Bloody Bones

Capítulo 8


- Nós não temos o corpo!

- Não precisamos dele, Drª Brennan. – Zack falou com medo no olhar – Eu sei quem veio antes dele.

- Como você sabe?

Booth estava prestes avançar em Zack e o mataria a socos de fosse possível. Não conseguia acreditar nele. Porém, ao mesmo tempo, não conseguia aceitar o fato que talvez estivesse jogando pelos ares a única chance de salvá-los. Confiar na intuição de Brennan não era uma boa alternativa, então, a decisão estava na mão dele.

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- Conseguiríamos identificar se a pessoa for vampira ou não. – Brennan interrompeu os pensamentos de Booth – Se houver alguma mudança, seguiremos, se não...

- O matamos. – Booth começou a andar em direção do carro, ignorando o chamado de Brennan.

- O que você está me falando?

- O corpo. Foram Brennan e Booth que o puseram lá.

- Você quer me dizer que eles mataram alguém?

- Foi para a proteção deles – Sweets mexeu a gola de sua camisa com impaciência – Você consegue as fitas?

- Fitas, Sweets? Que ultrapassado... – Angela riu com despreocupação – Okay, mas de quem era o corpo?

- Não é Hodgins.

- Alguém que eu conheço?

- Angela, por favor, as fitas!

- Vou deletar as gravações da semana, mas se der algo errado, não quero me sentir culpada.

- Não se sentirá, terá salvado os dois. Eles agradecem, com certeza!

- Depois eu falo com a Brennan...

Sweets ficou em silêncio. Não podia afirmar nem que ele próprio veria o casal, quem diria Angela.

- É ele. – Zack.

- Tenho que ir? – Booth.

- Não consigo sozinha. – Brennan.

- Vou explodir com tanto sangue – Booth pôs a mão sobre a barriga.

- Não vai, acredite.

- Cala a boca Zack, ainda não acredito em você.

Brennan olhou de Booth para Zack com certa pena. Acreditava nos dois e não perderia isso. Não sabia o que Zack estava planejando, mas tinha certeza que era para o bem de todos. Olhou para fora do carro, observando um homem de meia idade, forte e de cabeça raspada. Seu sangue não deixava dúvidas que não era vampiro. Brennan começara a criar uma teoria que relacionava a idade de um vampiro com o aroma de seu sangue.

- Vamos então? – Booth dobrou as mangas da camisa – Vamos de uma vez que é mais rápido.

Zack ficou no banco do caroneiro observando como o casal de vampiros trabalhava junto. Era uma sincronia. Não existia movimentos em falso ou qualquer possibilidade de erro. Brennan sabia o que queria e Booth sabia que ela precisava dele. O pobre coitado do vampiro não teve nenhuma chance contra aos dois. Zack tinha certeza que as coisas mudariam para Brennan. A lenda estava certa, e isso significava que logo estaria livre dessa triste condição de sem-vida.

Por alguns momentos Zack acreditou que não poderia levar o plano adiante. Brennan acreditava tão cegamente nele, e Booth acreditava nela tão cegamente... Booth será quem mais vai sofrer, pensou Zack. Mas não importava, o fim deles estava próximo.

Brennan soltou o corpo de seu criador e ajoelhou-se. Booth, que estava analisando o local e vendo onde poderia se livrar do corpo, notou algo diferente em sua companheira.

- Bones?

Brennan não respondeu.

Estava dando certo. Zack pôs a cabeça para fora do carro para ver melhor a situação. Algo estava mudando algo em Brennan, estava dando certo. Observando atentamente a cena, percebeu que a antropóloga estava ajoelhada e apertando a barriga, como se sentisse fortes contrações. Booth se abaixou, tentando entender o que acontecia. Porém, ao invés de permanecer junto a Brennan, Booth levantou e deu alguns passos para trás assustado. Brennan ergue a cabeça. Estava chorando.

Hoje, foi encontrado o corpo do Agente do FBI Timoty Sullivan, de 39 anos, no Instituto Jeffersonian. Todas as gravações desapareceram do sistema, impossibilitado a identificação do invasor. Seu corpo foi identificado com ajuda da equipe forense, composta por Camille Saroyan, Jack Hodgins, Angela Hodgins e a nova antropóloga forense, Kathy Reichs. A antiga antropóloga forense e ex-parceira de Sullivan em investigações de homicídios, Temperance Brennan, pediu demissão do instituto há dois dias e não quer entrar em contato, pois está viajando com seu companheiro, o ex-agente do FBI, Seeley Booth.

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Sweets abaixou o jornal, dobrou e pôs sobre a mesa de centro que ficava entre sua poltrona e o sofá dos pacientes. Pouco mais de uma semana antes, estavam Seeley Booth e Temperance Brennan sentado à sua frente, lhe contado a verdade que mais proporcionaria mentiras em sua vida: a existência de vampiros.

O psicólogo pensou por alguns segundo em quantas mentiras contara desde então e não conseguiu listar. Riu por isso, olhando novamente a nota de jornal, onde foi publicada a falsa informação sobre a viagem de Brennan e Booth.

Talvez fosse verdade, mas Sweets não sabia mais se queria ver ou não o casal. Talvez deixar os dois viverem suas vidas juntos e longe de todos fosse a melhor alternativa.

- Bones?

Booth se abaixou, olhando pra o rosto repleto de dor de Brennan. Não compreendia o que estava passado com ela. Sussurrou seu nome três vezes antes de sentir o novo aroma de Brennan.

O vento trouxe o cheiro do novo sangue de Brennan. Primeiramente, Booth pensou que o ciclo estava completo, que Brennan se tornara humana novamente. Por isso levantou, dando alguns passos para trás. Depois, quando Brennan levantou o rosto, notou que não. Era ela ainda, sua antropóloga vampira.

- O que aconteceu? – Perguntou ele.

- Não sei! Acho que estou voltando ao normal! Não vejo mais as coisas quentes e nem consigo mais identificar onde Zack está pelo aroma...

- Cores do quê...? – Booth relevou sua própria pergunta e olhou para o carro, e encontrou o olhar de Zack – Ele estava certo... Isso funciona.

- Não Booth. – Brennan levantou com dificuldade, ainda com uma mão sobre a barriga – Ele não está certo.

- O quê? – Questionou Booth passando o braço envolta da cintura de Brennan para não deixá-la cair.

- Confie em mim.

Booth olhou nos olhos de Brennan. Mesmo que não quisesse, era obrigado a acreditar nele. A amava.

Por um momento viu seu plano desmoronar na sua frente. Só tornou a respirar quando Booth abraçou Brennan e os dois começaram a caminhar em sua direção. Abriu a porta do carro e observou os dois vindo até ele. Booth soltou Brennan que ficou alguns segundos parada até obter todo o equilíbrio. A partir do momento em que o agente se assegurou que sua companheira estava bem, começou a andar solo até Zack. Chegando na frente do jovem vampiro, Booth o segurou pelo pescoço, o empurrando contra a camionete. Todo sangue que acabara de tomar lhe proporcionara uma força tão grande quanto jamais tivera.

- Você mentiu!

- Do que você...?

- Está nos usando!

- Não estou! Olhe a Drª. Brennan! – Apontou estabanado para Brennan – Ela mudou novamente! Está mais humana! Consigo sentir o cheiro do sangue dela!

- Mas EU não mudei! Eu teria que matar ela para voltar ao normal, pois foi ela quem me criou!

- Mentira, isso é mentira!

- Eu te senti naquele cara, Zack – Brennan veio vacilando até os dois – É por isso que pra mim era tão fácil te achar. É meu irmão de criação.

- Do que você...? – Repetiu ele.

- Você nunca teria chance de matar seus antecedentes para tomar o sangue deles, por isso matar quem matou seus antecedentes pagaria sua dívida e te deixaria livre – Booth apertou mais sua mão contra o pescoço de Zack, que com isso não conseguia mais falar – Mas fique sabendo que se você chegasse a fazer isso, seu vampiro imundo, EU TE MATARIA!

- Confesse Zack. – Falou Brennan se pondo ao lado de Booth.

Zack começou a balançar freneticamente a cabeça e Booth o soltou. Caído de joelhos e com as mãos no pescoço, Zack falou uma única frase. Sua última frase.

- Eu confesso.

Uma pessoa normal nunca veria o lugar tão bem como casal via. O local estava tão escuro e a temperatura caíra tão bruscamente que simples humanos morreriam de hipotermia ou de pânico. Mas não era o caso. Os cabelos curtos de Zack mal mexiam em uma mescla de frio e das reações de seu corpo morto já há algumas horas. Brennan, sentada no banco ao lado do corpo de Zack, observava Booth terminar o que seria a cova de Zack.

- Não me sinto bem fazendo isso. Ele não tinha culpa. – Ela disse.

- Nós tínhamos que aprender que nem tudo que Zack fazia era por sua inocência. Tudo que nos aconteceu foi exemplo disso. – Booth jogou a pá no chão e passou o braço pela testa secando o suor – Estamos imundos...

- Vamos acabar logo com isso.

Brennan levantou-se e pegou Zack pelos ombros enquanto Booth o segurava pelas pernas. Os dois botaram o corpo na cova e Booth começou a tampar.

- Eles o encontrarão. – Disse Brennan depois de um tempo, que observava tudo de pé.

- Acho que é por isso que estamos fazendo isso. – Ele pisou cuidadosamente sobre a cova – Apesar do que ele fez por nós, não podemos negar o afeto que sentíamos por ele e a culpa por tê-lo matado.

- Ele seria feliz conosco.

- Não se engane Bones. Ele não seria. Nada acontece por acaso. Ter-nos tornado vampiros deve ter um motivo... E mesmo que não tenho, não há modo de lutar contra isso.

- Zack. – Começou Brennan, ignorando o que Booth dizia. – Desculpe-nos pelo erro que cometemos que perdoaremos os seus. Errar faz parte de ser humano... Apesar de que tecnicamente não éramos humanos quando cometeu o grande erro de tentar me usar para se salvar... Mas enfim, a humanidade perdeu uma grande mente com sua morte.

- Mas foi sua decisão – Continuou Booth agora se dirigindo à cova – fazer o que fez. A escolha foi sua... Mas como Bren disse, perdoaremos você.

- Você me chamou de Bren!

- Ahh! Não comece!

- Hey – Brennan ri e abraça Booth pelo pescoço – Não estou falando serio...

- Talvez não esteja, mas está certa. – Booth soltou a pá no chão e pôs as mãos sobre a cintura de Brennan – Muita coisa mudou.

- Muita coisa mudou.

- Mas estamos juntos nessa, não estamos?

- Estamos. Sempre estaremos juntos.

Booth sorriu de canto, pondo sua mão direita do pescoço de Brennan, puxando-a para si de dando-lhe um beijo.

***

Cara Angela,

Olá. Foi algo difícil decidir o que é melhor para todos. Optamos, eu e Booth, pelo que era mais prudente. Si que foram anos, nem sei quantos, que somos amigas e com todos do Jeffersonian, uma grande família. Quando precisamos de vocês, sempre estiveram presentes...

Por toda essa consideração estamos indo embora. Nos dói deixar amigos e família para trás, é o melhor a se fazer. Não queremos que se preocupem. Quero que saiba que é perigoso para nós, eu e Booth, nos separarmos. Nossa sobrevivência depende do fato que termos que ficar juntos.

Diga a Parker que Booth o ama muito. E eu também. Sentirei tantas saudades de você Angela! Você é uma verdadeira artista, vê a alma das pessoas, sempre vê as verdades mais ocultas. Seja feliz com Hodgins e tenham filhos. Serão crianças adoráveis. Já que estamos falando em Hodgins, queria que dissesse a ele que ele tem um coração ainda maior que o de todos seus conhecimentos juntos. Fique sabendo que nem tudo que chamas de “paranóia” é uma mentira. Nós somos algo real e deixamos um presentinho a você.

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Queria dizer à Camille que ela foi nossa protetora, nossa mãe. É uma pessoa incrível. Para Sweets peço desculpas, em meu nome e no de Booth, pelo trabalho que nós demos a ele para tudo acabar assim. Se Hodgins achar algo interessante em nosso presente, auxilie-o.

Amamos todos e sentiremos muita falta de vocês. Esperamos que entendessem que fazemos isso porque os amamos.

Com amor,

Brennan.

Angela dobrou a folha e pôs encima da mesa de jantar. Olhou para os dois frascos, um intitulado “Brennan” e outro “Booth”, ambos contendo sangue. Era o presente para Hodgins. Secou as lágrimas tristemente, ainda sem entender o motivo de tudo aquilo. Esperava que seu esposo trouxesse explicações, agora que nem Booth ou Brennan poderiam.

Isso não ficaria assim. Precisava de respostas.