filhote? –Perguntou ele cínico.

-Não. –Menti e corei. Kyuubi riu. Ele era conectado a mim também, por isso ele percebe quando estou mentindo ou não. Raposa irritante.

Não sinto mais raiva de Kyuubi. Não dessa Kyuubi. Esta aí nunca seria capaz de fazer uma crueldade daquelas, creio eu. A outra Kyuubi sim. E tenho medo disso.

As pessoas me cumprimentavam normalmente, mas ao ver a miniatura da Kyuubi atrás de mim saíam correndo apavoradas, se afastam delicadamente ou então simplesmente olhavam pra minha mãe e Kyuubi com aquele olhar gélido que eu conhecia muito bem. Não gosto que a olhem assim. É horrível. Ao parar em uma barraca de peixe, minha mãe tratou o vendedor com a maior delicadeza, porém esse a destratou de uma maneira simplesmente revoltante!

Chegamos à barraca e okaa-chan perguntou sorrindo quanto custava o peixe. Simplesmente o cara fez uma expressão indignada, tirou o peixe de perto da minha mãe e disse:

-Suma daqui demônio raposa! Não vendo nada a demônios!

A expressão de okaa-chan mudou para tristeza. Ela trocou olhares com Kyuubi e disse, quase inaudível:

-Vamos Kyuubi, Naruto. Vamos embora. –Ela cumprimentou o moço delicadamente e deu-lhe as costas. Eu permaneci parado, tremendo de raiva. Já estou cansado de injustiça!

Não sei o que aconteceu. Meu corpo agiu por mim. Quando vi, já estava quase enforcando o cara pela gola da camisa e rosnando:

-Ei!! Mais respeito quando falar com ela, ouviu seu babaca? Minha mãe não é um demônio! Ela não merece esse tratamento, dattebayo!!

Mamãe vinha correndo em minha direção. Kyuubi estava sentado no chão, rindo pra caramba. Bicho implicante. Só ele mesmo pra achar graça disso, -ttebayo. Esse desgraçado xingou a minha mãe. É ruim que vou ficar parado, né?

-Naruto, solta! Tá sufocando o homem, ttebane!! –Gritou ela chegando perto. Engraçado, soou quase como se ela tivesse dito “Solta Rex, solta! Cachorro mau! Cachorro mau!”. Encarei-a, puxei o cara pela camisa e ergui a poucos centímetros do chão. Rosnei:

-Peça desculpas. Agora mesmo, dattebayo!

Ele olhou para okaa-chan assustado.

-Gomen... nasai. –Murmurou de má vontade e ainda rouco por causa da pressão em sua garganta. Levantei-o mais alto.

-Ela não ouviu! Peça desculpas! –Rosnei.

-Gomenasai, gomenasai, gomenasai!!! –Gritou ele com as poucas forças que tinha. Olhei para okaa-chan que estava nervosa. Ela assentiu com a cabeça:

-Desculpas aceitas. Largue ele agora mesmo, Naruto!! –Ordenou ela. A contragosto, eu relaxei, larguei o traste no chão, coloquei as mãos nos bolsos de minha calça e saí andando despreocupadamente, ignorando os olhares que os aldeões assustados que haviam se aglomerado ao redor de nós para ver a confusão me lançavam. Voltei meu rosto para o vendedor, encarando-o com aquele mesmo olhar de desprezo que tantos me lançaram no passado:

-Dessa vez passa. Mas da próxima, eu não vou dar uma de menino bonzinho. Entendeu, dattebayo?

Ele assentiu nervosamente com a cabeça. Parecia estar congelado pela minha frieza. Continuo andando, pego as sacolas que havia derrubado e passo por mamãe, que estava simplesmente paralisada.

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-Vem mãe. –Digo, puxando-a pelo pulso. Ela se vira receosa e vem comigo, lançando olhares preocupados aos vilões.

Andamos até um certo ponto sem trocar uma palavra. Mas assim que chegamos à porta de casa, ela colocou as mãos na cintura e disse:

-O que foi aquilo, Naruto? O que diabos deu em você, ttebane? –Perguntou ela, de cenho franzido. Coloco as mãos nos bolsos e fito o firmamento, evitando encará-la. As nuvens estão tão bonitas hoje... ei! Aquela ali parece a Kyuubi!

-Olhe pra mim. Eu estou falando com você! –Disse ela. Encarei seus olhos muito verdes e disse em voz baixa e entre dentes:

-Não gostei da maneira como ele te tratou. Você não é um demônio, mãe. Não precisa passar por isso. Não gosto que falem com você daquela maneira, dattebayo. –Mais injustiça. Esse mundo está perdido, realmente. Será que ainda vale a pena mudá-lo? Eu me pergunto.

O que eu disse fez com que ela se espantasse. Depois, sua expressão suavizou-se, e aqueles olhos verdes outrora carregados de irritação encheram-se de meiguice.

-Obrigada. –Disse ela sorrindo docemente. Sorrio também. Ela passa a mão em meus cabelos, fazendo carinho e abre a porta de casa.

Sim. Eu acho que, por mais que as coisas estejam ruins, sempre haverá um raio de esperança.

Ah, outra coisa que me esqueci de comentar: minha mãe, por incrível que pareça, não é sempre enérgica daquele jeito o tempo todo. Aliás, ela é até bem doce. Quando está calma e de bom humor. Mas quando não está...

Bem, vocês leram o que aconteceu lá atrás, então sabem o que acontece quando ela está estressada. Ela me dá medo.

Fora isso, ela é legal pra caramba. Acho que, por ter sido o jinchuuriki na Kyuubi, eu sou quem melhor a entende lá em casa. E ela idem. Chegamos a conversar até de igual pra igual. Bizarro.

Minha mãe se vira para mim sorrindo e diz:

-Que bom que está de folga agora de manhã. Assim você pode consertar o estrago que fez no banheiro hoje cedo, ttebane.

-Ah, mãe! Foi culpa da Touya! –Resmunguei.

-Foi Touya quem furou a porta e as paredes do banheiro com correntes de chakra? –Me lançou um olhar questionador. Suspiro.

-Não mãe.

-Então você é quem vai consertar, moço. –Apertou minha bochecha. Ai, tá doendo!

-Mãe, para com isso que tá doendo, -ttebayo!! –Protestei. Ela parou e sorriu para mim. Massageio minha pobre bochechinha flagelada.

-Pooxa, eu tava feliz da vida que finalmente consegui controlar aquelas benditas correntes, e você tinha que estragar, dattebayo? –Choraminguei. Kyuubi ria da minha cara. Lancei-lhe um olhar assassino, mas este só fez rir mais ainda. Ela falou:

-Tem maneiras mais interessantes e menos destrutivas de libertar um poder adormecido, sabia?

Me joguei no sofá, cruzei os braços, fiz bico e resmunguei:

-A culpa não foi minha. Tenho culpa se aquelas correntes surgiram do nada, -ttebayo?

Ela colocou a mão no queixo, pensativa:

-Tecnicamente... Tem sim.

-Chata. –Revirei os olhos e concluí. Ela riu.

-Vou lá em cima chamar sua avó. Conserte o banheiro, Naruto. E ai de você se eu te pegar tentando sair sem terminar o serviço, ttebane!

-*gota* Sim, mãe.

Sua expressão suavizou por um momento e vi preocupação em seu olhar. Ela disse:

-Você vai ficar bem aí sozinho?

Sorrio confiante.

-Claro! Calma mãe, eu sou um ANBU, por favor! Sei cuidar de mim mesmo, -ttebayo! Não vai acontecer nada, eu prometo. –Ela me olhou por um tempo, depois disse:

-Tem razão, é besteira, né? Mesmo assim, você não vai se importar se Kyuubi ficar aqui vigiando, não é? –Sorriu ela. Kyuubi saltou por cima do sofá e parou a minha frente, sorrindo travessamente. Eu tenho medo dessa raposa, -ttebayo.

-Ah, pronto! Agora a Nove-Caudas vai ser minha babá. –Bufei e cruzei os braços. Okaa-chan riu e desapareceu pelo corredor. Comecei a analisar o problema, mas é difícil se concentrar quando você tem o demônio que matou seus pais te encarando por trás da nuca.

Esse rolo do banheiro é um saco! E a culpa é de quem? Da Touya, é claro!

-----------------------------------[flashback]----------------------------------

Acordei meio sonolento com o canto dos pássaros do lado de fora da janela. Meus olhos estavam semi-cerrados ainda, então bocejo e praticamente vou me arrastando até o corredor. Nisso, vejo Touya saindo do quarto dela, na mesma situação que eu. Nos entreolhamos e murmuramos um “bom dia” beeeeem preguiçoso. Olho pra ela de novo, e mais uma vez. Nossa, tava tão lerdo que...

Arregalo os olhos. Encaro Touya que tinha percebido a mesma coisa que eu. Ah não.

Começo a correr e lá vem aquela pirralha atrás de mim, até que me alcança e começamos a nos acotovelar pelo corredor. Coloco o pé na frente dela e esta vai de cara ao chão, enquanto continuo correndo. Logo depois, lá vem ela de novo. Dizia com dificuldade:

-Sai, nii-chan! Sou eu quem vai usar o banheiro primeiro!

-Nem pensar!! Você parece que morre lá dentro, demora uma década depois quem tem que aquentar os socos da Sakura-chan porque cheguei atrasado sou eu, dattebayo!!

-Problema é seu, seu lerdo! Eu tenho que me arrumar primeiro!!

-Nem pensar! Vaza pirralha!

E fomos nos acotovelando até o banheiro. Eu estava ganhando porque minhas pernas são maiores, logo cubro uma distância maior que a meio-metro ali. Porém, quando cheguei perto da porta quase ganhando a corrida, uma coisa me puxou pelo pé e me deixou de ponta cabeça, dando tempo suficiente para que a pestinha voasse pra dentro do banheiro. Mas tinha algo passando por debaixo da porta quando ela trancou, e vi que era uma daquelas correntes que okaa-chan usava pra prender Kyuubi e puxar a gente quando tentávamos correr dela quando queria dar uma surra em alguém. Aquele troço estava amarrado à lâmpada de teto e ao meu pé. Grrrr!!!

-TOUYAAAAA!!!! QUANDO EU TE PEGAR VOCÊ VAI VER!!! –De repente, a corrente sumiu do nada, fazendo com que eu desse de cabeça no chão. Doeu, merda!! Aquelas benditas correntes. A obaa-chan usa, a okaa-chan usa, até a imouto usa! ENTÃO POR QUE EU SOU O ÚNICO UZUMAKI QUE NÃO CONSIGOOOOO???

Comecei a esmurrar a porta, irado.

-TOUYA, ABRE ESSA PORTA!!!

-Não. –Ouvi ela rindo de lá de dentro. Ora sua...

-ABRE ESSA... –Do nada umas correntes saíram do meu corpo e perfuraram a parede e a porta do banheiro, provocando uma nuvem de poeira e pedaços da parede que voaram por todo canto. Pulo pra trás com o susto e ouvi a pestinha gritando lá dentro. Eu consegui usar as...

-Naruto! Santo Kami, o que é isso? –Perguntou meu pai lá do fim do corredor. Olho para ele e as correntes somem. Eu tava muito confuso, nem pensava direito na hora, fazia sinais sem sentido e balbuciava.

-Eu, hã, é que... –O que raios tinha acontecido afinal de contas, dattebayo?

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------------------------------[flashback off]------------------------------

Foi estranho ou não foi?

Bem, no momento em que terminei de concertar o estrago, Touya entrou correndo que nem um furacão em casa, animada e pulando.

-Yeah! Viva!!

Meu pai vinha logo atrás, com as mãos nos bolsos, visivelmente incomodado com a felicidade dela. Okaa-chan e obaa-chan chegaram e viram-na gritando, logo quiseram saber o motivo de sua euforia.

-Por que está tão feliz, Touya? –Perguntou okaa-chan gentilmente. Touya disse:

-Porque vou participar do Chuunin Shiken!! Eeeeeeeeee!!!

-NANII??? –Exclamamos okaa-chan, obaa-chan e eu juntos, chocados.

Mamãe olhou torto para meu pai. Este simplesmente fez um gesto com as mãos que dizia mais ou menos “Dispenso comentários. A culpa não é minha.” e saiu. Mamãe foi atrás dele furiosa.

-Minato! Que raio de história é essa? Namikaze Minato! Volte já aqui!

Obaa-chan jogou-se no sofá e colocou a mão na cabeça. Touya olhou para mim e sorriu. Chuunin Shiken. Chuunin Shiken, cara!

Que merda, ein?

Olhei pro lado e lá vinha ela com aquela carinha de cachorrinho que caiu da mudança. Quase que eu perguntei: doeu muito quando caiu, filhinha?(essa é uma típica da minha okaa-chan)

-Nii-chaaan... –Veio com essa vozinha melosa... Fudeu.

-Que foi, Touya? –Reviro os olhos.

-Você me ajuda a treinar pro Chuunin Shiken? Onegai? –Perguntou ela. Bufei.

-Tá legal, tá legal. Só não me atazana muito, tá?

-EEEEE!!! –Agarrou meu pescoço. –VOCÊ É DEMAIS, NII-CHAN!!

-Tá bom, Touya, eu sei, agora larga meu pescoço que tá machucando, dattebayo!!! –Gritei e ela afrouxou o aperto. Massageio meu pescoço. Vixe! Que mania maluca dessa menina ficar se pendurando na minha nuca!

Ih, hihi, até rimou...

Tá.

Eu sempre dou um passo maior que a perna mesmo. E do jeito que a figura é, vai me alugar o dia inteiro, e não vou pode treinar. Definitivamente, ela tem que parar de andar com o Konohamaru. E com aquele pirralho Uchiha idem.

-Naruto. –Chamou obaa-chan. eita! Tinha até esquecido que ela tava aqui!

-Oi?

-Kushina me contou que você começou a manipular as correntes.

-É. Foi meio acidental, mas eu consegui. Okaa-chan disse que ia me treinar mais tarde, pra me ensinar a usá-las direitinho.

-Sei. –Disse vovó, sorrindo. Ela é uma velhinha legal, louquinha, mas legal. –Namikaze irresponsável! Vai deixar a menina competir nesse torneio perigoso!

-Calma vó. Fica assim não. A Touya precisa disso pra se tornar chuunin. E ela é uma ótima ninja, baixinha e irritante, mas muito legal.

Ela me olhou torto.

-Nada do que eu disser vai te fazer ficar contra o loiro aguado, não é?

-Não. –Respondi sorrindo. Obaa-chan suspirou, levantou-se e bagunçou meus cabelos.

[pov. Naruto ends]

No hospital, a menina ruiva acorda, chamando a atenção da Haruno, que estava de plantão no quarto.

-Hm? Onde eu estou? –Pergunta a ruiva desnorteada. Haruno parou do lado de sua cama, sorriu gentilmente e disse:

-No hospital de Konoha. Olá. Sou Haruno Sakura. Nós achamos você naquela vila perto da Kumokagure. Você estava muito mal, então a trouxemos para cá.

As lembranças começaram a borbulhar na mente da menina ruiva. Ela arregalou os olhos castanhos.

-O ataque... O garoto moreno... O grupo de ANBUs... Você era um deles? –Perguntou. Sakura afirmou com a cabeça.

-Desculpe por aquilo. O pergaminho com os jutsus secretos de Nidaime Hokage foi roubado de nossa vila, e parece que o ladrão resolveu testar seu poder na sua. Corremos o mais rápido que pudemos, mas quando chegamos já era tarde. Desculpe. –Abaixou os orbes esverdeados, pedindo perdão.

-Tudo bem. –Gemeu de dor. –Pelo menos eu estou aqui graças a vocês. Obrigada.

Sakura sorriu.

-Disponha.

Ficaram em silêncio alguns minutos até que a rosada perguntou:

-Como se chama?

-Karin. –Respondeu a ruiva. –Haruno-san...

-... Pode me chamar de Sakura.

-Certo. Sakura-san, eu queria lhe fazer um pedido.

-Diga. –Disse a rosada, chegando mais para frente.

-Eu gostaria de ver todos os outros ANBU que me salvaram. Agradecer a todos vocês.

-Claro. Vou falar com Hokage-sama para chamá-los aqui. Sasuke-kun é fácil de encontrar, já Naruto é mais difícil... –Disse, pensando em voz alta e colocando o dedo no queixo.

-Naruto? Sasuke-kun? –Perguntou Karin confusa.

-Sim. –Explicou a rosada. –São dois dos ANBU que estavam com a gente e são meus parceiros de equipe. Naruto é o loirinho de máscara de raposa, Sasuke-kun é o moreno que te amparou.

Karin corou.

-Então, o nome dele é Sasuke, não é?

-É sim. Uchiha Sasuke.

-Uchiha?? –Exclamou a ruiva, surpresa.

-Sim. Sasuke-kun é o filho do líder do clã Uchiha, Fugaku-san. Ele tem dois irmãos, Itachi e Hoshi, mais velho e mais novo, respectivamente. Já Naruto é de um clã extinto, mas muito forte, o Uzumaki.

-Uzumaki??? –Arregalou mais ainda. –Mas pensei que esse clã tinha sumido!

-Todo mundo pensou isso. Mas ele é um perfeito idiota. Irritante e impulsivo. –Bufou e cruzou os braços. A ruiva riu.

-Parece que será legal conhecê-los. Principalmente Uchiha-kun. –Disse, corando um pouco e fazendo a rosada a olhar torto.

[pov. Naruto]

Eu e a pirralha estávamos andando pela estrada de terra até o campo de treinamento. Eu andava com as mãos nos bolsos, fitando o céu. Ela saltitava pelo caminho, feliz da vida. Ô menina estranha!

O sol estava forte. Que maravilha! Treinar com minha amada imouto sob sol de meio dia. O melhor jeito de passar um dia de folga!

[To sendo irônico, tá? Hm? Vocês notaram? Ah, tá. Continuando...]

A partir de certo ponto da estrada, encontramos um homem desmaiado e todo estropiado. Coitado. Corremos para acudi-lo, e depois que eu o chacoalhei bastante, o homem finalmente acordou. O maluco começou a gritar que nem um condenado quando me viu, e eu gritei junto com ele, pois quando um maluco que estava inconsciente acorda, bate o olho em você começa a gritar, é lógico que assusta, né? Meu coração parecia que ia pular pra fora do peito. O desgraçado me deu um susto tão grande que cheguei até a largá-lo. Ele se afastou de mim, se encolheu, abraçou os joelhos e repetia freneticamente, como se estivesse em choque:

-Meu senhor, eu falhei, meu senhor, meu senhor...

-EI MALUCO! POR QUE VOCÊ GRITOU QUANDO ME VIU, EIN? TÁ QUERENDO ME MATAR DO CORAÇÃO, DATTEBAYO!!?? –Exclamei irritado. Eu vou matar esse maldito que gosta de dar susto nos outros, ah se vou, -ttebayo!

Touya pronunciou-se.

-Ele simplesmente se assustou com sua cara feia, maninho. AI!!! VOU CONTAR PRA MAMÃE! –Reclamou quando lhe dei um cascudo no enorme cabeção. Ela perde grandes oportunidades para ficar quieta. Mas o bocão é mais forte, né? Fazer o quê?

-Fica quieta! –Ordenei. Ela me lançou um olhar atravessado enquanto massageava a cabeça. Cruzei os braços e retribui o olhar. Estávamos soltando fagulhas enquanto nossos olhares se cruzaram quando o cara nos olhou de cima a baixo, apontou pra gente e gritou:

-AAAAH! VOCÊS SÃO NINJAS!!!

Paramos nossa disputa de fuzilamento visual para responder ao transeunte escandaloso. Mas a essa altura eu já estava sem paciência com ele e gritei:

-NÃO!!! PEGAMOS ESSES HAYATE POR AÍ, METEMOS NA TESTA E SAÍMOS CONTANDO VANTAGEM!! –Toma-lhe ironia. –CLARO QUE SOMOS NINJAS, IMBECIL!!!! NÃO TÁ VENDO, -TTEBAYO!!?? –Apontei a bandana em minha testa. O homem me encarou por alguns minutos, depois pulou no meu pescoço. Naniii??

-AH, FINALMENTE!! VOCÊS PRECISAM ME AJUDAR!! ONEGAI, SHINOBI-SAN!! ONEEGAAAAAAAI!!! –Pedia ele.

-PARA DE GRITAR! EU NÃO SOU SURDO, DATTEBAYO!! E SOLTA, ME LARGAAA!!! –Tentei desgrudá-lo do meu corpo, até que finalmente o carrapato saiu. Caiu de bunda no chão, ajoelhou-se, juntou as mãos e me implorou:

-POR FAVOOOOR!!!

-Senhor... –Começou Touya, usando um tom de voz tranqüilizador que eu nem sabia que ela tinha. Levantou as mãos e disse docemente: -Acalme-se e nos diga o que aconteceu. O que houve com o senhor? Por que pede nossa ajuda?

Ele olhou nos olhos dela por um momento, o que pareceu o acalmar, já que sua respiração foi se normalizando. Sentou-se e disse:

-Eu trabalho para um senhor feudal muito rico. Porém, existe um homem mau que quer tomar o dinheiro dele. Eu estava transportando a filha de meu senhor para a casa do futuro marido dela, e então dois ninjas mal encarados apareceram e seqüestraram-na. Ajudem-me a recuperar a hime, porque senão meu senhor cortará minha cabeça. Por favor! –Ajoelhou-se. Até que ver esse infeliz com a cabeça cortada não seria tão ruim. Touya respondeu:

-Ajudaremos o senhor.

-Sim, ajudaremos o senh... TÁ MALUCA?? É O MEU DIA DE FOLGA, -TTEBAYO!

-Nii-chan, você e otou-chan não vivem dizendo que temos que ajudar o próximo para a paz se concretizar? Então? Vai voltar atrás com sua palavra, Uzumaki Naruto? Vai deixar seu nindo de lado? –Alteou uma sobrancelha, desafiando-me. Aaaaaah, sua desgraçada!! Eu ainda enforco essa fedelha até a morte, -ttebayo!

Digo, com um sorriso assassino nos lábios e tique nervoso.

-Touya, eu vou te matar. Espera chegar em casa só pra você ver. –Olhei para o homem, que me olhava com carinha de cachorro que caiu da mudança. Olhei dele para Touya, que fazia a mesma cara.

-Onegai, nii-chan. Vamos ajudar o moço, vaaamos? E ainda por cima é um treinamento para mim.

Olhei de um para outro. Um para outro...

-AH! TÁ LEGAL, TÁ LEGAL, MAS PAREM DE ME OLHAR ASSIM, -TTEBAYO!! –Touya pulou no meu pescoço e sorriu. O homem me olhava agradecido.

-Muito obrigado, senhor! Muito obrigado!

-Valeu nii-chan! Você é demais!!

-Bajulação não funciona. –Retruquei. Ela largou do meu pescoço e disse, levantando o punho:

-Não se preocupe, senhor...?

-Tanaka.

-Ah, tá. Não se preocupe, Tanaka-san, pois os Uzumaki Kyoodai estão aqui para ajudar! –Fez pose de fodona. O homem bateu palmas. Uzumaki Kyoodai??

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-*gota*Touya, não tinha um nome melhorzinho não?

-Não. –Disse ela sorrindo, ainda fazendo pose de fodona com as mãos na cintura.

-*gota 20 litros* Então tá. –Pigarreei. –Bem, então, pra que lado os seqüestradores foram, Tanaka-san? –Disse cortando o clima tenso e a onda de minha imouto pinel.

-Pro leste. –Apontou ele. –Não foi há muito tempo. Devem estar perto.

-Perto, não é? –Perguntei dando um sorriso assassino e batendo meu punho na outra mão. –Não se preocupe senhor. Resgataremos sua hime antes mesmo do anoitecer, dattebayo!

-É esse o espírito!! –Gritou Touya, levantando o punho e pulando. Doida.

-Vamos! –Chamei e todos nos movemos. Tomara que dê mesmo pra chegar antes do anoitecer, pois não quero nem ver o que okaa-chan fará conosco se nos atrasarmos para o jantar, -ttebayo. Tinha que ser coisa da Touya. Essa fedelha só me mete em furada!

[pov. Naruto ends]

Perto dali...

-Andando, hime! –Ordenou o espadachim, puxando a corda que prendia a garota, fazendo-a tropeçar e cair. Começa a chorar. O jovem mascarado ajoelha-se perto da garota, que o olha nervosamente. Ele toma os pulsos dela gentilmente em suas mãos e os massageia, vendo que estes estavam vermelhos por causa das cordas. A menina de longos cabelos negros o olha assustada. O espadachim de voz arrastada repreende o jovem companheiro, dando meia-volta:

-Haku! Já disse que não é para ser amável com os seqüestrados!

O menino mascarado encara-o e diz, com sua voz doce e macia:

-Eu sei, Zabuza. Porém, a menina está ficando com os pulsos inchados. Não é prudente pedir um resgate por uma pessoa ferida, não é?

-Essa é a graça de seqüestrar pessoas. Podemos fazer o que quisermos com a vítima e ainda ganhamos grana. Você é suave demais, Haku. Tem que ser mais cruel! –Olhou malignamente para a garota, que se espantou e se encolheu perante o olhar frívolo do Demônio da Névoa Oculta. Haku levantou-a com cuidado. Esta cruzou o olhar com o do nukenin mascarado por um momento e corou.

-Tem razão. –Disse ele, ainda calmo. –Mas mesmo assim, Zabuza, não quero fazer mal à garota. Ela não fez nada.

Zabuza bufou e deu de ombros, irritado.

-Tudo bem. Faremos como você quer só desta vez. Mas se ela trouxer problemas...

-Não trará. Eu me certificarei pessoalmente disso. –Respondeu o garoto. Zabuza deu um muxoxo, virou-se e puxou-a.

-Andando! –Disse ele, guiando o trio. A jovem de olhos castanhos olhou para o garoto ao seu lado e corou. Ele havia a salvado. Que tipo de seqüestrador protege a vítima?