A Nova Vida de Ruby Menninger

Preparativos pra "grande viagem"


Nós acordamos mais cedo que de costume, pra arrumar nossas coisas. Eu já tinha tudo em uma bolsa de escola velha. Era uma bosla bem grande, na verdade e eu tinha pelo menos 5 calças jeans, 5 camisetas, 1 jaqueta - que não esquentava nada nessa época do ano - e outras coisas bem úteis. Eu esperava que só isso bastasse. Aqui no acampamento, sempre bastava porque eu usava um par de roupa em um dia, colocava pra lavar e ainda tinha 4 calças e camisetas sobrando. Mas como aqui nunca chovia nem nada, as roupas que eu tinha colocado pra lavar, secavam no outro dia mesmo. Ah, eu também tinha a camiseta do acampamento que eu tinha ganho...

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Nota pra mim mesma: Depois dessa missão, se eu voltar viva, vou as compras com algumas filhas de Afrodite.

Eu vesti uma camiseta vermelha e uma calça jeans clara, com um dos pares de all star que estavam na minha bolsa. O par de all star vermelho.

Meu imão ainda estava arrumando as coisas quando eu saí pra ficar esperando ele e os outros. Eu estava sentada sozinha na mesa de Poseidon no refeitório e imaginava como foi pro meu irmão comer sozinho até eu chegar. E como era comer sozinho pro Nico. Muitos dos filhos de deuses menores - que tinham cabine aqui, desda última missão do meu irmão - Não tinham irmãos. Mesmo os que tinham, não eram muitos. Eu não os via muito. No refeitório, a mesa deles era afastada da minha, era da mesa 13 em diante. Os chalés deles eram um pouco afastados do meu também, tínhamos mais de 1 conjunto de chalés agora, se não eles não teríam muito espaço. Eu estava sentindo o vento frio bater na minha pele. Tão frio que já estava machucando e eu estava tremendo.

Então eu senti um leve calor ao meu lado. Austin. Eu me virei e sorri pra ele.

-Bom dia, Ruby! - Ele disse com toda aquela animação própria dos filhos de Apolo, usando um boné preto, camiseta verde, jaqueta e calça jeans.

-Bom dia, Austin. - Eu disse tentando soar animada, mas eu estava tremendo de frio e com muuuuito sono. A pele do braço dele encostou na minha e ele estremeceu.

-Garota, você está morta ou o que? - Ele riu e tirou a jaqueta, colocando-a em cima dos meus ombros.

-Você precisa da jaqueta, não se preocupe comigo.

-Ah você é quem não deve se preocupar, eu sou filho do deus do sol, minha pele já é o bastante quente, não acha? - Ele disse, ainda todo sorridente. Eu sorri pra ele.

-Você é filho do deus do sol, não o próprio sol, você pode ficar doente com esse frio.

-Sou filho do deus da cura também. - Ele riu. Eu rolei os olhos e ri também.

-Ok, seu teimoso... Mas se sentir frio, peça a jaqueta de volta. É sério, viu. Não se preocupe tanto comigo.

-Sim senhora. - Ele disse fazendo um tipo de continência e me fez rir de novo.

-Não me chama de senhora... Eu me sinto velha. - Eu disse fazendo um biquinho falso, como se eu fosse uma criança mimada.

-Hm... Então... Chefa? Por que nessa missão você é minha chefa, sabe.

-A palavra chefe é tanto pro feminino quanto pro masculino, sabe. - Eu ri e ele bagunçou meu cabelo.

-Então você é minha chefe.

-Não sou chefe de ninguém, nem me lembra que eu estou liderando... Isso é tão... Estúpido. Eu não nasci pra liderar nada. - Eu disse sentada, olhando pra minha pulseira e brincando com o pingente de coração entre os dedos.

-Não fale isso. Você vai ser uma ótima chefe. - Ele disse colocando um dos braços no meu ombro e me olhando. Pegou o meu queixo com a outra mão getilmente e levantou o meu rosto, pra eu olhar pra ele. -Se você não fosse ser uma boa líder, não seria a escolhida pra liderar a missão.

-Mas... 4 vidas estão dependendo de mim. De mim! Eu sou um desastre, tenho muito medo do que vai acontecer.

-Shhhh, não ouse falar isso. Palavras tem poder. Vai dar tudo certo, você vai ver. - Ele sorriu pra mim tão confiante que passou toda aquela confiança pra mim. Por um momento, senti como se tudo fosse mesmo dar certo.

-Obrigada.

-Não me agradeça, chefe. - Ele riu, pois sabia que aquilo me irritava, aquele apelido. Então ele beijou minha bochecha e eu corei.

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-Que seja... - Eu ri de vergonha e ele ainda olhava pra mim, todo sorridente.

-Eu consegui?

-Conseguiu o que?

-Te animar, duuuuh. - Ele falou aquilo como se fosse óbvio e me fez rir de novo. Ele sempre fazia isso.

-Austin, você sempre me anima. E olha que eu tento continuar com meu humor chato às vezes, mas não dá. Seu sorriso... - Eu não podia começar a falar o que achava dele de verdade... Isso poderia estragar tudo de vez. Mas ele me olhava com seus intensos olhos cor de mel brilhantes, esperando eu completar a frase.

-Meu sorriso?

-Seu sorriso bobo me faz rir. - Eu disse rindo.

-Eu sei que você me ama, Ruby. Sei disso. - Ele riu também. -E... O seu sorriso... Ele é lindo, o mais lindo que eu já vi, o mais sincero. - Ele olhou pra baixo um pouco envergonhado. Espera, o Austin com vergonha? Que coisa... Nós estávamos ali em silêncio. Ele estava com o braço em volta dos meus ombros e eu olhando pra ele, sem resposta. Foi quando eu ouvi uma voz familiar e feminina. Annabeth.

-Oi gente.

-Oi Annabeth. - Eu e Austin dissemos juntos, eu totalmente desanimada. Eu estava tão perto de... De quê? De nada, provavelmente. Eu suspirei.

-Ai, Ruby. Que cara é essa? Se anima. Não é tão ruim liderar. Sabe quanto tempo eu tive que esperar pra ser líder?

-Annabeth, você já nasceu pra ser líder. Filha de Atena, esqueceu?

-E seu irmão foi um ótimo líder. E é filho de Poseidon, assim como você.

-Mas ele é ele, eu sou... Simplesmente eu. Eu não posso liderar.

-Você vai se dar bem, vai sim. E Austin, Você não pode sentar na mesa de Poseidon. - Austin rolou os olhos, mas educadamente respondeu:

- Você tem razão... - Ele se levantou. - Bom, vou pegar minha mala. Já volto, Ruby. Até mais, Annabeth. - Ele disse acenando e indo até a cabine de Apolo.

Depois de alguns minutos que pareceram horas, Nico, Annabeth, Percy, Austin e eu já tínhamos comido e estávamos saindo pra "grande viagem". Vamos ver o que vai dar...