Teenage Dream

Every February You’ll Be My Valentine


CAPÍTULO 30 – Every February You’ll Be My Valentine

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- Qual é Bella?! Deixe-me provar só um. Unzinho sequer não vai fazer falta para o Edward. – pediu Emmett praticamente salivando em cima da forma de cookies de chocolate com gotas de chocolate branco que eu havia acabado de tirar do forno.

- Não! – exclamei batendo na mão do meu irmão que estava tentando surrupiar um cookie sem que eu veja. – Peça para a sua namorada fazer para você! – repliquei com um sorriso enviesado.

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- Rosalie?! Cozinhando?! É pedir para ser envenenado. – exasperou divertido sentando-se em uma cadeira na mesa da cozinha, onde eu trabalhava no preparo de cookies, muffins, bombons e alguns pães recheados para presentear Edward no Dia dos Namorados.

Minha mãe ficou extremamente animada com a ideia que tive para dar a Edward no dia de São Valentim, tanto que ela mesma depois de seu horário de trabalho foi ao mercado e comprou todos os ingredientes que usaria para preparar todas as guloseimas para o meu namorado.

- Não posso fazer nada por você, Emm. – disse, sem realmente sentir pena do meu irmão. Minha mãe havia assado ela mesma uma quantidade absurda de cookies no dia anterior, e Emmett como um esfomeado atacou tudo, deixando apenas migalhas para mim.

- Qual é Bella? Eu posso provar para saber se Edward irá aprovar... – disse, esticando novamente sua mão para pegar um biscoito.

- Já disse que não! – repreendi batendo em sua mão outra vez para afastá-lo. – Se você ousar experimentar unzinho que seja, Edward não vai ganhar nada de Dia dos Namorados porque eu te conheço Emmett! – pontuei, enquanto colocava os confeitos coloridos sobre as massas de baunilha para levar ao forno.

- Você acha mesmo que o Edward vai conseguir comer todos esses doces? Cookies, bombons, muffins... ele vai ter uma crise de hiperglicemia, isso sim. – falou mal humorado, cruzando seus braços sobre o peito e fazendo bico.

O encarei incrédula com as minhas sobrancelhas arqueadas.

- Emmett Swan! – a voz estridente da minha mãe brandiu. – Para de ficar atormentando sua irmã e vai limpar o jardim para mim, agora! – ordenou quando entrou na cozinha carregada de sacolas de compras que ela havia feito em Port Angeles.

Tentei me controlar para não rir, virando de costas para onde meu irmão tentava persuadir a minha mãe que limpar o jardim hoje seria uma idiotice, já que iria chover em poucas horas. Renée estava impassível e diante de uma ameaça de que ele ficaria sem cheesecake de frutas vermelhas, Emmett rapidamente deixou a cozinha e foi ao jardim para limpá-lo.

Minha mãe mostrou os saquinhos que ela havia comprado para que eu pudesse embalar os cookies, bem como as embalagens para colocar os bombons e também os muffins. Vários metros de fitas azul meia-noite e prata, e pequenas etiquetas para que eu pudesse escrever sobre o que era cada quitute, bem como versos de músicas que estariam presentes na mixtape que eu também iria presenteá-lo – esse último detalhe foi ideia de minha própria mãe.

Eu estava animada com a perspectiva do que Edward acharia do presente que estava fazendo para dar a ele no Dia dos Namorados, todos constantemente afirmavam que era 100% certeza que ele adoraria. Desde o dia que Alice havia me dado a ideia do que dar ao seu irmão, não parei um minuto nos preparativos. Depois de selecionar as melhores receitas dos livros de minha mãe e de minha avó, fui à busca de uma cesta para acomodar tudo o que pretendia dar a ele, felizmente encontrei no armário sobre a escada uma quadrada branca e bem conservada, que meu pai havia presenteado a minha mãe anos atrás. No momento em que a vi, sabia que seria perfeita.

Depois de limpá-la, passei uma nova mão de tinta branca, aproveitando para passar um spray prateado para dar um brilho. Forrei com um pedaço de tecido azul meia-noite, e comecei a preparar tudo o que queria colocar dentro dela. Criei uma mixtape com todas as músicas que lembravam nosso relacionamento, algumas mais antigas e outras mais recentes, e pela seleção eu sabia que Edward iria adorar – por mais que muitas fossem bem melosas.

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Como sou uma tola apaixonada, que recentemente soube que ama o seu namorado, escrevi inúmeros bilhetes em papeizinhos azuis em formato de coração com declarações. Espero sinceramente que Edward não ache demais.

No sábado acordei cedo para finalizar os preparativos da cesta de Edward, e escrever todos os cartõezinhos sobre os sabores das guloseimas, acompanhadas de trechos de músicas que achava que combinava com o sabor. Por mais que não fosse uma atividade muito difícil, me custou toda a manhã para organizar tudo e finalmente dispor na cesta. Por fim, meu presente ficou maior e mais bonito do que eu imaginava. Agora era só esperar a reação de Edward sobre ele.

Após o almoço minha casa ficou uma loucura. Meu pai estava sendo todo rabugento, dizendo que não queria ir ao baile de Namorados que ele fora convidado para ir, em Seattle. Entretanto a minha mãe estava determinada a ir, tanto que já havia combinado com Esme para saírem de Forks no mesmo horário para chegarem com tempo o suficiente na maior cidade do Estado. E após demandar ordens a mim e a Emmett, eles finalmente partiram para Seattle sob os constantes protestos de meu pai.

Como Edward havia combinado de passar para me pegar em casa para fazermos sabe-se lá o que para comemorar o Dia dos Namorados por volta das 6 da tarde, comecei a me preparar às quatro, cerca de meia hora depois que meus pais seguiram viagem. Todavia, quando entrei em meu quarto para pegar minha toalha e itens que usava para tomar banho, encontrei um pacote muito bem embrulhado em papel azul brilhante. Curiosa, peguei o embrulho, encontrando um pequeno bilhete de minha mãe, escrito em sua letra tipicamente de professora.

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“Bella,

Estou muito orgulhosa de você, minha filha. Eu sei que foram diversos os problemas que você enfrentou nas últimas semanas, principalmente por causa de dinheiro. Mas quero que você saiba que nós iremos fazer o possível e você irá sim para uma universidade excelente, e provará para todos que recusaram um auxílio a você, que cometeram um imenso engano.

Mas deixando de lado todas essas coisas ruins, quero te pedir para que se divirta muito essa noite. É difícil para uma mãe assumir que sua filha está crescendo, que tem um namorado e que ela será íntima dele, mas como já tivemos essa conversa, e eu sei que você é madura o suficiente para todas as suas próprias decisões, sem se arrepender depois, estou lhe deixando esse presente para que você possa se sentir ainda mais bonita, como também agradar a Edward.

Aproveite-o bem.

Te amo, minha princesinha.

~ Mamãe.”

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Mordiscando o meu lábio inferior abri o embrulho azul brilhante que a minha mãe havia me deixado, suprimindo um grito de surpresa quando percebi o que estava dentro da embalagem. Antes de sentir com as minhas próprias mãos o material que era feito o presente, reli mais uma vez o bilhete de minha mãe, para ter certeza que ela disse o que exatamente eu entendi.

Quando não restavam dúvidas que a minha mãe falou realmente o que eu entendi, finalmente tirei a delicada peça da embalagem, senti com a ponta dos meus dedos a suavidade da renda branca e do cetim azul meia-noite. A lingerie era delicada, feminina e não muito ostensiva ou vulgar. Era engraçado, mas realmente a peça tinha a minha cara.

Um sorriso bobo cresceu em meu rosto. Minha mãe estava me dando cartão verde para chegar à última etapa de intimidade com Edward, mas será que agora estávamos prontos para fazer sexo?! Será que Edward finalmente cederia e consequentemente perderíamos nossas virgindades?! Eu sinceramente esperava que sim, que essa fosse a grande noite.

Animada mais uma vez com a perspectiva de que perderia a minha virgindade com Edward, peguei minha toalha, meus cosméticos necessários para tomar um banho no qual deixaria a minha pele perfumada e macia, assim como a minha nova lingerie, e corri para o banheiro.

Foi um banho demorado, onde levei meu tempo para lavar meus cabelos, e depois para lavar a minha pele o suficiente para que esta absorvesse o aroma de frésias do meu sabonete. E depois que finalizei o banho, levei vários minutos para passar hidratante por todo o corpo, do mesmíssimo aroma que o sabonete. Vesti a lingerie que a minha mãe havia me dado, não me surpreendendo nem um pouco que o conjunto ficou lindo em meu corpo.

Sorri satisfeita para a minha imagem no espelho.

Cobrindo-me com meu roupão azul claro e colocando a toalha em meus cabelos, retornei ao meu quarto onde fiz uma escova não muito perfeita em meus cabelos – que ocasionou eles ficarem ondulados nas pontas -, uma maquiagem que evidenciaria meus olhos castanhos, mas sem exageros.

No momento em que retirei do armário o vestido que usaria, um dos que foram presentes de Natal de Alice e que eu ainda não havia usado, comecei a ficar ansiosa, sem saber muito ao certo o motivo. Tomando diversas respirações profundas, coloquei uma meia sete-oitavos preta, sapatos pretos estilo boneca – os únicos e mais confortáveis que tinha –, e tomando um cuidado exagerado para não estragar meu cabelo, como também não amassar o vestido, coloquei este com demasiada vagarosidade.

O suave e delicado tecido de chiffon escorregou como uma carícia por meu corpo. Tomando cuidado para não desfiar ou amassar o tecido fechei o zíper frontal e abotoei os solitários botões das mangas, e finalmente me encarei no antigo espelho do meu quarto.

Me impressionei com a minha própria imagem.

O decote profundo em V, com o zíper prateado à mostra e contrastando com o azul marinho do tecido. Diversas costuras delimitavam um corpete em torno de minha cintura, que era perfeitamente ajustado pelos detalhes em fivelas nas laterais. O corte evasê da saia somado com a leveza do vestido dava um movimento sereno e sensual – mas sem ser vulgar – a peça, que batia no meio das minhas coxas.

Gostei do resultado de como o vestido, com as meias e sapatos negros, cabelo e maquiagem em ordem me deixava bonita. Quer dizer, eu estava linda, e sem querer ser muito presunçosa, tinha certeza que qualquer decepção que Edward poderia ter comigo por causa do seu presente, seria rapidamente esvaída pela forma como eu olhava.

Oh sim! Eu estava animada e convencida como nunca antes estive em toda a minha vida.

Borrifei o perfume com notas de frésias, lilases e morangos silvestres que havia ganhado da tia Carmen, bem como coloquei a pulseira que Edward havia me presenteado no Natal e também um anel com uma pedra de ônix em formato de coração que ganhei dos meus avós maternos. Dentro de uma pequena bolsa coloquei uma troca de roupa e um pijama, que segundo Alice havia me dito num telefonema urgente hoje pela manhã, seria algo de suma importância para onde Edward estava me levando.

Dei mais uma conferida de como estava vestida, e satisfeita comigo mesma, recolhi as minhas coisas e desci para esperar Edward. Logo que cheguei ao piso inferior de casa, percebi que Emmett já havia saído para a sua programação com Rosalie para o dia. Deixando minhas coisas próximas da cesta que iria presentear meu namorado, segui para a cozinha para beber um copo de água, porém, quando estava dando o primeiro gole escutei a campainha. Lançando um olhar rápido ao relógio da parede constatei que faltava apenas 2 minutos para as seis, provavelmente era Edward, adiantado como sempre.

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Tomando uma respiração profunda, caminhei lentamente, mas segura de mim mesma até a porta, e, quando abri esta, não me desanimei em constatar que era o meu namorado em toda a sua beleza deslumbrante. Um sorriso tímido, mas completamente apaixonado brotou em meus lábios, que foi seguido por ele, com o seu típico sorriso torto.

- Oi. – cumprimentei sentindo minhas bochechas corando, mas perdendo meu olhar na imagem de Edward que estava como sempre bem vestido e lindo. A camisa negra que ele usava sob o blazer carvão estava com os primeiros botões abertos, deixando seu pescoço e o início de seu peitoral alvo totalmente exposto.

De repente uma vontade louca de beijar todo o seu pescoço até aquele ponto em seu peitoral brotou em mim, tive que morder meu lábio inferior para suprimir um gemido que se formou na minha garganta.

- Oi. – replicou lentamente, ampliando ainda mais o seu sorriso torto, enquanto seus olhos verdes viajavam por todo o meu corpo, assimilando toda a forma como estava no vestido. Senti o rubor de minhas bochechas se intensificarem diante do seu olhar luxuriante. – Você está... deslumbrante. – falou com suavidade, esticando uma de suas mãos e afagando serenamente minha face. Fechei meus olhos e pressionei mais minha bochecha contra sua palma quente.

- Obrigada. – agradeci acanhada. – Você também está incrível. – devolvi o gracejo, corando ainda mais se possível e desviando meus olhos de sua forma.

Edward riu sonoramente.

- Você quer entrar? – perguntei levantando meu olhar para encará-lo e acabando por mordiscar meu lábio inferior.

- Ok. – concordou com um aceno de cabeça. Abri espaço para que ele entrasse, mas assim que fechei a porta um de seus braços circulou minha cintura e me puxou para ele, fazendo com que nossos corpos se colassem. Arfei surpresa, encarando aquelas íris esmeraldinas que brilhavam em desejo. – Eu não te cumprimentei direito. – proclamou acima de um sussurro, e no segundo seguinte seus lábios capturaram os meus em um beijo urgente.

Senti-me literalmente derretendo em seus braços. Minhas mãos ávidas e praticamente possuintes de vida própria seguiram-se para trançar em seus cabelos acobreados. Seu braço em torno de minha cintura me apertou ainda mais, fazendo com que nossos corpos se aproximassem mais ainda – se é que era possível com nossas camadas de roupa.

Os seus lábios eram suaves e urgentes contra os meus, acariciando com paixão e desejo. Sua língua úmida e fervorosa traçou com serenidade meu lábio inferior, em um claro pedido de anuência para aprofundar o beijo. E sem resistir ao pedido, concedi o acesso, tornando o encaixe de nossos corpos ainda mais primoroso. Nossas línguas se reconheciam, e com isso se cumprimentavam; acariciavam-se intimamente, mostrando para nós mesmos o que ainda não havíamos dito: que nos amávamos, que éramos perfeitos um para o outro.

Quando o ar começou a se fazer necessário, e o ar que entrava por nossas narinas era insuficiente para nossa respiração, nos separamos, mas ainda mantendo nossos corpos próximos um do outro. Edward apoiou sua testa na minha respirando com dificuldade; eu também estava assim: arfante. Mantemos nossos olhos fechados aproveitando a proximidade enquanto regularizávamos nossas respirações, por fim – como se tivéssemos combinado – abrimos juntos nossos olhos.

Seus esmeraldinos olhos transbordavam paixão, carinho, devoção e... amor. Eu poderia apostar que eram um espelho dos meus. Um novo sorriso tímido decorou meus lábios, o que foi imitado por Edward com o seu deslumbrante sorriso torto.

- Estava com saudades. – disse suavemente, correndo seus dedos por meus cabelos. – Não te vejo desde ontem na escola. – completou com um bico. Sorri afetada, dando um suave selinho onde seus lábios estavam unidos.

- É porque eu estava preparando algo. – dei de ombros. – Deixa eu te mostrar. – falei animada, afastando nossos corpos e enlaçando nossos dedos para levá-lo até onde a cesta que lhe havia preparado estava. Mais uma vez comecei a me sentir nervosa com o que ele acharia do meu presente.

Hesitei por um segundo, quando estávamos a alguns passos da cesta. Tomei uma respiração profunda e virei-me para encarar seus inebriantes olhos verdes.

- Edward – iniciei timidamente. -, você sabe que estas últimas semanas foram complicadas, e juro, eu queria poder fazer algo melhor, mais grandioso para você, mas como estou economizando tudo o que posso e não posso para a faculdade, tive que improvisar um presente para você. Não é assim algo estupendo, mas juro que fiz com toda atenção que você merece. – disse em uma torrente, tomando uma respiração profunda ao final, mordiscando meu lábio inferior nervosamente enquanto encarava seu rosto de querubim.

Seus olhos se estreitaram minimamente. Ele analisava meu rosto com cuidado.

- Bella – falou suavemente depois de vários segundos. – você não precisava me dar nada, nem se preocupar com isso. Estar com você, em sua companhia nesse dia é o meu maior presente.

Sorri emocionada com suas palavras. O abracei com força, não contendo a felicidade que me inundou com o fato de que ele não se preocupava com o fato de que eu não estava lhe dando algo de valor.

- Obrigada. – murmurei contra seu peito.

- Por? – replicou curioso.

- Por ser você. – disse com um sorriso amplo, dando um suave beijo em sua bochecha. – Bom... eu fiz alguns doces e outras coisas para você. Ah... também gravei uma mixtape, espero que você goste de tudo. – comentei despreocupadamente apontando para a cesta que havia feito para ele.

Um sorriso mais amplo e mais brilhante iluminou o seu rosto.

- Bella! – exclamou surpreso, soltando nossas mãos e caminhando em direção à cesta e pegando o cartão que havia feito. Vi seus olhos movendo-se, lendo o que havia escrito, e a cada palavra que ele lia seu sorriso ampliava. – Obrigado por isso, baby. – disse voltando o cartão à cesta e me puxando para um novo beijo de agradecimento.

- Você gostou? – perguntei meio hesitante depois que nos beijamos.

- Se eu gostei?! – exclamou uma oitava acima de seu tom de voz. – Eu adorei isso! – completou com um novo sorriso, me abraçando com força. Expirei o seu perfume amadeirado com notas cítricas e doces, uma mistura de limão, hortelã e baunilha.

Um imenso sorriso, que mal cabia em meu próprio rosto, tomou conta de mim, enquanto uma felicidade abrasadora me consumia.

- Depois desse seu presente surpreendente o meu se parecerá ridículo. – pontuou ligeiramente magoado. Sorri indignada, pois com toda certeza ele me superaria na questão originalidade de presentes.

- Dificilmente. – repliquei sorrindo. Ele rolou seus olhos, mas colocou sua mão no bolso lateral de seu blazer retirando deste uma caixinha quadrada de uns 10 centímetros de veludo azul, que tinha um pequeno laço em fita prateada.

Imediatamente prendi meu lábio inferior com meus dentes, impressionada com o que ele poderia me dar. Obviamente era algo de grande valor.

- Espero que você goste. – disse me estendendo a caixinha. – Assim que bati o olho nisso, simplesmente achei que combinava perfeitamente com você. – completou timidamente.

Sorri compreensiva, pegando com as minhas mãos trêmulas o embrulho, e o abrindo.

Meus olhos se arregalaram em surpresa diante da suntuosidade do que havia dentro da caixa. Perfeitamente acolchoado pelo veludo marinho uma fina corrente prateada, com um pingente de coração mediano cravejado de pequenos pontos brilhantes e em toda a sua volta pedrinhas coloridas – amarelo, verde, lilás, vermelho, laranja, azul e rosa – era uma peça linda, e provavelmente cara.

- Edward! – exclamei afetada. – É lindo. – suspirei, tocando com a ponta dos meus dedos o detalhe intrincado onde estavam as pedras na perfeita forma de coração.

- Não mais do que você. – suspirou cavalheirescamente. Sorri timidamente, sentindo minhas bochechas tingirem-se de vermelho.

- Me ajuda? – pedi retirando o delicado colar de sua morada e estendendo para que ele me ajudasse a colocar.

- Claro. – sorriu animado, pegando o colar de minhas mãos, enquanto me virava de costas para ele e erguia meus cabelos. Os dedos de Edward mal tocaram a minha pele enquanto ele prendia o fecho da peça. Todavia, depois que o fez, um delicado roçar de seus lábios em minha nuca fez com que me arrepiasse.

Rapidamente me virei para encará-lo.

- Obrigada. – murmurei com um sorriso acanhado. Seus longos e quentes dedos traçaram a fina linha prateada do cordão e depois deslizaram pelo intrincado e ornamentado coração. Seu olhar estava fixo em sua mão, e algo que não conseguia explicar ou compreender passava por sua cabeça. Instantaneamente me senti genuinamente curiosa, mas antes que pudesse lhe questionar o que estava acontecendo, seus olhos calorosos e brilhantes voltaram para os meus e um sorriso torto iluminou seu rosto.

- Vamos? – ofereceu.

- Vamos. – concordei com um sorriso. Peguei a minha bolsa onde havia colocado a troca de roupa, e Edward a cesta que eu havia lhe dado. Dando uma verificada rápida para ver se tudo estava fechado e nada ligado que pudesse ocasionar algum problema, deixamos a minha casa.

Para o meu total constrangimento, enquanto dirigia para Port Angeles, Edward quis por que quis escutar a mixtape que havia gravado. Senti-me completamente tola vendo-o e ouvindo-o cantando cada uma das canções – entenda, não é porque não me orgulhava da playlist que havia elaborado, mas algumas canções como ‘P.S. I Love You’ dos Beatles poderia declarar algo que nós ainda não havíamos feito. Como dizer “eu te amo”.

Felizmente, a viagem de uma hora até Port Angeles foi possível escutarmos até a canção 4 do lado B da fita cassete – ‘Truly, Madly, Deeply’ do Savage Garden. Quando Edward parou seu Volvo prateado no restaurante Bella Italia, um sorriso convencido e incompreensível brilhava no rosto do meu namorado, e toda vez que eu o perguntava o que se passava, Edward era categórico em dizer ‘nada não, Bella’.

Óbvio que ele estava mentindo.

O restaurante para celebrar a data havia disposto todas as mesas com velas – que também davam vez na iluminação. Toalhas vermelhas cobriam todas as superfícies, e sobre elas porcelanas brancas e taças de cristais. O ambiente em si estava completamente propício para o romantismo que era vendido no Dia de São Valentim.

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Edward pediu para si risoto de palmito e frango grelhado, enquanto eu ordenei um fettuccine de cogumelos e ricota. Por mais que fossemos menores de idade, um vinho tinto foi posto em nossa mesa, e como bons adolescentes que éramos, bebericamos ambos uma taça antes de nos incomodar com o gosto amargo, pedindo no lugar duas cocas.

O jantar passou tranqüilo. Edward e eu estávamos sentados lado a lado e como um bom casal que éramos, vire e mexe trocávamos beijos ou carícias, como também, quando chegaram nossos jantares, eu o alimentei com o meu e ele fez o mesmo comigo com o seu, enquanto ríamos exatamente como dois tolos apaixonados. Finalizado o jantar, decidimos dar uma volta pela orla da cidade, que também havia sido decorada com a temática de Namorados.

Apesar de estar anormalmente quente para início de fevereiro, ao caminhar próximo ao mar, o tecido fino do meu vestido me fez tremer de frio. Por conta disto, Edward como um verdadeiro cavalheiro despiu seu blazer e colocou sobre meus ombros para me aquecer, conforme andávamos abraçados por todo o caminho, parando vez ou outra para trocarmos beijos apaixonados.

Optamos por parar em uma confeitaria – Cakes and Sweets – onde ordenamos uma fatia de bolo baunilha com recheio de ganache de chocolate e nozes, acompanhado de um milk-shake de chocolate. Óbvio que fui eu que escolhi essa overdose sem sentido de chocolate, porque estava me sentindo ansiosa além dos precedentes, mais uma vez.

Assim como no restaurante, sentamos lado a lado, praticamente nos fundindo para ficarmos mais próximos. Juro, mais um pouco eu estaria no colo de Edward. Estávamos rindo por causa de uma brincadeira tola de beijarmos como esquimós quando a proprietária da confeitaria, uma senhora de sessenta e poucos anos, se aproximou de nossa mesa para entregar nosso pedido.

Um sorriso saudoso e emocionado era perfeitamente exposto em seu rosto.

- Primeiro Dia dos Namorados? – ela questionou com os olhos brilhantes e uma voz serena. Edward e eu confirmamos com um aceno de cabeça. Ela abraçou a bandeja e suspirou apaixonada. – Vocês formam um casal lindo. Vejo que esse belo rapaz te deu um presente bem significativo, estou certa? – pediu a Edward, apontando para o meu colar.

Meu namorado sorriu brilhante.

- Sim! – exclamou animado. – Ela merece tudo o que significa cada detalhe. – recitou apaixonadamente, dando um beijo em minha bochecha.

- Own. – suspirou a mulher. – Você me lembra tanto o meu Rupert quando começamos a namorar. – disse afetada. Edward e eu sorrimos para a senhora. – Bom, deixarei vocês saborearem a sobremesa. Com licença. – pediu já se afastando da mesa.

Arqueei minhas sobrancelhas e encarei Edward a procura de respostas, porém ele agilmente abaixou seu olhar e se mostrou extremamente interessado nos padrões de enfeites de corações do bolo à nossa frente.

- Edward... – ronronei encostando a ponta do meu nariz em sua bochecha para sussurrar o que queria em seu ouvido. – O que ela quis dizer com ‘detalhes cheios de significados’? – perguntei baixinho, mas cheia de curiosidade. Ele encolheu um pouco seu ombro quando minha respiração quente tocou a pele de seu pescoço.

- Nada. – mentiu descaradamente.

- Edward... – choraminguei. – Por favor.

Ele fechou seus olhos incrivelmente brilhantes e suspirou pesadamente.

- O que você não me pede chorando que eu não faça sorrindo? – recitou o dito popular dando um suave beijo em meus lábios, enquanto pegava um pedaço do bolo com o garfo e levava a minha boca, depois fazendo o mesmo consigo mesmo.

Mesmo tentando me conter, gemi diante do sabor inexplicavelmente delicioso do doce. Ele sorriu torto.

- Então? – pedi ansiosamente. Edward balançou a cabeça descrente, provavelmente na esperança de que eu esqueceria o tópico que falávamos.

- As cores das pedras. – disse com simplicidade. Arqueei minhas sobrancelhas encarando seus olhos, pedindo para que ele elaborasse melhor a sua resposta.

Ele suspirou tragicamente rolando seus olhos.

- O amarelo significa leveza, otimismo, descontração, alegria, mas principalmente aquilo que constrói a confiança. – ele cortou um pedaço do bolo e levou aos meus lábios. – É o que o nosso relacionamento significa para mim. Ele é tão fácil quanto respirar, é descontraído, cheio de alegria, e a cada dia que passa confiámos mais um no outro. – completou, cortando um pedaço de bolo para si mesmo e levando aos lábios.

Depois que engoli o bolo e bebi um gole de milk-shake, dei um suave beijo na bochecha dele.

- Eu também sinto isso. – murmurei, mas incentivando-o a continuar a me contar os significados de cada cor.

- O verde, todavia, significa vigor, frescor, esperança, contentamento, proteção. – Edward cortou mais um pedaço de bolo e levou aos meus lábios. – Eu me sinto vivo, leve na sua companhia, Bella. É algo que não consigo explicar em palavras. Eu tenho a esperança de sempre estar com você, te agradando, protegendo você, porque essa é a minha função nesse mundo. – explicou apaixonadamente. Desta vez não consegui me conter e o beijei suavemente nos lábios.

- Eu também sinto isso. – tornei a repetir, vendo-o mastigar o pedaço do doce que saboreávamos.

- O lilás – falou tocando a pedrinha de ametista. – representa o respeito, a sinceridade, devoção. Respeito eu tenho por você, pelo o que você é, sinceridade é por tudo o que passamos; às vezes eu sei que tudo é muito complexo, mas eu sei que quando tudo é muito nebuloso, ser sincero é o que faz com que as coisas andem nos trilhos. – sorriu torto, levando mais um pedaço de bolo a minha boca. – Devoção é o que eu posso dar a você quando estamos juntos, me dar 100% a você, ser devoto a você, sem importar que eu possa parecer um pouco tolo. – deu de ombros. Sorri afetada para ele diante de suas palavras.

- Eu sempre sou muito tola. – murmurei com a voz embromada de emoção. Ele limitou-se a sorrir torto enquanto mastigava um novo pedaço de bolo.

Bebi um grande gole de milk-shake.

- O vermelho significa conquista, paixão. – ele riu sonoramente. – Todo dia eu acordo com a meta de te conquistar de uma maneira que não fiz no dia anterior, provar que sou digno de sua companhia. – ele tornou a me alimentar com um pedaço de bolo. – E paixão... bom... é todo o resto. Quando estou com você eu esqueço meu próprio nome. Quando você diz o meu nome, eu sou consumido por um desejo, uma euforia que não consigo discernir ou explicar, é... irracional. Isso! – exclamou veemente. – Irracional. É tão essencial estar perto de você que me torna irracional, muitas vezes tenho que me beliscar para provar que tudo é real. – ponderou apaixonadamente.

Não resisti e puxei sua boca para a minha dando um beijo sôfrego do qual imediatamente ele respondeu.

- Eu sinto exatamente isso. – disse com a voz grave. – É como se eu tivesse em um sonho, sonho este que não gostaria de acordar nunca em toda a minha vida. – expliquei arfante. Ele sorriu torto, inclinando-se para me dar mais um selinho.

- Bom – suspirou, cortando mais um pedaço de bolo e me dando. – continuando. O laranja é espontaneidade, gentileza, cordialidade, segurança, intimidade, atração. Espontâneo é a forma como sinto por gostar de você. Cordialidade, porque você me faz uma pessoa melhor. Segurança é porque você me faz sentir seguro do mundo, da vida e porque eu quero te dar isso também. Intimidade tem relação com tudo o que já fizemos – pontuou sussurrando em meu ouvido, aproveitando para mordiscar o lóbulo de minha orelha. -, e atração... Deus, eu me sinto magneticamente atraído a você. Ficar longe de você dói, machuca, mas basta olhar em seus profundos olhos castanhos que algo lá no fundo me chama, me puxa, e nada no mundo pode ser um obstáculo para que eu esteja ao seu lado outra vez.

Senti meus olhos ficando cheios de lágrimas.

- Eu também. – tornei a concordar com um fio de voz.

- Azul simboliza ternura, afetuosidade, fé, devoção, sinceridade, confiança. – ele levou mais um pedaço de bolo aos meus lábios. – Que é tudo isso que disse antes multiplicado, maximizado. O nosso namoro é terno, sensível, meigo, sem dificuldades. Temos afeto um pelo outro, fé no futuro de cada um. Tem devoção, sinceridade, mas principalmente confiança. Eu confio a minha alma, meu coração a você Bella e você confia os seus a mim. É tão... inenarrável este sentimento. – sorriu torto, correndo um dedo por todo o meu rosto, descendo para o meu pescoço onde a ponta traçou o padrão ornamentado da jóia.

Sorri timidamente, apertando sua mão que estava me tocando com suavidade, para indicar que eu também sentia tudo isso.

Um longo silêncio recaiu sobre nós, onde Edward comeu o último pedaço de bolo, enquanto eu bebia um longo gole do milk-shake. Como um filme, repassei cada uma de suas palavras diante dos significados das cores em minha cabeça, sorrindo tolamente com cada explicação sua que lembrava. Quando terminei de reprisar o azul, percebi que faltava ele me dizer o que o rosa significava. O encarei com intensidade, vendo-o beber o milk-shake até o final.

Engoli em seco.

- E o rosa? – perguntei com um fio de voz. Um pressentimento estranho me assolou. Borboletas em meu estômago que estavam adormecidas começaram a se agitar violentamente.

- O rosa significa feminilidade, fragilidade, delicadeza, afeição. – sorriu enviesado. – Isso é você Bella, exatamente como a flor rosa. Bela, frágil, delicada, mas ainda assim por baixo de tudo forte, firme, uma pessoa que não desiste de nada quando as coisas estão difíceis, que luta pelo que quer. – suas mãos quentes seguraram meu rosto com delicadeza. – Afeição tem a ver com o fato de que mesmo que estamos namorando, ainda somos amigos, fazemos coisas que amigos fazem, mas com certos benefícios. – deu uma ligeira piscadela.

Sorri afetada.

- Tem mais uma coisa que o rosa significa. – disse acima de um sussurro, aproximando o seu rosto do meu para que nossas testas se encostassem.

- O quê? – pedi com a voz baixa e grave, levando o meu lábio inferior entre os dentes. Ele sorriu enviesado mais uma vez, traçando com seu polegar meu lábio que prendia com os dentes, até que o soltei.

- Amor. – suspirou com suavidade. – É tão difícil explicar tudo o que significa essa palavra, que mesmo se eu tentasse não seria suficiente para colocar tudo o que eu quero dizer. Então prefiro te dizer uma frase. – pontuou calmamente, mas seguro de si mesmo.

- Que frase? – perguntei ansiosa. Ele ampliou o seu sorriso.

- Eu te amo. – disse como se as palavras fossem uma carícia.

Meus olhos se arregalaram incrédulos de que eu havia ouvido corretamente. Como se para fazer seu ponto, Edward tornou a dizer:

- Eu te amo, Bella.

Imediatamente meu coração começou a bater mais rápido, o ar não chegava rápido o suficiente aos meus pulmões. Todo o meu corpo estava tendo uma reação similar: torpor.

Pisquei seguidas vezes completamente atordoada.

Soltando um suspiro que nem sabia que estava segurando, encarei seus perfeitos orbes esmeraldinos que brilhavam e transbordavam amor.

Amor...

Quando finalmente, depois de alguns segundos – ou minutos – as palavras de Edward começaram a fazer sentido para mim, e quando finalmente não havia dúvida de seus significados e seu peso, um sorriso genuíno, sincero e completamente apaixonado cresceu em meu rosto.

- Eu também te amo. – sussurrei contra os seus lábios, tomando-os para mim em um beijo completamente apaixonado, cheio de carinho, afeição, e agora, a certeza de que era cheio de amor.

De repente, uma certeza de que estávamos preparados para dar o último passo em nosso relacionamento me invadiu. Que estávamos mais do que prontos para nos amar na completitude desse sentimento, sermos um homem e uma mulher, como a natureza havia determinado. Um homem e uma mulher completamente apaixonados um pelo outro e sem medo de dizer isso.

Acredito que Edward deve ter chegado a essa mesma solução. Pois quando afastamo-nos do beijo que partilhávamos, retirou duas notas de 10 dólares de sua carteira e colocou sobre a mesa, enlaçando nossos dedos e nos levando para fora da confeitaria, onde com passos rápidos alcançamos o lugar onde seu Volvo estava estacionado.

Tão rápido quanto nos acomodamos no carro, Edward já o colocou em movimento, conduzindo com perícia e agilidade pelas ruas de Port Angeles em direção a região rural da cidade. A paisagem verde escura era precariamente iluminada pela lua cheia e os faróis do carro.

Meu coração batia ruidosamente em meu peito, quase saindo dele de tão rápido que estava. Minhas mãos suavam. Eu estava nervosa. Extremamente nervosa, e nem sabia explicar o porquê, pois eu queria isso com toda a intensidade do meu ser.

Se embrenhando entre as estradas cercadas pela vegetação, Edward parecia saber exatamente aonde ia, enquanto eu não fazia ideia para onde ele estava me levando. Inesperadamente reduziu a velocidade e uma clareira muito bem cuidada com uma pequena cabana de pedra ladeada por árvores chamou a minha atenção, pois uma luz fraca brilhava por trás das cortinas que eram visíveis e círculos preguiçosos de fumaça saiam pela chaminé.

Olhei para Edward confusa.

- Hum... er... essa cabana pertence ao meu pai. Quer dizer, era do pai dele, mas mesmo depois que se mudou para Chicago ele a manteve, sei lá por que. – deu de ombros, enquanto suas bochechas se tingiam de rubro.

- Hum... – murmurei enfim compreendendo. Lancei mais um olhar para a cabana – Edward... – comecei suavemente. – Acho que seu pai, ou sua irmã, ou então algum sem teto se apossou dela. – disse apontando a luz fraca que dava para se ver pela janela.

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Ele riu sonoramente.

- Não tem ninguém aí, Bella. Na verdade não mais. – confessou, parando seu carro próximo à porta da cabana. – Eu... er... passei o dia todo aqui organizando tudo, e depois pedi para que o caseiro que cuida da propriedade ligasse a lareira por volta das 8, 9 horas, para deixar tudo quentinho. Aqui pode ser bem frio à noite. – explicou ansioso, levando seu polegar a boca e o mordendo. – Espero que esteja tudo bem para você, se nós ficarmos um pouco aqui. – completou diante do meu silêncio.

Admirei a pequena casa feita de rochas e toras de madeira. Ela parecia essas casinhas em que as princesas da Disney viviam antes de encontrar seu príncipe encantado. Eu literalmente podia ver a Branca de Neve saindo para recepcionar os Sete Anões chegando de seus trabalhos, ou ainda, onde a Bela – de a Bela e a Fera – vivia com o seu pai, sendo importunada por Gaston.

Sim. Aquele era um lugar mágico. O lugar perfeito.

- Perfeito. – murmurei com a voz falha, completamente deslumbrada pela pequena casinha.

Pisquei algumas vezes para colocar meus pensamentos em ordem. Quando finalmente estava segura para articular algo a Edward, voltei meu olhar para o seu rosto. Um misto de ansiedade e temor tomava sua face. Sorri internamente ao ver Edward tão inseguro.

- Perfeito. – repeti, desta vez mais claro para que ele ouvisse. – Será que podemos entrar? – pedi hesitante.

Edward sorriu brilhantemente, saindo do lado do motorista e literalmente correndo para abrir a porta do passageiro para mim e me ajudando a sair do carro. Ele enlaçou nossos dedos e deu um suave beijo em minha bochecha, me acalmando de uma maneira que nem conseguia discernir.

- Eu te amo. – sussurrou em meu ouvido.

Sorri afetada.

- Eu também. – murmurei, e no segundo seguinte Edward começou a me guiar para a entrada do pequeno casebre.

Me senti uma tola por achar que uma cabana pertencente aos Cullen seria algo simples. O ambiente acolhedor, quente, era belamente decorado, sem sombra de dúvidas obra de Esme.

Do lado direito da porta uma pequena cozinha equipada com uma geladeira, fogão, pia, armários e uma mesa com duas cadeiras. Do lado esquerdo, todavia, a lareira acesa crepitava com o fogo. Diante dela um sofá de dois lugares no tom de terra cheio de almofadas vermelhas e laranjas sobre um tapete grosso alaranjado. Uma pequena porta próxima à cozinha ficava um pequeno, mas perfeito banheiro, enquanto na parte de trás do sofá – para receber o calor da lareira –, uma imensa cama, coberta por uma colcha de retalhos em vermelho, laranja e marrom, e diversas almofadas no mesmo tom.

Ali era um lugar perfeito para descansar, relaxar, fugir da realidade. Do mundo.

- É lindo! – exclamei para Edward, totalmente deslumbrada pelo interior do casebre.

- Bom, fique à vontade. – pediu meu namorado. – Vou pegar lenha e nossas coisas. – explicou, dando um suave beijo em minha têmpora e me deixando sozinha para andar pelo espaço.

Eu estava completamente encantada com tudo na casinha. Os móveis, as cores, os pequenos detalhes de decoração, as cortinas, o barulho sereno da floresta que a rodeava, o fogo crepitante. Eu sabia que ali eu criaria uma lembrança que jamais conseguiria esquecer, mesmo se eu quisesse.

Um aperto incômodo se sucedeu em meu coração. A lembrança de que aquilo não era verdade. Era um sonho. Suprimi a tristeza que queria me assolar. Eu iria aproveitar o momento e depois eu me lastimaria que ele não fora real.

Estava tão perdida em meus próprios pensamentos que não percebi Edward voltando para dentro e fechando a porta, notando somente quando ele me abraçou por trás, enterrando o seu rosto na curva do meu pescoço.

- Tudo bem? – perguntou suavemente. Confirmei com um aceno de cabeça.

Ele sorriu contra meu pescoço, dando um suave beijo nele em seguida. Me encolhi reflexamente por causa disso.

- Obrigada. – falei suavemente depois de longos minutos que ficamos ali em silencio abraçados, admirando a pequena cabana.

- Por? – repetiu confuso.

- Tudo. – respondi, me virando para encarar seus belíssimos olhos verdes. – Por tudo Edward. Por você ser assim, inexplicável. O sonho de toda garota. – expliquei, sentindo minhas bochechas ficando quentes.

Ele sorriu enviesado.

De repente senti uma necessidade de me aproximar o máximo que podia fisicamente dele; e tomada por esse desejo o abracei com força, sentindo seus braços musculosos e acalentadores me acolhendo com amor. Expirei seu perfume, deixando que este me inebriasse completamente e me consumisse com todo o amor que eu sentia por ele.

- Eu te amo. – disse com urgência, afastando o meu rosto de seu peitoral e o admirei. Ele sorria enviesado. Uma de suas mãos correu pela extensão dos meus cabelos, os afagando com serenidade.

- Eu também te amo. – ele disse tranquilamente com um sorriso magnifico em seus lábios.

Mais uma vez fui consumida pela necessidade de tê-lo mais próximo a mim, e exatamente por isso o puxei para um beijo sôfrego e calmo. Nossas bocas eram tranquilas e atenciosas. Nossas línguas se deliciavam do contato íntimo e apaixonado que tínhamos. Nossos corações batiam no mesmo ritmo compassado, numa verdadeira sinfonia apaixonante. Apaixonada.

Logo nossos beijos não eram o suficiente para demonstrarmos o que estávamos sentindo, e nossas mãos assumiram seus papéis. As minhas enlaçando-se em seus fios bronzes de cabelos, as deles deslizando por minhas costas, vez apertando a minha nuca, vez apertando minha cintura.

Evidentemente nossas mãos, assim como nossos beijos, não eram suficientes para explicar o amor que sentíamos um pelo outro. Minhas mãos pareciam ter vida própria quando deixaram os cabelos de Edward e começaram a trabalhar com uma habilidade completamente estrangeira para mim nos botões da camisa que ele usava. As dele, tão ágeis como as minhas, me despiu de seu blazer que ainda usava, para em seguida correr suas mãos por meu corpo através do tecido fino e suave do vestido que usava.

Gemi deliciada em seus lábios, onde fui recebida por um gutural dele.

Minhas mãos trêmulas tocaram com doçura a pele de seu peitoral. Edward tremeu ligeiramente, afastando o seu corpo do meu. Nossas respirações estavam arfantes. Nossos orbes brilhavam em paixão, desejo, amor. Sorrimos cúmplices um para o outro, enquanto nossos olhos viajavam pelo corpo do outro.

Edward estava sem camisa, enquanto eu ainda estava completamente vestida. Fechei meus olhos por breves segundos, e quando tornei a abri-los, tinha tomado uma decisão.

Lentamente levei minhas mãos para frente do meu vestido e sem desvencilhar meus olhos dos olhos de Edward, comecei a abrir o zíper. Escutei-o engolindo em seco enquanto seus orbes verdes estavam indecisos se admiravam meu rosto ou meu corpo que era exposto.

Seus hormônios adolescentes venceram a batalha quando terminei de abrir o vestido, e este escorregou por meu corpo, juntando-se em uma poça de azul marinho em meus pés. Ele molhou seus lábios com sua língua, enquanto seus olhos deslizavam por meu corpo, bebendo cada detalhe da minha forma.

Em nenhum minuto a timidez, que nas 3 vezes em que havíamos sido mais íntimos me consumiu, deu as suas caras naquele momento. Naquele segundo não importava que eu era inexperiente, não importava que não estava feliz com o meu corpo, ou que eu era branca demais. Tudo era insignificante. A única coisa que importava para mim naquele momento era o garoto que eu amava e que estava diante de mim, prestes a me amar com o seu corpo.

- Linda. – sussurrou Edward com a voz grossa, esticando uma de suas mãos para acariciar levemente meu corpo. Cerrei meus olhos, me deliciando da sensação indescritível que era ter seus dedos sobre mim, emanando calor. Amor.

Sorri timidamente, enquanto abria vagarosamente meus olhos para encarar os seus.

Ainda impossibilitada de falar alguma palavra, saí de meus sapatos e depois retirei cada uma das minhas meias. Eu sentia o olhar de Edward me queimando, me chamando para colar nossos corpos, mas esperei. Eu queria que tomássemos nosso tempo, sem ser afoitos ou inconsequentes. Aquele era o nosso momento mágico. O ápice do nosso namoro.

Tornei a encará-lo. Ele retribuiu o meu olhar, para que no segundo seguinte começasse a retirar seus sapatos e depois tão tranquilamente sua calça, ficando só em sua roupa íntima diante mim.

Ficamos nos encarando por longos minutos, antes que juntos e vacilantes demos um passo em direção ao outro. O calor que emanava de seu corpo extremamente próximo ao meu era confortante, a corrente elétrica que nos envolvia era prazerosa. Não suportando mais a distância entre nós, Edward capturou meus lábios em um beijo urgente e sôfrego.

Seus braços fortes circularam minha cintura, me trazendo mais próxima a ele, possibilitando que nossos corpos percebessem como eram os encaixes perfeitos um do outro. Meus braços foram para seus ombros, enquanto minhas mãos se trançavam entre seus cabelos mais uma vez. Senti Edward me levantando, e tão rápido quanto, minhas pernas o abraçaram fazendo com que nós dois gemêssemos em uníssono contra os lábios do outro.

Não percebi que ele andava, nos levando para outro lugar. Só percebi quando meu corpo com uma suavidade inigualável tocou o tecido confortável e reconfortante da cama. Lamuriei arqueando as minhas costas, fazendo com que nossos corpos se tocassem mais uma vez conforme Edward me colocava no meio da cama.

Interrompemos nosso beijo não porque o ar estava escasso, mas sim para nos encarar nos olhos, para que assim pudéssemos ter certeza de que estávamos na mesma página. Felizmente estávamos mais do que nunca.

Tornamos a nos beijar avidamente, e tão envolvidos que estávamos na nossa própria bolha de paixão e amor, as mãos de Edward correram por todo o meu corpo, despindo lentamente cada peça que ainda era remanescente. Logo estava nua, e engana-se quem pensa que me incomodava com a minha nudez. Eu estava completamente confortável.

Edward interrompeu o beijo para beber de minha imagem desnuda. Um sorriso de completo amor, paixão, carinho, respeito e devoção tomaram o seu rosto. E com uma breve troca de olhar, passou a beijar meu pescoço, indo para os meus seios onde os provou como um homem sedento por água no deserto.

Eu gemia deliciada, mas eu era uma mulher em uma missão, e deslizando minhas mãos por seu corpo cheguei onde sua cueca ainda estava e lentamente comecei a retirá-la. Edward gemeu contra meus seios, mandando uma carga elétrica por todo o meu corpo, me aquecendo, confortando.

Finalmente ambos estávamos nus. Edward afastou seu corpo do meu e me encarou nos olhos procurando algo ali. Alguma hesitação, insegurança da minha parte, mas não encontrando nada.

- Você tem certeza? – perguntou acima de um sussurro, pairando sobre mim.

- Tenho. – confirmei, afagando o seu rosto com uma de minhas mãos.

- Bella irá doer e não será nem um pouco prazeroso para você como será para mim. Sem contar que provavelmente eu não conseguirei aguentar muito tempo. Quer dizer, eu nunca fiz isso antes, existem... existem tantas coisas... – balbuciou cheio de insegurança.

- Não importa. – disse com um sorriso, continuando a afagar seu rosto. – Estamos juntos, Edward. Eu confio em você. – declarei apaixonadamente.

Ele sorriu brilhantemente, dando um leve selinho em meus lábios e saindo por breves segundos da cama onde estava sobre mim, indo até onde sua bolsa de roupas estava e pegando os preservativos, em seguida retornando a cama.

- Você tem certeza? – perguntou outra vez, ainda inseguro.

- Mais do que tudo na minha vida. – respondi. – Estamos juntos, como deve ser. – sorri reconfortando-o. Ele me deu um sorriso atípico enquanto se debatia com o preservativo para revestir seu membro ereto. Quando terminou, seus olhos voltaram a seguir todo o meu corpo.

Edward sorriu enviesado desta vez para mim, arrastando o seu corpo sobre o meu, para que ele ficasse pairando sobre mim. Nossos narizes estavam se tocando. Nossos peitos, que subiam e desciam em uma respiração descompassada tocavam-se, mandando descargas de energia por todo meu corpo.

- Eu te amo. – recitou apaixonadamente.

- Eu te amo. – repliquei da mesma maneira. Seus lábios voltaram a atacar os meus enquanto o seu corpo colava-se ao meu. E tão lento que me surpreendi com a calma que ele estava agindo, senti sua masculinidade me penetrando.

Era incômodo sentir a presença de um corpo estranho em um lugar novo, mas conforme os segundos iam se passando, o incômodo ia se esvaindo. Doía? Sim, doía, mas não era aquela dor insuportável como se alguém tivesse te rasgando no meio. Muito pelo contrário, era como se você estivesse se esticando para envolver outra pessoa. Algo bom.

Isso faz sentido?!

Provavelmente não.

- Tudo bem? – perguntou Edward quando finalmente estava completamente dentro de mim. Acenei afirmativamente. – Está doendo?! Se você quiser paramos agora mesmo. – declamou com urgência.

Neguei com a cabeça.

- Está tudo bem, Edward. – confirmei com um sorriso. – Agora doí menos do que um minuto atrás, e mais do que um minuto depois. É só questão de me acostumar. – expliquei segurando seu rosto com as minhas mãos.

- Eu te amo. – recitou outra vez.

- Eu também. – devolvi, e como um incentivo Edward começou a se movimentar lentamente dentro de mim.

Seu ritmo era tranquilo, como se fossem carícias. Suas mãos acariciavam meu rosto, enlaçava com as minhas. Seus lábios beijavam meu rosto, minha boca, às vezes sussurrava palavras de conforto em meu ouvido, ou simplesmente recitava o seu amor por mim. Sua jura.

Todo o nervosismo, insegurança, temor que estava sentindo durante todo o tempo que pensava em minha primeira vez parecia ridículo ali durante o ato.

Todas as sensações eram intensificadas de uma maneira inexplicável por meu corpo. Meu coração bombeava sangue em um ritmo rápido pelo o meu corpo.

Meus pulmões trabalhavam dobrados para conseguirem ar.

Meus músculos contraíam-se e descontraíam-se em uma sequência atordoante, como se fossem as ondas do mar beijando a praia e depois retornando para a sua magnitude.

Tremores vindos do corpo de Edward começaram a me envolver. Eles eram intensos e brandos, em uma constante mudança.

Meus olhos giravam em suas órbitas. Era um esforço descomunal não fecha-los e deixar de encarar Edward, mas por mais que tentava mantê-los conectados em seus olhos, era uma batalha perdida porque eu os fechava, completamente deleitada com o prazer que era me dado. Os de Edward, notei no meio na minha neblina de desejo que também se esforçavam para me encarar, mas vire e mexe perdendo a batalha.

Contrações e redemoinhos tomavam meu estômago. Pontadas indiscerníveis eram assoladas por meu baixo ventre. Era como se estivesse pressionando todo o meu corpo por um cano. Notei que com Edward parecia estar acontecendo a mesmíssima coisa, pois sua respiração tornou-se mais errática e seus movimentos mais rápidos, superficiais e descompassados.

Não mais do que de repente, senti meu corpo se contraindo e convulsionando ao mesmo tempo, da mesma forma que o de Edward estava fazendo sobre mim. Uma pressão fervorosa me tomou de dentro para fora, e como um suspiro urgente e incontrolável algo explodiu.

Nos meus olhos pontinhos pretos apareceram. Luzes brancas piscaram. Sons que até então estavam completamente ausentes se fizeram presentes – uma coruja ao longe, o vento entre as árvores, o fogo crepitante e a respiração arfante e desritmada minha e de Edward.

Foi então que compreendi: tínhamos acabado de chegar em nosso ápice. Isso significava que eu tive um orgasmo. O primeiro orgasmo da minha vida durante a minha primeira vez. Triplamente impressionante, sem dúvidas.

Edward com uma delicadeza comovente retirou o seu membro do calor de minha feminilidade, e imediatamente senti a sua falta, mas sem coragem de dizer a ele o vi descartando o preservativo e o jogando na lixeira do banheiro. Quando retornou a cama, seu corpo quente e masculino caiu ao meu lado e rapidamente seus braços me agarraram, me confortando, me dando segurança.

Deixei que sua presença me consumisse; me acalmasse. Meus olhos começaram a se sentir pesados, e eu me forçava a mantê-los abertos. Edward corria o seu nariz pela lateral do meu rosto e pescoço, transmitindo uma calma única por todo o meu corpo.

- Obrigado. – murmurou contra a minha pele, fazendo com que eu abrisse meus olhos surpresa, afastando completamente o meu sono que estava quase me dormindo.

- Por? – perguntei confusa. Senti-o sorrindo contra a minha pele.

- Por isso. Por estar aqui comigo. Por me dar tudo o que você me deu hoje e sempre. – disse com a voz cheia de emoção e amor.

Me mexi para encarar seu rosto.

- Eu que tenho que te agradecer por tudo o que você me deu, Edward. – sussurrei com um sorriso bobo em meus lábios. – Eu te amo.

Seu sorriso ampliou-se.

- Eu também te amo. – replicou dando um suave beijo em meus lábios.

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Edward de alguma maneira conseguiu nos cobrir com o que era antes a colcha de retalhos, fazendo com que a suavidade dos lençóis acariciasse nossos corpos, enquanto envolvidos no nosso abraço deixamos que o cansaço de todo o dia, de todas as emoções que passamos, nos levasse para o mundo dos sonhos, onde estaríamos renovados para nos amar outra vez.

Não podia esperar o momento que teria Edward outra vez dentro de mim, mostrando-me o seu amor irrevogável e incondicional por mim, que felizmente era o mesmo que sentia por ele.

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