Yoru no Hana
Tempestade
Capítulo 8- Tempestade.
- Porque vieste? Sabes que não é possível que nosso amor cresça... Flores não nascem em pedras...Flores não nascem na escuridão...
Falava um homem na frente de Melissa, que recolheu sua mão a altura do peito com uma expressão triste. Estavam ensaiando, aquele era um amigo de Melissa, que interpretaria o príncipe, par romântico da garota. Todos estavam empenhados naquela peça e faziam de tudo para uma interpretação perfeita.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Já anoitecia e a chuva caia levemente do lado de fora daquela casa lotada de pessoas.
- BEM ACHO QUE POR HOJE JÁ CHEGA PESSOAL, AMANHA ENSAIAMOS MAIS, DUAS HORAS, AQUI EM CASA, TÁ? BOA NOITE! – Gritou Mandy para que todos ouvissem.
Algumas pessoas começaram a se despedir e sair, Melissa veio até Mandy e Gary que estavam sentados em cadeiras perto de uma mesa.
- Você estava ótima, Mel! Não me arrependo nem um pouco de ter dado a você, o papel da princesa! Estava magnífica!
- Obrigada, mas não precisa exagerar Mandy! – Melissa estava um pouco envergonhada com os elogios da amiga.
- Ela não está exagerando, você estava, realmente, belíssima!
Melissa corou ainda mais.
- Obrigada, Gary...
Ele sorriu.
- Bem acho melhor irmos.. Está começando a anoitecer! – Disse Melissa.
- Porque não ficam mais um pouco, pelo menos até a chuva parar!
- Não podemos Mandy, tenho que voltar logo para não preocupar meu avô!
- Hum.. Então ta legal, te vejo amanha, Mel?
- Sim, sim, estarei aqui!
- E você Gary, também vem, né?
- Er.. Eu?
- Sim, você! Gostei de você!
- Ahn.. bem.. Se estiver tudo bem para Melissa, estarei aqui sim!
- Então está combinado. Amanha, eu e Gary estaremos aqui, Mandy! – Disse Melissa com um sorriso.
Melissa abraçou a amiga e depois foi a vez de Gary que se despediu da mesma com um abraço também. Mandy comentou algo com ele em um sussurro como se não quisesse que Melissa ouvisse. A primeira reação de Gary ao ouvir o sussurro de Mandy foi se assustar porém depois abriu um leva sorriso cúmplice e riu levemente. Mandy deu uma piscadela e depois acenou para eles enquanto os dois andavam em direção a porta.
- Tchau!!
- Até amanhã, Mandy! – Gary acenou de leve respondendo a loira.
- Boa noite, Mandy! – Despediu-se Melissa sorrindo e saindo da casa.
“ Eles... até que formam um belo casal... Talvez eu tenha me preocupado a toa...” A loira riu para si mesma.
A noite chegava e no céu já seria possível ver as estrelas de não fossem pelas nuvens negras que as cobriam. O chuvisco de antes pouco a pouco se tornava uma chuva mais densa e forte acompanhada por um vento absurdamente violento. Era uma tempestade. Melissa e Gary andavam rápido, quase corriam pela estrada torcendo para que chegassem rápido no laboratório de Darrow, porém ainda estavam longe e a chuva só se intensificava.
- Gary a chuva ta muito forte... – Murmurou Melissa com certa dificuldade para enxergar a estrada que percorriam.
- Falta muito??
- Sim.. Não estamos nem na metade do caminho.
- Não podemos ficar em baixo dessa chuva toda... Acho melhor pararmos um pouco.
- Mais estamos longe da cidade também... Não dá pra voltarmos...
- Droga... – Ela estava certa. Gary olhou para os lados, só havia arvores e mais arvores. Para onde poderiam ir? – Acho que vamos ter que procurar algum lugar dentro da floresta. Talvez tenha alguma caverna ou arvore suficientemente grande para no abrigar!
- Mas... – Ela nem teve tempo de argumentar algo.
Gary pegou a mão da garota e puxou-a em direção floresta adentro. Correu alguns metros até achar uma espécie de caverna. Foi mais fácil do que Gary havia pensado. Era perfeito.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Vamos ficar aqui por um tempo até a chuva passar, ta?
- Certo! – Melissa afirmou com a cabeça.
Gary entrou na caverna. Devia verificar se não havia nenhum pokémon selvagem morando ali que pudesse representar algum perigo para ele e Melissa. Manteve a morena atrás de si enquanto adentrava no local. Não havia nada, estava vazia. Respirou aliviado. Agora a única coisa que deveria ser feita era sentar e esperar que aquela chuva passasse. Ele soltou a mão de Melissa e sorriu para a garota mostrando que estava tudo bem e que poderiam ficar ali tranqüilamente. Gary olhou para os lados, havia algumas pedras que serviriam de banco perfeitamente. Daria para arrumar um ambiente até confortável para que esperassem a chuva passar. Ele empurrou uma pedra para um canto mais quente da caverna.
- Pronto.. Agora é só esperar a chuva passar!
- É! – Melissa sorriu.
Melissa sorriu e se sentou sobre uma pedra. Gary sentou-se ao lado da garota e olhou para fora da caverna onde a chuva caia forte.
- Estou com medo de preocupar meu avô...
- É.. Mais acho que ele não irá se preocupar tanto. Sabe que estamos juntos e além disso sabe que não poderíamos voltar para casa com toda essa chuva.
- Verdade...
O tempo passou, fazia alguns minutos que estavam ali, em silencio, Melissa tremia de frio e a chuva só piorava, agora trovejava forte.
- Essa chuva.. não passa...
- Ver-verdade! – Melissa batia os dentes.
- Está com frio?
- Um pouco... – Ela tremia.
Gary nem pensou duas vezes, tirou sua camisa e estendeu-a para Melissa.
- Vista... Está molhada mais pelo menos é algo mais para te aquecer...
- Não precisa Gary! Você não pode ficar sem camisa.. Vai pegar um resfriado...
- Não se preocupe comigo, Melissa. Apenas se aqueça. – Ele balançou a camisa para que ela pegasse. – Vai. Pegue. – Repetiu. Por fim Melissa acabou pegando-a e vestindo.
- Obrigada...
- Não precisa agradecer...
O assunto novamente morreu. Não havia muito que falar. Gary resolveu puxar qualquer papo para que aquele silêncio mórbido não continuasse naquela caverna.
- Vocês começaram os ensaios a muito tempo?
- Um pouquinho. Umas duas semanas.
- Sério? Nem parece. Os ensaios estão tão bons. Parece que já estão ensaiando a um mês ou mais!
- Verdade. Todos estão se dedicando muito! Mais a verdade é que se não fosse pela Mandy as coisas não estariam daquele jeito. Ele é uma ótima escritora e diretora também!
- Vocês são amigas a muito tempo?
- Desde crianças!
- Sério? É bom quando uma amizade dura tanto tempo, não é?!
- Aham! Muito bom!! E você Gary, tem algum amigo de infância também?
- Não. Quer dizer... – Gary se lembrou de Ash. – Mais ou menos. O mais próximo disso que tenho é o Ash. Mas não éramos exatamente amigos. Ele era mais meu rival. – Gary riu para si mesmo recordando-se um pouco de seu passado.
- Você não se dava bem com o Ash?
- Não mesmo. Naquela época nos dois competíamos para ver quem era o melhor treinador pokémon. Chegava a ser engraçado. Sempre discutíamos e brigávamos. Era cômico. E quando saímos para nossas jornadas pokémons aos dez anos essa rivalidade só aumentou.
- Mais vocês ainda brigam até hoje?
- Não. O tempo e a idade nos amadureceram. Acabamos nos tornando bons amigos, tanto que hoje em dia, se eu tivesse que citar o nome de um dos meus grandes amigos, sem duvida citaria o nome dele.
- Hehe... Entendo. Isso é bom! O Ash é um bom amigo. Sempre adorei ele!
- Como vocês se conheceram?
- Ele, a Misty e o Brock vieram visitar o meu avô um dia. Eles ficaram por aqui durante uma semana e depois partiram em viagem. Às vezes, eles passam por aqui de novo, dão um oi e vão embora. Nos vemos pouco mas tenho um grande carinho por eles!
- É! São boas pessoas. Inclusive a Misty e o Brock.
Gary sorriu e ela retribuiu o sorriso. Silenciaram-se por um tempo. Os únicos sons que davam para ouvir era o da chuva, que não parava de cair, e dos trovões. A garota batia um pouco os dentes, ainda estava com bastante frio, mesmo usando a camisa de Gary. Melissa se abraçou tentando esquentar o próprio corpo. Ela não parava de tremer. O jovem pesquisador levou a mão até o braço gelado da garota.
- Está gelada... Precisa se aquecer...
Ele deslizou a mão pelas costas da garota e puxou-a para si a abraçando contra seu peito com intenção de aquece-la com o calor de seu corpo. Ela se deixou envolver por aquele gostoso e carinhoso abraço. Fechou os olhos levemente apreciando o calor daquele abraço.
- Obrigada, Gary...
- Não precisa agradecer. Se tem alguém que precisa agradecer nessa história esse alguém sou eu.
- Como assim?
- Sem você essa viagem não seria nada divertida. Fora que sem você eu acho que nunca sentiria o que estar vivo novamente.
- Porque fala isso?
- Porque foi você que me mostrou novamente o que é felicidade. Algo que eu não sentia a muito tempo, Melissa. Você se tornou alguém muito especial...
A garota afastou sua cabeça do peito de Gary para que pudesse erguê-la em sua direção e fitar seu rosto. Olhos nos olhos. Aqueles olhos castanhos do pesquisador pokémon que tanto a encantava. Aquelas palavras que acabara de ouvir foram uma das mais lindas e verdadeiras que ela já havia escutado. Gary tinha aquele dom. Aquele dom de deixá-la encantada. Ele levou a mão á cabeça de Melissa e afagou-lhe suas longas madeixas negras. Deslizou sua mão delicadamente para o rosto dela e acariciou sua macia pele macia e alva. Ele a fitava nos olhos. Aqueles grandes olhos verdes que procuravam desesperadamente por uma dica de como agir naquele momento. Ele desviou o olhar para os lábios rubros e sinuosos da garota. Ela fechou os olhos. Ele fez o mesmo. Agora nada poderia atrapalhá-los. O momento era perfeito para os dois. Os dois desejavam aquilo a dias e finalmente poderia acontecer. Poderiam deixar aquele sentimento reprimido em pensamentos agir de verdade.
Ele selou seus lábios aos dela, beijando-os suavemente. Ela retribuiu com carinho aquele pequeno selinho e aquele ato foi o suficiente para que Gary tivesse certeza de que tanto ele como ela desejavam aquilo. Ele deixou sua mão escorregar para a nuca da morena e a puxou mais para si, iniciando realmente aquele beijo. Ela deixou-se levar por aquele momento, entregando-se àquele homem que a amava, e nem mesmo era necessário palavras para isso. Aquele beijo valia mais do que mil declarações. Valia mais do que mil presentes. Mil palavras.
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