Voltei para perto dos meus amigos segurando o envelope. Bailey estava começando a abrir os olhos, tentando se lembrar do havia acontecido.

̶ O que aconteceu?Onde está o Minotauro?Eu... Eu o matei? ̶ perguntou uma Bailey confusa.

̶ Sim, Bailey, você matou o Minotauro e então desmaiou ̶ respondeu Megan.

̶ Onde está a chama? ̶ perguntei.

̶ Está na minha mochila e o elmo também ̶ disse Jamal.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

̶ Ótimo, mas agora precisamos ir. Argos estará aqui em cinco minutos para nos buscar. Vamos ̶ eu disse.

Assim Bailey se levantou e juntamos nossas coisas. Cinco minutos depois estávamos subindo na van. O outro grupo já estava lá e também haviam sucedido na busca dos objetos. Me sentei na frente de Annabeth, que conversava com Devon, filho de Apolo. Ele tinha cabelos loiros cacheados, olhos cor de mel e um sorriso confiante. Era forte e lutava muito bem, além de ser extremamente habilidoso com o arco e flecha e ser muito inteligente. Isso me irritava profundamente. Annabeth sorria para ele de um jeito especial, que eu não entendia. Ele também sorria e olhava minha amiga de um jeito especial. E eu não estava gostando nem um pouco daquilo. Resolvi interromper.

̶ Oi, Annabeth. Como foi a busca?

̶ Ah, oi Percy ̶ ela me deu um beijo na bochecha. Eu corei ̶ A busca foi ótima, mas tivemos que enfrentar três monstros.

̶ Nós também, mas Megan matou a harpia e Bailey o minotauro ̶ eu disse, feliz por Annabeth não falar de Devon. Mas a alegria não durou muito.

̶ Devon matou duas empousai e uma dracaena. E depois ele subiu até o telhado de um teatro e quase caiu para pegar o arco. Não é incrível? ̶ disse Annabeth, olhando afetuosamente para Devon.

̶ É. Incrível ̶ eu disse, irritado.

Resolvi virar para frente e ignorar os dois. Comecei a arrumar os objetos dentro das mochilas. Peguei o tridente com Nico e o segurei afetuosamente em minhas mãos. Eu o olhava de cima a baixo, até perceber que alguma coisa estava errada. Uma das extremidades não estava ali. A coruja, que estava em sua gaiola ao meu lado, fez um barulho esquisito que chamou minha atenção. Eu a observei e vi que um de seus dedos do pé esquerdo também havia sumido. Verifiquei o resto dos objetos e em todos eles faltava alguma coisa. Precisava falar com alguém. Chamei Megan, que estava conversando com Bailey e Jolie.

̶ Megan, você tinha reparado que faltam alguns pedaços dos objetos? ̶ perguntei quando minha irmã se sentou ao meu lado.

̶ O quê? Como assim faltam alguns pedaços? Eu não reparei em nada! ̶ respondeu ela, intrigada.

̶ Em todos os objetos falta algum pedaço, como, por exemplo, umas das extremidades do tridente e um dos dedos do pé da coruja ̶ eu disse, pensando o que aconteceria quando os deuses soubessem. Não podia ser coisa boa.

̶ Eu não tinha visto! Quem você acha que fez isso? Acha que devemos contar aos outros?

̶ Quem fez isso foi a mesma pessoa que roubou os objetos ̶ eu me lembrei das duas pessoas de capuz ̶ Mas não devemos contar aos outros. Contaremos apenas à Quíron. Ele saberá o que fazer.

Assim Megan voltou para seu lugar e eu tirei o envelope preto do meu bolso. De dentro dele tirei um papel desbotado e um pouco queimado. Nele estava escrito:

Perseu Jackson,

Creio que ainda não me conhece, mas logo nos encontraremos em uma disputa. Mas saiba que nosso breve encontro não será agradável, e eu não mostrarei misericórdia. Esteja preparado, meio-sangue, pois ninguém irá me impedir de conquistar o que quero. Nem mesmo aqueles deuses insignificantes do Olimpo. Meus batalhões são fortes e nenhum de meus irmãos ou seus filhos poderão me impedir. No próximo dia 14, garoto, o Olimpo estará caído diante dos meus próprios pés. E eu governarei. Saiba também que o roubo dos objetos é obra minha, assim como o sumiço de alguns pedaços. Mas esse é apenas o começo. Logo você e sua insignificante tropa irão cair, Perseu. Não adiantará de nada falar com Quíron. Ele é o mais fraco de meus irmãos. E aviso, filho de Poseidon, que não deveras confiar muito em seus amigos, pois um deles lhe trairá.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Nos veremos em breve, Percy.

Nergal.

Ao terminar de ler a carta senti um calafrio descer pela minha espinha. Quem era Nergal? E por que ele queria destruir o Olimpo? Fiquei quieto pelo resto da viagem. Onde o destino estava me levando? Longos minutos se passaram até que chegamos ao acampamento. Ao sairmos e subirmos a colina, eu e Megan nos dirigimos à casa grande. Precisávamos falar com Quíron.

̶ Quíron, precisamos falar com você ̶ eu disse, ao encontrar o centauro na varanda.

̶ Estou ocupado, vou dar algumas aulas de arco e flecha. Vocês conseguiram achar os objetos? ̶ perguntou ele.

̶ Bem... Sobre isso... ̶ disse Megan.

Assim contamos o que havia acontecido à Quíron e eu lhe mostrei a carta. Ele pareceu surpreso ao ouvir o nome do remetente. Depois de um longo tempo sem falar nada, ele disse:

̶ Isso não deveria acontecer. Não é possível. Percy e Megan, entreguem os objetos para os campistas dos respectivos chalés e avisem a todos que precisam estar no anfiteatro em duas horas. Agora vão!

Assim saímos atordoados da casa grande, procurando entender do que Quíron estava falando. Avisamos a todos os campistas e em duas horas o anfiteatro estava cheio de meio-sangues ansiosos. Quíron pediu silêncio q começou a falar:

̶ Campistas, hoje, após a chegada dos bravos heróis que recuperaram os objetos, foi observado que partes dos objetos estão sumindo. Então, ao sair daqui vocês vão se dirigir a algum lugar e chamar seus pais para lhes entregar os objetos. Tentem explicar o que aconteceu. Dispensados!

Então os campistas começaram a sair, confusos. Eu e Megan fomos até a praia com o tridente, para chamar meu pai. Nos concentramos e em uma onda ele estava lá.

̶ Onde está o tridente? ̶ perguntou Poseidon.

̶ Está aqui, mas... Falta... Falta um pedaço ̶ disse minha irmã, com medo da reação de meu pai.

̶ Ah, sim. Eu já sabia. Não precisam se preocupar ̶ sorriu o deus.

̶ Está bem, então ̶ eu respondi, meio sem graça.

̶ Vou embora, tenho uma reunião. Ah, e não se esqueçam que não podem mais falar com Annabeth.

Ao ouvir o que ele disse, meu coração foi parar em minha garganta. Havia esquecido completamente disso. Agora não poderia mais falar com Annabeth, e pensar que eu a ignorei quando poderia ter aproveitado o tempo. Olhei para Megan, e ela estava ficando vermelha de raiva, até que, quando meu pai se virou, ela gritou:

̶ Por quê?! Por que não podemos mais falar com ela?!

̶ Simplesmente pelo demando de Atena. E ela esteve atrapalhando Percy, então não quero que te atrapalhe também. Portanto, nenhum dos dois deve falar com ela ̶ disse o deus.

̶ Mais e se eu quiser falar com ela?! ̶ eu gritei, estourando de raiva.

̶ Então você terá que sofrer as consequências ̶ disse meu pai, com uma expressão severa.

̶ Bem, então prepare os castigos, pois eu vou falar com Annabeth! ̶ gritamos eu e Megan ao mesmo tempo.

̶ Pois bem, mas não digam que eu não avisei ̶ disse o deus, com raiva nos olhos e dissolvendo de volta na água.

Assim que Poseidon se foi, nos sentamos na areia e olhamos o mar por um longo tempo, até que Megan quebrou o silêncio.

̶ O que faremos agora? ̶ perguntou ela.

̶ Esperaremos as consequências.