Prólogo

<p><span> <p><em>Queime tudo at&eacute; as chamas encherem o ch&atilde;o de fuma&ccedil;a</em></p> <p><em>E comece de novo quando seu cora&ccedil;&atilde;o for uma sala vazia</em></p> <p><em>Com as paredes do mais escuro azul</em></p> <p><em><br /></em></p> <p><em> </em></p> <p>Permiti-me apenas fechar os olhos e sentir o frenesi que invadia o meu corpo violentamente. Estava arrepiado at&eacute; o ultimo fio de cabelo. Se sentisse isso h&aacute; algumas semanas teria corrido para meu quarto, mas n&atilde;o, neste momento era apreci&aacute;vel. A sensa&ccedil;&atilde;o era de liberdade rec&eacute;m adquirida, no mesmo tempo em que estava euf&oacute;rico por poder ver a luz do sol tinha receio do novo, medo do futuro sem toda aquelas coisas da qual estava habituado.</p> <p>&nbsp;</p> <p>A fuma&ccedil;a era amena, mas me fazia tossir, contudo n&atilde;o queria me afastar e perder sequer um segundo da dan&ccedil;a avermelhada do fogo. Pl&aacute;stico derretendo, fotos encolhendo-se em pequenos c&iacute;rculos de cores disformes para no fim ter o mesmo fim do papel, cinzas.</p> <p>&nbsp;</p> <p>Todas as recorda&ccedil;&otilde;es dos &uacute;ltimos anos estavam queimando no canto da sala. O n&uacute;mero de coisas que me apeguei nos &uacute;ltimos anos de depress&atilde;o eram maiores do que conseguia me lembrar, mas agora n&atilde;o tinha import&acirc;ncia. Livrar-me-ia de tudo para recome&ccedil;ar.</p> </span></p>