Teenage Dream

Descobertos e Chantageados


CAPÍTULO 14 – Descobertos e Chantageados

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Ver Alice deixando o banheiro feminino naquela obstinação e característica curiosidade fez com que inúmeras borboletas que vivem em meu estômago, que estavam adormecidas, acordassem de seu sono e se agitassem em polvorosas. Abaixei minha cabeça apoiando minhas mãos na pia de mármore cinza do banheiro sentindo tudo a minha volta rodar.

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Ela nunca iria me perdoar por mentir para ela ou por esconder algo dessa magnitude.

Definitivamente eu estava tão fodida.

“E não no sentido bom da palavra, por assim dizer.” – acrescentou a Prazeres com um olhar que era um misto de reprovação, preocupação e diversão. A ignorei, tudo o que eu não precisava neste momento era a minha consciência de 30 anos fazendo gracinhas.

Fechei meus olhos com força, tentando tranqüilizar minha respiração e o ligeiro tremor que me tomava. Sem duvidas eu deveria ter ficado na minha cama e inventado um resfriado qualquer para evitar o que quer que fosse que Alice estava pensando em fazer. Porque o tanto que conhecia da minha melhor amiga eu sabia que não seria nada muito agradável. Merda.

- Bella, o que aconteceu com Alice que saiu parecendo um foguete desse banheiro? Ela vai tirar alguém da forca que eu não saiba? – questionou uma ofendida Rosalie, entrando no banheiro.

Ótimo. Lá vem à segunda parte da inquisição Espanhola.

Suspirei pesadamente.

- Ela acha que Edward está escondendo alguma coisa, e vai fazer de tudo para descobrir o que é. – respondi o mais desinteressadamente que podia para não levantar suspeitas para mim, finalmente encarando o rosto de Rosalie pela sua imagem no espelho à nossa frente. Suas sobrancelhas bem delineadas estavam arqueadas e ela me encarava com surpresa.

- Meu sonho era saber a fonte de energia inesgotável dessa baixinha. – murmurou a loira passando seus dedos por seus cabelos dourados.

- E quem não quer? – tentei rir, ajeitando a minha velha mochila Jansport laranja nas costas. Rosalie riu despojadamente.

- De qualquer maneira, Emmett e Jasper também comentaram algo de Edward estar estranho. – disse de repente a futura esposa do meu irmão, voltando ao assunto anterior. – Disseram que ele anda chegando atrasado aos treinos e recusando convites de ir em casa jogar videogame com Jazz. – ela deu de ombros. – Inclusive eles me questionaram se Edward estava saindo com alguma cheerio, mas, tirando você que chega em cima da hora todos os dias, nenhuma outra menina se atrasa para os treinos. – explanou sem emoção.

Soltei uma respiração que nem sabia que estava segurando, porém tal ação não passou incólume da loira extremamente perceptiva. Seus olhos azuis como duas pedras de lápis-lazúli se arregalaram, e um sorriso maroto e torto brotou em seu rosto.

- Você e o Cullen? – perguntou sem rodeios.

Sim eu estava fodida, e nem podia tentar negar tal questão porque minha expressão de pânico me denunciava. Maldição. Sabendo que negar só pioraria as coisas para mim mesma, acenei afirmativamente com a cabeça, abaixando-a em seguida para assim evitar encontrar o olhar indagador de Rose.

- Oh. Meu. Deus. – falou lentamente uma de minhas melhores amigas e futura esposa do meu irmão. – Desde quando? – perguntou animada.

- Do baile. – murmurei envergonhada, optando por ser sincera.

- Como foi? Deus, Bella, me conta tudo! – pediu com urgência colocando a sua mochila sobre a bancada do banheiro e cruzando seus braços, me encarando com curiosidade. – Quero só ver a cara de Tanya e as plastics quando souberem disso! Preciso contar isto imediatamente a fofoqueira da Gianna. Com sorte até o intervalo todo mundo está sabendo. – pensou alto consigo mesmo.

- Rose, por favor, não! – pedi com urgência com meus olhos cheios de lágrimas. – Nós... nós estamos tentando manter isso em... er... segredo até completarmos pelo menos duas semanas. – expliquei temerosa. Rosalie nunca entenderia o porquê disso.

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- Mas por que isso Bella? – replicou irritada colocando suas mãos na cintura. – Droga! Você sempre foi apaixonada por Edward e agora que o conseguiu, vai simplesmente ficar escondida? O que acontece com vocês? Edward tem vergonha de te apresentar como namorada? Vocês estão namorando, certo? – perguntou em uma torrente, assumindo uma postura defensiva nas duas últimas perguntas.

- Sim, nós estamos namorando... oficialmente, eu acho. – murmurei dando de ombros. – E não, ele não tem vergonha de mim, e nem eu dele, antes que você pergunte. – afirmei, notando a expressão de indignação da loira. – Nós só estamos esperando nos conhecer melhor antes de dizer algo a alguém. Edward quer agir corretamente, se apresentando ao meu pai como meu namorado. – expliquei, em seguida levando meu lábio inferior aos meus lábios e o mordiscando nervosamente.

- Você sabe que essa é a desculpa mais ridícula que já ouvi em toda a minha vida, certo? – interrogou incrédula. Dei de ombros.

- Eu sei Rose, mas... – suspirei pesadamente. –, é o melhor por enquanto. Querendo ou não Edward é o cara mais popular da escola, capitão do time de football,e herói de toda a cidade. Enquanto eu... bem... eu sou a nerd esquisita. – expliquei como se fosse óbvio.

- Porra! – jurou Rosalie, algo natural para o seu eu de 30 anos, mas não para aquela de 17 anos a minha frente, tão delicada e feminina. – Isabella Swan, você também é popular agora, ou se esqueceu que você é a rainha da escola pelos próximos 10 meses? – desafiou arqueando uma de suas sobrancelhas bem delineadas.

- Mas isso ainda não muda nada Rose. – lamentei entre lágrimas. – Metade da escola me vê ainda como a garota estranha, que vive enterrada na biblioteca e só se entende com os números ou com os livros. Assumir que estou com Edward para escola inteira só vai parecer que ele está comigo para me humilhar no baile ou por causa de uma aposta idiota. – expliquei atordoada me recordando dos clichês dos filmes hollywoodianos. A loira, por sua vez, fechou seus olhos em fendas considerando minhas últimas palavras. Eu sabia que Rosalie não confiava inteiramente em Edward, por isso rapidamente completei:

“O que não é.” – sorri tentando confortá-la, mas Rosalie irredutível continuava me olhando desconfiada. – “Não é isso Rose, posso te garantir. Temos conversado, nos conhecendo e acredito que as intenções dele comigo são legítimas.” – pontuei com um sorriso apaixonado.

- Se vocês estão “se conhecendo” – ela fez aspas com seus dedos, dando ênfase nas palavras ‘se conhecendo’. -, por que não assumem logo, ou então por que não falam pelo menos a Alice e Emmett? – pediu desconfiada. – Não é nada demais informar aos irmãos de vocês dois, é Bella? – questionou retoricamente. Não podia negar, ela tinha um ponto, mas eu sabia que não era tão simples assim. Nada que envolvia Alice e Emmett era fácil, pra começo de conversa.

Levantei meu rosto para olhar o rosto da loira, e a postura confiante e desafiadora dela me confortou minimamente, ou pelo menos fez com que uma paz me tomasse. Lá estava a Rosalie Lilian Hale, advogada, esposa do meu irmão que eu conhecia que era a minha melhor amiga e vivia diariamente com o meu eu de 30 anos. Não é a toa que desde pequena ela sabia o que queria fazer, ela sabia colocar qualquer pessoa contra a parede.

Fechei meus olhos e suspirei pesadamente. Eu sabia muitíssimo bem como era dificílimo argumentar com Rose. Ela era extremamente inflexível em suas convicções, mas não custava tentar, pelo menos para chegarmos a um acordo.

- Rosalie – comecei lentamente medindo minhas palavras. -, você tem razão, eu sei que é ridículo esse segredo meu e do Edward, mas, por favor, eu te imploro, não conte nada a ninguém. – pedi suplicante, ela estreitou seus olhos me encarando incrédula. – Não ainda.

- Por que eu deveria fazer isso? – questionou desconfiada me medindo de cima a baixo. Parecia que eu tinha acabado de ser pega furtando um banco, e ela como minha advogada questionava a minha culpabilidade no fato típico.

- Porque... porque... porque Emm iria brigar com Edward, e Alice comigo e nós duas não queremos Emm e Edward suspensos dos três próximos jogos, e eu e Alice brigadas, certo? – interpelei esperançosa.

Seus ombros caíram em rendição. Um suspiro aliviado saiu ruidosamente por meus lábios, eu tinha encontrado o ponto fraco da futura advogada.

- Mas Bella – começou cautelosamente. –, você e Edward têm até quarta-feira da próxima semana para informar a todos sobre esse namoro, ok? – impôs colocando suas mãos em sua fina cintura. Assenti freneticamente com minha cabeça. – Juro que se vocês não fizerem, eu faço! – sentenciou arrogantemente.

- Tudo bem Rose, até quarta nós iremos contar. – informei sorrindo aliviada, pelo menos por enquanto eu estava livre da fúria de Rosalie Hale futuramente Swan.

- Bom... contudo, para manter a minha boca fechada, o que você irá me dar em troca? – pediu com um sorriso travesso.

- Humm... er... algo em troca? – repeti confusa.

- Sim, Bella. Isso é uma chantagem e para funcionar você tem que me dar algo em troca. – informou sem qualquer resignação. – O que será? – pediu com um sorriso maldoso.

- Er... hum... o que você quiser? – disse incerta, ela sorriu amplamente.

- Ótimo, deixarei você saber o que eu quero. Agora vamos para a aula antes que me arrependa de ficar calada. – falou pegando a sua mochila e a jogando sobre um ombro saindo do banheiro. Só a segui, sem saber muito bem o que fazer.

Eu não tinha nada o que fazer, sendo bem sincera.

Tinha plena consciência que Rosalie iria me pedir algo impossível, esperando mesmo que eu falhasse e tivesse que contar para todo mundo antes do prazo previsto que Edward e eu estávamos juntos, como namorados.

Eu estava fodida.

Sinceramente precisava controlar meus pensamentos sujos antes que jurasse em voz alta e isso me causasse uma detenção, uma suspensão ou até mesmo um castigo vindo dos meus pais.

Maldição!

Rosalie se separou de mim seguindo para a sua aula de Biologia, enquanto eu entrava na minha de geografia. Todavia, o olhar que a loira me lançou antes de nos despedirmos informava que ela estava pensando em coisas que em um futuro muito próximo iria me arrepender de prometer fazer o que quer que ela queira.

Quando entrei na classe do Sr. Brown, não me surpreendi por não ver Alice. Com certeza aquela Mestre dos Magos chegaria no último minuto, na sua missão fervorosa de stalkear seu próprio irmão pela escola, a fim de descobrir o que ele vinha escondendo por toda semana. Deus, como eu gostaria de alertar Edward dos planos de sua irmã. Pela segunda vez nesta manhã me lamentei por não existir celulares ainda. Era irônico assumir isso, justamente a pessoa que odeia celulares mais que tudo.

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Sofrendo em silêncio me acomodei na minha carteira, enquanto aguardava Alice se acomodar na sua ao meu lado e o início da aula. Como havia previsto, a baixinha chegou junto com o professor, sentando-se bufando e completamente irritada na carteira ao lado da minha. Pelo seu estado de impaciência só poderia constatar que ela não havia descoberto nada. Felizmente para mim inicialmente; e infelizmente para Edward e para mim, em segundo plano.

Tem como isso ser mais complexo, complicado do que já está? Óbvio que não, só eu mesma para entrar nessas furadas.

Foram 50 minutos de completo nervosismo e ansiedade, não só meu, mas principalmente de Alice que batia sua caneta cor de rosa contra a carteira e balançava seus pés sem parar. Aqueles movimentos nervosos dela estavam me dando náuseas. Não pude deixar de pensar com meus próprios pensamentos que se alguém de fora visse a pequena Cullen naquele momento, apostaria que ela ou tinha déficit de atenção ou então que ela era autista, já que não ouviu uma palavra que o professor disse sobre placas tectônicas ou qualquer outra coisa que se desenrolava na sala.

Quando o sinal tocou informando o fim desta, tive que agradecer aos céus. Sinceramente se passasse mais um segundo ao lado dessa inquieta Alice eu acabaria contando o que ela tanto desejava saber. Ao seu lado seguimos para a aula de Biologia, que felizmente para mim teria com Edward, assim poderia escrever um rápido bilhete para ele informando os planos de sua irmã, se ele ainda não tivesse compreendido já, bem como também o fato de Rosalie saber que agora éramos namorados.

Se ele não terminar comigo por causa desse segundo fator, eu já poderia me considerar uma imensa sortuda.

Para a minha alegria Edward não demorou a entrar na classe de Biologia, porém o seu mau humor era palpável, mesmo da distância em que estávamos – ele na porta da sala e eu em nossa bancada de trabalho no canto esquerdo – eu podia ver que ele estava muito bravo, principalmente porque ele discutia algo com a sua irmã que havia ficado o esperando na porta da sala, e que pela postura de ambos o havia enfrentado mais uma vez para saber o que o jogador escondia.

Merda! Por que Alice tinha que ser tão obstinada assim?

Quando assumiu a banqueta ao meu lado na nossa bancada de trabalho, o escutei bufando de raiva tirando seu caderno e livro da mochila com violência. Antes mesmo que eu pudesse abrir a minha boca para dizer algo, o Sr. Banner entrou na sala pedindo silêncio e exigindo que todos ocupassem os seus lugares. Instantaneamente eu podia sentir os olhos de Alice me queimando de sua cadeira.

Sobressaltei-me quando Edward me cutucou com a ponta de sua lapiseira discretamente empurrando o seu caderno para mim.

“O que está acontecendo com Alice hoje? Ela está me perseguindo e me irritando a manhã inteira.” – estava escrito com sua letra fina e inclinada na folha pautada. Discretamente peguei a minha e lhe escrevi a resposta.

“Ela quer saber o que você está escondendo dela. Disse que iria ficar atrás de você como uma pulga.” – expliquei com minha letra redonda e ligeiramente grande. Quando leu o que eu havia escrito Edward soltou um longo suspiro de entendimento. Logo em seguida rabiscou uma nova frase:

“A propósito, oi. Você está linda hoje, queria poder te dar um beijo agora.” – suas palavras me fizeram corar imediatamente. Contudo eu não podia me prender no meu embaraço, deveria informar a Edward sobre Rosalie.

“Obrigada. Mas temos um outro problema, Rosalie sabe sobre nós.” – escrevi com a letra tremida.

“Como?” – ele rapidamente colocou sem me dar chances de respirar. Engoli em seco.

“Ela me questionou no banheiro sobre o seu comportamento, então devo ter corado e ela somou 2 mais 2.” – narrei limitadamente, temendo que ele ficasse bravo.

“Bom, Jasper também está desconfiado de nós, mas não dirá nada a Alice. Poderia ser pior.” – escreveu com um suave tom de humor.

“Eu não vejo como isso pode ser pior do que já é. Rosalie está me chantageando para que contemos tudo a todos no mais tardar na quarta.” – expus.

“Jasper também me deu esse prazo.” – escreveu, mas antes que eu pudesse respondê-lo ou confortá-lo, ou no caso me desesperar, ele escreveu uma nova frase. – “Queria tanto te abraçar agora, fugir desta aula, desta escola.” – um sorriso enviesado brotou em meu rosto, contudo tentei contê-lo para não atrair a atenção de qualquer pessoa da sala. Principalmente de Alice.

“Eu também, mas temos que ser cautelosos. Sua irmã parece um cão de guarda.” – escrevi de volta.

Novamente escutei Edward suspirando pesadamente e olhando sobre seu ombro para onde sua irmã estava sentada. O imitei, e não me surpreendi em encontrá-la no mesmo estado de impaciência e nervosismo que estava na aula de geografia.

Sem sombra de dúvidas, esta Alice adolescente conseguia ser mais irritantemente obstinada do que sua versão aos 30 anos.

Que Deus me abençoe.

Faltando cerca de dez minutos para finalizar a aula, Edward me empurrou novamente seu caderno onde ele tinha escrito uma nova frase:

“Me encontre na sala de música em 15 minutos.” – dei um ligeiro e discreto aceno de cabeça, antes dele fechar seu caderno, recolher seu material e sair da sala com uma desculpa esfarrapada para o professor Banner que não o contrariou ou oprimiu por deixar a aula.

Escutei Alice bufando indignada ao fundo da sala.

Se eu tinha qualquer dúvida de que Alice poderia ser compreensível a respeito do meu relacionamento secreto com Edward quando ela descobrisse, foi por água a baixo. Ela com toda a certeza do mundo me chamaria de traíra e nunca mais olharia na minha cara. Isso se eu tiver sorte. Mas como eu sou a rainha do azar, no mínino ela convenceria seu irmão de terminar tudo comigo.

Tem como eu estar em uma situação pior do que esta?

Estava distraída em minhas próprias lamentações que não ouvi o sinal indicando o final da aula, somente percebendo o encerramento desta quando notei todos saindo da mesma. Lentamente reuni minhas coisas, as colocando dentro de minha mochila e saindo lentamente da sala, na esperança de evitar Alice, mas para o meu completo azar ela me esperava impaciente do lado de fora da sala.

- Que demora Bella! – exclamou bufando, eu me limitei a sorrir em desculpa. – Edward te disse onde ele foi? – perguntou sem rodeios.

- Hum... não? – respondi soando mais como uma pergunta, lançando um olhar desesperado para Jasper que parecia divertir-se da situação.

- Lógico que não. Ele está escondendo alguma coisa, não quer por nada nesse mundo que eu descubra, mas eu irei, ou não me chamo Mary Alice Cullen. – falou determinada, arrumando sua bolsa no ombro e lançando um olhar para o longo corredor que terminava no anfiteatro da escola. – Te vejo no intervalo. – gritou a baixinha seguindo para o local onde seu olhar estava preso, caminhando a longas passadas.

Nunca me senti tão feliz na vida do que estar na turma avançada de inglês sem a companhia de Alice, podendo assim chegar alguns minutos atrasada. O mais disfarçadamente e o mais rápido que pude fiz o caminho para a sala de música onde Edward me esperava, evitando cruzar com alguém que poderia ficar curioso com o meu desvio da sala de inglês.

Senti como se tivesse carregando o mundo nas minhas costas.

Esconder meu namoro com Edward estava sendo mais difícil do que eu imaginava inicialmente. E depois dizem que o que é escondido é mais gostoso. Só no sonho delirante da pessoa que disse esse absurdo.

Olhando para os dois lados do corredor completamente deserto onde ficava a sala de música, a abri encontrando Edward sentado no banco do piano batendo ferozmente seus dedos nas teclas deste produzindo uma melodia urgente e luxuriosa.

Tive que sorrir. Só ele mesmo para conseguir tocar ou criar algo lindo desta forma diante da situação em que encontrávamos.

Deixei minha mochila na carteira próxima à porta, em cima da preta que pertencia a Edward e caminhei até onde ele estava sentado no banco largo do piano, me sentando ao seu lado. Ele sorriu torto continuando a pressionar as teclas ébano do instrumento.

- Alice te importunou muito? – perguntou quando finalizava a harmonia.

- Não. – respondi com sinceridade. – Ela não desconfia de mim, pelo menos não ainda. – dei de ombros.

- Me perdoa em colocá-la nesta situação Bella, não imaginava que Alice iria ficar... – disse ele pensando em uma palavra para caracterizar as atitudes de sua irmã mais nova.

- Obstinada? – ofereci, ele sorriu e acenou com a cabeça.

- Isso, obstinada. – ampliou seu sorriso torto, virando para me encarar agora. – Mas será que agora eu posso, pelo amor de Deus, beijar apropriadamente minha namorada? – questionou dramático.

- Você deve. – respondi sentindo minhas bochechas enrubescendo-se.

Tão suave quanto tinha sido todos os outros beijos que havíamos compartilhado até aquele momento, Edward retirou uma mecha de meus cabelos que estava em meu rosto a colocando atrás de minha orelha, enquanto suas mãos quentes acariciavam minha bochecha, fazendo com que um formigamento se espalhasse pelo lugar e eu me encolhesse involuntariamente, fazendo com que seu sorriso ampliasse, enquanto ele encerrava a distância entre nós, tocando serenamente seus lábios aos meus.

Puxei uma respiração profunda, sentindo no segundo seguinte Edward intensificar o beijo que dávamos. Sua língua acariciou com extrema calma a minha, enquanto uma de suas mãos apertava a minha cintura me trazendo mais próxima dele, e a outra se enterrava em meus cabelos apertando suavemente minha nuca. Em contrapartida, minhas mãos ávidas se trançavam entre os seus fios bronzes os puxando levemente fazendo com que ele aprofundasse o beijo sôfrego que dávamos.

Estava completamente inebriada por ele, de uma maneira que nada que pudesse acontecer a minha volta quebraria o encanto daquele momento. Ou pelo menos assim eu pensava, já que ao longe escutei um ruído de madeira contra alvenaria e a voz estridente, aguda e surpresa de Alice brandindo:

- Edward! – exclamou, porém antes que pudéssemos encarar o seu rosto sua voz ainda no tom fino e penetrante vociferou ecoando pelos corredores e pela sala de isolamento acústico. – Bella?

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Se até então eu não estava fodida, eu estava naquele momento.

Merda!

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