-Me sentindo?
-É, o coração...- Ana sorriu.


-O que? Nem pense nisso, Dona Ana. Não tem a menor possibilidade.
-Sabe... Logo que o vi, pensei que se dariam bem. Mas quando vi o jeito que o tratou no café da manhã tive absoluta certeza.
-Ana! – ela a repreendeu. – Eu sou noiva, e ele me pareceu bem interessado na Bella.
-Então admite que se fosse por você...
-Não. Não tem a menor chance, e não repita isso. – Rosalie sentou-se, irritada.
Não iria admitir nunca que ele havia mexido com ela. Por algum motivo, havia mexido com ela.
-Com licença. – ele entrou na cozinha.
Ana não demorou a servir os dois e deixá-los a sós.
-É sempre assim? – ele puxou assunto.
-O que?
-Você e suas irmãs...
-É, o tempo todo.
-Sinto muito... Sabe, por ter vindo pra cá, eu não queria incomodar.
-Ah, tudo bem. – ela sorriu sem querer. – Eu só me irrito pelo meu pai nunca respeitar a nossa vontade. É nossa casa.
-Meu pai é assim também. Uma vez levou um primo meu para morar conosco. Nós o odiávamos.
-Eu aposto que a culpa de tudo era sempre sua.
-Sempre. Eu sempre levava a culpa por ser mais velho.
-É mais ou menos o que acontece aqui em casa.
-A culpada é sempre você?
-É, basicamente. Elas implicam e eu saio do sério, aí meu pai chega quando eu estou brigando.
-E você não tenta argumentar?
-Já cansei. Eu realmente não sou fácil. Aliás... Perdão por hoje.
-Tudo bem, é seu direito, eu que estou invadindo sua casa.
O celular dela começou a vibrar em cima da mesa.
-Seu celular. – ele apontou.
-Ah, obrigada. – ela sorriu. – É meu noivo. Alô? Oi... Tudo bem. Estou jantando, e você? Ensaio? Não, obrigada. Pode ir, é claro. Até amanhã. Ah, é verdade... Segunda, então. – ela desligou o telefone desanimada, enquanto Emmett fingia que não a ouvia.
-Noivado... Achei que isso não existia mais.
-Não oficialmente, meu pai quer dar uma festa.
-Eu acho que quando há amor, nada importa. – ele piscou.
-É... E quando não há, se dá festas. – ela deixou escapar.
Emmett fingiu não ouvir aquilo.
-Não quero que pense que sou controlada pelo meu pai. – ela disse, de repente. – Eu só não sou tão entregue ao amor. Ou ao que chamam de amor.
-Sabe...- Emmett havia terminado de jantar e levava seu prato até a pia,começando a lavá-lo. – Eu só amei uma vez na vida. Ela era linda.
-E não está com ela por quê?- de repente ela sentiu-se a vontade para perguntar.
-Ela morreu.
-Meus pêsames.
-Já estava velhinha... Foi melhor assim. – ele riu.
-Do que você está rindo?
-De repente me imaginei casando com uma cadela.
-Era uma cadela? – Rosalie assustou-se.
-É, um animal, uma fêmea de cachorro.
-Ah sim. – ela não pode deixar de rir.
-Mas eu já tive várias namoradas. – ele pegou o prato dela e começou a lavá-lo também. – E em nenhuma delas encontrei o amor.
-Amor... Me espanta como falam dele.
-Não acredita que possa existir?
-Não acredito que seja tão forte a ponto de deixar as pessoas como falam.
-Eu acredito. Já conheci muita gente que mudou por amor.
-Acho que eu não nasci pra amar. – ela sorriu.
Emmett segurou o braço dela,fazendo com que Rosalie o olhasse nos olhos.
-Você é nova demais pra acreditar nisso. Pra deixar de sonhar. – ele disse sorrindo.
-Sonhar... Com o que? Com o amor? Estou prestes a me casar... Não tenho mais tempo pra isso.
-O casamento não é o fim de tudo.
-Eu cresci num mundo de aparências, onde o amor nada mais é do que um fingimento.
-E você acha certo casar assim?
-Desde que eu tinha cinco anos esse casamento está decidido. Não tenho escolha. E nem quero escolher. É seguro pra mim.
-É... Realmente, pelo que dizem, o amor não é seguro.
-O amor, a atração...- Ela disse,enigmática, o olhando nos olhos.
-O amor eu não sei... Mas a atração não é segura. E é perigosa. – ele piscou e afastou-se.
-É só ter auto-controle.
- Rosalie, Rosalie... Um dia você vai aprender que não é tão fácil.
-Ah, não? – ela o desafiou.
-Você já conheceu alguém e em poucos minutos descobriu o quanto alguém tão diferente pode ser tão igual?
-Não. – Ela mentiu,nervosa.
-Já quis deixar seus impulsos levarem você? – ele mantinha-se afastado, a olhando nos olhos.
-Não. – ela respirou fundo.
-No dia que isso acontecer você vai entender que não é tão fácil. Boa noite. – ele sorriu e saiu da cozinha.
Rosalie sentou-se novamente encarando o nada. Será que aquele casamento valia à pena? E que malditos impulsos eram aqueles? Ele era um grosso, nada mais do que isso. Um grosso e sonhador, que não sabia nada da vida. Não sabia de sua vida, como julgar assim seus atos?
-Idiota. – ela pensou alto.

O sábado ensolarado convidava todos a tomarem café da manhã no jardim. Rosalie, como de costume,foi a última a chegar.
-Bom dia. – ela demonstrava uma estranha tristeza.
-Bom dia. – a mãe e o pai responderam.
-Tudo bem com você? – Esme perguntou.
-Sim,tudo bem. – ela mentiu. – Está um dia bonito.
-É, hoje vamos aproveitar a casa... Ligue para o Edward. – Carlisle pediu.
-Mais tarde...- Rosalie rapidamente desviou o olhar para onde Emmett e suas irmãs estavam.
-Emm, hoje você vai sair com a gente! – Bella,que saia da piscina, o abraçou.
Rosalie sentiu seu coração bater mais forte...

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