Eu tenho suportado tudo isso e mais alguma coisa. Eu tenho suportado sua indiferença e suas mudanças de humor. Eu tenho suportado suas palavras carinhosas facilmente quebradas e substituidas por palavras odiosas. Tenho suportado seu fogo e seu gelo, suas mentiras... Tenho sido seu escravo sem perceber.

Caminhei demais nesse deserto gelado por você. Puxei um trenó que eu não devia ter puxado, me feri por algo que não valia a pena. Abadonei tantas vezes e voltei atrás tantas vezes... Fui cego por muito tempo. Mas agora eu abro meus olhos. Vamos, seja sincera. Eu tirei as vendas que você amarrou sobre meus olhos enquanto eu sonhava com você. Não precisa mais disfarçar, não se faça de coitada. Você sabe o que estava fazendo, você sabe todas as suas mentiras, você sabia o tempo todo que, mesmo me dando a certeza de que eu nunca a teria, você me iludia todos os dias.

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Agora que você me trouxe até onde eu não queria chegar, agora que você já me machucou o bastante, agora que você parece ter enjoado do brinquedinho, eu preciso dizer, pela ultima vez, adeus. Porque eu estou cansado e dolorido, porque eu não posso nem quero mais estar com você. Eu não te amo como eu te amei antes. Nem sei se aquilo foi, por algum segundo, amor. Não te considero minha amiga, e não te quero por perto. Não quero que seja infeliz, não te odeio. Desse sentimento mantenho meu coração livre. Não quero me tornar ainda mais parecido com você. Te desejo até felicidade, mas antes desejo que aprenda o quão ridículo é tudo o que fez, antes que acabe tão sozinha e miserável quanto merece.

Eu poderia tentar de novo, eu poderia ficar com você mais um pouco, na cega esperança de que tudo ficaria bem, de que você seria gentil comigo e me dedicaria uma pontinha de amor, mas todos sabem que isso jamais poderia acontecer, e eu estou cansado de esperar por isso. Logo eu, quem tanto te amava... Agora estou cansado de você.

E agora que digo adeus é de verdade, eu não vou voltar como nas outras vezes. Nunca mais, se assim me for permitido.

Eu tenho puxado seu trenó por muito tempo nesse deserto gelado. Você nem sequer me agradeceu por toda a dor e frio que tolerei para te puxar e seguir em frente. Me desculpe... Minhas pernas não se movem mais. Meus braços não tem mais força e o frio está tomando conta de todo o meu corpo. Me sinto como quebrado. Os cacos do meu coração, aqueles que aos poucos você colou, me dando arranhões de brinde, estão se recompondo aos poucos, e agora sinto que eu poderia tê-los colado sozinho.

Adeus. Eu estou cansado... De puxar o seu trenó.