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Dezessete


O dia ensolarado que Jane estava esperando ao acordar não chegou. Especialmente, ela se deu conta logo, porque era em torno das nove horas da noite. Enquanto Maura parecia estar completamente apagada - sua cabeça ainda em seu ombro, um braço por sua barriga - Jane não se sentia nada cansada.

Apenas entediada. Se ela tivesse levado Maura para o quarto dela, ela poderia ao menos ver televisão. Uma boa ideia seria comprar uma TV para colocar nesse quarto também. O problema é que depois que a mulher fosse embora, ninguém mais usaria aquele quarto, o que seria um desperdício de dinheiro. Mas e quando ela recebesse visitas? Bem, aí sim poderia ser útil. Ela debateu por uns bons minutos se deveria ou não comprar uma nova TV. A conclusão que chegou é que ela iria perguntar para Maura, em primeiro lugar, se ela queria uma.

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Depois do conflito televisivo, ela partiu para o celular. Ela soube que o de Maura tinha sido perdido - possivelmente jogado fora pelo sequestrador - então lá estava ela, se debatendo se deveria perguntar para Maura, também, se ela queria um celular novo. Claro, isso Maura pagaria por conta própria. Um celular seria bom. Elas poderiam entrar em contato uma com a outra quando Jane estivesse na delegacia, em lojas ou qualquer lugar diferente da loira. Aquilo sim era algo a se pensar. Certo, ela mencionaria o assunto para a loira amanhã

Do celular, Jane se lembrou das contas que tinha para pagar. Os envelopes estavam colocados em cima do balcão da cozinha, ao lado da cesta de frutas. Uma passada no banco no dia seguinte resolveria tudo. Além disso, por falar em frutas, ela precisaria de mais. Mercado.

Uma coisa foi levando à outra, e Jane se perdeu tanto em seus pensamentos e nas obrigações do dia seguinte que ela mal sentiu Maura se remexendo em seu sono. Na verdade, quando a morena acordou deu pouca importância para o estado em que estavam. Aquela mulher que conhecia tão pouco, ali, com seu corpo pesando sobre o seu, repartindo uma cama como se fossem amigas há muito tempo, ou então... Amantes.

Jane se castigou mentalmente pela última palavra, embora fosse aplicada em uso por ela tão verdadeiramente quanto a primeira. Assim era: pessoas que repartiam a cama eram ou amigos ou amantes. Talvez a junção dos dois. Ponto. Querendo ou não, ela precisava admitir que Maura agora já não podia ser classificada como alguém que Jane mantinha a guarda por conta do trabalho. Ela começou a gostar dela pouco a pouco. Primeiro porque ela era educada, fofa e agradável. Depois Jane descobriu que ela era também engraçada de um jeito singular. Era atenciosa e inteligente. Sensível. E cada detalhe novo de sua personalidade só adicionava mais e mais razões para que Jane a enxergasse com outros olhos.

Ela imaginou que ambas poderiam continuar amigas quando Maura se mudasse de lá. Talvez se encontrassem umas duas ou três vezes por semana, apenas para Jane se certificar de que ela estava bem sozinha. Então elas poderiam se ver nos finais de semana, talvez não todos, mas definitivamente dois por mês. A morena nunca havia se envolvido em nível pessoal com ninguém que conhecera no trabalho - entenda-se vítimas - só que Maura era algo mais. Mesmo que um tanto vulnerável, assustada e frágil, ela ainda tinha espaço para se importar com Jane. Se importara com ela até em detalhes mínimos do tipo você prefere seu café com açúcar ou sem? Poderia ser efeito colateral do que ela tinha passado, ela poderia ter se apegado em Jane apenas como um sintoma do trauma que sofrera, mas a morena não acreditava ser essa a questão. Dizem que vítimas de agressão e assalto sexual se apegam na primeira pessoa que veem quando são ajudadas. Nesse caso, seria Kendra, e não ela - oh, Jane andava lendo uma coisa ou outra sobre traumas.

Ora, Jane não precisava se justificar. Ela gostava de Maura e ponto. Não havia problema nenhum nisso. Ela só não sabia se segurar alguém daquele jeito era apropriado naquela situação. Mas dane-se. Ela era Jane Rizzoli e não se perguntava muito sobre o que fazia. Apenas fazia e ponto.

Em sua distração ela não teve tempo para notar que Maura estava acordando. Quando se deu por conta, a loira se sobressaltou e jogou-se para longe dela. Assustada, Jane levou uma mão as mãos no coração.

'Oh, meu Deus.' Maura disse, abaixando a cabeça em vergonha. 'Me desculpa, eu...'

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'Estava tendo um pesadelo?' Jane finalizou por ela, mas fez uma cara confusa quando a outra balançou a cabeça em não.

'Não, eu... Só não estou acostumada a acordar com alguém do meu lado.' Ela mordeu o lábio inferior e as bochechas ficaram rosadas. 'Eu me assustei um pouco.'

Jane riu levemente e se encostou na cabeceira da cama de novo. 'Tudo bem, Maura. Não se preocupa. Você se sente melhor?'

Ela balançou a cabeça em sim, imitou Jane, sentando-se bem próximo dela. 'Sim. Obrigada por... me acalmar e, você sabe, me segurar.' Ela disse sem olhar para Jane, provavelmente envergonhada.

A morena segurou em sua mão e apertou com carinho. 'Não por isso. Eu sei como é.'

Maura piscou os olhos grandes para ela e suspirou. 'Ás vezes... Eu fico muito ansiosa, com medo de algo que não sei o que é. Em alguns momentos eu consigo controlar, em outros não. Eu já me acostumei com isso, quer dizer, estou aprendendo a lidar, mas essa raiva...' Ela esfregou os olhos com a mão e quando olhou para Jane eles estavam marejados.

'Ei, Maura...' Jane virou-se um pouquinho e segurou em seu ombro. 'Depois de tudo o que te aconteceu é natural que você sinta essa fúria toda. Eu me senti da mesma forma.'

'Porque muita coisa foi tirada de mim.' Ela murmurou, como se concluindo o que Jane estava a lhe dizer.

'A sensação de liberdade.' Jane disse.

'E segurança.' Ela adicionou.

'Controle.'

'Sono.'

Jane riu se lembrando de quantos pesadelos ela tivera, deixando-a acordada por noites e noites seguidas. 'Tranquilidade.' A morena disse.

'Confiança em mim e nas pessoas.' Maura murmurou.

'Tantas outras coisas.' Jane segurou a mão de Maura sobre a sua, como se estivesse guardando-a. 'Você vai acabar recuperando todas elas de volta, eu prometo, Maura. Enquanto isso, sinta-se no direito de se sentir brava, com raiva do mundo. É um jeito de se curar também.' Ela disse honestamente, porque sabia que havia tantos outros meios, mas nenhum deles excluía esse tipo de sentimento.

'Jane.' Agora era a vez de Maura se virar para ela um pouquinho. Ela a olhou diretamente nos olhos - e oh, Deus, aquilo era uma conquista tão grande para Jane porque antes Maura olhava através dela, mas nunca para ela - e perguntou com pura curiosidade. 'Você é uma detetive da homicídios, não é?'

'Sou, sim.' A morena respondeu, sabendo que aquilo era apenas o começo de algo mais.

'Eu não entendo, então. Por que me trouxeram para você? Não seria mais lógico se eu ficasse com alguém de outro departamento?'

Oh. Maura era mais inteligente e questionadora do que Jane pensara antes. Ela respondeu diretamente, então. 'Não havia ninguém mais disponível. Você poderia ter ficado com Kendra, mas acharam melhor não colocarem você na presença de um homem. Eu era a única opção.'

'Oh.' Maura disse simplesmente, suas feições entregando que ela ainda estava pensando sobre aquilo.

Jane resolveu provocá-la. 'Sinto muito, eu tentei avisá-los de que eu não era uma boa escolha.' Ela abriu um sorriso brincalhão, mas Maura abriu bem os olhos e balançou a cabeça em não, aparentemente perdendo a piada.

'Oh, não. Não é nada disso. Eu não queria parecer ingrata. É - é justamente o contrário.' Ela segurava a mão de Jane com determinação, como se quisesse toda a atenção da morena. 'Quando eu estava no hospital eu disse que queria ir para casa, mas Kendra disse que ela não podia fazer isso, primeiro porque ele poderia vir atrás de mim e eu estaria sozinha, e segundo...' Ela franziu o cenho ao analisar o que iria dizer. Jane o fez primeiro.

'Segundo, vítimas de sequestro ou estupro tendem a desenvolver depressão e às vezes tentam suicídio.' Era algo pesado de se dizer, mas Jane já tinha entendido que Maura dizia o que precisava ser dito, e ouvia também. Ela lidava com a verdade de maneira similar à de Jane; de forma seca e pura.

'Exato. Ela não disse essa última parte, mas eu sei. Já sabia antes.' Maura ofereceu.

Jane sentiu a garganta apertar um pouquinho. 'Você não pensa nisso, certo, Maura?'

'Não.' Ela disse firmemente. 'Não. Eu não me sinto nem mesma deprimida, eu juro.' Ela afirmou com toda convicção.

'Você me contaria, não é? Se se sentisse assim.' Jane pressionou.

'Eu contaria.' Maura prometeu.

'Você tá dizendo isso por que é algo que quero ouvir?' Ela estreitou os olhos e inclinou-se um pouquinho para frente, como se por observação conseguisse extrair a verdade da outra.

Maura riu docemente e meneou a cabeça. 'Não. É apenas a verdade.'

'Ótimo.' Jane disse finalmente e voltou a se encostar na cama. Ela estava brincando com a bainha da camiseta quando Maura colocou a mão sobre sua barriga, impedindo o movimento dos dedos e chamando sua atenção de volta.

'Jane, obrigada. Eu sei que você está fazendo muito mais do que deveria. Se eu me sinto já melhor nesse período curto de tempo, é por causa de você e do que você tem feito.'

Por isso a morena não esperava. Às vezes que ela se sentia conectada com Maura de forma mais intensa era quando repartia as experiências traumatizantes, quando a outra tinha crises de ansiedade, necessidade da sua companhia por medo de ficar sozinha. Aquilo, aquela gratidão era algo novo. Era aquilo que conectava uma à outra realmente. Agora ela se sentia tímida porque fora pega fazendo algo delicado, afetuoso. E Rizzoli era feito de ferro e aço.

'Maura, é só -' Ela começou, mas a outra apertou sua mão e balançou a cabeça em não.

'Não diga que é só trabalho. Você sabe que não é, e eu também. Você não é paga para ficar me acalmando quando eu perco a cabeça, ou me segurando enquanto choro e nem enquanto eu durmo porque me sinto perdida demais.' Ela mordeu o lábio, sentindo-se exposta. 'Obrigada por isso tudo. É algo que eu realmente aprecio e não sei se algum dia vou poder pagar de volta.'

Aquele era um momento completamente estranho para as duas. Ambas estavam constrangidas, Jane porque sabia que era verdade que estava a oferecer mais do que era paga para fazer, e Maura porque, embora odiasse se sentir daquele jeito, sabia que receber atenção afetiva era o que precisava naquele momento.

Jane deu de ombros, um tanto sem jeito. 'Você não precisa pagar de volta, Maura. Quer dizer, sabe de algo? Quando você se recuperar, isso vai ser muito gratificante para mim, então você ganha e eu ganho.' Ela apertou o indicador contra o ombro de Maura e depois contra o próprio peito.

Maura riu um pouquinho e suspirou lentamente. 'Se não fosse por você, eu estaria completamente sozinha.' Ela murmurou.

Jane fechou os olhos e apertou-os um pouquinho. Por favor, me conte de sua família, assim eu não me sinto tão mal por já saber quem eles são. Ela pensou consigo mesma, abriu os olhos de novo e segurou as mãos da loira. 'Isso não pode ser verdade.'

Maura balançou lentamente a cabeça, como se perdida em lembranças. 'Minha família toda mora na Europa. França, a maior parte. Eu mantenho uma relação profissional com meus colegas de trabalho, então não posso dizer que tenho muitos amigos por perto.'

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A morena se endireitou na cama, querendo que a outra lhe contasse mais. A vida de Maura ainda era um mistério e justamente por isso parecia despertar curiosidade nela. Para sua decepção, entretanto, a loira não acrescentou mais nada.

'Bem', Jane disse e abriu um sorriso brincalhão, 'você pode dizer que tem uma agora.' Maura sorriu e estava prestes a dizer algo quando a morena esclareceu. 'Oh, eu estou falando de Kendra, não de mim.'

'Jane!' Maura riu, inclinou-se para frente e deu-lhe um soquinho no ombro.

'Não é desse jeito que se faz amigos, Maura.' Ela respondeu e riu. 'Vem cá, vamos fazer algo diferente essa noite.'

Apesar de ter franzido o cenho, a mulher se levantou e seguiu-a até a cozinha. Jane abriu o freezer e tirou um pote de sorvete de lá. Pegou duas colheres, entregou uma para Maura e pediu para que a seguisse até o quarto dela. Ela ligou a TV, iniciou a conta no Netflix e olhou para a loira.

'Você gosta de Friends?'

'Friends...?' Ela perguntou, incerta.

'Oh, meu Deus! Você nunca viu Friends? Ok, nós vamos fazer uma maratona agora. Senta do meu lado, não tem nada melhor do que sorvete e um bom seriado juntos.' Ela bateu a mão na cama, a loira obedeceu.

Intrigada, ela olhou para o pote de sorvete e de novo para Jane. 'Você vai... comer esse tanto agora a noite?'

'Oh, não. Só a metade. A outra metade é tua.' Ela abriu um sorriso malandro.

'Eu não... consigo comer tanto.' A loira disse. Era verdade. Ela comia pequenas porções basicamente porque ficara tanto tempo sem comer antes que agora seu estômago não aguentava muita comida de uma vez.

Jane deu de ombros. 'Coma só o que você quiser, Maura. Essa é a graça: sentar aqui e relaxar.'

E então elas fizeram. Tomaram o sorvete primeiro, Jane comendo a maior parte enquanto Maura prestava atenção no seriado. As risadas foram inevitáveis e quando um episódio terminava e Jane achava que a loira iria encerrar a noite, ela pedia por mais um. Em certo ponto ela decidiu escovar os dentes, Jane fez o mesmo. Quando voltaram para a cama, em vez de se sentarem como anteriormente, as duas deitaram. Mais alguns episódios. Eram quase três da manhã quando Jane notou que Maura estava dormindo profundamente segurando um travesseiro entre os braços. A morena não sabia se deveria acordá-la e perguntar se ela queria ir para o próprio quarto. Não sabia se seria melhor ela própria dormir no quarto de Maura e deixar ela sozinha ali. Ela se lembrava de Maura ter dito que não estava acostumada a dormir com alguém e provavelmente se assustaria se acordasse com outra pessoa ali, no meio da noite ao seu lado. Em contra ponto, Jane não queria que ela pensasse que sua presença era um incômodo.

Ainda em dúvida, ela se levantou da cama e levou o pote de sorvete e as colheres para a cozinha. Quando voltou ao quarto, tirou cuidadosamente o travesseiro entre os braços de Maura afim de cobri-la. A mulher segurou com força e murmurou alguma coisa incompreensível.

Jane congelou. Ela não queria ter atrapalhado o sono da outra. 'Shh...' Ela disse baixinho, acariciando o ombro dela, esperando que o gesto fosse fazê-la voltar a dormir novamente. 'Tá tudo bem, sou só eu.'

'Jane?' Maura murmurou mas seus olhos ainda estavam fechados. Ela ainda estava dormindo, provavelmente sonhando, tão cansada a ponto de não acordar realmente.

'Isso mesmo: Jane. Sou eu.' Ela respondeu baixinho, sua mão ainda acariciando levemente o ombro de Maura.

'Me ajuda.' E o último pedido tinha sido implorado. É claro, ela estava sonhando. Jane tinha certeza agora e ela sabia também que o que quer que fosse acontecer em seguida não era bom. Rapidamente ela contornou a cama para se deitar de frente à Maura. Com cuidado, ela entrou em baixo das cobertas e passou um braço pela cintura da mulher menor.

'Ei, você tá segura em casa, se lembra? Nós tomamos sorvete hoje, assistimos seriado. Você adormeceu aqui na minha cama, então tá tudo bem. Você tá só sonhando.' Jane disse todas as palavras devagar e baixinho, acariciando as costas dela. Maura suspirou e franziu o cenho. A morena continuou. 'Pensando agora, a gente pulou o jantar. Mas quem é que precisa disso quando se tem sorvete? Só ficaria melhor se a gente tivesse bolo junto, mas isso a gente pode resolver amanhã.' Como se para conferir de que Jane era real e estava ali, Maura alcançou e tocou o peito dela e então segurou na bainha de sua blusa. A morena sorriu. Bem, agora ela não poderia mais sair dali sem acordá-la, essa era a desculpa que usou para ficar. Ela passou um braço por baixo da cabeça da mulher, que se encolheu em seus braços e suspirou, o ar quente batendo em seu pescoço.

Jane ficou bem satisfeita ao notar que Maura voltara a dormir pacificamente. Seu corpo quente bem próximo ao dela, a morena usou apenas uma das cobertas para mantê-las aquecidas. Ela não dormiu de imediato, entretanto. Passou vários minutos se certificando de que a loira não iria mais acordar, de que seu sono não seria interrompido novamente por pesadelos. Brincou com seu cabelo loiro, correndo os dedos entre os fios. Quando decidiu finalmente se deitar de barriga para cima na cama, Maura a acompanhou no movimento, metade do seu corpo sobre o dela. Quando se sentiu quente demais, ela afastou a coberta até a cintura. A loira estava suando - ela vestia uma blusa de manga longa, Jane apenas uma camiseta. Quando o sono finalmente veio de encontro à ela, Jane simplesmente não poderia apenas ir dormir.

Ela acariciou a cabeça de Maura mais uma vez e plantou um beijo ali. 'Você não precisa mais sentir medo porque eu cuido de você. Ele não vai mais machucar nem seu corpo e nem sua mente.' Ela sussurrou baixinho, passou o braço de volta na cintura dela e se entregou ao sono.