A Buscadora

Prólogo


"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer por que no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo." (Clarice Lispector)

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Eu corria o mais rápido que podia, meu pulmão parecia que ia explodir de dor como se estivesse tentando respirar debaixo d'agua . Eu ja estava completamente molhada, meus pés estavam descalços e sujos pela a lama, daquela floresta que era muito fechada o que dificultava para correr, fiquei correndo em zigue e zague o que me causava muitos tombos, estava toda ralada e sangrando meu corpo todo doia.

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Mas mais nada importava agora, eu tinha apenas que correr não havia outra opção, talvez eu até conseguisse me salvar ou salva - los. Continuei correndo não parei um segundo se quer para olhar para tras. A unica coisa que podia ouvir alem do meu coração pulsando em meus ouvidos, era os passos deles atras de mim.

- Não precisa correr, vai ficar tudo bem - Disse a voz de um homem com tanta preocupação que quase parei, é claro a não ser pela a outra voz.

- Não adianta ela nem correr - disse a mulher com tanta raiva que comecei a tremer.

Acelerei o passo ainda mais, meu corpo todo tremia agora sem parar, não foi pelas palavras da mulher, mas sim que as disse.

Estava chovendo e não conseguia ver quase nada, lágrimas começaram a cair no meu rosto sem permissão, misturando - se a chuva, passei a mão rapidamente nos olhos para limpa - las mas continuavam caindo dificultado minha visão ainda mais. Foi quando vi meu fim, e estava apenas poucos metros de mim. Parei bruscamente a beira de um penhasco, olhei para baixo para ver se havia alguma solução, e não havia, o mar esta muito agitado e batia fortemente nas pedres. Eu tinha duas opções, ou morria nas mãos deles ou pulava e morria nas pedras. Mas com minha insignificante falta de coragem, fiquei parada apenas olhando, três buscadores aproximando - se, um com um sorrisinho no rosto. Não vi mais dada não ouvi mais nada, a não ser minha respiração que estava irregular e Ela.

- Ora, ora, ora - disse a buscadora - vejo que não tem mais saida não é.

Fiquei parada ali, tremendo, tremendo tanto que parecia que ia ter uma ataque epiléptico.

- Por favor - minha voz saiu rouca e baixa o que me assustou.

- eu te avisei.

- Por fa... por favor mãe... Eu te amo - disse fexando meu olhos e esperando pela morte.

- Ângela?

Aquilo fez minhas pernas ficarem bambas, aquela voz era a mesma voz que havia me ameaçado tantas vezes, mas o tom era diferente, a voz que me dava segurança, conforto, a voz que sempre fazia minhas lágrimas secarem, minha tristeza ir embora. Nem mesmo por um segundo tive duvida que aquela era minha Mãe.