1977
Capítulo 17
Os Evans
Quando Harry saiu da lareira, um raio ruivo correu em sua direção e enlaçou seu pescoço alegremente, abraçando – o com força.
- Oi, Harry! Onde está James? – Lily sorriu para ele, e antes que ela pudesse olhar para trás dele, James saiu da lareira, espanando as cinzas das vestes.
- O – onde estão seus pais?
Lily indicou o sofá com um movimento com a mão, e antes de sair da sala de estar piscou para os meninos e disse:
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Meu pai não tem um revólver, James. Pare de gaguejar.
Quando se viram sozinhos, Harry levantou – se e foi até o console da lareira, onde vários porta retratos coloridos se intercalavam com enfeites de natal.
- O que é um revólver? – perguntou James se levantando também. – Pelas meias de Merlin!
Harry virou – se assustado para James, mas se tranquilizou quando viu que o maroto tinha ficado assustado com as fotografias. Elas retratavam Lily pequena junto de uma menina loura e magricela, e embora a visão da tia em várias épocas diferentes tivesse de fato surpreendido Harry, ele logo notou que o que assustara James foi o fato das fotos estarem ali, paradas.
- Elas estão estragadas? – perguntou ele, cutucando o rosto de Lily com o dedo. – Não se mexem, que coisa mais esquisita...
- Fotos trouxas não se mexem, James.
- O quê? Elas só ficam aí... Paradas? Que absurdo, será que eles não...
Mas o que eles não fizeram Harry nunca soube, porque a porta da sala de abriu, fazendo os dois correrem para o sofá novamente.
O Sr. Evans entrou primeiro, sorridente e com os olhos verdes faiscando de curiosidade. Seus cabelos eram louros e ralos, mas Harry pode ver de onde tanto ele como Lily herdaram o nariz.
- Olá! – cumprimentou o homem, feliz. Harry sentiu James descontrair um pouco ao lado dele.
- Oi, Sr. Evans. Sou J – James Potter, e este é meu amigo Harry.
- Oi, Sr. Evans. – cumprimentou Harry sorrindo. O homem sentou – se na frente deles, e encarou os garotos.
- Minha esposa está tirando biscoitos do forno, rapazes. Então, James, estuda em Hogwarts com Lily, não é?
- Sim, Senhor.
- Hum... E é bom aluno?
- Sou. Quero dizer, sou monitor – chefe junto de Lily... Tenho de ter boas notas para manter o distintivo.
- Oh, é monitor – chefe também? Foi assim que se conheceram?
- De certa forma. Estudamos na mesma casa.
- Casa?
- É, somos da mesma casa, grifinória.
- Oh, esse grupo em que dividem os alunos! Sim, sim... E os seus pais, garoto, o que fazem?
- Bom, os dois são aposentados na verdade... Eram aurores.
- Aurores...
Percebendo que James não iria encontrar um equivalente trouxa para aurores nem que ficasse a tarde toda pensando, Harry decidiu ajudar o amigo.
- É uma espécie de polícia, Sr. Evans. – explicou rapidamente, dando um tapa em James antes que ele perguntasse o que é polícia.
- Oh! E no seu mundo a polícia ganha bem? Que bom... Então, vamos para a sua casa no Natal, não é? Onde mora?
- Bom, a mansão dos Potter fica no campo...
- Mansão? – uma voz fina disse, e Harry virou a cabeça rapidamente. Parada na porta, escoltada por uma Lily extremamente aborrecida estava Petunia, no auge de sua juventude. A garota encarou James por um minuto, e depois pareceu perceber que devia ter uma razão para estar ali.
- Oh, papai! Preciso de uma ajuda com os convites.
- Mas, querida, sua mãe...
- Mamãe está ocupada fazendo biscoitos. – Petunia fez um muxoxo de aborrecimento.
Um pouco desconcertado, o Sr. Evans levantou – se e chamou Lily. A ruiva parecia realmente aborrecida quando entrou na sala e sentou – se com eles.
- Desculpem toda essa confusão. É que Petunia vai casar com a rolha de po... Quero dizer, Petunia vai casar, e não consegue fazer nada sozinha. – completou ela, revirando os olhos.
Algum tempo depois, uma mulher ruiva com uma bandeja de biscoitos chegou e sorridente se sentou com eles.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Aqui estão. Lily querida, qual deles é James?
- Este aqui, mamãe. O outro se chama Harry.
Harry sorriu para a Sra. Evans, e a mulher lhe lançou um olhar atento.
- Oh, são irmãos?
Harry arregalou os olhos, tentando parecer extremamente surpreso.
- Oh, não! Nós? Não, Sra. Evans. Somos só... Amigos.
A mulher levantou uma sobrancelha, mas não disse mais nada. Ofereceu os biscoitos para os garotos, e começou a perguntar:
- Como chegamos à sua casa, James?
- Oh, levaremos vocês, fiquem tranqüilos. Meus pais vão passar aqui antes da festa, então é só ficarem prontos.
O pai de Lily voltou para a sala, e sentou – se ao lado da mulher, pegando um biscoito.
- Então, James. O que quer fazer quando terminar a escola?
James ficou subitamente ereto ao lado de Harry, e falou com um pouco mais de dureza na voz quando respondeu:
- Quero seguir a carreira dos meus pais, Senhor.
- E caso se casarem...
- Pai! – interrompeu Lily, corando. O Sr. Evans revirou os olhos.
- Só uma hipótese, querida. Então, se vocês por acaso se casarem... Um... Como é? Aror... . Ganha bem?
Lily enterrou o rosto nas mãos, e James sorriu confiante.
- Bom, na maioria das vezes não. Mas como sou filho de aurores é bem provável que ganhe mais... Além do mais, meus pais me deixarão uma herança considerável.
O homem sorriu.
- Então não vejo porque vocês não namorarem. Acho que agora vão levar minha menina...
Harry sorriu.
- Acho que teremos de ir sim, Sr. Evans. Vamos, Lil?
Os três se levantaram, e Harry pegou o malão de Lily, enquanto os outros dois se despediam. Antes de ir embora, a Sra. Evans chegou perto de Harry e o olhou.
- Eu tenho certeza de que conheço você, garoto. Esses olhos não me enganam. Feliz Natal, querido. – e o abraçou.
Harry sorriu entre os braços da mulher, e depois entrou na lareira. Quando finalmente saiu na casa dos Potter, viu que Marlene, Remus, Dorcas, Emmeline e Luna haviam chegado sozinhos, e se sentiu aliviado de não precisar ir a lugar algum buscar mais ninguém.
- Hey, que bom que chegaram! – Ginny sorriu, e depois baixou a voz. – Hermione está lá em cima, pronta para destruir aquela... Coisa.
Todos subiram até o quarto de hóspedes, onde Hermione e o diário estavam, e encontraram a menina mexendo no caderno preto.
- Oh, que bom que vieram! Eu não quero fazer isso...
Harry deu um passo à frente, mas Regulus segurou sua mão.
- Posso?
Harry parou se perguntando se seria seguro, mas acenou com a cabeça. Decidido, Regulus foi até a escrivaninha onde o diário estava e pegou o dente, pronto para atacar o objeto, quando palavras começaram a se formar em tinta preta nas páginas.
- Regulus, fure o livro! – falou Remus, desesperado. O garoto, ainda com o dente erguido, se inclinou na direção do livro e leu.
Então, como se tivesse sido hipnotizado, Regulus olhou para o dente e virou a ponta para o próprio peito.
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