Cap 4 - Lua crescente

– O Quê ? – digo sussurrando

– Seu pai e eu resolvemos isso . – Diz ela segurando meu braço

– Ah , me desculpe , estou muito cansada e melhor eu subir , né ? - Olho para ela de modo que não me impeça .

Me levanto rapidamente , e a faço soltar meu braço . E deixa uma marca vermelha em meu braço . ela me segurou com muita força .

Passo pela sala , e vejo meu pai , um pouco desconfortável , da situação que ele deixou acontecer . ainda bem que ele pelo menos sentiu o ar ficar tenso .

Subo as escadas com muita velocidade , abro a porta do meu quarto e a tranco .

Estou sem palavras , não quero pensar sobre isso .

Eles se casam, tem um filho . Se lembram de tudo isso , mas menos para o aniversário da minha mãe , 3 semanas atrás e nenhum dos dois visitaram o túmulo dela .

Agora , querem se livrar de mim agora que arrumaram uma desculpa .

Fecho meus olhos

Me lembro de quando eu tinha 8 anos , e estava voltando do enterro de minha mãe , no mesmo dia que pela primeira vez , chamei minha tia de ‘’ mãe ’’ um erro que me arrependo .

No enterro , me lembro de ficar sentada . Não me permitiram ver o caixão dela , que pelo que ouvi estava coberto de rosas brancas . suas favoritas .

Sussurros e sussurros Todos que falavam comigo tinham um olhar de pena . como odiei cada um deles

Estávamos voltando para casa , perto de um rio .

– Titia é a minha mamãe agora ? – Dizia , com um sorriso torto .

Me lembro de ela parar de andar brutalmente e apertar as minhas bochechas com força.

– Nunca diga a palavra mãe para mim denovo , se não irei enfiar um pano na sua boca , e costurá-la fio por fio .

Me segurei até chegar em casa . Fiz xixi assim que entrei no meu quarto , e chorei até não ter mais nada nas minhas entranhas . Me lembro das palavras secas e com muita facilidade saindo da boca cheia dela cheia de mentiras .

Acordo assustada e suada , meu cabelo está grudando em meu rosto . Escuto conversas e gritos na sala , e passo pela porta e o corredor devagar , tentando ouvir a conversa .

Paro assim que eu chego no primeiro degrau da escada , estava pronta para descer .

Quando era pequena , me acostumei tanto com as brigas que meu pai tinha com a minha mãe , que eu nem ficava com medo .

– A MÃE DELA AINDA QUERIA TE-LA ! SE ELA NÃO FOSSE DA YUKINO , EU A TERIA DADO A UM ORFANATO ! – meu pai diz .

– Mas você somente não quer que isso manche sua reputação ! – minha tia diz , querendo acalmá-lo .

Ela suspira alto .

– Você simplesmente não quer deixá-la em uma escola militar ?

– Não desejo isso para ela ! eu quero que ela sabia amadurecer morando sozinha ! – meu pai diz , já cansado .

Minha tia morde os lábios , ela está com raiva dele me defender .

– Mas, sabe , eu quero que ela seja minha filha agora – ela diz com um voz de choro .

Mentirosa , você está tão feliz , que poderia sair pulando .

Meu pai a abraça . Mas , de repente , um silêncio .

Perceberam que estou aqui ?

Um suspiro .

– Acho que deixá-la sozinha , não adianta . – Ela diz .

– Você só quer o melhor para ela não é ? – Diz meu pai , dando um beijo em sua testa .

– Eu também quero que ela seja independente , mas , não tem outra forma ?

– Essa é a forma mais considerável .

– Tudo bem - ela diz

Meu pai sorri , vitorioso .

O quê ? ele acredita nela ?

– Então está decidido , nosso bebê irá morar aqui conosco , e ela irá para morar sozinha .

– Sim , eu já paguei tudo adiantado , e deixei um dinheiro extra na conta . Não quero que ela trabalhe por agora , poderá atrapalhar os seus estudos . – Meu pai diz .

Saio de perto das escadas , ando devagar , até me acostumar com a tontura que estou sentindo .

EU NÃO QUERO MAIS OUVIR

Estou com vontade de vomitar .

Vou ao banheiro , e fecho a porta devagar . Ali mesmo no vaso , eu vomito tudo que jantei hoje .

Estou no controle automático . não estou conseguindo raciocinar , não sei se estou deitada , ou já é de manhã .

Não sei até mesmo , se é lua crescente .