O que os Irmãos Tem em Comum

Brigas (N. Korea e S.Korea)


Durante a reunião, todos pareciam prestar atenção no que o enérgico americano palestrava - mas quase ninguém estava fazendo-o mesmo. Alguns mais discretos, alguns menos. Im Kyen Hoo amasava um papel em branco nas mãos, mirando seu alvo - Yung Soo.

O outro corano não estava sentado tão longe assim, somente separados por China, estava fácil de ser acertado. Checou se Yao estava prestando atenção em América -e estava- então atirou a bolinha, acertando a cabeça do gêmeo.

Yung olhou para os lados, procurando quem havia feito aquilo. Notou Kyen brincando com uma caneta, com a maior cara de culpado.
Olhou em volta, procurando ver se não tinha a atenção de ninguém. Pegou a bolinha e atirou de volta.

Com o "contra-ataque", uma guerra de bolinhas de papel foi iniciada. Durou alguns minutos, até algumas bolinhas acertarem o chinês e outras voarem um pouco mais longe, acertando outros países.

Em um movimento rápido, segurou os pulsos dos coreanos impedindo-os de continuar: - Parem, aru! - Sentiu como se estivesse dando bronca em duas crianças. Lembrou-se do passado, quando tinha que brigar com os gêmeos para que parassem de implicar um com o outro - não quis lembrar das "brigas mais sérias" -, mas parou com o "flashback" ao ver que tinha interrompido a reunião.

- China, what's the problem? - O palestrante acenou, chamando-lhe a atenção. Não parecia ofendido nem nada, com certeza pensava que sempre teria a atenção de todos.

- Só uma briguinha, América, aru. - Respondeu, soltando-os.

Um clima tenso pairou no ar, por causa dos três anos - 1950 à 1953. Alfred pirragueou e continuou de onde estava.

x

Depois da reunião, os gêmeos seguiram para a casa que dividiam. Apesar das brigas constantes, moravam juntos.
Foram por caminhos separados, e o norte-coreano foi o primeiro a chegar - imaginou que fosse o primeiro.

- Bem vindo, daze. - Assim que abriu a porta, uma bolinha de papel acertou sua testa.

Encontrou Yung Soo deitado no sofá, balançando uma caneta entre os dedos, como tinha feito antes. Apanhou o papel amassado do chão e aproximou-se do irmão. Jogaria nele também, novamente, mas por hoje era hora de parar.

O sul-coreano segurou nas vestes do outro e o trouxe para perto, selando os lábios. Kyen Hoo demorava um pouco para corresponder, sempre, mas cedia.

Não ficaram tanto tempo no sofá. Subiram para o quarto, deitando juntos em qualquer uma das camas.

Yung interrompeu o beijo, deixando ambos respirarem: - Idiota, daze...

- A culpa foi sua de eles notarem.

- Você que começou, daze.

Voltaram a juntar os lábios, devagar despindo um ao outro.

Poderiam brigar o dia inteiro, mas sempre no final do dia "faziam as pazes" - e no dia seguinte começavam tudo de novo.

- Sarangheyo, Yung.

- Sarangheyo, Kyen, daze.

Disseram baixo, um para o outro. Apesar de não ter mais ninguém além das paredes do quarto para ouvir, era algo só entre eles.
De noite, poderiam trocar um simples carinho - ou ter um tempo, entre carícias e beijos, das Coréias serem uma só.

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