– Então você conseguiu achar nossos elos perdidos Mikey! – Ray exclamou indo em direção ao trio que tinha acabado de entrar na quadra.

Toda a decoração estava pronta, as fitas prateadas, as caveirinhas e guitarras desenhadas por Gerard e que também estavam no bolo, o equipamento de som ao lado de um pequeno palco montado no meio do espaço com alguns instrumentos e uma mesa com doces, salgados e refrigerantes para todos. Até mesmo alguns professores estavam ali e Melanie se encolheu ligeiramente contra Gerard com a impressão de que todos pareciam aguardar somente os dois.

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– Até que foi fácil, eles estavam parados num lugar só.

Ray ergueu uma sobrancelha, percebendo que perdia algum detalhe da conversa. Olhou atentamente para Melanie e Gerard finalmente parando em Mikey.

– O que aconteceu?

Mikey sorriu olhando para o irmão.

– É que...

– Cadê o Bob? – Melanie perguntou antes que Mikey pudesse dizer algo.

– Ele foi dar a volta pra buscar o Martin. – Ray respondeu – Mas o Mikey ia dizer alguma coisa, não é mesmo?

– Ele está chegando!!! – alguém gritou do outro lado interrompendo novamente e todos se calaram mergulhando a quadra num completo silêncio.

Não demorou para Martin abrir as portas com a animação de sempre.

– E aí camba...!!!

– SURPRESAAAA!!!!!

– Que maneiro!! – os olhos azuis passearam pela quadra decorada, demorando um pouco mais sobre a guitarra no palco – Cara, isso tudo é pra mim?

– Não, – Ray revirou os olhos – aquela faixa de “Feliz aniversário Martin” está ali por que a gente queria tirar uma com a sua cara.

As risadas se fizeram ouvir por toda a quadra e o professor entrou começando agradecer às pessoas que estavam ali pelo caminho até o palco. Com um grande sorriso no rosto, ele agitou os cachos louros e pegou o microfone.

– Gente, estou fazendo vinte e quatro anos, é a idade da decisão. Continuo macho ou viro a mão de vez. – ele se abanou com um gesto afetado – Aliás, essa é a hora de dizer Turner, sempre achei o brilho da sua careca irresistível.

– Você não consegue falar sério nunca Thompson?

– Ah, senhorita Harris, você sabe que pelas suas pernas eu me recupero desses segundos de dúvida. – Martin comentou com malícia e piscou para a professora de História, o que arrancou algumas risadinhas das pessoas que prestavam atenção.

– Eu não estou incluída nos seus presentes de aniversário.

– Um homem pode sonhar, não? – ele deu ombros com um sorriso quase infantil – Mas vamos cortar o papo furado por que eu sei que vocês querem encher a pança naquela mesa estilosa que eu imagino ter sido obra do Gerard, belos desenhos. Valeu mesmo galera, vocês são demais. Podem atacar!!

Martin quase saltou do palco e foi para mesa roubando alguns docinhos antes que cantassem o parabéns e ele fosse afogado numa chuva de chantilly com que os alunos o tinham surpreendido, o que mais tarde descobriram ter sido idéia de Ray.

– Gente que tal um pouco de música? – Martin sugeriu fazendo questão de passar os braços em volta de Ray e Mikey.

– Cara, meu cabelo! – o mais alto reclamou.

– Eu estou parecendo um boneco de neve e você reclama? – ele riu passando a mão suja no rosto de Ray – Mas digam aí, o que me dizem sobre a música?

– Eu topo. – Mikey concordou segurando o riso enquanto Ray tentava se limpar.

– Eu também. – Bob respondeu.

– Ainda bem que era chantilly e não ovo. – Ray resmungou – E sim, eu topo.

– Ah é, vocês tocam. – Melanie exclamou lembrando-se dos garotos terem comentado algo sobre isso.

– E muito bem. – Martin completou – Até tinham formado uma banda, não? O que aconteceu?

– O Matt era o outro guitarrista. – Gerard respondeu.

– E o que tem?

– Eu chamaria ele de idiota, mas não quero ofender a classe. – Ray disse mal humorado.

– Pelo menos eu aprendi a tocar baixo. – Mikey disse.

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– E vai praticar agora, vamos pessoal!

– Eu não vou, – Gerard disse pra surpresa dos amigos – prefiro ficar aqui.

– Pensei que já tivesse superado seu medo de palco, maninho.

– Cala a boca Mikey.

– Por que não? – Bob insistiu. – Vamos lá cara!

– Sei lá, acho que isso já passou.

– Ah vai, deixa de ser fresco! – Ray reclamou – Você sabe que apesar da minha carinha de locutor de rádio, você é o cantor aqui.

– Vou soletrar pra ver se você entende: N-Ã-O!

– Vamos ver se não vai. – Martin disse com um sorriso malicioso.

– Eu não ligo pro chantilly, professor.

– Eu não vou ameaçar você Way, – ele lançou um olhar a Melanie – mas àqueles que você ama.

– Não. – a garota se escondeu atrás de Gerard enquanto Martin avançava com os braços na direção dela.

– Você não pode estar falando sério.

– Se estivesse falando sério não seria eu, mas o que vai acontecer é isso: se você não for pro palco, eu vou dar um abraço muito apertado na sua outra metade ali.

– Gerard, – ela apertou seu braço – por favor.

Ele queria dizer não, mais por teimosia do que por falta de vontade, só não pretendia ceder à insistência dos amigos, e afinal aquilo era só chantilly, mas no momento em que seus olhos encontraram a súplica na expressão dela, toda a sua resistência se desfez como açúcar num copo de água e ele soltou um suspiro conformado aceitando o acordo com Martin.

“Isso é covardia comigo.”

Quando se deu conta já era empurrado pelos amigos até o palco, olhando para trás sempre que tinha uma oportunidade para encontrar a expressão de “meu herói” da única pessoa que era capaz de dobrá-lo tão fácil.

– Isso vai ser interessante. – foi só ao ouvir a voz de Ashley que Melanie percebeu sua presença ali.

E não gostou nem um pouco.

Nos últimos tempos, havia algo estranho na maneira como a loura olhava para Gerard. As duas nunca foram amigas, mas aquela atitude fazia a morena se segurar para não pular em cima de Ashley. Mas por que se incomodava tanto?

“Eu... estou com ciúmes?”