Isabella Pov

- Oi.. - sua voz era muito fraca.

Meu coração martelou forte contra o meu peito. Batia tão alto que tive medo dele ouvir.

- Edward. - respondi da mesma forma e depois abaixei o olhar. Não conseguia encarar seus olhos verdes famintos por respostas. Eu sabia daquela sede, pois também a tinha.

- Er...

- A Rose tá bem? - perguntei fugindo do assunto principal.

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- Tá sim... er... ela está ótima.

- Que bom! - minha voz saiu estranha.

Ouvi o barulho da porta do banheiro e imaginei que Alice e Nessie estariam saindo de lá de dentro. Antes que elas o vissem, sai do quarto e fechei a porta.

- Er... o que...

- Vamos descer para o hall para conversarmos? - pedi.

Ele estreitou os olhos.

- Eu só vim buscar a Nessie. Não quero conversar com você... nem tão cedo. - rosnou.

Meu coração apertou de forma dolorosa e eu me chutei mentalmente por sentir isso.

- Sinto em te decepcionar. Nós vamos conversar, sim. E você não vai levar a Nessie. - rosnei transferindo todo meu ódio para as palavras.

- Como?

- Não se finja de surdo.

- Como assim eu não vou levar a minha filha? - gritou.

- Primeiro: abaixa o tom de voz, porque eu tô bem perto de você. Minha filha? Só porque ficou com ela por dois meses já se coloca como pai, faça-me o favor, você nem sabia que ela existia.

- E isso foi graças a mim? - debochou.

Caminhei alguns passos largos para longe da porta ao longo do corredor, para que ninguém nos ouvisse dentro do quarto e ele me seguiu.

- Ainda não terminei com você Bella? - ele rosnou.

- Mas eu já terminei com você, Edward, há seis anos e não me arrependo nem um pouco disso. - menti da forma mais convicente.

O ódio aumentou ainda mais em nós dois, as faíscas eram inevitáveis.

- Olha aqui... - ameaçou segurando meu braço com força.

Empurrei sua mão.

- Olha aqui você. Tá pensando que eu ainda sou aquela idiota de 18 anos que se submetia à sua estupidez? Não adianta falar nada, eu vou levar minha filha embora.

- O que?

- Isso mesmo. Amanhã eu vou levar a Nessie para Washington de volta comigo e não vai ser você que vai me impedir.

- O que? - perguntou incrédulo. Eu já estava cansada desse jogo de gato e rato.

- Gaguejei por um acaso?

- Não vou deixar. - segurou meu pulso.

- Quem é você pra dizer isso? - gritei.

- SOU O PAI DELA!

Ele me empurrou de contra a parede do corredor e imprenssou seu corpo no meu. Porque ele tinha que fazer isso?

Doeu demais sentir seu calor atravessando meu corpo e ver seu rosto à centímetros. Por um segundo me esqueci das lágrimas, das imagens, de tudo que ouvi e falei e só prevaleceu na minha cabeça o presente momento.

Suas respiração ofegante como a minha. Seus olhar mergulhado em mim. Seu perfume inesquecível impregnando minha pele, como se senti-lo fosse o bastante para me fazer perder a memória.

Mas duas coisas ainda estavam intactas: meu rancor e meu amor. Jamais deixaria que levassem minha filha, muito menos ele.

- Me solta! - consegui rosnar apesar da garganta seca.

Resgatei meus últimos resquícios de força e consegui empurra-lo com meu corpo alguns centímetros para trás, mas não muito por ser bem mais forte do que eu.

Edward pareceu acordar de alguns desvaneio e piscou algumas vezes antes de se pronunciar.

- Bella... eu... não quer...

- Cala a boca! - minha vo saiu alta demais, enquanto eu empurrava suas mãos que seguravam meu braço com força.

Passei a mão pelo vermelho no braço que ele deixou do formato de seus dedos.

- Desculpa? - sussurrou - Mas você... me tirou do sério.

Aquilo me enraiveceu ainda mais.

- Então é assim que o Dr.Cullen resolve seus problemas? Na base da estupidez? - debochei - Nunca mais vou deixar minha filha chegar perto de você. - gritei.

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- Também é minha filha. - gritou de volta.

Neguei com a cabeça.

- Se você não quer conversar, o problema não é meu. Agora, vá embora. Não aguento mais olhar na sua cara, Edward.

- E nem eu na sua. Aliás, não sei como teve coragem de voltar e me encarar depois de tudo que você fez.

- EU FIZ? - perguntei incrédula - Você está louco?

- Não se faça de idiota. - ele gritou.

- Podem parar? - uma voz veio de trás dele.

Olhei na direção da melodia feminina e vi Alice andando em passos largos pelo corredor até chegar onde estávamos.

Ela pos as mãos na cintura irritada.

- O que pensam que estão fazendo? - rosnou.

- Ali...

- Oi também. - ela o cortou - Por favor, um de vocês dois pode me explicar o motivo de toda essa gritaria? Será que vocês acham, realmente acham, que não se pode ouvir de lá de dentro? - apontou para o nosso quarto.

- Nessie. - sussurrei levando as mãos na cabeça.

Tinha feito uma burrada deixando minha filha exposta à uma estupidez que eu havia cometido.

Dei dois passos na direção do meu quarto, mas Alice me segurou pelo braço e me botou ao lado de Edward.

- Poderiam tentar conversar sem levar o assunto até o Canadá? - debochou.

- Não temos mais nada para conversar. Edward está de saída. - lembrei.

Ele abriu a boca para falar alguma coisa, e então a porta do quarto se abriu de novo só que dessa vez ruidosamente e todos nós olhamos para o pequeno anjo assustado que apareceu para nos espiar.

Edward Pov

Flash back on

- Eu ainda não terminei de conversar com você, Isabella. - rosnei a puxando pelo quadril para que sentasse de volta na cama.

- Primeiro: Não me chama de Isabella; e segundo: eu já disse o que tinha que dizer.

- Mas não me escutou! - tentei me segurar para não gritar.

- E o que tem a dizer, Edward? A vida é minha ou se esqueceu disso?

- Você que parece "adorar esquecer" que tem namorado. - debochei.

- Não venha com essas infantilidades.

- Não se importa comigo?

- Não se importa com o meu futuro? - se indignou.

Levantou da cama ainda mais rápido que antes e foi na direção do canto do quarto onde estava seu tênis.

Me levantei também, mas antes que pudesse dar um passo, meu celular tocou.

- Alô?!

- Oi Edward. Pode conversar?

- Me desculpa, Tanya, mas eu não posso falar agora.

- Pode sim! - Bella me interrompeu, enquanto vestia o sapato sentada no chão - Eu já estou indo mesmo. - deu de ombros.

- Nos falamos depois. - disse no fone e logo depois fechei o celular o jogando sobre o lençol.

- Vai embora porque?

- Porque meu próprio namorado interrompe a discussão para falar com a amiguinha. Porque meu próprio namorado não se importa com meu futuro e quer que eu não prossiga com minha vida...

- O que? - perguntei incrédulo.

- Edward, estou cansada. Vou voltar pro hotel, okay? - se levantou apoiando na parede e indo na direção da porta, mas eu segurei seu braço e a abracei por trás.

- Por favor, Bella... me deixa explicar. - sussurrei no seu ouvido.

Ela se aconchegou no meu peito incoscientemente e pôs uma de suas mãos sobre a mim em sua barriga.

- Eu só não quero discutir de novo. - sussurrou também.

- E eu só quero que você fique comigo.

- Porque faz essas coisas Edward?

- Porque te amo. - respondi a apertando mais contra mim.

"mais do que você entende" - pensei, mas não disse.

Flash back off

Éramos tão jovens. Levávamos os coisas tão aos extremos. As brigas eram constantes depois que Bella decidiu voltar para Washington para fazer faculdade.

Eu era tão apaixonado por ela. E percebi que ainda era. Quando a pressionei contra parede...Pude ver seus olhos tão de perto. Sua boca a centímetros da minha.

Aquele calor reacendeu em mim e com ele a dor. Mal acreditava que cedi e que deixei Nessie com ela. Eu não podia desistir assim tão fácil. Ela levaria minha filha embora.

Já me impossibilitou de ser pai por todos esses anos e agora queria tirá-la de mim.

Cedi mais para que Rennesme não nos visse brigando, mas eu tinha que ter pisado firme. Dito que ela não a levaria. Mas eu era o pai, Bella não pode levar a criança assim, sem meu consentimento. Espera! Eu podia arranjar uma maneira de impedir que ela a levasse. Um alvará. Era isso.

Levantei da cama, procurando meu celular por todos os cantos do quarto até que o achei largado em cima do meu casaco.

Disquei o número de Jasper e esperei.

- Alô?! - atendeu sonolento.

- Jasper? Jasper, eu preciso da sua ajuda.

- Edward, pára de gritar. O que aconteceu? São duas da manhã.

- Eu quero impedir que a Bella coloque a Nessie naquele avião.

- O que? - pareceu engasgar.

- Jasper, me ouve.

- Que houve Edward? Porque você não foi trabalhar hoje?

- A Bella voltou. - gritei de novo.

- De novo essa frase não, okay?!

- É sério, Jasper. Dessa vez é sério.

- É sério, Jasper. Dessa vez é sério.

- Ela voltou mesmo? Quero dizer, "A Bella" ?

- Voltou.

- Me conta isso direito.

- Por isso não fui hoje ao trabalho. Eu fui levar Nessie para escola e quando voltei pra casa... ela estava aqui me esperando.

- Na sua casa?

- É, é! - respondi impaciente - Jasper, nós brigamos, discutimos feio. Depois eu fui embora, fiquei... andando por aí pra ver se... conseguia pensar...

e depois eu tive que deixar a Nessie com ela, porque eu fui no hospital visitar a Rose e...

- Que que aconteceu com a Rose?

- Ela quase perdeu o bebê, mas tá tudo bem agora...

- Tá.. então... continua, né?!

- E aí, que a Bella não me deixou voltar com a Nessie e o pior de tudo: ela vai levar nossa filha embora amanhã.

- Embora? - gritou me interrompendo.

- Ela vai levar a Nessie de volta pra Washington. Eu... tive uma idéia.

- Qual? - pareceu mais acordado.

- Eu também sou pai, tenho direito, certo?!

- Claro!

- Ela não pode levá-la sem meu consentimento. Eu preciso de uma ordem judicial pra impedir isso... eu sei que você pode conseguir pra mim.

Isabella Pov

No dia seguinte...

- Filha, por favor, não faz essa cara. - pedi tentando ignorar a queimação nos meus olhos.

- Mas, mãe, eu quero ficar com o ...

- Rennesme, sem mais! - ordenei.

- Bella?! - Alice chamou minha atenção.

Sem que Nessie visse seu rosto, ela sibilou para que eu pegasse leve.

- Er... filha. Vamos logo, não vamos deixá-lo esperando. - disse baixo.

- Porque hoje? - perguntou derramando mais uma lágrima.

- Mamãe só vai poder te explicar quando chegarmos na casa da vovó, tudo bem? - pedi secando sua bochecha rosada.

- Papai não pode vir com a gente? - meu peito apertou com a forma como ela me olhava.

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Nós conversamos sobre isso depois também. - falei mais seca.

Levantei da cama e fui direto para o banheiro a deixando sentada na cama.

Fechei a porta e ali sozinha pude desabar, tomando cuidado para que não me ouvissem.

Ele havia conquistado também nossa filha, como tinha feito comigo. Porque eu tinha aceitado aquela idéia estúpida de deixá-la com ele?

Agora seria tudo mais difícil. Sequei as lágrimas e lavei o rosto sem demorar demais. Eu tinha que enfrentá-lo agora. Precisava ser forte.

Rosalie Pov

- Conseguiu? - perguntei interessada.

Emmett entrou na sala com cara de cansado e irritado.

- Para que você quer aquilo? - perguntou se sentando ao meu lado na maca.

Segurou minha mão, tomando cuidado para não mexer no soro.

- Não importa agora. Só preciso dele para entregar ao Edward.

- Rose, porque você não pensa mais no nosso filho?

- Estou pensando. - rosnei - Acha que eu também não me preocupei com nosso filho, mas Emm, eu preciso entregar isso pra Bel...

- Tá tá tá! - ralhou vendo que eu me exaltava - Só não fica nervosa, okay?!

- Trouxe?

- Não achei! - sussurrou.

- O que? - me apoiei no ante-braço.

- Não estava lá. Vasculhei tudo. Tem certeza que esse pen drive não está em casa?

- Oh, meu Deus! Tenho, claro que tenho. Eu deixei na gaveta. Procurou em todas?

- Porcurei!

- E nada?

- Isso mesmo. - bufei tentando me manter calma.

- Tinha essa carta em cima da sua mesa. - resmungou puxando um envelope branco do bolso - Não tem remetente.

A peguei de sua mão e me deitei de novo. Tive um pouco de dificuldade em abrir o envelope, mas consegui ler.

"Lembra-se quando me disse: "Aprenda, querida Tanya, quando se quer alguma coisa precisa primeiro ser inteligente."

Seja mais inteligente da próxima vez, loira idiota. E não deixe o que mais quero ao meu alcance.

Nos vemos mais tarde.

P.S.: Se fosse mesmo tão esperta... teria feito cópias. Mas é errando que se aprende. Depois eu devolvo o pen drive.

Beijinhos!"