Alguns dias depois

Subi pelo elevador tentando não me esbaforir, mas Alice não parava de ligar como uma louca para o meu celular. Era tamanha a sua insistência que eu até perdi a vontade de atendê-la depois da terceira ligação, até o motorista do táxi que peguei ficou aborrecido, mas sabia que era algo de muito importante, ou minha amiga não estaria louca assim atrás de mim.

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Desci no nosso andar, fui até nossa porta, mas antes de encaixar minha chave no tambor da porta, ela se abriu e Alice apareceu com seu rosto retorcido numa máscara aborrecida.

- Onde você estava? Pedi para chegar aqui às cinco.

- Desculpe-me. - entrei no apartamento - Tive um problema em um fechamento de uma matéria importantíssima, um escândalo assim por dizer. Fiquei na reunião até mais tarde, o meu atual chefe que está para se aposentar, bem, ele estava quase enlouquecendo e querendo comer meu fígado. Foi um grande problema, além disso peguei um baita congestionamento na quinta por causa de um acidente com uma mini van e um táxi. Vim o mais depressa que pude. - abri a geladeira - Tem alguma coisa para eu beliscar? Droga, preciso ligar para Edward e perguntar se ele já buscou a Nessie. Ela tinha alergista marcado para essa tarde. Será que ele lembrou de levá-la depois que a pegou na escola?

- Bella, te chamei aqui porque a gente precisa conversar.

- Ah, eu notei. Você estava tão ansiosa e desesperada. Mas antes preciso ligar para o Edward porque hoje vamos jantar na casa de Rosalie e Emmett e pelo visto vou me atrasar aqui com você.

- Bella, que merda, você pode parar um segundo e me escutar? - gritou, enquanto eu andava até o telefone ao lado do sofá.

Parei, coloquei as mãos na cintura e a observei. Alice esfregava uma mão na outra, secando o suor frio que nela brotava. Ela mordia o lábio inferior a ponto de arrancá-lo tamanha sua ansiedade.

- Você está bem? - negou com a cabeça.

- Acho que você vai ficar meio magoada comigo.

- Magoada? - não acreditei muito, pois sabia que nunca conseguia ficar assim com ela, principalmente quando fazia suas caretas - Aconteceu algo de muito sério que eu não esteja sabendo? É com sua família, minha mãe, Jasper?

- Nenhuma das opções anteriores. Ai, Bella, eu devia ter te contado antes, mas não sabia como. Você me perdoa? - começou a fazer cara de choro e veio me abraçar.

- O que houve, Alice? Você está me assustando. Você esta bem de saúde, fez alguma besteira, entrou em algum problema? - negou com a cabeça - Então conte-me logo antes que eu tenha um ataque cardíaco.

- Você vai ter um dos feios de qualquer jeito daqui a pouco. Bella, me desculpa não ter contado antes, juro que quis fazer isso, mas não tive coragem. Bem, é que uns dias atrás recebi uma ligação de Forks.

- Forks? - interrompi - Como assim uma ligação de Forks e você não me avisou? Era minha mãe, não era?

- Bells, o certo a se fazer era passar o recado para você, mas preferi adiar por causa da viagem que você faria com Edward e sua nova família, mas depois que voltou não falei por nem sei o motivo e agora acho que já é tarde demais para te contar, ainda assim queria ter te preparado antes para isso e aqui deixo minha minha vontade expressada, tudo bem?- rosnei, não estava gostando nem um pouco do andar do assunto - Bella, o Jacob está vindo para cá e precisa muito te ver.

- O que? - ela protegeu a própria cabeça com os dois braços e suspirou.

- Eu sei. Eu sei. Você quer me matar, eu sou uma irresponsável, e acabei te colocar numa situação péssima, desconfortável e completamente desnecessária, mas não sei o que dizer.

- Pode começar dizendo de onde tirou essa idéia. Como assim Jacob vem para cá?

- Se lembra daquele dia que você estava aqui, atendi o telefone e fiquei um pouco estranha? - assenti - Pois bem, era o nosso amigo, ele dissera que viria para Nova Iorque em alguns dias pois precisava da sua ajuda. Pediu também que eu te avisasse.

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- E você, obviamente, não o fez. Isso não é nenhuma brincadeira, eu espero.

- Acha que eu brincaria com algo tão sério?

- Escondeu algo tão sério, agora espero qualquer coisa de você.

- Ai, me desculpa, amiga? Sabia que você ficaria magoada. - como sempre tentou encenar aquela cara de cão arrependido, mas me virei para não ter que olhar e ficar tentada.

- Não adianta fazer essa carinha agora. Eu preciso pensar.

- Sobre o quê?

- É exatamente a pergunta que estou me fazendo: sobre o que Jacob precisava tanto assim falar comigo que o levaria a pegar um maldito avião, ainda se recuperando da porcaria de um coma, só para vir falar comigo? Ele não disse mais nada ao telefone.

- Não sobre o assunto que queria tratar com você, mas acho que não é tão difícil assim de imagianar. Poxa, não o vemos desde o ano passado, desde o outono, na verdade. Eu sinto a falta de Jacob. Ele...

- Nós nos despedimos, Alice. Ele quase me expulsou de sua vida no hospital, não temos mais nenhuma ligação, acho que não é por isso.

- As despedidas não são para sempre.

- Jacob me mandou seguir com minha vida, acho que isso é uma despedida sem mais delongas, não acha?

- Ele ligou no Natal. Queria saber como você e Nessie estavam. Ele com certeza já sabia de Edward, lembra-se que foi ele quem atendeu o telefone?

- Não o culpo por sua educação. Fizemos parte da vida um do outro por muito tempo. Não há problema dele ligar. - lembrei da ceninha de ciúme de Edward naquela noite. - Mas, que droga. - bufei.

- O que pensou dessa vez?

- Na cara que Edward fará se descobrir isso.

- Terá que contar com muita calma.

- Não, contar? Jamais poderia, Alice. Acabamos de nos acertar com a mãe dele, Edward está planejando uma viagem romântica para o verão e decidi que vou desistir da correspondência na Europa para ficar com ele e... aumentar nossa família se quiser. Não posso jogar essa bomba em nossas cabeças. Você sabe como ele fica cego de ciúmes e sempre foi assim.

- Aumentar nossa família? Desde quando não conta essas coisas para sua irmã?

- Desde quando essa mesma capetinha resolve não me contar da visita surpresa do meu ex-noivo. Satisfeita? - fez bico - E esquece essa história de aumentar a família. Foi só algo que pensei no final de semana na casa de Esme e Carlisle e é um plano só para o futuro. Um futuro distante.

- Tudo bem, não toco mais no assunto.

- Quando ele chegará?

- Ele. Ele já chegou. Bella. - resmungou vacilante.

Só era mais uma surpresa, mas não chegou a cobrir o impacto da outra, talvez eu estivesse anestesiada demais para pular em minha amiga e a esganiçar até que implorasse pela própria vida. Ela esperou reações drásticas de mim, sentia medo do meu silêncio, mas apenas apoiei a mão no quadril e ajustei o maxilar. Alice sorriu sem graça.

- Eu não posso mais me admirar com nenhuma das suas travessuras, sabia? Já deveria ter criado minha imunidade há muito tempo, mas às vezes você se supera.

- Sei que sou incrível. - riu torto, mas eu rosnei - Coitadinha de mim.

- Coitadinha? - ri sem humor - Mais tarde veremos quem é a coitadinha. Eu preciso ir embora.

- Mas ele vem te ver.

- E o que quer que eu faça? Abra a porta sorridente, ofereça um abraço, uma xícara de chá e biscoitos? Rosalie disse que precisava conversar comigo, não posso me atrasar para o jantar.

- Fique. Ele deve chegar a qualquer momento, Bells. Pelo menos para saber o que ele quer. Sei que se for agora não tirará esse assunto da cabeça nem por um decreto. Será mais fácil assim. Lembre-se o que sua mãe vive repetindo nos nossos ouvidos: porque deixar para amanhã o que se pode fazer agora?

- Descobri qual meu carma dessa vida. - andei de um lado para o outro na sala, pensando em um motivo concreto para Jacob vir nos visitar.

Pareceram horas, mas na verdade só atravessei alguns poucos segundos até que minha cabeça começasse a pensar direito.

- Espera. Acho que estou fazendo tempestada em copo d'água. Há uma coisa sim que eu e Jacob não deixamos claro antes que eu viesse morar em Nova Iorque.

- O que?

- O apartamento que compramos para depois do casamento. Aquele que ficava no centro. Nem me lembrava mais que aquele imóvel existia.

- Vocês terminaram o noivado tão de repente quando ele disse que não queria que você fosse para a Alemanha ainda noiva. Você terminou o casamento quando na verdade ele só queria apressá-lo.

- Ele também foi contrário aos meus meses de estudo. Jacob não é nenhum santo, mas tenho que admitir que eu sempre fui cruel com ele. Desde adolescentes.

- Acha que pode ser isso?

- Sim, claro. Aquele apartamento nos custou uns trezentos e cinquenta mil dólares. Deve querer vender e não pode porque está no nome dos dois.

- Como não pensou nisso antes, Bella?

Olhei para o lado, completamente indignada, pronta despejar mas um xingamento em Alice. É claro que não pensei antes, porque talvez ela não tenha me contado isso antes. Preferi contar até dez, respirar fundo e vasculhar meu celular dentro da bolsa. O achei e liguei para Edward.

- Alô? - atendeu rindo.

- Oi. Eu liguei para saber se você foi buscar Nessie.

- Sim, meu amor. Nós estamos saindo agora do médico. Vou te fazer cócegas se não parar quieta. - disse para Nessie, então todos os barulhos em volta cessaram e só ouvi aquela deliciosa gargalhada da minha filha.

- Ela está arrancando seus cabelos?

- Não mais que Jasper. - resmungou.

- Desculpe-me ter te tirado do trabalho mais cedo, Edward. Eu precisei muito mesmo.

- Tudo bem, amor. Não estou reclamando. Só constatando que Jasper precisa urgentemente dar o braço a torcer e pedir Alice em namoro.

- Não a deixe ouvir isso. - sussurrei.

- Você já está saindo daí?

O interfone tocou, só mesmo Alice sendo tão pequena poderia dar um salto tão alto na cadeira antes de andar depressa até a cozinha.

- Daqui a pouco, mas eu chego a tempo do jantar.

- Que bom, Bells. Nos vemos mais tarde. Beijos, mãe. - desliguei o celular, o guardei dentro da bolsa e esperei ansiosa Alice aparecer de novo na sala.

Ela veio mais calma do que eu esperava e disse com um sorriso que ele estava subindo, mas eu não sabia o que esperar. Como Jacob estaria depois do acidente? Como ele reagiria a mim? Como eu reagiria a ele? Seria só mesmo aquele assunto que imaginei que iríamos conversar? Deveria demonstrar que sentia falta de sua amizade, tratá-lo sem demais apreço ou só fazer como fazia antigamente?

Todas essas perguntas passaram na minha cabeça na velocidade de um furacão. Me levantei, ajeitei minha roupa num tique nervoso que não conseguia controlar e fui até o lugar de Alice para assumi a porta. Ela enrugou o cenho, saiu da frente, mas continuou no pequeno corredor comigo.

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- Deixe-me fazer isso. - sussurrei.

- Vou esperar logo aqui atrás. - mal terminou de falar e a campainha tocou.

Tremi levemente, mas agarrei a maçaneta, destranquei tudo e abri a porta. Ele estava de lado, levantou o rosto e sorriu da maneira que só ele conseguia, cobrindo todo o rosto com seus dentes à mostra, fechando os olhos e enrugando as bochechas.

- Bella. - explodiu de alegria, Jake desviou o olhar por um segundo de mim, enquanto meu coração disparava confuso, e sorriu para Alice.

- Baixinha. - ela me empurrou, indo na direção dele e pulando em seus braços.

Jake a tirou do chão tamanho o aperto do abraço, então eles começaram a rir e falar algo que não consegui prestar atenção. Eu estava atordoada demais, tanto que sequer movi a mão da chave. Quando se soltaram, ele olhou para mim e abriu os braços do mesmo jeito.

- Está tão pálida, parece que viu um fantasma. Anda, Bella, cadê meu abraço? - consegui expressar algum tipo de emoção, então fui até ele e o abracei.

- Seu idiota, você deveria ter ligado para mim para dizer que vinha. Eu te odeio demais, Jacob Black. Como te odeio. - ele me soltou rindo.

Por um instante, a forma como colocou seu corpo me fez parecer que fugiria, então ainda rindo disse:

- Não pensei que teria essa reação. Poxa, acho que passei numa hora errada. - segurei seu braço, antes que saísse do meu alcance.

- Deixe de idiotice. Eu só estou... chocada demais para dizer qualquer outra coisa que não seja um "eu te odeio".

Ele sorriu e deu mais alguns passos para frente até me abraçar. Escondi meu rosto em seu ombro, estava imensamente feliz por vê-lo ali inteiro, pois mesmo já tendo conversado uma vez ao telefone com ele após o acidente, a imagem de Jacob fragilizado e lutando pela vida na maca daquele hospital, dizendo que era minha hora de ir mesmo que ele precisasse de mim, aquela imagem me aflingia.

- Da próxima vez, diga você mesmo que vai vir até aqui. Alice só me contou hoje, por isso estou tão pálida como um fantasma. - ralhei.

Ele me afastou, cruzou os braços e olhou raivoso para Alice.

- Juro que não acredito nisso. Garota, você nunca teve juízo, sabia?

- Obrigada por me chamar de garota. - ela suspirou, enquanto ríamos.

Alice o puxou para dentro do apartamento, ainda o ouvindo reclamar. Jake pediu desculpas várias vezes, enquanto tirava o casaco e o pendurava no armário. Estava completamente aborrecido, culpado, dizendo que estava me atrapalhando, mas apesar da trava que tinha surgido quando eu me aproximava dele, consegui explicar que não tinha ficado assim tão aborrecida e que ele não tinha me atrapalhado em nada.

Minha amiga ofereceu algumas coisas para ele tomar, mas Jake disse que não queria incomodar, só queria um copo d'água. Ela dançou até a cozinha, nos deixando sozinhos, foi quando ele sorriu sem graça para mim e disse:

- Poxa, er, quanto tempo. Você está um pouco diferente.

- Estou?

- Sim, o cabelo maior e mais alegre, talvez. Sue mandou um grande beijo para você e para a minha baixinha... Quero dizer, você sabe como ela ama Nessie.

- Claro.

- Eu teria ligado, Bella. Só não quis atrapalhar sua vida.

- Você não atrapalha. - dessa vez respondi com um pouco menos de sinceridade, pois Jacob estava se referindo a me atrapalhar com Edward.

Estava mais do que claro que eu tinha seguido seu próprio conselho, deixara meu orgulho de lado e voltara ao meu relacionamento do passado. Se ele não tivesse concluído depois do Natal, então Sue já teria ficado sabendo por Renne ou por Phill. E pela minha última experiência eu sabia que ele atrapalharia caso Edward descobrisse com quem estava agora na sala.

- Nessie está? Estou morrendo de saudade dela. Deve estar enorme, talvez nem se lembra mais de mim.

- Não, foi ao médico. É claro que se lembra de você. Jamais poderia esquecer do Tio Jake.

- Meu Deus, tio Jake, quando tempo não ouvia isso.

- Como você está? Quero dizer, de saúde, você tem se cuidado? Tem...

- Está parecendo minha mãe, mas posso te garantir, Bells, estou bem. O médico já me liberou, já estou pronta para outra.

- Não brinque desse jeito. - ele não sabia como fiquei com o coração apertado naquela época.

- Só estou dizendo que fora as cicatrizes, me recuperei. Meu cabelo já até cresceu. - bagunçou os fios negros e lisos que tinham sido raspados quando fizeram a cirurgia.

- Me sinto muito mais aliviada te vendo aqui perto de mim. - ele riu sem graça, então percebi que tinha dito algo errado

Eu era, sim, muito cruel. Para interromper o momento, Alice entrou na sala com o copo de Jake e mais um enorme sorriso.

- Não ficarei por muito tempo. - ele anunciou - Só uma semana, e acho que já será muito.

- Que pena. - ela fez um biquinho.

- Só vim porque era muito necessário. Eu precisava de um favor seu, Bella.

- Imagino o que seja.

- Sim, Sue contou para sua mãe os meus planos e com certeza Renne dissipou a mensagem.

- Você quer mesmo? - Lice perguntou.

- Sim, Alice, eu estou precisando muito descansar um tempo. Ficar sozinho, só eu e minha cabeça. Passei por um bom bocado, e só quando a gente quase se vai é que percebemos que quase viver também é uma morte.

- Viajar pelo mundo? É ousado demais para um rapaz como você. - ela o provocou.

- Rapazes como eu também mudam. Confesso que sempre tive inveja de vocês duas que a cada verão faziam intercâmbio para um lugar diferente qando mais novas. Eu sempre quis ir com vocês, mas usava a desculpa que minha mãe não deixava porque na verdade eu ficava preso àquela cidadezinha.

- Vai se mudar de Washington, e todas as suas coisas? - perguntei.

- Bem, você disse que imaginava o que vim fazer aqui. Acho que vou vender o meu apartamento e o nosso. Minhas coisas ficam na minha mãe e eu volto quando estiver bem.

- Tudo bem, então. - dei de ombros - São planos grandiosos, mas não parecem tão promissores. Se quer mesmo viajar e quer que dê certo precisa se animar mais.

- Mas estou animado. - bateu palmas e gargalhou.

Jake me olhou ainda com seu gigantesco sorriso brincado nos lábios, então Alice pigarreou e disse que nos deixaria a sós para que resolvessemos o que tínhamos que resolver. Fiquei ainda mais vulnerável, mas até que tudo foi tranquilo.

Ele me explicou que já tinha providenciado todos os papéis, que eu só precisava assinar algumas coisas, passar tudo para o seu nome e aos olhos da lei ele compraria minha parte do imóvel, mas eu só receberia o dinheiro asism que um procurador dele em Washington conseguisse vender o imóvel.

Apesar de ter dado muito pouco na compra do apartamento, Jacob insistiu em dividir meio-a-meio, mas a única coisa que passava em minha cabeça enquanto ele falava era como explicar cento e setenta e cinco mil dólares na minha conta para Edward. Não sabia se minha mãe abriria a boca, estava ficando cada vez mais difícil.

Mas visita não durou muito, Jake tinha um outro compromisso, precisávamos nos despedir. Ele prometeu que me procuraria no meu celular depois, ou então ligaria para o apartamento de Alice, e se foi. Sem muitas despedidas. Fui embora também, direto para a casa de Rosalie, ainda com a cabeça flutuando em possibilidades.

[...]

- Deixe as crianças brincando e sente-se aqui, Bella. - Rosalie insistiu - Quero conversar um pouco, lembra-se de quando estávamos no ateliê de Rebecca e eu disse que precisaria conversar algo mais tarde com você?

- Sim, me lembro, porquê?

Estávamos os três no sofá até que Edward também se juntou, se sentando atrás de mim, passando os braços ao redor do meu corpo e encaixando o rosto no meu ombro.

- Na verdade, eu e Emmett queríamos fazer um convite para vocês dois. Bella e Edward, que apesar de já terem seus postos insubstituíveis de titio e titia, mas queríamos chamá-los para serem os padrinhos do nosso bebê.

- É serio? - Edward tirou as palavras da minha boca.

- É claro que é sério. Nós queríamos muito que vocês aceitassem, acho que seria interessante, afinal vocês dois cresceram juntos com a minha barriga. - rimos da verdade indubitável.

Eu surgi de novo na vida de Edward no mesmo tempo que Rosalie descobriu a gravidez, então estávamos as duas cultivando uma vida nova dentro de nós mesmas. Emmett fez uma careta, Edward se ajeitou desconfortavelmente atrás de mim, e Rosalie bufou já prevendo o que aconteceria.

- É claro que você Bella será uma ótima madrinha para minha filhotinha, mas essa história de tio ser padrinho. Acho sem graça. - Edward rosnou.

- Mas eu também sou tia.

- Mas de você eu gosto.

- É porque de mim, amor, ele tem uma espécie de ciúmes.

- Ciúmes, eu? Ha-ha, Edward. Já vou ter botar seu nome no meu filho se nascer menino e ainda tenho que aguentar você dizer que tenho ciúmes seus. Faça-me o favor.

Os dois continuaram naquela discussão besta, enquanto eu e Rose conversamos sobre o nenêm até a hora de irmos embora. Impressionante como os homens conseguem ser tão infantis.