A Buscadora

Acordada


- Já chegamos? - perguntei quando o carro parou.

- Não, mas não podemos deixar o carro muito perto, daqui em diante vamos a pé - Chuck respondeu firmamente.

Eles pararam o carro no meio de um monte de arvores, atravessamos a pequena estrada e fomos ao lado contrario do carro, havia muitas arvores ali e estava escuro, mas eles pareciam que sabiam onde estavam.

Eu ainda estava de pijama, uma calça folgada e leve azul bebê, e uma blusinha regata branca, e graças a Deus Sarah tinha dos pares de sapatos no carro, para mim e para Lizzie.


Eu estava andando no escuro, dava para ver algumas coisas graças a Lua, mas mesmo assim não via nada, foi quando senti a pancada na testa, bati minha cabeça em uma arvore.

- Você ta bem? - John perguntou rindo.

Era a primeira vez que o vi rindo, desde que saimos correndo de casa.

- Acho que sim - respondi sorrindo também.

- Sua namorada é doida - Disse travor olhando para nós.

- Ela não é minha namorada.

- sei.
Porque as pessoas insistiam nisso, nós éramos apenas amigos, ele era como um irmão para mim.

Já estava amanhecendo quando chegamos a tal barraca, ficava escondida entre muitas arvores, quase não dava para ver, era de madeira e não tão grande, na fachada tinham apenas uma porta e uma pequena janela, e na frente da casa entre muitas arvores tinha uma daquelas mesas de madeira com bancos, típico de acampamentos. Subimos as escadas e entramos silenciosamente, primeiramente vinha uma cozinha, o fogão era a lenha, e ao lado uma pequena pia, em cima dela alguns armários.

Saimos da cozinha e entramos em um corredor pequeno, com três portas.

- Acho que vocês podem ficar aqui - Disse Sarah abrindo a primeira porta.

O quarto não era tão grande, não tinha cama mas havia muitos colchonetes e tinha um guarda-roupa minúsculo encostado na parede.

- Nossa, eu já tinha esquecido esse lugar - Disse Travor esparramando-se em um dos colchonetes que estava aberto.

- Bom, acho que vocês vão ficar bem aqui, o banheiro é logo ali - ela apontou para a ultima porta - vou ver se o que da para preparar para vocês comerem.

Travor ainda estava esparramado no colchonete, ele deu três tapinhas do lado para Lizzie se sentar, ela correu pra ele e ficaram lá agarradinhos. Revirei meus olhos.

- Você pode ficar aqui - John apontou para um colchonete encostado na para.

Sentei nele e tentei relaxar, minhas pernas estavam doloridas de tanto andar.

- Sinto muito pelo seus pais - Ele sentou do meu lado.

- Não, tudo bem.






Já fazia cinco dias que estavamos ali. A comida que Sarah e Chuck aviam levado para lá antes da invasão já estava acabando, logo, logo estariamos sem.

- Vocês não podem ir - disse travor.

- temos que ir, se não daqui alguns dias morreremos de fome - Chuck disse quase gritando.

- Ata, e vocês vão entrar no mercado e comprar normalmente - Ele disse com sarcasmo.

- Olha nós vamos tomar cuidado, e não importa o que você disser já esta decidido, eu e sua mãe vamos pegar comida, e ponto final.

- Então eu também vou.

- Você não pode, tem que ficar aqui com as meninas e seu irmão, tem que cuidar deles - falou Sarah comum pouco mais de delicadeza.

Travor apenas bufou.

- Vamos Sarah - Chuck a chamou colocando uma bolsa nas costas.

- Vão dormir já esta tarde - Sarah falou.

Lizzie dormia comigo, mas fazia muito tempo que não tinha um bom sono.

Eu já estava cochilando, entrando no mundo do sonho quando os ouvi.

- Acha que eles são humanos? - perguntou um.

- Claro que sim uma alma não viveria nessas condições - disse uma voz de mulher.

Aquilo não era um sonho, era real, isso me fez pular de susto.

- A garota ta acordando.

Fiquei olhando para eles paralisada pelo medo, mas eles não pareciam ruins, da verdade também pareciam estar com medo.

- Lizzie - sussurrei choramingando.

- Droga - disse Travor se levantando.

- Calma não vamos machucar vocês - disse o homem.

Travor pulou em cima do homem e deu um soco na cara nele.

- John sai daqui - ele gritou enquanto empurrava os buscadores para fora.

John pegou uma cadeira e quebrou a janela.

- Venham - ele gritou.

Saimos pela Janela, correndo para a mata fechada, ouvindo os gritos de Travor e os buscadores

Lizzie estava segurando minha mão e me puchava com ela. Olhei para john mas ele estava indo para a direção contraria.

- John! - gritei

- Angie você precisa correr, eu vou ver se consigo distrai-los e ajudar Travor.

- Não john, não

- Angie eu vou voltar para te buscar, eu prometo, agora vá.

- Não! - eu gritava - Não, não

- Ângela? acorda Ângela

- Não, não - senti alguém me segurando - Me solta, não, não

- Ângela sou eu, Jamie acorda

Alguém me chaqualava que nem um boneco, e eu finalmente despertei.

Jamie estava na minha frente, segurando minha mão junto ao meu corpo.

- Ta tudo bem?

fiz que sim com a cabeça.

- Caramba, você ta toda suada

Ele soltou minha mão e passou sua mão em meu rosto tirando o meu cabelo dele.

- Desculpe - consegui disser com minha voz falhando

- Não precisa se desculpar, vem eu te ajudo a levantar

Ele pegou minha mão me ajudando a levantar.

- Obrigada.

Durante o caminho da cozinha não dissemos nada, cheguamos na cozinha mas não tinha muitas pessoas ali, já devia ser um pouco tarde.

- Ta com fome? - perguntou Jamie assim que chegamos.

- Não.

- Tem certeza que ta tudo bem? - ele perguntou preocupado.

- Tenho, ta tudo bem - sorri para ele, mas acho que não me sai muito bem.

- Ta bom então, droga to atrasado para aula, vejo você mais tarde. - Ele disse correndo.

Ele parou quando estava saindo da cozinha, virou-se para mim e piscou. Aquilo me fez rir feito uma boba.

Tecnicamente não fiz nada diferente dos dias anteriores, Jamie veio se encontrar comigo depois da aula dele.

- Você praticava algum esporte? - Ele perguntou enquanto estavamos indo para a sala de jogos.

- Bom, só patinação artística.

- Sério? - ele perguntou surpreso.

- È.

- Você não consegue jogar futebol, mas consegue se equilibrar naqueles patins, no gelo!

Sorri do modo como ele falou.

Chegamos a sala de jogos, jamie foi logo para um dos gols e me entregou a bola.

- Tudo bem vamos ver se você é boa de mira.

Dei de ombros.

- Se você acha

Coloquei a bola no chão e me afastei para chuta-la. Eu não sei como mas quando eu fui chutar a bola, sem querer errei, e pisei nela, me fazendo cair de bunda no chão.

Jamie se contorcia de tanto rir.

- Eu te disse que não sabia jogar.

- È, mas parece que vou ter que te ensinar a chutar a bola também.

- Não precisa humilhar também né.

Eu peguei a bola na não e comecei a jogar para cima.

- Eu sei jogar volei

- Ei, não pode pegar a bola na mão, não sabe as regras.

Ele tentou pegar a bola da minha mão, mas eu desviei, ele veio de novo e eu comecei a correr.

- A você vai ver - ele disse rindo.

Eu estava correndo, dando volta na sala de jogos, e ele atrás de mim.

Ele consegui me alcançar, pegando em minha cintura e me girando, caimos no chão e ficamos lá rindo sem fôlego.

Fazia tanto tempo que não me divertia desse geito.

- o que esta acontecendo aqui?

Olhei para a entrada e vi Kyle, ele estava lá olhando para nós com os braços cruzados no peito, dava para ver que se segurava para não rir.

- jamie o que você ta fazendo aqui?

- Já acabou a aula e eu vim ensina-la a jogar futebol.

- Sharon ta te procurando, ela me disse que você tava de castigo, e fugiu.

- È mentira

- Quer que eu a traga aqui, depois você volta e brinca com ela.

Nós dois rimos. Jamie me ajudou a levantar.

- E você não vai para a escola não - Kyle me peguntou enquanto estavamos andando.

- Não.

- Tem sorte - disse Jamie teimoso.

Passamos pela plantação e Kim estava lá.

- Vou ver se ela precisa de ajuda - Eu disse para eles.

- Ta, agente se vê depois - Disse Jamie.

- Ta bom.

Fui correndo em direção a Kim, mas ainda pude ouvi-los

- Haa garoto - disse Kyle rindo.

Me virei e ele estava esfregando a cabeça de Jamie bagunçando seus cabelos.
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