Episode XII

"Estudo das Probabilidades"

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: Alfie, o sedutor.

Ouvindo: Música Clássica

Finalmente, depois de insistência e um acordo meio macabro entre meu pai e a Madre Superiora, consigo sair com Ashley. Regulus agora não para mais em casa, e enquanto ele está com Jane (ou June, ainda não peguei essa história) estou aqui, borrifando perfume para parecer no mínimo apresentável depois de todo o sorvete que comi junto de Marlene. Ontem recebi um e-mail de Pete contanto da estadia dele em Dublin, e quase levamos Remus ao pronto – socorro quando ele procurou sobre os atrativos históricos da cidade no Google.

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Embora tenha sido até engraçado, ainda estou com aquele sentimento idiota de vazio, já que James parece estar se divertindo a beça sem a gente lá em NYC. Nem escrever um e-mail ele escreveu. Além disso, ainda tem a Dona Mere, que falou com ele umas duas vezes no telefone e não se conforma por ele estar ocupado para falar por mais de dois minutos. Ou seja: estou sozinho e tendo de consolar a pobre ex – Senhora Potter.

- Vai de carro ou de moto? – meu pai enfiou a cabeça pela minha porta, franzindo a testa enquanto segurava as duas chaves. Olhei para as duas opções um pouco curioso, mas decidi pegar o carro (vai saber se lá no convento não disseram que moto é coisa de louco que gosta de arriscar a vida?).

Ajeitei minha jaqueta e sai do quarto, revirando meus olhos quando meu pai assoviou. Abri a porta e toquei o botão do elevador, suspirando. Porque isso parece tão errado? Me sinto um completo idiota enganando a Ashley. Entrei no cubículo e esperei até chegar à garagem, e abri o carro desanimado.

A madre superiora estava esperando com Ashley do lado de fora, e tentei sorrir pelo menos simpático quando percebi que ela estava realmente feliz por estar saindo comigo. Ashley tinha se arrumado tanto que me apertou o coração.

- Cuide bem dela. – a Madre sorriu por trás dos olhos cegos, e balancei a cabeça antes de perceber que ela não podia ver.

- Eu volto às oito! – Ashley sorriu e abriu a porta do carro, me dando um beijo estalado na bochecha. – Oi.

- Hey, aonde vamos? – batuquei no volante com os dedos e parei num sinal vermelho.

- Tem algum lugar legal para comer pizza?

- Ah, sim. – sorri e guiei o carro até a cantina na qual eu costumo trabalhar, rindo de pensar na cara de Domenico quando me vir ali fora da hora.

- Olá, sejam bem vindos ao... Sirius! – Domenico riu e me puxou para um abraço, assustando Ashley um pouco. – Mas que bela Donna, está a sua!

- Essa é a Ashley, Dom. – apresentei, e ele beijou as costas da mão dela com cavalheirismo. – Ash, esse é Domenico, o mais novo dos donos daqui.

- Olá. – ela sorriu timidamente, e por um segundo uma ideia brilhante me ocorreu.

- Então, vamos sentar? Dom, Ashley quer uma daquelas pizzas que só Benito sabe fazer, que tal?

- Caprichada pra você, amigo. – anotou o pedido e saiu correndo, provavelmente para sacudir Magno o suficiente para ele ficar curioso. Não deu outra, lá vem o próprio, todo espichado para saber quem é a garota com quem estou saindo.

- Esse lugar é tão legal. – Ashley não conseguia parar de virar a cabeça para todo lado, tentando captar toda a agitação da cantina de uma vez só. Por um momento fiquei com mais pena ainda, imaginando como deve ser chato e incomodo ficar a vida toda naquele convento. E eu aqui, enganando a nós dois. Respirei fundo, e ela parou para olhar para mim.

- Sirius?

- Ash, posso ser honesto com você?

- Claro.

- Eu... Eu adoro você, mas...

Um sorriso estranho e compreensivo apareceu no rosto dela, e me lembrei do por que eu a acho tão surreal.

- Você gosta da Marlene, Sirius. Só alguém cego não veria. E ela gosta de você. – ela completou com ar sonhador.

- Me desculpe. – abaixei a cabeça, querendo que ela gritasse comigo, sei lá. Senti as mãos de ela envolver as minhas.

- Não tem o que desculpar. Você não me fez mal algum, eu fico feliz por ter a oportunidade de sair um pouco.

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- Eu queria gostar de você, sabe. É tão simples. Marlene não quer nada entre a gente.

- Ela tem medo de se machucar.

- Por quê? Que mal eu iria fazer? Quero dizer, eu sou o jedi.

- O que? – ela inclinou para frente parecendo confusa, e eu dei de ombros.

- Eu sou legal.

- Ah, sim. Posso te dar uma mãozinha nisso. – ela sorriu travessa, e ergui as sobrancelhas. Olha a ajuda que eu arrumo.

- Como?

- Vou pensar. Mas tenho uma condição.

- Está aprendendo a barganhar? – cai da risada, e ela ficou vermelha de vergonha. – Vamos lá, pirata, o que vai ser?

- Quantos anos tem o Domenico?

Meu sorriso ficou ainda mais malicioso.

- Dezenove.

- Tenho dezesseis, acha que dá certo?

- Claro! Domenico! – balancei a mão no ar, perdendo toda a classe. Dom apareceu algum segundo depois, quase louco,

- Que foi, seu louco?

- Eu queria te apresentar alguém. – sorri, e ele revirou os olhos.

- Pode esperar até as nove?

- Na verdade não.

- Hum... MAGNO!

Meu Deus, como esse pessoal grita. Eu devia ter me acostumado até agora, mas meus ouvidos tem uma frequência limite, e essa já é diariamente esfolada pelos gritos dele.

- Fala, Domenico!

- Sirius aqui precisa me dizer uma coisa, pode segurar por uma meia hora?

Os olhos do mais velho congelaram em mim, e eu sorri desajeitado. Magno então revirou os olhos e apontou para a porta dos fundos.

- Mais vá rápido, Dom.

- Ok. Vamos, pazzo.

Levei Ashley e ele até os fundos, onde apontei para ela e sorri.

- Essa aqui é a Ashley, Dom.

- Você já... – ele começou, mas então percebeu qual era a intenção. – Piacere di conocerti.

-Ela queria conhecer você melhor. – eu sorri de lado, e ele também.

- Eu também adoraria, pazzo.

- Pronto. – sussurrei no ouvido de Ashley, que podia flutuar de tanto entusiasmo. – Agora me deve uma.

- Leninha vai ser sua, Sirius. – ela sorriu e piscou. – Pode sair daqui?

Tentando não parecer um retardado, saltitei para dentro da cantina, a tempo de ouvir Domenico bater a porta atrás de mim.

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do Dia: Obey Gravity, it's the LAW! (Obedeça a gravidade, é a lei!)

Ouvindo: Dancing With Myself – Glee

Lá estou eu, vivendo minha vida perfeita ao lado do telefone. Não! Estou começando a querer que as aulas voltem, sinto falta do clube de história. Usamos fantasias, não ficamos escutando idiotas de plantão e nem recebendo trotes toda hora. Se eu atender mais uma ligação de criancinhas perguntando se é da pizzaria, não respondo por mim. SÉRIO.

- Alô, fantasias do Phil, Remus falando.

- Lupin. – uma voz vagamente conhecida soou do outro lado, e demorei um pouco de tempo para perceber que era a voz de Edgar Bones. – como está o movimento?

- Fraco. – comentei, sem entender aonde ele queria chegar.

- Creio que o clube de teatro possa fazer uma visita, não?

- Ah, sim. Quero dizer, estamos abertos, o shopping está aberto. Acho que podem sim.

- Perfeito. Nos aguarde.

- Beleza.

Desliguei e quis m e jogar de algum lugar alto. Acho que o cenário de game over de Mortal Kombat faria sentido, com aqueles espinhos aguardando no fim do poço.

Quase cinco minutos depois, lá vem o grupo que não larga do nosso pé, e tenho a impressão de que eles estavam comendo, e Edgar só ligou para anunciar a presença deles.

- Saudações, Lupin. – Edgar me cumprimentou, e apertei a mão estendida dele.

- Olá, o que vão querer?

- O orçamento para a peça do semestre que vem.

- Negociações?

- Sim. Gideon, pegue os cadernos.

Gideon me empurrou uns gráficos, e me lembrei de porque ele é um dos melhores em matemática. Claro, James é bem melhor, mas para os padrões humanos Gideon dá pro gasto.

Analisei os dados por um segundo e cocei a cabeça com a caneta.

- Qual a peça, afinal?

- Você irá contar ao seu amigo Black. – Fabian revirou os olhos. – Acha que somos idiotas?

Eu queria de todo o coração dizer que sim, mas ao invés disso me recostei à cadeira e dei de ombros.

- Como querem que eu negocie as roupas se não sei de que se trata? E se vocês quiserem fantasias de Teletubbies?

- Garanto que as roupas não são dessa natureza. – Edgar ficou meio irritado, mas continuei mesmo assim.

- Beleza. Quais são os itens?

Pronto, peguei todos na curva. Eles precisam me dizer quais as fantasias.

- A lista está aqui. Fabian! – ele estalou os dedos e mais uma lista enorme caiu na mesa. Olhei os itens, que incluíam lâminas, vestidos de zumbi e uma lata de sangue falso. Bem o estilo do Edgar, como pode?

- Vou calcular e posso mandar pelo e-mail, junto dos cartazes que Sirius fez. Embora não faça ideia do porque vocês precisam disso tudo nas férias.

- Somos organizados, Lupin. Muito organizados. Meticulosamente organizados. – Edgar pontuava cada palavra com um olhar maníaco que deixaria um psiquiatra sênior com receio. – Ao contrário de vocês.

- Ok, acho que já temos tudo certo. – me levantei. – Mandarei a vocês tudo quando acabar de calcular.

- Ah, e mais uma coisa. – Fabian deu um passo para frente e pigarreou. – Preciso de um serviço seu, Lupin. Particular.

Fiquei ainda mais curioso. Edgar e Gideon saíram naquele estilo louco e misterioso deles, e Fabian me chamou mais para perto. Dei só um passo para frente, até ficar numa distância segura.

- O que quer?

- Preciso da ficha de uma garota.

Tive de engolir o que seria uma risada muito espalhafatosa. Fabian parecia meio ansioso, e tentei parecer o mais sério possível enquanto perguntava:

- Quem?

- Emmeline Vance. – ele limpou a garganta e olhou para trás, esperando que Edgar e Gideon não vissem. Algo muito estranho desceu até o meu estômago, como se eu tivesse engolido alguma lesma Na'Vi. Teylu.

- Para que?

- Preciso para um contato. – ele respirou fundo, como se o pedido tivesse ido um pouco longe demais. Decidi fingir que engoli a história dele. CONTATO, AH TÁ.

- Entendo. – sorri misteriosamente, mas por dentro tinha uma Emmeline gritando e correndo em círculos de felicidade. – Acho que posso.

- Meu e-mail. – ele tirou um papel do bolso e me entregou meio trêmulo. Dobrei sem ler e coloquei no bolso.

- Adeus. Lupin, isso é segredo.

- Claro.

Quando ele saiu e começou a andar na direção dos dois virei e fui rebolando até o balcão, numa comemoração silenciosa.

Olhei para os lados procurando Phil, e meu olhar encontrou o de Giulia.

- Distração. – mexi os lábios a esperança que ela entendesse, e como eu esperava, ela sorriu.

- Philip! – chamou, estendendo um pano vermelho. – Aqui, Philip!

Enquanto Phil falava com ela, peguei o telefone e disquei o número de Emme o mais rápido que minhas articulações conseguiram.

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- Oi, Remie! Como está, bebê?

- Emme, você não sabe!

- Ui, que foi?

- Fabian Prewett acabou de me pedir um verdadeiro dossiê sobre você!

- NÃO.

- SIM! – Quase gritei no telefone, me sentindo meio estranho por estar tão entusiasmado. Curiosidade, gente.

- E você, que disse?

- Disse que ia arranjar, né.

- Ai, Remie, o que vai fazer, então?

- Quero sua ficha criminal.

- Ai, você tá tão radical, bebê.