Meu celular tocou alto, ambos tomamos um pequeno susto, eu mais do que ele. Aquilo tinha rompido o clima, que sorte a minha. Lucas afastou-se pausadamente, mas ainda havia risinhos indigestos e cretinos em sua face, como se independente de termos sido descontinuados, suas teorias estariam corretas, eu acabaria cedendo, idiota. Merda. Ele saiu da sala cantarolando completamente igual a um cafajeste. Eu tentei recuperar meu fôlego e atendi meu celular. Afundei meu dedo no botão verde. Ainda trêmula.

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— Alô?
— Roc? — era uma voz feminina.
— Brianna? — arrisquei.

— Olá querida, sou eu mesma, como você tem passado? Fico feliz que ainda se lembre de mim. Faz tanto tempo que não nos falamos, não é mesmo? Eu peguei seu telefone com o meu irmão faz umas três semanas, espero que não se importe, você não liga NÉ? — Entusiasmada e tagarela.

— Imagine. Sem problemas Brianna. Estou bem ...e você?
— Acho que sim. Quero dizer, nem tanto como eu poderia estar.Não, definitivamente não estou me sentindo bem. Eu estou mal. Na verdade atordoada — Ela disse quase tropeçando nas palavras.

— Tão mal? O que aconteceu? — disse.

— Ah Roc. Estou precisando tanto de uma amiga. Alguém com uma visão fora do meu problema. Eu tenho um milhão de pessoas na faculdade com quem eu poderia conversar, mas sinto que nenhuma delas é serve para me escutar sobre isto. Honestamente são pessoas legais, mas eu não confio nelas. Não o suficiente para expor meus sentimentos mais profundos, você entende? A faculdade é tão diferente do colégio,Ai Ai.... — disse com um suspiro.

— Eu compreendo — disse me perguntando se era verdade — Pode se abrir comigo.

— Sim. Sei que posso. Aliás, gostei muito de você. Eu não sei, parece que nos conhecemos a anos. Você sente o mesmo?

— Sinto... — Eu sentia? Sim, um pouco.

Esperei então, que ela desse início a narrativa problemática.

— Eu não sei se você notou. Mas eu adoro o Loo. — Sim, qualquer um poderia notar, pensei com meus botões.

— Eu o conheci há alguns anos atrás, quando meu irmão... Bem, quando o Lucas partiu de casa. Ele deu apoio total ao meu irmão. Ele o deu abrigo e querendo ou não cuidou daquela cabeça sem juízo. E fiquei muito feliz por isto. Loo sempre me manteve informada sobre o Lucas, não tanto quanto eu gostaria, mas ele foi um bom amigo. Isto só serviu para nos aproximarmos, pois tínhamos um ponto prosaico entre nós, tínhamos o meu irmão.... E depois de um tempo, percebi que eu estava completamente apaixonada por aquele homem.

— Você... sério? — Para mim não era surpresa alguma — Isto não me parece tão mal. Quer dizer o Locke é um cara bem... — Sombrio e sexy — ...Legal.

— Eu sei. Ele é um garoto de ouro. Mas acho que não tem interesse algum por mim.

— Você já falou com ele?
— Não. Mas eu jogo meu charme o tempo inteiro para ele. E ele sempre escapa pela culatra. Tenho bastante certeza disso. Eu não sou mulher de pedir para ninguém correr atrás de nada pra mim. Mas será que você poderia sondá-lo para mim?

— Absolutamente — disse sem saber como dizer Não para ela.

Talvez um pouco de mexerico fosse exatamente o que eu precisava para me distrair.

— Oh Roc! Obrigada querida. Você está sendo ótima comigo. Desculpe ter chorado encima de você.

— Imagine pare de ser boba. Farei o que eu puder — disse antes de desligar.

Após terminar uma ligação. Eu me pus a discar.
Liguei para o maluco do Locke e combinei de encontrá-lo outra vez no próximo final de semana, sábado a noite.

***